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An. 1 Simp. Internacional do Adolescente Maio. 2005
Gramática da fantasia: o surrealismo nas aulas de produção de texto
Cordeiro, André Teixeira
Universidade de São Paulo. Doutorando em Literatura Brasileira (bolsista CNPq). São Paulo.
As palavras são películas superficiais sobre águas profundas.
Wittgenstein
Quando comecei o curso de Licenciatura em Letras, em 1993, na Universidade Federal do Pará (campus de Belém), aconteceu uma longa greve de professores e funcionários. Foram muitos meses sem aula, tudo estava fechado e os colegas, feitos muito recentemente, se dispersaram todos. Não havia vestígios de coisa alguma, nada indicava uma certa orientação. Apenas um longo silêncio, tudo fechado. No entanto, um lingüista e poeta, Alberto Costa Jackson1, resolveu, numa atitude quixotesca, ministrar um curso de produção de texto. Era o que, na ocasião, se chamava ocupação de greve.
Mesmo com tanta dedicação, só três pessoas se inscreveram no curso: duas outras pessoas e eu. Dentre os inscritos, lembro-me bem, um foi o poeta Jônathas Santana e a outra pessoa, uma jovem estudante, já não recordo o seu sobrenome, chamava-se Regiane.
Palavras elegantes:
As sessões de criação, prefiro tratá-las assim, eram ministradas nas longas varandas que circundam os blocos de salas de aula. Bem próximo às varandas, havia uma multidão de árvores, as paliteiras, que se esgalhavam como se fossem mãos gigantescas. Havia o vento que varria o dia e trazia os sonhos da gente. Sentávamos os quatro em um círculo e Alberto nos apresentava as propostas: "Agora vamos jogar a pedra no pântano!"2. "O que é jogar a pedra no pântano?", alguém perguntava. E vinham as explicações e ele, antes de colocarmos tudo em prática, nos dava muitos exemplos:
Neste jogo, a idéia era escrever a esmo. Lançar palavras que se "perdessem" dentro de uma palavra original, primeira. Dispõem-se as letras de uma palavra na vertical, acima foi utilizado o vocábulo pedra, e cria-se uma frase, um verso bem louco, algo que possibilite sonhar. É como se por trás de uma palavra existissem outras. É como jogar uma pedra na água. Surge um número sem fim de círculos onde a pedra foi lançada. Para iluminar uma palavra surgem novas palavras, um signo dá luz a um outro signo. "... A interpretação do signo não é para Peirce um significado, mas um outro signo; é uma leitura, não uma decodificação, e essa leitura tem, por sua vez, de ser interpretada em outro signo, e assim por diante ad infinitum..."3
Alberto nos apresentou, ainda, a escrita automática utilizada por Freud. A idéia era escrever, ininterruptamente, por cinco a seis minutos. Fazíamos poemas em versos ou textos em prosa. E depois líamos uns para os outros. Em ocasiões como esta, Alberto nos dava a conhecer poetas como Chacal e Ledusha, os quais lia numa voz nítida. Comentava o inusitado de suas metáforas. "A fitinha do Bonfim cor maravilha" — um verso de Ledusha, ainda ressoa na minha memória...
Nestas sessões, conhecemos também o binômio-fantástico (o cão-armário, mencionado por Gianni Rodari). A proposta é combinar duas idéias díspares e fazer delas, literalmente, uma terceira coisa. Com este binômio, lança-se a proposta de se criar narrativas, poemas. Pede-se para que o grupo dê uma explicação onírica, busque um sentido a partir do binômio. Sobre a elaboração dos binômios, hoje em dia, tenho utilizado a técnica para a criação de poemas dos dadaístas4. Coloco muitas palavras num saco e, em seguida, os participantes das sessões retiram duas palavras e as combinam num binômio-fantástico.
Outra das muitas propostas de Alberto foi o poema do leque, uma técnica bastante conhecida por freqüentadores de bares e é chamada, por isso, de "poema de barzinho". Pegam-se folhas ou lenços de papel e as pessoas devem dobrá-las como se fossem leques. Em seguida, cada um escreve um verso e o grupo deve ir trocando os leques entre si até quando todas as dobras estiverem preenchidas. Ao final, quando todos os leques estiverem cheios, cada um terá o seu poema. Abaixo, um dos poemas escritos com essa técnica em uma das sessões de 1993:
Invenções
Fazendo poses na cama
Eu invento esculturas
Que duram efêmeros segundos
Foi brincando assim
Que eu inventei o amor
Sopro quente
Esguicho morno no peito
Umbigo...
Criação coletiva: Alberto Jackson, Jônathas Santana, Regiane e André Cordeiro.
O surrealimo5 é, no século XX, uma surpreendente abertura para o irracional. Procura encontrar o segredo, ler o livro invisível, estabelecer as pontes capazes de unir o mundo dos sonhos e a realidade. Fantasia, sentimento de destruição e reconstrução (tanto artístico quanto social) estão na base desta estética alucinada, que marcou quase todos os campos das artes posteriores a ela. Depois da oficina de produção texto, comecei a desenvolver um profundo respeito pelas criações oníricas. Com o tempo, passei a encontrar pontos de contato entre as técnicas aprendidas em 1993 e os movimentos de vanguarda como o dadaísmo e o surrealismo. E passei a pesquisar as técnicas e a me aproximar, também, da pintura e das artes plásticas em geral.
Utilizar tudo isso em sala de aula foi uma possibilidade que surgiu quando comecei a ministrar oficinas na Casa da Linguagem, em 1997, e elas se estenderiam até o primeiro semestre de 2003. No começo, foram cursos tímidos. As invencionicies viriam depois: a imensa vontade de reunir num curso várias linguagens: literatura, música, pintura, teatro, cinema, fotografia, dança, sonho e fantasia... Trabalhar para que se estabelecesse um diálogo entre a literatura e as várias artes. Criar textos e explodir em muitas linguagens. Vivenciar vários sistemas. E o Surrealismo, um movimento em que predomina a invenção coletiva e a reunião das artes, serviria amplamente a estes objetivos.
A Casa da Linguagem é uma instituição pública da cidade de Belém, no Pará. Trata-se de uma ampla construção colonial, na qual são ministrados cursos livres e gratuitos de: desenho, literatura, pintura, dança, teatro, fotografia, cinema etc. O público das minhas oficinas era de adolescentes e jovens. Em geral, as turmas eram de 12 a 20 alunos. Meu maior objetivo era criar um ambiente agradável e amigo, em que as pessoas fizessem tudo coletivamente. Criar um lugar para se ficar muito tempo, para sonhar, para se confessar coisas e, se fosse o caso, como tantas vezes aconteceu, chorar também. Um lugar para se dizer, sem medo...
Sobre o trabalho em grupo, elemento direcionador da minha prática, é preciso mencionar o fato do movimento surrealista ter contribuído muito para romper com a noção de arte como uma invenção individual e ter proposto o trabalho coletivo. Um exemplo disto é o jogo do cadavre exquis (cadáver delicado), o qual "consiste em criar uma frase coletiva, sendo que o jogador desconhece o que o vizinho escreveu anteriormente. A primeira frase obtida — O cadáver delicado beberá o vinho novo — batizou o jogo."6 O cadavre exquis é similar ao jogo do leque, anteriormente apresentado. A proposta do primeiro é criar apenas uma frase, também se pode adaptar e criar um desenho com este jogo7, e a proposta do segundo é escrever um verso em cada dobra do leque e criar um poema.
Não é preciso nem dizer, utilizei todas as técnicas ensinadas por Alberto. E pesquisei outras, criei outras e outras. Abaixo, um poema, escrito por um grupo de adolescentes e jovens, em uma das sessões da Casa Linguagem:
Procura-se...
à Martha Medeiros
Rapaz inibido, desinibido, desiludido que não tenha medo do mundo
Estruturado ou desestruturado... Não importa
Magnético, energético, magnetizado
Envolvente, absorvente, ob... Fluorescente
Tentador, atentado ao pudor, catalizador
Atento, desatento às futilidades e leviandades
Formal, casual... muito mau
Para ser o tal no meu quintal
(Que corte a grama, lave a roupa, faça biscoitos,
frite pastéis... Seja meu Amélio de Verdade)
Para pura diversão
Para simples enganação
Para uma festa no cemitério (Halloween!!!)
Para amor sem dor
Para fazer calor...
De cabelos revoltos, não oleosos
Que não faça mega-hair
E não pegue no meu pé.
Criação coletiva: Adriana Ábia, Elaine Brito, Jaqueline e Telma Monteiro.8
Para a elaboração deste texto, foi realizada a seguinte proposta: foram dispostas, na vertical, palavras inusitadas e sugestivas. Em seguida, pedi para que desenvolvessem, em grupo, um verso para cada palavra. E o texto foi nascendo assim. O grupo de palavras foi o seguinte:
PROCURA-SE...
INIBIDO
ESTRUTURADO
MAGNÉTICO
ENVOLVENTE
TENTADOR
ATENTO
FORMAL
CABELOS REVOLTOS
PARA COMPROMISSO SÉRIO
PARA AMOR SEM DOR
PARA ...
Muitos participantes, logo no início das oficinas, apresentavam muitas dificuldades em relação à composição textual. Havia receio, medo. Eram freqüentes frases do tipo: "Eu não vou fazer nada, eu não sei". "Eu não volto mais aqui!". "Eu não estou acostumado com isto!". No entanto, as primeiras atividades sempre eram mais curtas e isto facilitava bastante. O texto, acima, por exemplo, foi escrito num momento mais amadurecido. Algumas coisas ajudavam a liberar o sentimento poético do grupo: a pintura, o teatro, a música, o cinema (não vou tratar, especificamente, do cinema aqui, mas trabalhei com filmes como O cão andaluz, de Luis Buñuel).
Abstracionismo e encantamento:
Numa tarde, eu trouxe muitos vidros de tinta guache, pincéis e ainda papel. Folhas bem grandes... Foi uma surpresa, pintura em aula de produção de texto! A turma foi dividida em grupos e foram feitos trabalhos abstratos, muito coloridos. Todos sentaram-se, fizeram muitas formas com as mãos ou utilizaram folhas secas. As ranhuras das folhas decalcaram o papel. Ao fim da tarde, fadiga e manchas muito sugestivas. Um dos trabalhos foi sorteado. Outros foram recortados e divididos, preciosamente, entre todos. Abaixo, a parte que me coube:
Ainda com relação à pintura, eu lhes trazia reproduções, em pôsteres grandes ou livros, de todos os artistas possíveis. Tanto surrealistas quanto autores com eles relacionados, como Bosch, Marc Chagall ou Van Gogh. E uma das propostas freqüentes era a criação de poemas e narrativas a partir de quadros:
4 Girassóis para Van Gogh
Cadeira, mesa e cama
que mais pode querer
uma solidão vangoghiana ?Fúria e agonia
campo minado de genialidade
Van Gogh arde em azul e amareloÀs vezes luz ora lamina de punhal
meu desejo
Vivo girassol singra pela tarde
Realismo fantástico que me cegou
— Estou encantada
Telma Monteiro
Quem matou Joana D’arc?
Sobre o teatro, eu procurava sempre o recurso da voz e do corpo. Contava histórias, narrativas de fadas, aventura ou encantamento. Aranhas gigantes, na mais alta torre do Castelo de Vidro, teciam fios mágicos e, nesta ocasião, envolvia toda a turma com serpentinas coloridas. Outras vezes, propunha criações coletivas de histórias oralmente. Muitos objetos em uma sacola plástica, eu iniciava a história: "Era uma vez um menino que queria conhecer o mundo, mas não tinha nenhum vintém e daí...". A sacola passava de mão em mão, enquanto uma música ritmada tocava e, quando a música parasse, quem estivesse com a sacola deveria retirar um objeto e continuar a história a partir do que estivesse em suas mãos. E, assim, tudo prosseguia até a sacola esvaziar. A história, por conta do inusitado e da surpresa provocada por cada novo objeto, enveredava pelo campo do sonho. Outra possibilidade era distribuir pequenos trechos de peças de teatro e propor uma encenação ou sugerir que lessem textos rindo e depois chorando. Ou ainda que lessem um texto como se fossem narradores de um jogo de futebol. Outras vezes, eram sorteadas frases dramáticas ou divertidas e eles deveriam dizê-las com toda a força dos pulmões: Quem matou Joana D’arc?
Os sons da natureza:
Outra coisa que foi trazida, largamente, para o contexto das aulas, foi a música instrumental: música erudita, sons da natureza ou compositores como Kitaro. A música era, religiosamente, parte do início das aulas, durante as sessões de escrita automática. Eles escreviam durante cinco ou seis minutos, livremente, e depois liam o texto em voz alta. Era um texto escrito não para ser revisado pelo professor como, por se tratar de uma aula de criação de texto, se dava com as outras coisas escritas. Este era um texto realmente livre e sagrado. Estava totalmente fora de quaisquer regras. Era um texto escrito para ser lido em voz em alta. Era um texto deles, todo deles.
Partindo da música e da contemplação interna que ela nos possibilita, propunha, também, a leitura de haicais. Esse tipo de composição não é originária do movimento surrealista, mas as atividades fundamentavam-se, sobretudo, numa busca interior e os haicais se coadunaram, perfeitamente, com essa procura. Os pequenos poemas japoneses de 3 versos descrevem as belezas das estações: primavera, verão, outono e inverno. Através deles o poeta produz cromos, uma verdadeira pintura com palavras. Inicialmente, eles liam muitos haicais uns para os outros e, em seguida, eram convidados a ir contemplar a beleza do jardim, da escada de pedra, do pequeno coreto no centro. Sentir a suavidade das folhas, ouvir mais calmamente o vento... Em seguida, era escrever os pequenos versos9, descrever os detalhes. Encontrar a beleza interna das formas visíveis. Ouvir o barulho das folhas caindo, do caminhar lento de uma lagarta. Entregar-se à natureza, senti-la... Depois, já em sala, eles liam os poemas escritos ao som de música instrumental japonesa. Em uma dessas oficinas, foi gravada uma fita cassete no dia da atividade. Todos se ouviram, uma bela surpresa...
Para muitas pessoas o surrealismo é, apenas, o que vem ditado do inconsciente, de forma quase mediúnica — o que é corroborado pelas primeiras afirmações feitas pelos próprios surrealistas, como o conceito de surrealismo, sob a forma de verbete de dicionário, citado neste artigo . No entanto, o surrealismo é, sobretudo, uma poética de liberdade e está fundamentado na reunião de opostos, das idéias contrárias:
É ainda o Surrealismo o grande propiciador de súbitas convergências[;...], com uma racionalidade que o põe longe de qualquer culto do irracional, ao contrário do que se poderia pensar à primeira vista. Ao afirmar a importância do inconsciente e do irracional, o Surrealismo procede com método, transformando-os em objeto de pesquisa, praticando uma investigação minuciosa de muitas faces da realidade.10
O surrealismo é empregado sobretudo como um princípio para se chegar a imagens oníricas e inconscientes. É o encontro do guarda-chuva e da máquina de costura sobre a mesa de cirurgia, de que fala o conde de Lautréamont, em seus Chants de Maldoror. Desta forma, em busca das "súbitas convergências" e do grau de encantamento que isto pudesse provocar entre os participantes é que foram pensadas as atividades. A proposta não era colocá-los para escrever como se fossem médiuns realizando psicografias. Mas levá-los a experienciar o princípio do surrealismo, baseado na reunião dos contrários e na LIBERDADE.
AMOR, POESIA E LIBERDADE são as linhas fundantes do surrealismo11. E foi esta toda a procura que almejei desenvolver com os grupos durante aqueles encontros. Sendo assim, palavras da bailarina Isadora Duncan, que não foi uma surrealista, mas uma pessoa que procurou expressar o AMOR: "Coloquem suas mãos no coração como eu faço e escutem sua alma, e todos saberão dançar tão bem quanto eu."12
BIBLIOGRAFIA
1. ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi. O cacto e as ruínas. São Paulo: Duas cidades, 1997.
2. DE MAN, Paul. Semiologia e Retórica. In: Alegorias da leitura. Tradução de Lenita Esteves. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
3. DUNCAN, Isadora. Minha vida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
4. LIMA, Sérgio. A aventura surrealista. São Paulo: Editoras da Unicamp e Unesp / Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
5. MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1997.
6. REBOLÇAS, Marilda de Vaconcellos. Surrealismo. São Paulo: Ática, 1986.
7. RODARI, Gianni. Gramática da fantasia. Tradução de Antonio Negrini. São Paulo: Summus, 1982.
1 Este artigo, sob o formato de um pequeno relato de experiência, é também a maneira encontrada para homenagear a figura humana e desconhecida deste funcionário da reitoria da UFPa, falecido há alguns anos.
2 A maioria dos jogos, utilizados por Alberto, foram extraídos da obra: RODARI, Gianni. Gramática da fantasia. Tradução de Antonio Negrini. São Paulo: Summus, 1982.
3 DE MAN, Paul. Semiologia e Retórica. In: Alegorias da leitura. Tradução de Lenita Esteves. Rio de Janeiro: Imago, 1996. P. 23.
4 O movimento dadaísta surgiu em 1916, em Zurique, e era formado por jovens artistas franceses e alemães. Eles fugiram de seus respectivos países para não serem convocados para a I Guerra Mundial. O movimento, liderado por Tristan Tzara, é um grande atitude de contestação aos valores políticos e artísticos. Dentre as técnicas sugeridas por eles para a criação de um poema, existe a seguinte: colocar várias palavras num saco e depois tirá-las aleatoriamente. O resultado seria um poema dadaísta. O dadaísmo é considerado um movimento precursor do surrealismo.
5 MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1997. P. 485: "O termo "surrealista", porém, deve-se a Guillaume Apollinaire, que o empregara na caracterização de sua farsa Les mamelles de Tirésias (1917), subintitulando-a drame surréaliste. A trajetória histórica do Surrealismo teve início em dezembro de 1924, com o lançamento do periódico La Revolution surréaliste, que inseria o primeiro manifesto elaborado por Andre Breton, no qual se expunha o programa estético do movimento e se lhe definia o significado em forma de dicionário: SURREALISMO: s.m. Automatismo psíquico puro por cujo intermédio se procura expressar, tanto verbalmente como por escrito ou qualquer outro modo, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, com exclusão de todo controle exercido pela razão e à margem de qualquer preocupação estética ou moral. "
6 REBOLÇAS, Marilda de Vaconcellos. Surrealismo. São Paulo: Ática, 1986. P. 89.
7 O desenho, através do cadavre exquis, foi muito praticado pelos surrealistas. Há desenhos bastante conhecidos feitos, conjuntamente, por Andre Breton e seus companheiros. O resultado é sempre uma figura quimérica.
8 O textos e a pintura, utilizados neste artigo, resultaram de uma oficina ministrada na Casa da Linguagem no segundo semestre de 2002. As oficinas tinham, sempre, a duração de um mês.
9 Originalmente, o haicai é um poema constituído de três versos, dos quais dois são pentassílabos e um, o segundo, é um heptassílabo. No entanto, nesses cursos de criação de texto, foi abolida a contagem de sílabas poéticas.
10 ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi. O cacto e as ruínas. São Paulo: Duas cidades, 1997. P. 88.
11 LIMA, Sérgio. A aventura surrealista. São Paulo: Editoras da Unicamp e Unesp / Rio de Janeiro: Vozes, 1995. P.206: "O Amor, essa luz na grande vertente da aventura humana, tem sido cantado e vivido no Surrealismo como uma revelação. O Amor, ao lado da Poesia e da Liberdade, forma esse triângulo essencial que passou a se constituir na própria divisa do Movimento Surrealista."
12 Ver: DUNCAN, Isadora. Minha vida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.