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Formação de Profissionais e a Criança-Sujeito


 ISBN 978-85-60944-12-5

Abstract

BRASIL, Katia, AMPARO, Deise Matos do, FONTOURA, Fernanda et al. Um psiquismo para dois na psicose: a escola e a psicoterapia como interdição. In Proceedings of the 7th Formação de Profissionais e a Criança-Sujeito, 2008 () [online]. 2009 [cited 20 April 2024]. Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032008000100043&lng=en&nrm=iso> .

Este trabalho tem como objetivo abordar a relação mãe-filho em um caso de psicose no qual a escola e a psicoterapia têm um efeito interditor da simbiose e da colagem psíquica. A dificuldade de separação da díade, nos atendimentos clínicos e na avaliação, realizada com o método de Rorschach, aponta para a existência de um fantasma fusional pré-genital, um psiquismo-para-dois. Discute-se nesse trabalho fragmentos das sessões de psicoterapia da mãe e dados do Rorschach da mãe e do adolescente diagnosticado como psicótico. Na psicoterapia, a repetição fusional ocorre pela via da transferência e a simbiose mãe-filho comparece nas atuações da paciente no setting terapêutico, o corpo fusionado surge concretamente, denotando a dificuldade de realização da mediação simbólica. No Rorschach da mãe fica caracterizado o comprometimento psíquico, pelos seguintes sinais: auto-referência, depressão, concretização do pensamento, instabilidade do humor, dificuldade de diferenciação e de constituição da identidade corporal. O Rorschach do adolescente apresenta: contato com a realidade precário; mundo externo percebido como ameaçador, persecutório e destrutivo; sinais de fragilidade do controle afetivo; pouco domínio dos impulsos e, tendência à passagem ao ato. A análise qualitativa da prancha materna evidencia elementos fusionais, desvitalização e conteúdos mórbidos. Diante da natureza fusional do vínculo, as possibilidades de distanciamento e separação entre mãe e filho se fazem pela via do espaço escolar e psicoterapêutico. Nesse sentido, as ambivalências do investimento da mãe na escolarização do filho denunciam a temida filiação simbólica do adolescente com a instituição escolar e a psicoterapia permite à mãe a construção de um contorno corporal e psíquico que dão sentido à vida pulsional. A tentativa concreta da mãe em demolir o espaço psicoterápico e escolar, como função de interdição da relação fusional com o filho, denota que a separação e a diferença são temidas, pois ameaçam a (in)divisão essencial para sobrevivência psíquica de ambos.

Keywords : simbiose; escola; psicoterapia.

        · text in portuguese