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Psicanálise, Educação e Transmissão
On-line ISBN 978-85-60944-08-8
On-line ISBN 978-85-60944-08-8
Abstract
FREIRE, Ana Beatriz, RIBEIRO, Jeanne Marie Costa and MONTEIRO, Katia Alvares de Carvalho. Psicanálise em extensão: uma experiência com adolescentes autistas e psicóticos na comunidade.. In: PSICANALISE, EDUCACAO E TRANSMISSAO, 6., 2006, São Paulo. Proceedings online... Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032006000100041&lng=en&nrm=abn>. Acess on: 11 Dec. 2024.
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir os efeitos de uma experiência de tratamento na clínica psicanalítica em extensão com adolescentes autistas e psicóticos que visa, na singularidade de cada caso, uma saída subjetiva compatível com algum laço social. A partir do convênio estabelecido entre o Instituto Philippe Pinel e o Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica da UFRJ com o apoio do CNPq, esta experiência é conduzida por profissionais e estagiários de ambas as instituições. Constituiu-se um grupo de trabalho que implementou um novo dispositivo de tratamento para adolescentes atendidos no serviço infanto-juvenil do Instituto Philippe Pinel, através da utilização de recursos externos ao espaço institucional de tratamento no qual esses adolescentes, desde crianças, estão inseridos. Depois de alguns anos de trabalho, a equipe se deparou com impasses ligados à saída das crianças desse serviço, pois, quando adolescentes, resistiam às possíveis tentativas de encaminhamento para serviços de adultos, o que resultava freqüentemente em crises ou agravamento dos casos. Este dispositivo procura manter um lugar vazio de saber, uma vez que nenhuma das equipes das duas instituições se coloca como detentora de todo o saber sobre o adolescente, possibilitando assim o aparecimento da posição subjetiva e singular de cada um nos destinos e circuitos a serem traçados pela cidade. Os adolescentes realizaram atividades fora do ambiente hospitalar, incluindo visitas a museus, centros culturais, shoppings, lan houses, parques públicos, construindo novos percursos pela cidade, através de seus bairros e ruas. Constatamos nesses anos de experiência, que esse dispositivo se distingue do "acompanhamento terapêutico" standard uma vez que não pressupõe um social ou Outro prévio a quem o sujeito deve se adaptar. Nesse dispositivo, tentamos, no caso desses autistas, acompanhar o reviramento possível do Outro louco que faz devastação em direção ao sintoma e ao laço social. Esse dispositivo se diferencia também do standard institucional, pois está aberto às condições e atividades do quotidiano da comunidade e visa, dentro do possível, a construção de um laço social.
Keywords : laço social; autismo; psicanálise.