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An. 4. Enc. Energ. Meio Rural 2002

 

ENERNET - Rede mundial existente, e livre mercado de EE (energia elétrica)

 

 

Thomas Renatus Fendel

Fendel Tecnologia. CEP - 83880-000, Rua 7 de Setembro, 167 - Rio Negro - PR. TEL - 47 9986-2783, FAX - 47 645-1408 fendel@usa.net

 

 


RESUMO

ENERNET é a moralização do setor elétrico nacional. ENERNET é microgerar energia elétrica em milhões de locais e injetá-la nas superdimensionadas redes de distribuição. Se seguirmos a secular lógica da economia de escala, faríamos uma Pãobrás. Seria criado o monopólio panífico, em nome da soberania nacional, e seriam fechadas todas as padarias "irracionais", "antieconômicas", "inseguras" e "ineficientes", tal como ocorreu no setor elétrico e em outros "estratégicos". - A Maria pagaria R$0,24 para o mesmo pão que o Antonio Ermírio ganharia a R$0,04. - O hot dog, "300% mais nobre que o pão", seria exportado a R$0,12. - E a Mariazinha compraria o mesmo hot dog na esquina a R$1,00. Tudo em nome da desequilibrada balança comercial. ENERNET é acabar com o mercado controlado e manipulado, com seus cânceres putrificados, e suas leis imorais. ENERNET é liquidar o "entreguismo" de produtos exportados a preços irreais, subsidiados pelo povo semiescravizado. Bobão é quem compra barato? Ou quem vende barato?

Palavras-chave: Microgeradores distribuídos; Cogeração; Biomassa; Tarifas de EE indecentes.


ABSTRACT

ENERNET is the moralization of the national electric area. ENERNET is to micro-generate electrical energy in millions of sites, and inject them in the supersized distribution grids. If we follow the same logic for selling bread, we would have a "Breadbrás". We would have a bread monopoly, in the name of the national sovereignty, and all the bakeries would be closed, because they would be considered "irrational", "anti-economical", "unsafe", "inefficient", exactly as it happened to the electrical sector and other key areas. - Mary would pay R$ 0,24 for the same bread Antonio Ermírio would get for only R$ 0,04. - A hot dog "300% nobler than just bread" would be exported at R$ 0,12. - And Mary would buy the same hot dog at R$ 1,00. And this under the name of our unbalanced balance of trade. ENERNET means to finish the controled and manipulated market, with its putrefied cancers and imoral laws. ENERNET is stop the "giving" of exported products at unreal prices, subsidized by our "slaved" people. Stupid is the one who buys cheaply? Or the one who sells cheaply?


 

 

ENERNET - REDE MUNDIAL EXISTENTE, E LIVRE MERCADO DE EE (ENERGIA ELÉTRICA)

Estamos no país da matéria prima farta, da energia renovável e da poluição negativa.

O conjunto: Sol equatorial, terra fértil e água em abundância, é nossa exclusividade.

Somos donos das maiores reservas energéticas ecologicamente corretas do mundo.

Nosso potencial hidroelétrico é motivo de inveja mundial, e utilizamos menos do que 5%.

Todas as redes de distribuição de EE do planeta, estão superdimensionadas em no mínimo 50%, devido ao horário de ponta e devido à previsão de novos consumidores.

Esta elevada capacidade das redes, existe principalmente aqui no Brasil, terra dos chuveiros elétricos. Ligar um chuveiro elétrico de 6 kW é como ligar ao mesmo tempo 150 lâmpadas de 40 W.

Milhões de pessoas tomam banho entre as 18h00 e 21h00, resultando em 3 horas diárias de altíssimo consumo de EE, conhecido como horário de ponta. Nas outras 21 horas, a utilização de muitas redes de distribuição é irrisória, chegando a menos de 10% em alguns trechos.

Através da ENERNET, milhares de pequenos consumidores particulares irão gerar e injetar EE no sistema elétrico, e aumentar em até 50% toda EE comercializada, num curto espaço de tempo, aproveitando a grande capacidade ociosa das redes de distribuição.

A EE será gerada com cogeração, com fontes alternativas e em pequenas quedas de água.

Cogeração significa obter EE com um combustível, e aproveitar o calor residual gerado.

O combustível pode ser qualquer. Pode ser nobre e caro como o GN (Gás Natural) e o óleo Diesel, ou residual e barato como a serragem, cascas de cereais, etc.

A cogeração com combustíveis líquidos e gasosos é fácil de fazer, e ideal para equipamentos pequenos, de 1 kW a 10.000 kW.

Através da cogeração, pode-se substituir a queima direta de combustíveis em sistemas de aquecimento. Em alguns casos, pode-se utilizar parte da estrutura existente, instalando um motor-cogerador a GLP, GN ou Diesel. Este motor deve ser isolado acústica e termicamente. 90% do calor residual deste motor pode ser transformado em água quente. Deste motor é eliminado o radiador.

A bomba de água do motor, circula a própria água do tanque de armazenagem, enquanto resfria o motor e aquece a água. Os gases de escapamento deste motor são dutados até o aquecedor central e aquecem a mesma água. O controlador do sistema é programado para "fornecer o calor necessário" do consumidor, ligando o motor às 18h00, e o desligando quando a água atingir 95 graus Célcius. Esta água quente armazenada e isolada termicamente, é utilizada então nas 21h seguintes. Todo sistema funciona automaticamente, sem nenhuma intervenção manual.

Como a demanda de EE neste horário, num hotel por exemplo é de 5 kW, e o gerador é de por exemplo 50 kW, há um saldo de 45 kW que deverá ser injetado na rede de distribuição pública de EE, e vendido para a concessionária, a preços compatíveis. Nas outras 21h do dia, o hotel compra ou recompra da concessionária a EE necessária.

A água quente armazenada é então usada nas duchas, piscinas, lavanderia, cozinha, e para aquecer o ar ambiente no inverno. Este calor, através do ciclo de absorção, pode ainda servir para fazer a refrigeração das geladeiras, dos freezers, e do ar condicionado central no verão.

O ciclo de absorção é aquele das antigas geladeiras, movidas a querozene ou gás.

A cogeração pode ser feita preferencialmente, ou exclusivamente, durante o horário de ponta, em: prédios de apartamentos, residências, escritórios, hotéis, clubes, academias, shoppings, hospitais, etc. Além de se injetar EE na rêde pública neste horário crítico, teremos ainda, ao mesmo tempo, uma redução equivalente do consumo de EE devido à substituição dos chuveiros elétricos.

Desde a criação do universo, o calor é necessário a todos os seres vivos; e a partir da época de Thomas Alva Edison, a eletricidade se tornou imprescindível aos humanos.

Portanto a cogeração, da qual obtemos ambas as energias (calor e eletricidade), é atualmente a melhor maneira de se aproveitar um combustível.

Nos sistemas de termogeração pura, onde não se aproveita o calor residual, o rendimento varia de 5% a 50%, e a maior parte da energia de qualquer combustível, de 50 a 95%, é jogada fora.

A cogeração, com qualquer combustível, permite rendimentos totais de até 95%, e isto significa que com o aproveitamento do calor residual, o desperdicio pode ser reduzido a apenas 5%.

Os cogeradores devem ser instalados em locais onde se necessita: de calor, de frio, e de EE. Qualquer gerador Diesel aproveita apenas 35% da energia contida no combustível para gerar EE, e descarta os restantes 65% em forma de calor, para a atmosfera.

No Brasil, devido à politica pouco inteligente do setor elétrico, infelizmente inúmeros consumidores geram EE com Diesel, diariamente nas 3h do horário de ponta, porque é mais barato alimentar um gerador Diesel, do que pagar o prêço 10 vêzes mais caro da EE de tarifa horosazonal.

Devido ao apagão, muitas emprêsas estão instalando grupos geradores, sem fazer cogeração, resultando em investimentos poluentes e avarentos.

Do mesmo modo, termoelétrica não é cogeração. Termoelétrica joga fora o calor residual.

O rendimento de uma termoelétrica a carvão é de apenas 32%, e a gás natural 50%.

Este aproveitamento do calor residual, não é possível nas grandes centrais termoelétricas, elas não tem "o que fazer" com este calor, e portanto deixam de utilizar, mais da metade da energia dos combustíveis. Num veículo motorizado, até se justifica o desperdício do calor residual, porque é tecnicamente inviável armazená-lo. Mas numa instalação fixa, este desperdício é um crime ecológico. Mesmo assim, 80% da EE gerada no planeta, ainda provém destas ineficazes termoelétricas. Neste número estão inclusas as usinas nucleares, que são termoelétricas igualmente ineficientes. Este elevado número é o principal motivo, pelo qual os arrogantes norte americanos não assinam o tratado de Kioto, tratado de redução de emissão de poluentes.

Os EUA são responsáveis por 25% da poluição atmosférica terrestre, e seu consumo de EE é 12 vezes maior do que o nosso, sendo 90% produzido em ultrapassadas e poluentes termoelétricas.

Aqui, para viabilizar as "Centrais termoelétricas a gás boliviano", com seus baixos rendimentos, foi criado uma benesse exclusiva, foi criado um subsídio para reduzir o prêço do gás natural, e o prêço da EE por elas gerada foi dolarizado, em plena época de estabilização do Real.

Seguindo por este caminho, o prêço da nossa EE vai ter que ser ainda maior.

Com a ENERNET, todas as termoelétricas do mundo, serão substituidas por bilhões de pequenos e médios equipamentos de cogeração, com o dobro de rendimento, que não necessitam de combustíveis subsidiados ou dolarizados, e o prêço da EE poderá ser menor.

Isso quer dizer, que podemos diminuir consideravelmente o consumo mundial de combustíveis.

Em outras palavras, com a tecnologia simples e de baixo custo da cogeração, é possível reduzir, de imediato, uma enorme parte de toda poluição atmosférica do globo terrestre. Assim, é um grande equívoco justificar e viabilizar os gasodutos nacionais, através das ineficientes termoelétricas. Termoelétrica é um câncer aidético, de fácil extinção. No mínimo 50% da energia do combustível de qualquer termolelétrica é desperdiçado, e serve somente para aquecer o meio ambiente, aumentar os poluentes atmosféricos e acelerar o efeito estufa.

Muito melhor é viabilizar os gasodutos através da cogeração.

60% de todos os consumidores residenciais de Curitiba, 25% dos consumidores comerciais de Santa Catarina, e 14,8456% dos consumidores industriais do Brasil, podem fazer e utilizar eficientemente a cogeração com rendimentos de 85 a 95%.

Do total do combustível utilizado em cogeração, apenas 5% não são aproveitados. Em português, isso significa que qualquer pequeno consumidor pode aproveitar um combustível nobre, do tipo Diesel, GN ou GLP com o dobro do rendimento, comparado com o rendimento de uma termoelétrica. Em alemão isso quer dizer que o desperdício de uma termoelétrica é 10 vezes superior ao desperdício de qualquer cogeração bem feita (10 = 50% / 5%).

A maioria das termoelétricas também precisam de investimentos em linhas de transmissão e transformadores, coisas de que os pequenos geradores não necessitam, porque estão ligados nas redes de distribuição existentes de baixa tensão, estão ligados na ENERNET.

Qualquer termoelétrica, para alcançar o rendimento de pelo menos 50%, necessita condensar a água de seu ciclo combinado. Esta condensação requer uma quantidade muito grande de água fria. Se esta água fria é de um grande rio, ele será aquecido; e se o rio for pequeno, sua água será evaporada. Para se ter uma idéia, a água evaporada por uma usina de 400 MW, equivale em volume, ao consumo de água de uma cidade com 40.000 habitantes.

Além dos fatores mencionados, o custo de geração do MW termoelétrico (52 US$) é 3 vezes superior ao custo do MW hidráulico em depreciação (16 US$) e 6,5 vezes superior ao MW hidráulico já depreciado (8 US$).

Vivemos num país agrícola, com muita sobra de resíduos: bagaço de cana, palha de milho, palha de soja, fibra de côco, cascas de alimentos, cascas de árvores reflorestadas, galhos, folhas, etc; que deverão ser utilizados para cogerar energia elétrica e calor.

A cogeração com estes combustíveis sólidos é bom para usinas maiores do que 500 kW, devido a seus equipamentos e operação (caldeiras de alta pressão, turbinas a vapor, etc).

A imensa costa litorânea brasileira com seus ventos frequentes, é ideal para a instalação de pequenos cataventos individuais, e de parques ou cooperativas de geração de grande porte.

A energia eólica ainda tem um custo um pouco alto, mas em regiões com muito vento, já é viável.

A energia fotovoltaica (conversão direta de energia solar em EE) ainda tem prêços muito elevados, com tendência de queda para produção de módulos em larga escala.

A energia solar é bem aproveitada para aquecer água, em substituição ao chuveiro elétrico. No Brasil, são gerados 72 mil MW hidroelétricos. O potencial levantado, é de 260 mil MW. Isto é, poderemos gerar 3,6 vezes mais EE com as águas catalogadas; sem contar com o enorme potencial hidráulico ainda desconhecido e desprezado. Todas as represas das grandes usinas, são alimentados por rios e suas cachoeiras, e estas quedas não aproveitadas e ignoradas, podem acionar micro usinas, viabilizando inúmeros pequenos empreendimentos privados.

As pequenas centrais hidráulicas interligadas com a ENERNET não necessitam de represas e não precisam de reservatórios de acumulação; elas podem usar o potencial das quedas naturais.

Por muitos anos difundiu-se a idéia de que pequenas hidroelétricas não são viáveis.

Realmente, gerar EE e receber apenas R$ 15,00/MWh, inviabiliza até uma usina solar instalada no sol. Um preço de R$ 140,00/MWh torna rentável qualquer tipo de micro usina e dará chance de retôrno financeiro a inúmeros novos investimentos particulares, de todos os tamanhos.

O prêço de venda de EE das concessionárias, de R$ 220,00/MWh poderá ser menor, porque a EE vai ser distribuida aos visinhos a poucos metros, e não necessita ser transmitida por milhares de km.

E por que a ENERNET ainda não existe? Porque aqui é proibido ao pequeno se conectar e injetar EE na rede, ainda não é permitido usar GLP para cogerar EE, ainda são irrisórios os prêços de venda de EE dos pequenos, etc. Ainda existem muitas limitações burrrocráticas.

Uma criança entende que num cano de água, pode-se fazer inúmeros furos, injetar água em alguns dêstes furos, e quintuplicar a capacidade nominal de distribuição de água deste cano.

Os técnicos e os bitolados responsáveis do setor elétrico, tem muita dificuldade em compreender esta analogia com um fio elétrico. Para as moléculas de água numa mangueira, ou para os elétrons num fio, não interessa se o caminho é de ida ou de volta.

Um transformador pode abaixar ou elevar a tensão, com exatamente o mesmo rendimento.

O contrôle de um gerador ligado na rede, é muito mais simples do que o contrôle de um gerador isolado, porque é a própria rede que define a tensão e a frequência de comando do gerador.

O setor elétrico é o melhor setor para o efetivo livre mercado. É muito mais simples produzir e injetar EE de qualidade na rede de EE, do que obter, tratar e injetar água limpa num cano da concessionária de água. Ao contrário do que se afirma, gerar EE em pequena escala, com excelente qualidade, é muito fácil. O gerador pode ser uma simples máquina assíncrona, de baixo custo, mais conhecido como "motor gaiola", ou motor a indução, ou seja, qualquer motor elétrico. O rendimento no funcionamento como motor é semelhante ao rendimento no funcionamento como gerador. Os harmônicos gerados como gerador são semelhantes e até parcialmente opostos aos harmônicos gerados pelos outros motores conectados à rede, e parcialmente se anulam.

As dificuldades técnicas alegadas são apenas blablablá de profissionais limitados que insistem em desconhecer as maravilhas da geração distribuida.

A ENERNET é um bom e lucrativo negócio para todos os envolvidos, e não tem desvantagens. Para as concessionárias é um ótimo negócio. Seu faturamento será maior, porque as redes existentes, poderão atender um número maior de consumidores, sem nenhum investimento.

As concessionárias, deveriam se contentar com um lucro de 20% comprando excedentes de EE em baixa tensão a R$ 140,00/MWh, e revendendo a R$ 170,00/MWh aos consumidores vizinhos, afinal não terão que fazer absolutamente nada.

Para a medição do saldo de EE gerada ou consumida, basta instalar dois registradores (relógios), com travas de recuo invertidas.

Para os pequenos, os contratos de compra e venda de EE são desnecessários.

Para os pequenos é desnecessária a parafernalha de leis e taxas, como por exemplo: Demanda, Multa de Ultrapassagem, Tarifas Horosazonais, Demanda Suplementar de Reserva (DSR), Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Encargos de Uso de Transporte, de Energia Emergencial, etc.

Quando a ENERNET for implantada, haverá uma equalização de preços e de demanda de EE, e estes artifícios legislativos não serão necessários. Aliás, alguns nunca o foram, são apenas artimanhas para compensar o baixíssimo prêço da EE em alta tensão.

O poder público não terá que investir um único centavo em novas usinas, torres, linhas de transmissão, sub-estações, redes de distribuição, funcionários, cargos, etc.

O governo continua cobrando seus 33% de ICMS de todos os consumidores. (25% de R$100,00 é igual ao acréscimo de 33,33% sobre o prêço de R$ 75,00), e aumentará a sua arrecadação. Aliás, quem paga este elevado ICMS de 33% são apenas os pequenos.

Os médios e os grandes descontam este valor de seus encargos.

As pequenas usinas particulares promovem o surgimento de centenas de novas indústrias, comércios, emprêgos, cursos e prestadores de serviços (geradores, motores, controladores, aquecedores, refrigeradores, etc.), resultando em desenvolvimento social, industrial, tecnológico e comercial. ENERNET é sinônimo de progresso distribuido e generalizado.

Daqui a 2 anos, a ENERNET poderá ser ampliada do seguinte modo: Os geradores e as redes poderão ser providos de controladores microprocessados, interligados pelos próprios fios elétricos, com tecnologia "Plug & Play", ou seja: conecte e funcione. Na ENERNET fase 2, daqui a 2 anos, serão transmitidos poucos bytes de contrôle pelos robustos fios de energia, assim como estamos acostumados a transmitir bilhões de informações por milhares de km em 2 frágeis fios de telefone.

Por meio deste controle e devido ao fato de que qualquer fio tem infinitos pontos, será possível injetar e consumir EE nas imediações de cada um destes pontos, e poderemos através da ENERNET, aumentar infinitas vezes a energia distribuida, nas redes existentes.

As redes, os sistemas de geração, e os consumidores, funcionam como um pulmão de EE.

Com este intercâmbio de EE, um gerador de 0,3 kW, é suficiente para as necessidades de energia de uma residência normal. Mas independente da rede elétrica, o gerador da mesma residência teria que ser no mínimo de 6 kW, isto é, 20 vezes maior.

O gerador ideal deve estar conectado na rede de EE; rede existente e bem desenvolvida.

Sem a ENERNET, um agricultor não consegue aproveitar nem 10% da EE produzida numa queda de água, porque as disponibilidades nunca são iguais às necessidades.

Mas com a ENERNET, é possível obter o máximo de utilização de todos os geradores, porque só assim poderão trabalhar em regime de: 100% da carga, 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Cada microusineiro terá interesse em gerar o máximo possível de EE, e vender o excedente.

O hotel por exemplo, após 4 anos de amortização dos equipamentos, obterá uma economia de 30% em seus custos de energia e combustível.

A estatização do setor elétrico gerou a sinecura mais infundada, mais revoltante e discrepante do século: a dos prêços da nossa EE, questão que necessita de ajustes morais urgentes.

No Brasil, os assalariados sustentam e subsidiam os grandes grupos com EE.

Aqui, as microempresas, as residências, os pequenos comerciantes, pagam até 6 vezes mais pela EE (R$ 220,00/MWh), do que as grandes emprêsas (R$ 35,00/MWh).

O nosso preço residencial de EE, é 50% superior aos preços praticados no primeiro mundo. E o preço da EE das grandes indústrias, por sua vêz, é o menor preço de EE encontrado no planeta.

Este preço "doado" aos abastados, é inclusive inferior ao preço de venda de EE de Itaipu.

A EE chega nas cabines de medição, a milhares de km de distância, num preço espantosamente menor do que o preço de geração na origem. Este preço literalmente dado aos oligopólios, desestimulam seus investimentos em cogeração e geração própria de EE.

Quem quiser EE barata, que faça a sua usina. Não se justifica a injusta política tarifária brasileira.

E como estes privilégios ainda são considerados modestos pelos políticos, atualmente as usinas dos grandes grupos particulares, podem vender a EE excedente no MAE (Mercado Atacadista de Energia), a um prêço 20 vezes maior (R$ 684,00/MW) do que o preço de compra de EE (R$ 35,00/MW) destes mesmos grupos (dados de setembro de 2001).

Aos pequenos, não é permitida a venda de EE; e se fosse, os preços seriam os irrisórios R$ 15,00/MWh. O MWh deverá ter um preço único para todo tipo de consumidor ou gerador.

Energia é energia, chuchu é chuchu, não interessa quem compra ou quem vende.

É criminosa e funesta a política das concessionárias, que supervaloriza a EE em baixa tensão e a desvaloriza em alta tensão no caso de venda; e espantosamente inverte o raciocínio no caso de compra de EE. Aliás na hora de vender, o papo bobo é que a EE em baixa tensão é alto porque tem que ser transformado, transportado e distribuido. Pois bem. A EE gerada e cogerada em baixa tensão já vem distribuida, já vem transportada e já vem inclusive transformada. Porque não querem pagar um preço justo por esta nobre EE em baixa tensão? Porque as regras maquiavélicas se invertem? ENERNET é justiça social, e só não está implantada, porque ignoram seus benefícios.

Querem continuar na mamata, mamando no seio da mãe pátrea, às custas dos menos favorecidos.

É somente a ENERNET que vai evitar aqui a especulação e as negociatas do mercado de EE, tal como está acontecendo na Califórnia - EUA, onde além de inúmeros apagões, o custo médio do MWh teve um aumento superior a 1000% (isso mesmo, um mil porcento) durante o ano de 2000.

Na Califórnia, com todas as leis americanas existentes, algumas geradoras desligaram intencionalmente suas usinas no horário de ponta, para provocar apagões, aumentar o preço da EE, e obter lucros astronômicos. A EE da Califórnia independe de São Pedro. A nossa depende.

A Califórnia é apenas um estado dos EUA, e sozinha consome o equivalente a 75% de toda a EE produzida no Brasil, e portanto não é um exemplo desprezivel ou fora de proporção.

Pelo contrário, é "o exemplo". Como não existem carneirinhos neste mercado, e nem leis que evitem a ganância e os artifícios dos seres ditos humanos, os resultados são previsíveis.

Se o setor privado da telefonia não estivesse presente no Brasil, quanto custaria hoje um telefone? R$6.000,00? US$50.000,00? Teríamos Celular? Teríamos Internet?

O preço das ligações ainda é caro? Porque não se permite um aumento da concorrência?

Muito pior do que o monopólio estatal é o oligopólio particular, semi-batizado e camuflado de livre mercado. Livre mercado não é isso. Livre mercado é liberdade para todos. Não é mercado mascarado, protegido, cheio de regras esdrúxulas e complexas, cheio de benesses e de leis inteligíveis, que só beneficiam os coronéis nacionais, e que são manipulados pelos urubus internacionais.

Um sistema de cogeração custa de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 por kW, ou seja, num hotel, um cogerador de 50 kW terá um custo de implantação de aproximadamente R$ 40.000,00. O sistema completo é financiavel pelo BNDES, é parcialmente isento de ICMS e de taxas de importação.

Na conjuntura atual, se a concessionária pagasse o prêço absurdo do MAE (R$ 684,00/MWh) pela energia excedente do hotel, o equipamento se pagaria em menos de 1 ano, trabalhando apenas 6 h por dia. O tempo para fazer e instalar um cogerador num hotel, é de 60 dias.

Os equipamentos são todos nacionais.

O Brasil exporta para o primeiro mundo: motores à combustão, geradores, caldeiras, pás de geradores eólicos de 3600 kW com 104 m de diâmetro, controladores, turbinas hidráulicas, etc.

Temos tudo, da melhor qualidade, em quantidade e preços competitivos.

Só nos falta implantar a ENERNET.

No conjunto, as pequenas usinas são muito mais confiáveis e seguras do que as grandes.

As grandes e suas linhas de transmissão, estão sujeitas a interrupções por inúmeros motivos: raios, greves, vendaval, e ao humor de todos os santos ou pecadores do tipo Abin Laden.

Nunca estes acontecimentos irão ocorrer simultâneamente nos milhões de pequenos geradores.

Estas pequenas usinas também vão evitar o efeito cascata, ou seja, vão evitar que um apagão regional se transforme num apagão nacional. Durante uma interrupção de uma linha de transmissão ou de um grande gerador, os pequenos poderão suprir com EE seus proprietários e seus vizinhos.

Os geradores distribuidos podem gerar energia reativa capacitiva e portanto podem aumentar o fator de potência das redes e teremos uma EE de qualidade melhor.

A ENERNET vai diminuir as atuais perdas (de +/- 20%) dos sistemas de transmissão de EE.

O que acontece se um destes milhares de geradores de 50 kW pegar fogo? R. Ele queima.

O que acontece se um dêles curto-circuitar?

R. A proteção desconecta a rede instantâneamente.

E se a rede cair o que acontece?

R. Os geradores se desligam sosinhos.

E se a rede for novamente energizada?

R. Os controladores religam automaticamente os geradores.

E se a bimboca da parafuseta pipipí pópópó?

R. Não acontece nada.

O setor elétrico mundial ficou muitos anos restrito somente à pesquisa de tecnologia para as grandes usinas. Existe um enorme campo a ser desenvolvido, por emprêsas, universidades e centros de pesquisa, para produzir e aumentar a eficiência dos equipamentos de pequeno porte.

Por exemplo, para fazer os microcogeradores residenciais, serão desenvolvidos motores a combustão de alto rendimento, com apenas 0,75 kW (=1HP) com refrigeração a água, vida util projetada de 30 anos e pouca manutenção.

Os geradores elétricos usados em cogeração, serão resfriados a água, para aproveitar seu calor dissipado, e aumentar ainda mais os rendimentos totais.

A ENERNET tem em relação à INTERNET, as seguintes vantagens:

É muito mais simples e de uso imediato, não necessita de protocolos, endereços, provedores, modens, configurações, gigabytes, etc, e não tem congestionamentos, virus e linhas ocupadas.

A Internet teve um crecimento rápido, porque felizmente não tinha lei que impedia a conexão de computadores com a rede de telefone, não tinha lei que impedia a injeção de bytes nestes fiosinhos, e não tinha lei que cobrava por quantidade de megabytes transmitidos. Todos pagam o mesmo preço pelo impulso, não interessa se o nome é Maria das Dores de Jesus, ou Antônio Ermírio.

Não se deve usar a nobre e cara EE para fazer aquecimentos. O mal contratado gasoduto está aí.

A Petrobrás só agora está descobrindo e explorando as reservas nacionais de gás, está deixando de queimar ao ar livre o gás das refinarias, e todos nós necessitamos de energia térmica e elétrica.

A melhor energia alternativa do mundo é a energia das quedas de água. É energia 100% limpa.

A ENERNET é geral, é a solução para distribuir todos os tipos de EE.

A geração distribuida já existe "em pedaços" em alguns países, nos quais é incentivada a cogeração, onde existem leis para a comercialização de energia distribuida com prêços competitivos, e inclusive existem países em que é proibida a construção de novas termoelétricas.

Na Alemanha, de um único fabricante, estão instalados mais de 3000 pequenos cogeradores silenciados. Estes equipamentos tem as dimensões de uma máquina de lavar roupa, e são utilizados em conjuntos habitacionais de 4 apartamentos, com rendimento de 90% e retôrno de investimento em 5 anos. Na Dinamarca é proibida a construção de termoelétricas.

Aliás quem acha que a ENERNET tem restrições técnicas, pode verificar o que, e como é feita a geração distribuida nestes e nos outros países.

O que diferencia a ENERNET do que existe é: - apresenta uma solução rápida e eficaz para o apagão, - informa que é ilimitada, - demonstra que a cogeração é muito melhor do que as termoelétricas e grupos geradores a Diesel em instalação, - e mostra com clareza a questão aviltante dos nossos preços de EE. A ENERNET é tão evidente como a Internet ou a roda redonda.

As leis que aqui estão sendo feitas, não caminham em direção à ENERNET. São muito complicadas, de difícil interpretação, cada um pode entender a seu modo, para o seu benefício, e por enquanto só contemplam os grandes, ou seja, aqueles que sempre foram os beneficiados, e que mesmo assim não estão investindo, estão aguardando os preços se tornarem ainda mais atraentes, tal como na Califórnia.

No Brasil, simplesmente não se publicam ou se divulgam os argumentos contrários ao sistema, ao FMI, etc. A mídia parece ser desinformada, comprada, e de rabo preso.

Gerar EE, com gás importado, aqui no Brasil, é a mesma coisa do que fazer um alcoolduto Brasil-Arábia Saudita, exportar o nosso álcool hidratado e com ele gerar a EE dos aiatolás.

Se 3000 km do gasoduto estão no Brasil, porque temos que comprar e consumir este gás na marra, com um contrato do tipo: Use ou não o gás, tem que comprar e pagar? (em US$ é claro).

O nosso cobiçado e maravilhoso sistema energético, (sem contar as nefastas tarifas), da noite para o dia ficou patético: em épocas de chuva, agora teremos que deixar as termoelétricas em funcionamento permanente, para "gastar" o gás comprado, e ao mesmo tempo teremos que abrir as comportas das usinas hidroelétricas e jogar fora a preciosa água acumulada.

Qualquer analfabeto faria pelo menos o contrário: usaria as poluentes e desnecessárias termoelétricas somente na falta de nossa mal utilizada e abundante água.

Porque desprezamos nossa biomassa? O nosso gás natural? O nosso proálcool? A nossa grande quantidade de água? Que continuam adormecidos em bêrço explêndido...

Num país equatorial e hidrológico, o horário de verão não serve para nada, só atrapalha.

Para onde vai o átomo de carbono, da molécula de metano, do gás natural, nas revolucionárias e caríssimas células de combustível? Este carbono desaparece num passe de mágica?

O badalado hidrogênio não existe solto na natureza, e para retirá-lo da água, por exemplo, gasta-se o dobro da nobre e cara EE na sua fabricação e armazenagem, do que a energia obtida em sua queima. Se algum especialista decidir, para ganhar alguma propina, usar o H2 nas termoelétricas, a relação é de 4 kW consumidos para cada kW gerado.

Prá que comprar EE da Argentina, da Venezuela, do Paraguai, lá gerar renda e emprêgos, e aumentar o nosso desequilíbrio da balança comercial? Só nos falta comprar EE do Afeganistão.

Porque pagamos (os pequenos é claro) os mais altos e escroques juros e impostos do planeta?

Porque as nossas ligações telefônicas interurbanas são mais caras do que as internacionais?

Porque as luxuosas caminhonetas podem utilizar o subsidiado Diesel, pagos pela caríssima gasolina que o povo utiliza em seus carros populares?

Para que fins existe este subsídio do Diesel? É para encher as estradas de caminhões? É para inviabilizar o transporte ferroviário? É para beneficiar certos grupos econômicos?

O Encargo de Capacidade Emergencial, cobrado em todas as contas de EE deste nosso sugado povo, serve para pagar a escandalosa fatura de 8 bilhões de reais do aluguel de barcaças termoelétricas, durante 42 meses, com potência de 2,15 GW. Para efeito de comparação das negociatas, a CESP vendeu seu parque elétrico com 4,3 GW por apenas 2 bilhões de reais.

Com estes 8 bilhões de reais do aluguel, poderiam ser compradas usinas 4 vezes mais potentes.

Somente forças ocultas justificam estas e outras atitudes impostas pelos nossos governantes; e a escrachante conivência dos meios de comunicação. Nós brasileiros, somos heróis manipulados pelos escravocratas, somos fantoches, somos os personagens das piadas mais hilariantes do sistema solar. Apesar de induzidos diariamente a definhar no marasmo, continuamos trabalhando por dias melhores; sem vale gás, vale escola, CPMF, vale tudo, etc.

Neste ritmo, nossa pequena indústria nunca vai ser competitiva, e vai continuar a ser o único responsável pelo fantástico desempenho do sistema bancário e de seus apadrinhados.

Podemos ser o maior produtor de biomassa do planeta. Biomassa é energia solar concentrada, é alimento, é combustível, é matéria prima bruta e é uma maravilhosa máquina natural de limpeza do ar atmosférico. O imprescindível oxigênio e todos os vegetais são produzidos pela fotossíntese, a partir do poluente gás carbônico do ar, da água do solo, e da energia solar.

Uma tonelada de biomassa, ou seja 1 ton de madeira, absorve aprox. 1 ton de gás carbônico da atmosfera, aprox. 1 m3 de água do solo e libera aprox. 1 ton do oxigênio vital.

Devido á nossa localização geográfica e devido à abundância da água, podemos ter 4 safras anuais nas lavouras e as florestas chegam a produzir 10 vêzes mais madeira do que florestas de mesmo tamanho no Canadá, e como consequência, os nossos reflorestamentos absorvem 10 vêzes mais gás carbônico, e liberam 10 vêzes mais o puro oxigênio.

Podemos vender energia, produtos industrializados e ar limpo para o resto do mundo.

E a cogeração com biomassa, pode ser feita apenas de seus resíduos: galhos, cascas, folhas, etc.

Não dá nem prá imaginar a quantidade de EE que vai ser gerada e cogerada pelos grandes grupos industriais, a partir do momento em que estes terão que pagar um prêço justo pela EE consumida.

São nossos assalariados que subsidiam os produtos exportáveis, vendidos a preços irreais, a ponto de serem sobretaxados pelos longínquos importadores, e mesmo assim continuam competitivos.

É necessário agregar preços reais ao alumínio, ao aço, à celulose, à soja, etc.

O dinheiro destas sobretaxas deveria ficar no escravizante terceiro mundo, não no primeiro.

Para a implantação da ENERNET, é necessária apenas uma lei, e sua divulgação: de maneira clara e objetiva: "Lei do livre mercado de EE, ou: uma lei transitória que obrigue as concessionárias a comprar qualquer fração de EE a preços compatíveis, e iguais a todos".

Esta lei sozinha; irá eliminar o risco de novos "black-outs"; diminuir o consumo de combustíveis; diminuir a poluição ambiente; atender a agenda 21 (redução de CO2); reduzir o consumo de ponta de EE; melhor utilizar o sistema elétrico instalado; homogenizar os prêços de EE; incrementar todo o setor econômico nacional; e aumentar em 50% (com capital privado e em curto espaço de tempo) a EE gerada e distribuida no país. Não se trata de nenhuma mágica, se trata apenas de colocar em prática umas poucas leis físicas, leis políticas e bom senso.

ENERNET é sinônimo de preservação do planeta e de desenvolvimento da humanidade.

Penso que a maneira mais rápida seja: sensibilizar o Sr. Presidente da República, ou os Senhores Governadores, Senadores e Deputados, para que convoquem seus especialistas, que no prazo de uma semana, tentem apontar alguma desvantagem ou problema insoluvel da ENERNET.

E então basta pegar a caneta, decretar a maravilhosa lei, e deixar o mercado reagir.

É muito rápido e simples, fácil de entender e de fazer. Isso é ENERNET.

 

AGREDECIMENTOS

Ao ilustre profesor Bautista Vidal, o pai do Próalcool.

 

REFERÊNCIAS

[1] Conta de EE da Microempresa da Mariazinha.

[2] Conta de EE das grandes indústrias do Antonio Ermírio.

[3] Decretos e leis: Eletrobrás, ANEEL, MME, etc.