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IV Congresso Internacional de Pedagogia Social



Resumo

FARIA, Alessandra Ancona de. Meninas quietinhas x meninas mandonas: o teatro no meio da briga. In Anais do 4o. Congresso Internacional de Pedagogia Social IV Congresso Internacional de Pedagogia Social, 2012, São Paulo (SP, Brasil) [online]. 2012 [citado 04 Dezembro 2024]. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000092012000100002&lng=pt&nrm=iso> .

Este estudo parte de minha prática como professora de teatro em uma Fundação que trabalha com crianças e jovens de famílias de baixa renda. O grupo com o qual trabalhei em uma oficina de teatro que funcionou no contraturno das aulas estava constituído somente por meninas entre 10 e 12 anos. Exploramos a compreensão do fazer teatral pautado na improvisação, tendo a proposta de Viola Spolin (jogos teatrais) como norteadora do trabalho. Dentro deste trabalho, analisei duas pequenas montagens feitas com o grupo no decorrer de um ano e apresentadas somente dentro do espaço da Fundação, no horário das aulas, mas com a abertura para a presença dos pais. Na primeira montagem, feita com o propósito de ser criada uma história de terror, foi possível explorar com o grupo as diferenças entre as imagens do cinema e da televisão e o fazer teatral. Fica evidente a referência televisiva para a montagem de uma cena, sem a percepção das diferenças entre estas duas linguagens. Neste momento foi possível explorar com o grupo as características específicas do teatro, trabalhando o corpo e demais elementos como iluminação e sonoplastia. Na segunda montagem entramos em contato com um conflito permanente do grupo tanto comigo, como entre as meninas. Neste momento, pudemos por meio das cenas e da elaboração da peça, explorar os preconceitos e as relações de poder presentes no cotidiano de nossa aula. Trabalhamos com a alteridade na proposta de improvisação, na qual todas experimentaram todos os personagens propostos. A percepção do outro, das dificuldades experimentadas pelos papéis sociais assumidos e/ou impostos permitiu a ampliação da compreensão destes mesmos papéis. Neste percurso foi possível analisar não apenas as conquistas sobre os conceitos teatrais e sobre as possibilidades de expressão nesta linguagem, mas principalmente as mudanças no relacionamento das integrantes da oficina, na possibilidade de estabelecer vínculos e no questionamento da autoimagem resultante desta experiência. Faço, portanto, uma reflexão sobre as possibilidades que o ensino de teatro apresenta em uma comunidade com estas características, apontando alguns caminhos para lidar com este público.

Palavras-chave : Teatro; Dinâmicas de Grupo; Jogos Teatrais; Relações de Poder.

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