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O declínio dos saberes e o mercado do gozo
a psicanálise na educação

ISBN 978-85-60944-35-4 versión on-line

Resumen

FOGACA, Marcia Regina. Uma aproximação entre  Hannah Arendt e  psicanálise via noção de autoridade. In Anales del 8 O declínio dos saberes e o mercado do gozo, 2010, São Paulo, São Paulo, São Paulo (SPSPSP, Brasil) [online]. 2011 [citado 25 Abril 2024]. Disponible en: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032010000100037&lng=es&nrm=iso> .

Hannah Arendt afirma no Epílogo de seu livro A promessa da política (2009) que "O moderno crescimento da ausência-de-mundo, a destruição de tudo que há entre nós, pode ser também descrito como a expansão do deserto". Sendo o mundo o artifício humano que "separa a existência humana de todo ambiente meramente animal" (p. 268) e "cuja potencial imortalidade está sempre sujeita à mortalidade daqueles que o constroem e à natalidade daqueles que vêm viver nele" (p.269), a ausência-de-mundo  é a  ausência do que há/havia/houve/deveria haver entre os seres humanos - que caracteriza o deserto. Em outro texto, A crise na Educação (Arendt, 1972), a autora  afirma que o contemporâneo estado de coisas na educação em crise nada tem a ver, estritamente, com a educação, mas  sim com as concepções de vida privada e mundo público que passaram a existir a partir da sociedade moderna - que se  conduziram em direção à indiferenciação entre ambas - e que foram tomadas pelos educadores, numa modernização tardia, sem crítica e sem reflexão sobre  as consequências que daí poderiam advir para a vida das crianças.Este breve trabalho pretende discutir tais afirmações arendtianas -  tendo como eixo a noção de autoridade - a partir de  conceitos psicanalíticos, por ver uma estreita relação entre estas e o que a psicanálise aponta como o mal-estar do sujeito moderno de não poder corresponder às exigências dos ideais simbólicos de sua época e de sua contemporânea fuga para o bem-estar  associado a todo tipo de consumo tamponador da falta. Em termos arendtianos,  tal fuga corresponderia à "derrota do Homo Faber" que consiste na redução dos objetos criados pelo homem para seu uso (contando com a durabilidade do objeto, sua permanência no mundo para além da vida biológica do artífice, a relação entre meios e fins, etc.) à categoria de objetos de consumo que remete à natureza cíclica e, portanto, repetitiva das necessidades vitais do Animal Laborans. Poderíamos dizer, freudianamente, que se trata de uma vitória da pulsão de morte, no que  está vinculada à repetição, e   de uma vitória do gozo, lacanianamente falando.

Palabras llave : política; educação; psicanálise.

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