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An. 2. Congr. Bras. Hispanistas Oct. 2002

 

LÍNGUA ESPANHOLA

 

Discurso político e subjetividade enunciativa: análise de pronunciamentos presidenciais de Getúlio Vargas e Domingo Perón

 

 

Maria del Carmen F. González Daher; Dayala P. de Medeiros Vargens

UERJ (Rio de Janeiro)

 

 

O presente estudo envolve textos produzidos numa situação interativa sui generis dentro das relações trabalhador-governo: no 1º de Maio, dia originariamente destinado a congregar forças, protestar contra abusos, divulgar lutas e reivindicações dos trabalhadores, promove-se uma transformação que silencia o trabalhador e dá voz ao governo.

Neste artigo analisamos os pronunciamentos dos presidentes Getúlio Vargas (GV), do Brasil, e Domingo Perón (DP), da Argentina, ícones populares que se perpetuaram na memória dessas nações. Nosso recorte contempla os discursos realizados entre 1951 e 1954, período em que ambos ocupam, coincidentemente, a Presidência da República.

O objetivo desta pesquisa foi identificar imagens de governo e de trabalhador que se inscrevem por meio da enunciação nesses pronunciamentos, buscando compreender como, do ponto de vista enunciativo, se estabelecem essas interações. O marco teórico que orienta a investigação é o dos estudos enunciativos, sendo consideradas noções como as de subjetividade e gênero do discurso (BAKHTIN, 1992). Como categorias de análise recorremos ao conceito de cenografia discursiva (MAINGUENEAU, 1993), assim como, às marcas de pessoa (BENVENISTE, 1993; MAINGUENEAU, 1993; DAHER, 2000) e a diferentes formas de inscrição da heterogeneidade discursiva (AUTHIER-REVUZ, 1998; MAINGUENEAU, 2000; SANT’ANNA, 2000).

A seguir, apresentaremos os resultados da análise organizados em dois subitens. No primeiro incluímos as explicações relativas aos pronunciamentos de GV e aos passos metodológicos adotados, no segundo, as considerações relativas aos discursos de DP.

 

IMAGENS DE GOVERNO E TRABALHADOR

A concepção de Análise do discurso (AD) que aqui privilegiamos considera a enunciação como eixo da relação entre a língua e o mundo. Segundo Maingueneau (2000), o enunciado institui seus sentidos materializados em cenografias discursivas variadas a partir da articulação do conjunto de referências construídas pelos enunciadores discursivos (um EU que se dirige a um TU: locução discursiva), pelas marcas que caracterizam um tempo (um AGORA: cronografia) e um lugar (um AQUI: topografia). De acordo com o autor, são elas as que desenham os pontos de diferenciação/legitimação que o inscrevem sócio-discursivamente e que o instituem como realidade lingüística.

Tendo em vista o objetivo proposto, enfocaremos a análise das marcas lingüísticas de pessoa, pelas quais o enunciador se inscreve no enunciado, assim como a seu co-enunciador. Foi observado o uso da pessoa restrita e da ampliada em: (a) diferentes funções sintáticas; (b) marcas morfológicas das formas verbais; (c) possessivos. Somamos a este procedimento considerações acerca das diferentes vozes trazidas como apoio e/ou rechaço, que corroboram a construção dessas imagens discursivas (AUTHIER-REVUZ,1998; MAINGUENEAU, 2000; SANT’ANNA,2000). Ressaltamos que a categoria do discurso relatado está sendo compreendida como um termo mais amplo, posto que, segundo Maingueneau (2000, p.45):

Essa problemática ultrapassa amplamente a tradicional partição entre discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. São igualmente implicados fenômenos como a disposição entre aspas, o itálico, a modalização pelo envio a um outro discurso ("nos dizeres de X"...), as múltiplas formas de alusão a discursos já elaborados.

A seguir, passaremos a comentar algumas questões relacionadas à análise, ao mesmo tempo que procuraremos comentar os procedimentos metodológicos seguidos. Iniciaremos pelas considerações relativas à construção de imagens dos interlocutores. Segundo Maingueneau (1998, p.103), o enunciador ao instituir-se discursivamente assume diferentes papéis e atribui outros a seu co-enunciador :

Para os papéis que são desempenhados na interação, distinguimos os papéis discursivos propriamente ditos e os papéis institucionais, que são associados aos diversos gêneros de discurso. Enquanto os papéis discursivos são ocasionais (conselheiro, pedinte, conciliador, agressor, etc.), os papéis institucionais são estáveis (pai de família numa interação pai/filho, médico numa consulta, vendedor numa transação comercial etc).

O autor chama a atenção para o fato de que "não é necessário ser professor por profissão para se encontrar numa posição de ensinamento numa interação" (1998, p.103). A este "colocar-se na interação numa determinada posição" estamos chamando no nosso estudo de constituição de imagens, posto que elas nos permitem observar como se estabelecem nos pronunciamentos as identidades e as respectivas relações interativas.

Considerações acerca dos discursos de Getúlio Vargas (GV1951-1954)

Na análise dos textos de GV, a observação da freqüência das marcas de 1ª pessoa, permitiu-nos verificar que em todos os pronunciamentos o enunciador recorre ao uso tanto de marcas da pessoa restrita quanto da ampliada. Podemos dizer que essas marcas aparecem combinadas a diferentes facetas/imagens que esse enunciador se autodelega, em busca de legitimação ante seu interlocutor. A análise mapeou essa presença com variados índices de incidência, nos quatro discursos trabalhados. As imagens recuperadas nos pronunciamentos, onde há uma enorme preponderância da marca EU, inscrevem-no como um enunciador que se apresenta a partir das seguintes propriedades: amigo, leal, sincero, emotivo, esperançoso, demandante, defensor, protetor, conselheiro, ouvidor, porta-voz, messiânico, atuante, candidato e governo dos trabalhadores1. Ressaltamos a inseparabilidade dessa construção do EU da da imagem de governo2. Como forma de exemplificação da metodologia seguida, apresentamos, um fragmento do discurso de 19513 onde se concentram algumas dessas imagens acima relacionadas:

Depois de quasi seis anos de afastamento, [...], eis-me outra vez aqui ao vosso lado, [...] para falar com a familiaridade amiga de outros tempos e para dizer que voltei a fim de defender os interêsses mais legitimos do povo e promover as medidas indispensáveis ao bem-estar dos trabalhadores. (51GV/l.2-7)

No que se refere à marca de pessoa ampliada (NÓS)4, podemos afirmar que sua presença é reduzida nesses pronunciamentos, se comparada à da pessoa restrita EU. Verificou-se, ainda, um recorrente uso em situações que dificultam a identificação dos interlocutores inscritos, ou seja, um NÓS que permite compreensões variadas, com relação à inclusão ou não do enunciador/GV e do co-enunciador/trabalhador: "Achamo-nos numa encruzilhada, onde teremos que escolher entre dois caminhos: o de reforma social voluntária e conciente ou o da violência, que nada constróe."(52GV/l. 114-6).

Constatou-se, ainda, que o uso do NÓS na sua forma inclusiva aparece sempre numa situação enunciativa que aproxima enunciador e co-enunciador a partir da nacionalidade comum e/ou da relação institucional governo/ trabalhador: "A aprovação dêsse projeto será justa recompensa a grande classe dos trabalhadores rurais, principais responsáveis pela estabilidade e prosperidade da nossa economia e virá atender aos seus mais justificados reclamos" (54GV/l. 134-6). Foi observado também o uso do NÓS em contextos que excluem a participação do co-enunciador/trabalhador, o que dá destaque a do EU: "Hoje essa legislação, que permite a harmonia das classes, é o vosso patrimônio precisoso. Sabemos defendê-lo para vós e aumentá-lo para vossos filhos" (53GV/l. 177-9).

Seguindo nossa proposta de análise, passamos aos comentários relativos ao estudo de imagens do co-enunciador. Ao contrário do que possa parecer, não é tarefa fácil saber a quem se dirige um enunciador: "não basta ouvir um discurso para ser dele um co-enunciador"(MAINGUENEAU, 1998, p.23). No caso específico dos pronunciamentos de 1º de Maio, consideradas as coerções genéricas, temos um co-enunciador a quem não cabe interagir em turnos com o enunciador, como se costuma fazer numa situação de diálogo, face a face. Verifica-se uma posição assimétrica que não prevê intervenção durante o pronunciamento. Essa assimetria ocorre porque "para ser eu, basta tomar a palavra, enquanto para ser tu é necessário que um eu constitua alguém como tu" (MAINGUENEAU, 1993, p.11). E a forma pela qual o faz institui discursivamente o tipo de interação que se estabelece entre os parceiros desses discursos.

Nosso estudo tem seu foco na análise do co-enunciador que é instituído discursivamente pelo enunciador como modelo ideal. Segundo Maingueneau (1998), quando o enunciador se dirige a leitores ou a um auditório heterogêneo, a representação desse co-enunciador modelo é sobretudo forçada pelo gênero do discurso, ou seja, propicia uma caracterização muito mais estereotipada do que em outras situações de comunicação.

Para essa etapa do estudo, seguimos os mesmos procedimentos utilizados na análise do enunciador, acrescentando a identificação de denominações reformulantes de trabalhador (operário, assalariado, proletário) e a observação do vocativo ("Trabalhadores do Brasil"), entendido como um recurso que inscreve o co-enunciador de forma declarada: "Preciso de vós, trabalhadores do Brasil, meus amigos, meus companheiros de uma longa jornada"(51GVl. 65-6).

Nossa análise verificou a inscrição de imagens de co-enunciador tratado como amigo, leal, capaz, corajoso, solidário, humilde, desamparado, sacrificado e reivindicador.

Como expusemos anteriormente, ao estudo das pessoas somou-se o do discurso relatado, buscando melhor caracterizar a construção das imagens. O levantamento das vozes trazidas foi organizado em quadros, considerando a forma de inscrição no discurso, a responsabilidade do dito e as marcas lingüísticas utilizadas, conforme pode ser observado no quadro ilustrativo, apresentado a seguir.

 

 

Essa análise aponta uma elevada incidência de referências à voz do enunciador, presente em atos ilocutórios (tais como prometer, agradecer), em metadiscursos com funções variadas ("para falar a verdade", "refiro-me a"), ou ainda, em retomadas de ditos de outra situação de enunciação. Podemos afirmar que, mais que "falar" a esse público, o enunciador reafirma que "lhes fala". O que nos faz construir a hipótese de que essa voz em perspectiva caracteriza uma necessidade de reforçar/marcar que ele sempre fala ao trabalhador. Ressaltamos que o apoio instituído por meio desse recurso realça e propaga ainda mais a imagem do EU, além de deslocar o foco do discurso comemorativo: mais que falar sobre o trabalho ou o trabalhador, como poderíamos esperar, "o dizer que se fala ao trabalhador" é o que adquire relevância na interação. Institui-se, assim, um afastamento frente às determinações do mundo empírico e, conseqüentemente, à explicitação do estar ali falando aos trabalhadores. Quando o enunciador retoma suas palavras proferidas em outra situação de enunciação, por exemplo, não está se referindo ao AQUI e ao AGORA da interação, mas a um outro contexto discursivo: a dêixis discursiva suplanta a empírica. Enfatiza-se, desse modo, uma coerência, marcada por um tempo que parece não transcorrer, uma vez que só faz reafirmar as "certezas" desse enunciador: o que o enunciador/GV diz agora coincide com suas convicções no passado. Tal coerência apresenta-se como fiadora da confiança que o co-enunciador / trabalhador pode (e deve) depositar -lhe.

As outras vozes trazidas em muito menor número são referências a intertextos legais (conquistas do governo para os trabalhadores); a do trabalhador; e/ou a dos opositores do governo, denominados inimigos do povo e dos trabalhadores. Ou seja, todas essas vozes participam da construção de uma imagem de governo legitimada a partir de uma trajetória de conquistas alcançadas em defesa do trabalhador. A este por sua vez corresponde uma imagem de alguém que precisa do amparo governamental para continuar recebendo essas vantagens:

Oiço o clamor dos vossos apêlos mais prementes; calam-se fundo na alma o desamparo, a miséria, a carestia da vida, os salários baixos, o dinheiro que não chega para as necessidades mais inadiáveis, a luta contra a doença, o desespero dos desvalidos da fortuna e as reivindicações da maioria do povo, que vive na esperança de melhores dias. (51GV l. 51-5)

A seguir deteremo-nos nas considerações relativas aos pronunciamentos de DP.

Considerações acerca dos discursos de Domingos Perón (DV1951-1954)

Diferentemente da análise dos pronunciamentos de GV, a observação da freqüência das marcas de 1ª pessoa nos discursos de DP, verifica a predominância do uso da marca ampliada, à exceção do discurso de 1952. As imagens mapeadas identificam o enunciador/DP a partir das seguintes características: ser trabalhador, argentino, governo justicialista5, homem do povo, companheiro, irmão, amigo, conciliador, combativo, coerente, sacrificado, humilde, demandante, emotivo e Domingo Perón:

Que nuestro bienestar y felicidad presentes sean un anticipo promisor de todos los hermanos trabajadores que en el mundo luchan contra la tiranía del Estado o del dinero. (51DP l. 89-94)
Por eso, los trabajadores argentinos soñamos con pueblos que hayan despertado a su destino histórico ... (53DP l. 45-46)
Compañeros, hoy como siempre, la bendita fiesta de los trabajadores nos encuentra unidos, de corazón a corazón, en un pueblo dispuesto a dar la vida por PERON y en un PERON dispuesto a dar mil vidas por su pueblo. (53DP l. 70-2)

O enunciador/DP fala aos "companheiros", os trabalhadores argentinos, inscritos na interlocução, na maioria das vezes, pela marca NÓS, pelas diversas designações de "trabalhador" e, em menor proporção, por USTEDES ou por SEÑORES. Algumas das imagens atribuídas a este co-enunciador/trabalhador constroem-se, ainda, por oposição às dos trabalhadores de outros países do mundo:

... esa paz y armonía llegue también, mediante la justicia, a todos los trabajadores del mundo y en especial, a aquellos que hoy sufren la explotación del dinero o del Estado y que recuerdan esta fiesta con los puños crispados por la impotencia frente a la injusticia y frente a la ignominia. (51DP l. 15-18)

Podemos dizer que são atribuídas ao co-enunciador imagens que o inscrevem como companheiro, amigo, justicialista, organizado, corajoso, consciente, capacitado, eleitor, povo, cidadão, consumidor, lutador invencível, guardião da justiça social e conselheiro do governo:

Hoy podemos decir que los trabajadores argentinos estamos organizados, unidos y listos para luchar por nuestros derechos y nuestra dignidad. (51DP l. 107-109)
Compañeros: La conciencia social de la clase trabajadora argentina ha despertado ante los ojos admirados del mundo .... que ve en ella el ejemplo de la liberación de millones de esclavos que sufren bajo el látigo del capitalismo o del comunismo. (53DP l. 29-32)

Com referência ao levantamento das vozes, podemos dizer que também nesses discursos se verifica a inscrição de vozes do EU, trazidas de outras enunciações, caracterizando o enunciador/DP como homem fiel à causa dos trabalhadores: "Desde hace tiempo vengo diciendo que está llegando la hora de los pueblos". (52DP l. 1)

São trazidos também relatos atribuídos aos trabalhadores, a Eva Perón e a intertextos da "doutrina justicialista", todas vozes de apoio que reforçam a inscrição das diversas imagens do enunciador/DP. Esta polifonia integra harmonicamente uma cenografia que dá relevância ao NÓS, ao coletivo, ao popular.

Esta es la hora para lanzar nuevamente al mundo la sagrada frase de la liberación, diciendo en todos los idiomas de tierra: Trabajadores del mundo, uníos! (53DP l. 50-2)
EVA PERON .... murió diciéndome que no abandonase jamás a los trabajadores. (54DP l. 2-8)
El gobierno justicialista ha fijado también como doctrina en lo internacional esta premisa: ninguna decisión de la política internacional que implique una acción de guerra fuera de nuestro territorio, será tomada sin una previa consulta al pueblo. . (51DP l. 27-31)

Com relação a vozes de oposição ao governo, podemos citar a "dos que querem roubar" ao povo/trabalhadores, a dos que se omitem, a dos "assassinos de trabalhadores", por exemplo. Estas vozes também participam da construção da imagem do enunciado/DP, haja vista que ao serem trazidas para os pronunciamentos legitimam-no como o fiel companheiro nas lutas pela justiça social.

El que no quiere molestarse en nada dice que el Gobierno haga bajar los precios: el comerciante que quiere robar dice que lo que corresponde es dejar los precios libres. (52DP l. 45-7)
Por eso, compañeros, los radicales, autores -según parece- de esos cinco asesinatos, han producido su consabida declaración, su consabido manifiesto de siempre. En él repudian que el pueblo les haya desocupado la covacha inmunda de sus porquerías.
(53DP l. 10-)

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando nosso objetivo inicial, podemos dizer que a construção de imagens nos pronunciamentos de GV e DP dá-se a partir de posicionamentos enunciativos diferenciados. Os pronunciamentos de GV têm numa cenografia da ordem a garantia do diálogo entre o povo trabalhador e o governo, assim como o acesso futuro ao progresso. Cabe a GV a responsabilidade da concessão dos avanços sociais obtidos para a classe; ao trabalhador, apóia-lo como forma de proteção e condição de trabalho/cidadania. Temos, ainda, um enunciador que fala aos trabalhadores, legitimado por uma distância hierárquica que não o inclui na massa trabalhadora.

Os pronunciamentos de DP revelam-nos uma cenografia de justiça social alcançada a partir da organização e união do povo trabalhador argentino, sob a tutela da "doutrina justicialista". O enunciador/DP inscreve-se nos discursos legitimado pela intimidade do trabalhador que fala com/sobre os trabalhadores: "Hace ya muchos años, en Chicago, en un 1° de mayo como este, eran ahorcados por una justicia de clase enceguecida, un grupo de trabajadores que sólo reclamaban más pan para sus hijos y justicia para sus hermanos." (51DP l.2-5)

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUTHIER-REVUZ, J. Palavras incertas: as não coincidências do dizer. Campinas: Unicamp, 1998. 200p.

BAKHTIN, M.. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.196p.

_____. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992, 421p.

BENVENISTE, E. Problemas de lingüística general I.México:Siglo Veintiuno,1993. 218p.

BOBBIO, N. Dicionário de política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1999. 2133p.

CAPELATO, M.H.R. Multidões em cena: propaganda política no varguismo e no peronismo. Campinas, SP: Papirus, 1998, 311p.

DAHER, M. del C. F.G. Discursos presidenciais de 1º de maio: a trajetória de uma prática discursiva. São Paulo, 2000. 273p. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

MAINGUENEAU, D. Novas tendências em análise do discurso. Campinas:Pontes, 1993, 198p.

_____. Os Termos-Chave da Análise do Discurso. Belo Horizonte: UFMG, 1998, 155p.

_____. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001, 238p.

SANT’ANNA, V.L.A. Mercosul em notícia: uma abordagem discursiva do mundo do trabalho. São Paulo, 2000. 284p. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

 

 

1 Essas imagens são as de maior incidência e possuem diferentes possibilidades de atualização em cada pronunciamento.
2 O referente "governo" e seus respectivos co-referentes, nesse gênero discursivo, funcionam como uma forma de denominação do enunciador eu/homem/governo; mais que nomear ao ELE, nomeia ao EU, fundindo-os.
3 Como forma de facilitar a leitura, sublinhamos alguns trechos dos fragmentos. A grafia dos pronunciamentos corresponde a dos originais.
4 Na análise do NÓS, foi seguido o mesmo procedimento adotado no levantamento das marcas de EU. Trabalhamos com dois grandes blocos: o do NÓS inclusivo, entendido como o que comporta a junção/integração do enunciador e do co-enunciador, e o do NÓS exclusivo, compreendido como aquele que exclui da interação pelo menos um dos seus interlocutores.
5 Segundo Capelato (1998), o justicialismo foi o carro-chefe do peronismo e tinha como objetivo principal a "justiça social".