9Seria a ausência do corpo do professor um meio de tornar a educação uma tarefa mais eficiente? author indexsubject indexsearch form
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Retratos do mal - estar comtemporâneo na educação


On-line ISBN 978-85-60944-35-4

Abstract

MARTINS, Aline Souza and SOARES, Sanderson Nascimento. Adolescência no crime: considerações sobre a transmissão do pai. In Proceedings of the 9th Retratos do mal - estar comtemporâneo na educação, 2012, São Paulo, São Paulo, São Paulo (SPSPSP, Brazil) [online]. 2012 [cited 28 March 2024]. Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032012000100057&lng=en&nrm=iso> .

Pensar a adolescência exige uma reflexão sobre a interação entre eu ideal e Outro, operação que é justamente fazer essa transposição entre o Outro familiar para o Outro social, na qual a educação tem papel central. A adolescência como sintoma é a possibilidade de fazer algo com o pai dado, um ultrapassamento pela perversão do pai e servir-se dele como sinthome, orientando o sujeito adulto no desejo. O mito do herói pode dar suporte a esse lugar de outro/Outro, emprestando seu corpo para que o adolescente faça uma versão singular de pai. O que fazer, entretanto, quando o pai e esse mito são anti-heróis, criminosos ou traficantes? Quando a educação perpassa leis familiares que contradizem as leis do código civil? Álvaro, um adolescente que cumpre medida socioeducativa, possui 17 anos e diversos atos infracionais desde os 12. O pai e o irmão estão presos por tráfico de drogas há cerca de 5 anos. Fica evidente que há uma transmissão pelos depoimentos "é a mesma coisa (...) é normal. Ele errou e eu também", "meu pai tá preso (...), meu irmão tá preso e agora eu". O ideal de eu é formado por valores relacionados às leis do crime em paradoxo constante com as leis sociais. O papel dos educadores e técnicos pode ser orientado no sentido de inserir pontos de indeterminação na identificação maciça com pai, preservando os aspectos da transmissão que apontem para uma saída que possibilite amar e trabalhar. Irrealizar o crime para que o sujeito possa perverter o pai construindo a partir de então um outro mito ao qual não se estaria tão assujeitado.

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