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O declínio dos saberes e o mercado do gozo
a psicanálise na educação

ISBN 978-85-60944-35-4 versión on-line

Resumen

MRECH, Leny Magalhães. O declínio dos saberes e o mercado do gozo: a psicanálise na educação. In Anales del 8 O declínio dos saberes e o mercado do gozo, 2010, São Paulo, São Paulo, São Paulo (SPSPSP, Brasil) [online]. 2011 [citado 19 Abril 2024]. Disponible en: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032010000100034&lng=es&nrm=iso> .

A primeira questão em destaque refere-se ao título e diz respeito a quais saberes estão em declínio nos dias atuais. Para os participantes do NUPPE e para muitos professores, a resposta mais imediata é a de que são aqueles historicamente estabelecidos, vindos de uma longa tradição cultural: os saberes humanistas. Esse enfoque revela o próprio direcionamento que a cultura vem tomando: são as novas formas de ação.No Seminário XVI, De um Outro a outro, Lacan discute os efeitos do discurso capitalista na sociedade contemporânea e assinala que esses efeitos têm-se tornado cada vez mais agudos, porque são de um tipo novo de mercado: o do saber. A cultura tornou-se mais um produto no mercado (Mrech, 2001) e os saberes surgem como mais um produto da cultura no mercado da sociedade informatizada. E essa banalização acaba levando a uma confusão com a simples informação e o mero conhecimento. Há uma liquefação dos produtos da cultura - aspecto assinalado por Zygmunt Bauman (2008), quando aponta que vivemos na era da modernidade líquida. Essa faz contraponto à modernidade sólida de séculos passados, quando vigorava o saber convencional das humanidades e universal. Nessa fase da modernidade líquida, vive-se a era do saber líquido que sempre se transmuta e se modifica, para se adaptar ao que é esperado pelo mercado no aqui e agora. Do livro à biblioteca digital; da música em disco para o CD e os MP5; dos filmes aos arquivos digitais. Vivem-se, de um lado, os tempos das mídias eletrônicas, nos quais é possível se acessar praticamente a tudo na internet. De outro, os produtos culturais adquirem um status de novas formas de fruição. Por exemplo, ouve-se música em qualquer lugar: no ônibus, no metrô, nos intervalos de aula etc. Essas mudanças afetam também a maneira como os  professores agem, levando-os a buscar novas práticas. Em muitas escolas, busca-se um contato mais efetivo com os alunos. A escola começa a fornecer alternativas, tais como: trabalhos corporais, teatro ou música em horários alternativos àqueles da sala de aula, revelando que o entretenimento se mescla hoje a muitos conteúdos da escola. Além disso, a escola tem sido afetada pelo declínio dos saberes e pelo mercado de gozo, o qual significa que os saberes viraram mais um produto no mercado e que se busca um saber com menos problemas para os alunos se relacionarem e que lhes dê pouco ou nenhum trabalho. Nesse sentido, Lacan revela que estamos diante de uma verdadeira economia de gozo, ou seja, vigora o que é mais fácil e rápido, bem no modelo das comidas previamente preparadas. E o processo não para aí: espera-se que essas mudanças gerem novos produtos e que os alunos sejam seus novos consumidores. A idéia é da criação de uma cadeia - como em uma fábrica - que nunca para, dentro da qual aluno e professor sigam em direção do próximo produto, para que a sociedade do mercado de saber possa se perpetuar. E, por trás de tudo isso está a implantação de uma cultura da fruição, do mercado do gozo, a qual prepara cidadãos para usufruírem os produtos à venda. Aí está a criação de uma cultura de consumo e, nela, os saberes sólidos são liquefeitos pelas práticas líquidas dos saberes práticos que os transformam em meras informações e conhecimentos, facilmente esquecidos - o que é sólido, como diz Marx, se desmancha no ar. A psicanálise na educação tem muito a contribuir neste momento, pois alerta a respeito da importância da ética, na tentativa de resgatar os sujeitos da educação, para que eles possam ir além dos saberes da fruição e do consumo. Na busca de novos agentes criadores da cultura e da educação, em vez de simples consumidores da cultura e da educação mercadológicas da sociedade contemporânea.

Palabras llave : Declínio dos saberes; mercado de gozo; mercado de saber; modernidade sólida; modernidade líquida.

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