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Congresso Internacional de Pedagogia Social



Resumen

HILKNER, Regiane Rossi y HILKNER, Mauro. Ciganos: um mosaico étnico. In Anales del 4o. Congresso Internacional de Pedagogia Social Congresso Internacional de Pedagogia Social, 2012, São Paulo (SP, Brasil) [online]. 2012 [citado 29 Marzo 2024]. Disponible en: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000092012000200022&lng=es&nrm=iso> .

Pesquisar as manifestações da cultura cigana é sempre um empreendimento ambicioso, pois se constitui em uma prática polissêmica, que traz diversas possibilidades de interpretação, considerada ao mesmo tempo exótica, artística, religiosa, entre outras definições. Este artigo procura enfocar apenas um de seus aspectos: o corpo cigano enquanto uma construção social que, ao expressar-se, agencia memórias. Ciganos, unidade complexa, mosaico étnico. Ritmos, imagens. Materialidade e significação. O corpo cigano produz e é portador de significado, fonte de sentido. No seu clássico a respeito das técnicas corporais, Marcel Mauss (1974) nos ensina que o corpo deve ser pensado a um só tempo enquanto significação, ferramenta, agente e objeto: ele é, ao mesmo tempo, o instrumento original com que os humanos moldam o seu mundo e a substância original a partir da qual o mundo e a cultura são moldados. Assim, para ele, toda a expressão corporal é apreendida, tendo em mente a sua preocupação em demonstrar a interdependência entre o que chama de domínio físico, psicossocial, social e cultural. A sua principal contribuição talvez seja a demonstração de que o corpo humano nunca pode ser encontrado num suposto "estado natural". É no corpo que a matéria prima e a cultura são moldadas e inscritas. Nas sociedades ágrafas, como a cigana, só resta o corpo, funcionando como um livro ou um álbum, a pele como um pergaminho onde se inscreve uma história, uma recordação, um grito, uma esperança. Que mais seriam as pinturas e indumentárias corporais nos rituais que não o grito impresso dos corpos da comunidade? As cores da festa, da dor, da esperança: linguagens do corpo.Objetiva-se com este trabalho apresentar como as marcas corporais ciganas funcionam como uma veste. Em seus corpos incontestavelmente, estão registradas marcas visuais que, por vezes, usando a fantasia e o simbolismo, buscam espelhar a sua história e a sua ancestralidade. Há muitos séculos, ciganos partiram da Índia, mas ainda mantém em seus trajes a perpetuação dessa memória. O corpo cigano é uma representação forte que não cessa de encontrar novos meios para exprimirem-se, novas linguagens, novos valores e ideias, de tal modo que, quanto mais parece ser outra coisa, tanto mais é a repetição de si mesmo.

Palabras llave : Ciganos; Corpo; Memória; Mosaico Étnico; Cultura.

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