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Psicanálise, Educação e Transmissão


On-line ISBN 978-85-60944-08-8

Abstract

GAVIOLI, Camille Apolinário. Reflexões acerca do tratamento e escolarização de crianças psicóticas. In Proceedings of the 6th Psicanálise, Educação e Transmissão, 2006 [online]. 2006 [cited 20 April 2024]. Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032006000100075&lng=en&nrm=iso> .

Esse texto surge de inquietações vividas no tratamento de crianças psicóticas atendidas na Pré-escola Terapêutica Lugar de Vida, instituição situada no IPUSP, e tem como propósito precisar o lugar do analista nesse trabalho através da discussão teórico-clínica de algumas cenas da clínica. Há muitos analistas que, ao trabalharem com crianças percebem a presença da dimensão educativa. Lajonquière fala que toda relação estabelecida entre um adulto e uma criança passa pela dimensão educativa. É preciso estar atento ao que isso quer dizer quando pensamos na especificidade da educação e da psicanálise com crianças, mais precisamente as psicóticas - que é o campo onde essas duas práticas parecem estar mais próximas - assim como, no trabalho do educador e do analista. Indagar sobre a posição do analista é uma questão que diz respeito à ética da psicanálise, então é importante perguntar de que maneira tal posição se conjuga com a do educador. Qual o papel do analista no tratamento de crianças psicóticas? Sustentar essa indagação parece relevante quando se considera a complexidade que a psicose infantil implica, e que na prática faz surgir um mal entendido: analista e/ou educador? Se de um lado, está colocada a problemática em termos da ética dos profissionais, especialmente atualizada com a política de inclusão, de outro, está a criança que sofre e é nome dela que se justifica tal discussão. O terreno dessa discussão é polêmico e árduo, mas fértil. A história revela os inúmeros encontros entre psicanálise e educação. Pois bem, discuti-los ainda hoje é pertinente já que as práticas de educação e tratamento são fruto de uma tradição, ao mesmo tempo, que por continuarem a existir na modernidade, tais impasses evidenciam um mal estar. E Freud no ensina que, diante do mal estar, a psicanálise não deve recuar. Enfim, se é a experiência clínica que alimenta a teoria e, é do sujeito, do singular que a psicanálise se ocupa, parece que a discussão de caso pode ajudar não no imediato esclarecimento, mas na reflexão sobre a práxis. A teoria deve ser posta à prova pela clínica e por isso não deve ser lugar de conclusão, mas um lugar de descobertas.

Keywords : Psicanálise; Educação; tratamento; psicose infantil.

        · text in portuguese