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O declínio dos saberes e o mercado do gozo
a psicanálise na educação

ISBN 978-85-60944-35-4 versión on-line

Resumen

SILVA, Gilmar Moura da. O declínio da autoridade docente: impasses na suposição de saber?. In Anales del 8 O declínio dos saberes e o mercado do gozo, 2010, São Paulo, São Paulo, São Paulo (SPSPSP, Brasil) [online]. 2011 [citado 29 Marzo 2024]. Disponible en: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032010000100023&lng=es&nrm=iso> .

Denúncias sobre a falência das instituições sociais, o aumento das situações de conflito que emergem no cotidiano escolar, manifestas na forma do desrespeito e da indisciplina exacerbada dos alunos, a perplexidade de projetos educacionais ante a diversidade cultural, entre tantos problemas contemporâneos, em regra, veem associados a uma crise de autoridade, consequência de um declínio dos saberes, não só aqueles da tradição e da religião, como também dos saberes filosóficos e científicos na atualidade.Para a psicanálise, a suposição de saber implica a princípio uma crença no Outro, crença de que ao me endereçar a esse Outro um saber não sabido possa se produzir. Haveria na contemporaneidade impasses nesse campo da suposição de saber? A derrisão do saber e o desregramento do gozo seriam efeitos da suplantação dos ideais éticos, sócio-culturais e políticos de uma sociedade que preconiza a precariedade e efemeridade de tais ideais, em prol da eficácia técnica e do culto do excesso hedonista, manifestos nos novos estilos de vida modernos?Tais questões ganham bastante centralidade em nossos tempos. No campo da educação, aparecem expressas nas formas da desautorização docente e fragilidades do vínculo educativo. Vínculo educativo, aqui entendido como a relação do sujeito com a civilização, que envolve sempre um agente, o sujeito e o saber. O saber em jogo define o vínculo. Quando se esmaga a dimensão do saber, o vínculo educativo se reduz a uma suposta relação eu-tu, excessivamente imaginária, e geradora de tensões. A depreciação do saber na esfera educativa parece indicar que, hoje, a aprendizagem se realizaria sem o mestre. Ele talvez tenha se tornado um mero e geral conhecedor das coisas, pouco destro e muito superficial em lidar com o conhecimento e com a experiência. O discurso pedagógico e sua institucionalização contribuíram fortemente para isso. Trata-se de um discurso de inspiração moderna de abafar as diferenças em prol de um mundo de iguais. A dimensão do particular e do desejo fica desse modo desconsiderada. A erosão do saber abrem as comportas do gozo. O descrédito na função da palavra, função essencial à constituição do sujeito suposto saber, inviabiliza um saber fazer com o gozo. Denuncia-se assim, todos os semblantes que sustentam a relação com o Outro, inclusive os de autoridade. Surge no lugar, práticas de ruptura e de impostura, que só faz repetir o gozo. Forma-se uma espécie de comunidade do gozo que os separa do mundo do Outro. Diante desses impasses na suposição de saber do mundo contemporâneo, que saber a psicanálise pode ofertar no mercado do gozo? Seria o de possibilitar ao sujeito formular ou encontrar um nome para dizer do gozo de seu ser? É o que necessitamos saber...

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