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Formação de Profissionais e a Criança-Sujeito


ISBN 978-85-60944-12-5 versão

Resumo

Este trabalho discute as maneiras como os pediatras escreveram em seus manuais de puericultura sobre quem é o recém-nascido e as prováveis implicações desses discursos na relação inicial entre a mãe e o seu bebê. Dito de outra maneira, busca-se perceber como os médicos apresentavam às mães a criança recém-nascida: suas características, seu comportamento, suas necessidades. Entende-se que as informações científicas sobre o bebê fornecidas pelos especialistas orientavam as mães sobre como interpretar os sinais e as reações do bebê e como agir diante de suas manifestações. Traziam respostas para as dúvidas das mães sobre a aparência, a atitude, o choro, o sono, a fome do neonato. Fundamentados em seus conhecimentos e em sua vasta experiência clínica, os médicos ofereciam explicações científicas e orientações práticas. Tendo em vista os principais objetivos dos compêndios de puericultura, que eram reduzir as elevadas taxas de mortalidade infantil e ajudar a constituir uma população saudável, os autores favoreciam uma relação inicial mãe-bebê caracterizada pela observância rigorosa de recomendações higiênicas. A pesquisa incide sobre 16 manuais de puericultura publicados no Brasil entre 1919 - ano de publicação das Consultas Práticas de Higiene Infantil, de Fernandes Figueira - e 1968, ano de surgimento da revista Pais e Filhos, publicação que permitiu ampliar significativamente a divulgação dos conhecimentos da puericultura no país. A análise fundamenta-se nos escritos de Michel Foucault e outros autores contemporâneos sobre o conceito de governamentalidade.

Palavras-chave : relação mãe-bebê; manuais de puericultura; história da infância.

        · texto em português