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An. 2. Congr. Bras. Hispanistas Oct. 2002

 

O subjetivismo e a relatividade do tempo em uma narrativa de fim de século

 

 

Lêda de Carvalho

UFF

 

 

Mendilow, em seu livro O Tempo e o Romance, lembra-nos de que o romance é uma forma de literatura relativamente nova, tendo se iniciado no século XVIII – o que lhe outorgou maior liberdade de concepção, devido à ausência da ação inibidora da crítica formal. Segundo suas palavras, ''o romance nascera muito tarde para ser sujeito aos dogmas paralisantes dos prematuros faltores-de-leis''. (MENDILOW, 1972, p.16).

A princípio o romance não foi considerado, pelos críticos, digno de maior atenção, não sendo levado muito a sério. Aquela forma de ficção, basicamente voltada para o ser humano comum, simple mortal, e seus conflitos habituais, parecia-lhe não merecer análises mais aprofundadas. Ao longo de sua carreira, contudo, o romance foi sofrendo transformações, de acordo com as mudanças ocorridas nos diversos núcleos sociais que retratava; paralelamente, sua importância como obra literária também foi sendo cada vez mais reconhecida. Em seu mundo ficcional surgem os reflexos da evolução do próprio homem. É assim que o romance moderno reflete, como uma de suas grandes preocupações, a questão do tempo:

A preocupação pelo tempo revela-se em tôda a arte, nos andamentos inquietos, ágeis e sincopados do jazz, e na libertação do acento da estrutura do compasso na música moderna. Está presente na busca dos poetas por ritmos mais livres em distinção aos padrões comparativamente fechados dos metros e estrofes tradicionais. Há artistas que tentaram veicular as impressões do tempo passando na pintura, isto é, do processo de movimento, não apenas do movimento aprisionado. Mas, em sua maior parte, deve sentir-se êste interêsse no romance (...). (MENDILOW, 1972, p.13).

No romance moderno, o tempo é tratado com maior liberdade, recebendo uma valorização especial que tanto pode ser expressa objetivamente quanto através de técnicas inovadoras, permitindo, ao leitor, acompanhar seu deslocamento dentro da trama romanesca. A utilização destas técnicas exige habilidade extrema da parte do autor para que possa produzir os efeitos desejados sem prejuízo da compreensão da história narrada.

A nova colocação do tempo, no romance, favoreceu a idéia de verossimilhança, ou seja, a arte como imitação da vida. É sabido que o transcorrer do tempo, na experiência humana, guarda peculiaridades que não se restringem a conceitos teóricos, escapando a toda tentativa de organizá-lo dentro de uma seqüência lógica, e a literatura de fim de século tende a reproduzir a expansão do pensamento humano, também nesse particular. Como referência para ilustrar o que exponho aqui aponto o romance Mala onda do escritor chileno Alberto Fuguet, que retrata a vida de um adolescente comum, em determinado momento dos seus dezessete anos, quando inicia uma caminhada interior em busca do auto-encontro. A subjetividade que caracteriza os romances, em geral, é enfatizada no livro de Fuguet sob vários aspectos, dentre os quais, talvez, o mais interessante seja o que se reflete na expressão relativa do transcorrer do tempo, que se subdivide em duas vertentes: externamente, corresponde à crônica de doze dias bem especificados no calendário; internamente, expande-se indefinidamente para dar lugar às experiências íntimas do protagonista.. Contudo, apesar das diferenças entre o universo interior e o exterior, há uma interação que faz com que ambos atuem sobre o personagem de modo sincronizado, acelerando seu processo de amadurecimento.

Não se pode dizer que Mala onda seja uma obra literária voltada especificamente ao problema do tempo e sua relação com o homem, entretanto, como afirma Meyerhoff, este é um assunto freqüentemente abordado na literatura recente. É ele próprio que nos chama a atenção para o que denomina ''significado social do tempo'' – aquele que nasceu com a sociedade moderna ocidental, trazendo mudanças que afetaram toda a vida humana, ao afirmar que

Foi esse o período que testemunhou revoluções na ciência e na tecnologia, revoluções políticas, reformas religiosas, um Renascimento artístico e literário e a revolução econômica denominada capitalismo moderno. (MEYERHOFF, 1976, p.78).

Na Antigüidade como na Idade Média, o conceito de eternidade era favorecido pelos preceitos políticos e religiosos. A filosofia e a religião tanto pregavam valores eternos e atemporais quanto permaneciam inalteradas as estruturas sociais que, por longo período, continuavam a produzir a mesma ordem hierárquica. O homem costumava projetar os seus valores mais profundos em direção ao além; ou seja, fora do mundo corpóreo – única dimensão onde poderia deparar-se com as maravilhas que povoavam seus sonhos. Esta concepção, porém, começa a obscurecer-se:

(...) como um resultado das novas e maravilhosas dimensões que se abriram ante a humanidade ''neste'' mundo e como parte do espantoso padrão de mudanças na história humana. Assim, o tempo veio a ser experimentado mais e mais como mudança constante, sendo inserido com a dimensão da vida e história humanas neste mundo mutável. (MEYERHOFF, 1976, p.79).

Meyerhoff cita, ainda, como contribuição para a queda do padrão de eternidade, a adoção de um sistema de mensuração do tempo na Física e o desenvolvimento de idéias filosóficas que, como na ciência, substitui o modelo do todo pela fração – um tempo ''atomístico'', como expressa Stefen Kern – cujas unidades interligadas formam um ''continuum'' temporal organizado.

As diferentes teorias históricas, a seu turno, tentaram também impor uma estrutura permanente e contínua ao fluxo do tempo, cuja seta apontava numa só direção, chamada progresso. Entretanto, até mesmo para o historicismo essa composição organizada falhou:

Finalmente, a reconstrução do tempo em termos da história falhou. A própria história tornou-se uma miscelânea de partes sem um modelo ''significativo'', seja em termos de modelo teórico – uma construção intelectual juntando os fragmentos do tempo – ou em termos de valores e aspirações humanas (MEYERHOFF,1976, p.83)

Um aprofundamento a respeito das críticas levantadas contra o historicismo, enquanto teoria lógica de força própria, unidirecional e inexorável, não vem ao caso. O que, sim, aproveita é o reconhecimento de que ''a crítica não prejudicou a validade do historicismo como um instrumento metodológico para fazer descrições objetivamente válidas e significativas.'' (MEYERHOFF, 1976, p. 87), embora nosso enfoque vá além dele.

A compreensão deste ponto confere importância à explicitação do quando em Mala onda. Do mesmo modo, a aceitação de que o tempo, na história, também é relativo, pode explicar o porquê de o autor procurar capturá-lo sob a expressão descentralizada, particular e multidimencional das experimentações do jovem Matías que, em última análise, indica uma visão mais acorde com as expressivas mudanças do pensamento humano que vêm-se manifestando desde fins do século XIX e início do século XX, até chegar às suas formas mais recentes. Stuart Hall afirma que

Podemos ver novas relações espaço-tempo sendo definidas em eventos tão diferentes quanto a teoria da relatividade de Einstein, as pinturas cubistas de Picasso e Braque, os trabalhos do surrealistas e dos dadaístas, os experimentos com o tempo e a narrativa nos romances de Marcel Proust e James Joyce e o uso de técnicas de montagem nos primeiros filmes de Vertov e Eisenstein. (...). Assim, a moldagem e a remoldagem de relações espaço-tempo no interior de diferentes sistemas de representação tem efeitos profundos sobre a forma como as identidades são localizadas e representadas. (HALL, 1997, pp. 70, 71).

E Barthes diz que

A NARRATIVA linear da História morre porque o que importa agora não é o real mas o inteligível, isto é, as formas de entender esse real. A História assim entendida aproxima-se da História como ''memória e reconstrução'' que uma nova filosofia da História (...) começa a investigar, (...) que desmonta os pressupostos da História positivista (...) através de um instrumental filosófico, basicamente, pela crítica do conceito de tempo contínuo e linear que é alicerce de uma História do vencedor, sem claros, sem lacunas, sem derrotas, sem enigmas, otimista, pretensamente objetiva, contínua. (...). Essa nova maneira de encarar a História expõe o relativo das perspectivas e revela que o discurso do historiador não é neutro, mas também supõe um AUTOR IMPLÏCITO a ordená-lo, e um NARRADOR com determinados ângulos de visão no enfoque dos fatos que recorta e conta. Ela é contemporânea de uma FICÇÃO que se cansa de fingir-se neutra e resolve também assumir o relativo e o subjetivo do contar. (CHIAPPINI, 1993, p. .84, 85).

Alberto Fuguet distribui ordenadamente os dias, durante o curto período em que se situa o romance, entretanto, quando se trata de situações revividas pelo protagonista, ele joga com o tempo, avança e retrocede de acordo com o valor que cada uma representa, em um dado momento, para o personagem. Essa indeterminação promove uma certa mescla entre presente e passado que faz o registro do fato público como algo que trespassa as referências estritamente relacionadas à apreensão particular do personagem, em um verdadeiro jogo de luzes que projeta seu foco sob diferentes perspectivas, alertando para a aplicação de uma estratégia narrativa que, no ato da leitura, deverá revelar seu objetivo em associação com a capacidade interpretativa de cada leitor. Agora vejamos como é possível relacionar até mesmo seu enfoque científico, com abstrações de tendência filosófica, no sentido de estabelecer uma conexão com o sentido subjetivo do tema em contraposição à idéia de um tempo público, convencionado socialmente. Sobre o desdobramento do tempo e sua relatividade, a Física moderna, com o conceito da quarta dimensão, onde o ponto é chamado de evento (HAWKING,1988), não só dinamizou a conceituação científica do tempo como trouxe em sua esteira uma revolucionária aproximação entre distintas visões a esse respeito. Tanto a experiência individualizada do tempo passa a atrair o interesse da ciência como o indivíduo começa a despertar para as novas e fascinantes conquistas científicas, dando início a um núcleo de convergência em relação ao assunto. Já não se trata mais de questões diferentes, mas de um assunto comum, talvez, com alguns pontos de conflito, provavelmente a serem superados em futuro próximo.

Houve tempo em que a ciência dava pouca importância às percepções pessoais do tempo e sua relatividade subjetiva repleta de nuanças e inesperados desdobramentos – considerados como assunto para outras áreas do conhecimento humano (filosofia e psicologia, por exemplo). Os conceitos por ela (ciência) elaborados, por sua vez, pouca atenção despertava fora de seu meio, entre os cidadãos comuns. Subitamente, tudo isto começou a mudar: a relatividade penetrou todas as concepções, não apenas quanto ao tempo, mas em praticamente todas as direções da vida e da experiência humanas.

Sem que se pretenda nenhum tipo de aprofundamento no campo da Física – o que não é de minha competência nem é o objetivo deste trabalho – é sempre importante recordar, ao se falar em tempo, as teorias científicas que trouxeram ao mundo esse novo conceito ao qual nos referimos acima, a partir do século XX. Mais do que nunca, o despertar de um novo milênio nos faz pensar no que foi que mudou, efetivamente, ao cruzarmos a fronteira temporal que nos separava do século XXI. Uma grande diferença individual e coletiva certamente não terá sido detectada na mera passagem de 31 de dezembro de 2000 para 1º de janeiro de 2001. Tendo em conta que alguns países do Globo viveram a passagem antes que outros e que existem culturas que celebram o mesmo evento em datas diferentes da maioria, nossa certeza de que a contagem do tempo não passa de uma convenção humana se consolida definitivamente.

A idéia de que este pensamento óbvio quanto simples já é uma convicção cientificamente comprovada ao nível da compreensão de até mesmo uma criança, não enfraquece a tendência emocional do homem a preferir acreditar no processo que se estabeleceu dentro de seu núcleo cultural, desprezando, inconsciente ou voluntariamente, sua percepção lógica e racional. Até porque toda sua vida, suas crenças, sua história e seu relacionamento com o outro estão baseados neste processo. Portanto, o que é óbvio deixa de ser simples, posto que existe uma discrepância entre a evidência teórica e a prática, pelo menos em termos gerais.

Independentemente de datas e contagens convencionadas, o tempo segue o seu curso, em movimento contínuo e ininterrupto, apresentando-nos, um panorama de vida sempre novo em todos os aspectos. Muitas vezes, o fluxo do tempo no íntimo do indivíduo parece não corresponder ao que se dá no mundo exterior a ele. Em Mala onda, salta aos olhos do leitor essa aparente divergência. Aparente porque desde que Albert Einstein trouxe ao mundo sua Teoria da Relatividade (Restrita e Geral) o conceito de tempo absoluto, em qualquer sentido, caiu definitivamente por terra. Espaço e tempo são relativos e para estabelecê-los é fundamental levar em conta o observador. Tal princípio, então, passa a integrar diversos campos do conhecimento humano, modificando, decididamente, nossa visão de vida. A partir daí tudo torna-se relativo. Todos o sabem, mas muitos ainda contam com um desenvolvimento retilíneo e uniforme do ser humano para chegar ao amadurecimento, tanto social quanto pessoal, em certos casos, descrendo de que haja outras possibilidades.

Segundo um dos postulados da Relatividade Restrita, o tempo flui a velocidades diferentes para dois observadores em movimento, um relativamente ao outro, assim como para diversos observadores mesmo que não se movam em relação uns aos outros (COLEMAN, 1962). Este conceito permite interpretações de caráter filosófico devido a sua amplitude, uma vez que se aplica a todos os fenômenos da vida. Em Mala onda, Fuguet faz uso dele de modo irretocável, na pessoa de Matías Vicuña, que inicia uma viagem em busca de respostas para as dúvidas que o amofinam, numa velocidade muito particular e oscilante, que se desenvolve em diferentes escalas, tanto em relação aos que se encontram mais próximos em suas relações como quanto aos que atuam em áreas mais distanciadas do campo social e político.

É possível, até mesmo, estabelecer-se uma analogia com determinado tipo de recurso alegórico comumente usado para facilitar a compreensão a respeito da relatividade do tempo, utilizando o personagem do romance, que se coloca como o observador que empresta seus olhos ao leitor. Como no exemplo em que um astronauta abandona a Terra em um foguete a 10.000 Km/h em relação a ela e nessa velocidade fixa seus comandos. Com o planeta já fora de seu alcance visual ele percebe vir outro foguete que o ultrapassa. A sensação em pleno Espaço terminará por confundi-lo. Estaria ele indo para trás ou o outro para adiante? Estaria ele parado e o outro em movimento? Ele mais lento ou o outro mais rápido? Só os controles poderão situá-lo, afinal, sua velocidade só pode ser medida em relação ao outro elemento – neste caso, igualmente em movimento (COLEMAN, 1962).

A primeira pergunta que emerge desta experiência é: qual das duas formas de percepção pode conter maior significado para o indivíduo? Antes de formular uma resposta, é importante que se tenha em conta os dois aspectos da questão De um lado, encontra-se a necessidade social de perceber o transcurso do tempo dentro de uma estrutura objetiva, que sirva à coletividade como parâmetro para registros históricos e científicos, assim como para facilitar a comunicação interpessoal. Contudo, depois que Freud concebeu a Psicanálise e introduziu a noção de subconsciente, o chamado tempo interno passou a ter relevância como objeto de discussão. O conflito em torno dessas duas concepções a respeito do tempo não é exclusivo do homem moderno e nem da literatura contemporânea, entretanto, parece tornar-se cada vez mais intenso, devido a um modo de vida contraditório, sobretudo nos grandes centros urbanos, onde os recursos tecnológicos, a pretexto de agilizar as atividades, humanas, terminam exercendo sobre os indivíduos uma pressão constante e perversa.

De qualquer modo, a formalização de um sistema ou metodologia temporal é de importância capital para o acompanhamento da evolução histórica do homem, seja qual for o grupo social a que pertença. Sob este prisma, ao considerarmos a padronização do tempo oficializada a partir do início do século XX, na Europa, somos obrigados a reconhecer que, a despeito de sua óbvia artificialidade, existe um sentido mais profundo que a torna imprescindível, o que não justifica a escravização do homem a esse sistema, como ocorre em nossos dias.

A resposta, portanto, para a pergunta lançada algumas linhas acima, parece ser o resultado do equilíbrio entre as duas perspectivas apresentadas. Na realidade, o próprio conceito de um tempo público, interage com as experiências pessoais, mistura-se a elas, mas não exclui a particularidade de como é vivenciado por cada um. Mala onda não deixa de lado esse enfoque sobre o tempo objetivo e pode-se dizer, inclusive, que a contraposição à sua forma subjetiva é que dá um colorido especial à narrativa.

A distribuição dos capítulos, seqüenciada através de datas, assinala, sobretudo, o que sucede na vida política do país e funciona como marco de sua conjuntura histórica e social, o que, por outro lado, torna-se, de certo modo, irrelevante em relação às transformações que se verificam no íntimo do personagem central. Logicamente, o indivíduo, pertença ele ao mundo real ou à ficção, não se encontra, jamais, desconectado do seu contexto; muito pelo contrário, é natural que este o afete e mobilize e isto também ocorre no romance. Na verdade, o que desejo expressar com irrelevante tem a ver com o fato de que, mais do que qualquer data em especial, é o somatório do tempo transcorrido que estabelece diferenças na experiência íntima do protagonista, muito embora a atmosfera interior permaneça inevitavelmente saturada dos elementos externos. Em contrapartida, para efeito de sua vida pública, isto é, na condição de cidadão chileno, elas funcionam como registro útil e indispensável – daí sua menção no lugar de títulos capitulares.

Ao longo do romance, a interseção dos dois tempos se faz sentir mais fortemente em determinados momentos, tornando-se tênue em outros, na proporção direta do peso histórico contido em uma informação ou do quanto possa ela afetar o personagem. Nas palavras de Meyerhoff, ''um índice temporal faz parte tanto da autoconsciência do homem quanto do estudo do homem e da sociedade'' (MEYERHOFF, 1976, p. 02). Portanto, Fuguet não se poderia furtar a exprimir essa dicotomia na dimensão temporal que intercala indicadores objetivos com projeções mentais dissociadas de suas fronteiras, sem prejuízo de um dos aspectos mais interessantes de seu livro. O protagonista sofre o influxo do que ocorre no painel exterior de um modo geral e não apenas de um determinado momento crucial. Em lugar de um fato único, de grande efeito, há um conjunto de circunstâncias com as quais estabelece contato e, aos poucos, aprende a lidar. É assim que o autor valoriza o quadro externo, sem deixar de priorizar o ponto de vista subjetivo, contido em uma dimensão temporal sem fronteiras. É assim que Mala onda desenvolve-se, sempre, em dois tempos que se tocam sem se confundirem; que possuem certa autonomia, mesmo sem total independência, o que atesta a forte atualidade do romance de Alberto Fuguet.

Finalizo este trabalho com a conclusão de que é preciso manter a mente aberta à tanto à observação crítica quanto à intuição do novo, já que nem a ciência nem a filosofia deram jamais uma última palavra a respeito de qualquer assunto. Respondendo, ainda, a pergunta formulada anteriormente, convém considerar que, pelo menos por enquanto, existe um tempo para o registro da história e outro para o da experiência sensorial e cada qual deve ocupar o lugar que lhe cabe no curso da vida humana.

 

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