An. 5. Enc. Energ. Meio Rural 2004
Uso de energia e sustentabilidade na produção de feno em sistema intensivo de produção de leite
Energy use and sustainability in hay production in a intensive system of milk production
Alessandro Torres CamposI; José Roberto Corrêa SagliettiII; Aloísio Torres de CamposIII; Osmar de Carvalho BuneoII; Jacir DagaIV; Franciele Clenice NavarineV
IEng. Agrícola, Dr. - Prof. Adjunto - GPEA (Grupo de Pesquisas em Ambiência do Oeste do Paraná)/UNIOESTE - M. C. Rondon/PR - atcampos3@yahoo.com.br
IIProf. Ass. Dr. - FCA/UNESP - Botucatu/SP
IIIPesquisador, Dr. - Embrapa Gado de Leite/GPEA
IVMestrando em Agronomia - GPEA/UNIOESTE - M. C. Rondon/PR
VZootec. - GPEA/UNIOESTE - M. C. Rondon/PR
RESUMO
O trabalho teve como objetivo avaliar o balanço energético e a sustentabilidade na produção de feno a partir de sete anos de dados coletados em Sistema Intensivo de Produção de Leite, localizado na região de Coronel Pacheco, MG. Para a confecção da matriz energética, foram consideradas as categorias de energia direta e indireta. As entradas de energia ocorridas na implantação e estabelecimento da cultura foram diluídas nos anos considerados como vida útil. A energia direta, relativa aos insumos, teve maior participação que a indireta, sendo os percentuais encontrados de 93,05 e 6,95, respectivamente. O principal consumidor de energia indireta foi o trator, que aciona todos implementos, seguido pelo equipamento de irrigação. A eficiência energética estimada foi de 3,19. A maioria da energia direta utilizada foi aquela derivada de petróleo, na forma de combustível (óleo diesel). A utilização de adubo orgânico, de cama de frango, promoveu uma relativa redução no consumo de energia advinda de fertilizante derivado do petróleo. Com os resultados obtidos, pode-se concluir que, apesar das diversas fontes de consumo energético, a produção de feno de alfafa é sustentável e eficiente na conversão energética.
Palavras-chave: Balanço de energia, eficiência energética, infra-estrutura rural, sustentabilidade da agricultura.
ABSTRACT
The aim of this work was to valuate the energy balance and the sustainability in the hay production through seven years data from a Intensive System of Milk Production, located in the region of Coronel Pacheco/MG Brasil. To the energy matrix determination, the categories of direct and indirect energy were considered. The energy inputs occurred in the implanting and establishing of the crop were distributed in the years considered as useful life. The direct energy, relative to the inputs, had larger participation that the indirect one, being the percentiles found of 93.05 and 6.95, respectively. The main consumer of indirect energy was the tractor, which turns on all the implements, followed by the irrigation system. The estimated energy efficiency by the process was of 3.19. Most of the used direct energy was that derived from fossil resources, in the form of fuel (diesel). The use of organic fertilizer, of poultry litter, promoted a relative reduction in the consumption of energy originated from fertilizer derived from fossil resources. With the obtained results, it was concluded that, despite of the several sources of energy consumption, the production of alfalfa hay is sustainable and efficient in the energy conversion.
1. Introdução
Sendo utilizada para animais de alto requerimento nutricional, a alfafa é mais difundida em países de clima temperado. Tanto para a venda como para consumo na fazenda, a fenação de alfafa é importante para conservar seu valor nutritivo, com máximo aproveitamento na época em que seu desenvolvimento não é tão vigoroso (TONUS, 1999). PAIM (1994) relata que exceção feita à Região Sul, as leguminosas forrageiras são pouco usadas em função da filosofia de buscar material para a condição ambiente. Neste âmbito, estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, sob o ponto de vista de sustentabilidade, são interessantes como forma de fornecimento de subsídios para o incentivo ao aumento de produção desta forrageira no Brasil. Uma das metodologias mais empregadas para a avaliação da sustentabilidade de sistemas agrícolas tem sido o balanço energético. Como salienta ULBANERE (1988), com a crescente crise de petróleo, além do balanço contábil, passou a ter importância também o balanço energético, que é definido como um instrumento destinado a contabilizar as energias produzidas e as consumidas em um determinado sistema de produção. Seu objetivo principal é traduzir em unidades ou equivalentes energéticos os fatores de produção e os consumos intermediários, possibilitando a construção de indicadores comparáveis entre si, que permitam a intervenção no sistema produtivo visando melhorar sua eficiência (BUENO et al., 2000).
Uma das maiores dificuldades que se depara na montagem das matrizes energéticas, é a delimitação do sistema a ser estudado. Vários estudos têm apresentado dados baseados em estatísticas com limitações do espaço físico de grande amplitude, sendo alguns de nível estadual ou nacional. ZUCCHETTO & JANSSON (1979) argumentam que estatísticas baseadas em médias de tais amplitudes dissimulam diferenças regionais, deixando de computar processos de agregação. Os estudos de casos com delimitação em sistemas fechados, com maior utilização de informações medidas in loco do que dependentes de estatísticas, médias amplas ou conjecturações, tem a importância de fornecer subsídios de maior exatidão para estudos de proporções mais amplas, em termos de delimitação física (CAMPOS, 2001).
O presente trabalho teve o objetivo de estimar o balanço energético na produção de feno como indicador de sustentabilidade, em um Sistema Intensivo de Produção de Leite.
2. Metodologia
Nesta pesquisa foram utilizados dados da produção de feno de alfafa, do Sistema Intensivo de Produção de Leite (SIPL), da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco-MG. A confecção da matriz energética iniciou-se pela definição do agrossistema e área, caracterizando-se o período enfocado. Em seguida detalhou-se o itinerário técnico percorrido. Elaborou-se, então, as chamadas rubricas operacionais. Os itens que compõem a matriz de exigência física da cultura foram transformados em coeficientes energéticos (BUENO et al., 2000). O rendimento do sistema é dado pela relação (CARVALHO, 1980): Produção Utilizada pelo Homem / "Inputs" Energéticos não Gratuitos. Neste trabalho, a "Produção Utilizada pelo Homem" é equivalente àquela energia disponível no alimento volumoso, em forma de fardo de feno, à ser fornecida aos animais.
Como energia indireta, foi considerada aquela empregada na fabricação de maquinário, construções e instalações, sistemas de irrigação e outros "inputs" necessários à produção (CLEVELAND, 1995). Para o cálculo, foi utilizada uma metodologia específica, desenvolvida por DOERING III et al. (1977), para quantificar os "inputs" de energia indireta utilizadas no sistema delimitado, através da depreciação energética, segundo os dias de utilização e em função da vida útil dos equipamentos. Como energia direta foram considerados: combustíveis fósseis, lubrificantes, fertilizantes e calcário, micronutrientes, herbicidas, diretamente consumidos no sistema agrícola (BONNY, 1993).
Para a condução da cultura da alfafa, o SIPL-Embrapa Gado de Leite utilizou uma área de 3,3 ha, no período de 1989 até 1995. A correção do solo foi realizada segundo recomendações baseadas na análise do solo. Utilizou-se também 10 t de cama de aviário, com 600 kg de superfosfato simples. As percentagens disponíveis de N, P2O5 e K2O na cama de aviário consideradas foram de 3,5; 4,0 e 3,0; respectivamente (AVILA et al., 1992). As sementes utilizadas foram inoculadas com Rhizobium melioti, semeadas em operação mecanizada, a uma taxa de 15 a 17 kg sementes viáveis por hectare. Na adubação de plantio utilizou-se: Superfosfato simples (500 kg.ha-1); Cloreto de Potássio (120 kg.ha-1); Nitrocálcio (300 kg.ha-1); Fertilizante FTE BR 16 (50 kg.ha-1). No estabelecimento da cultura, aplicou-se herbicida Eradicane (EPTC) PPI, à taxa de 7,0 l.ha-1. No pós-plantio foi aplicado Poast + Assist à taxa de 1,5 l.ha-1 ou os seguintes: Bentazon, Fluazifop-butil, Hloxyfop-metil e Sethoxydin (CARVALHO & VILELA, 1994). Na adubação de manutenção foi utilizado 60 kg.ha-1 de Superfosfato simples, e 120 kg.ha-1 de Cloreto de Potássio, aplicados a cada dois cortes. Duas vezes por ano eram aplicados os micronutrientes. O sistema de irrigação por aspersão teve um turno de rega semanal, do plantio aos dois primeiros meses após a germinação, e, em média, um turno a cada 15 dias, no período de manutenção da cultura. Os cortes destinados à produção de feno (média de 10 por ano), foram realizados por segadora de dois discos, tracionada por trator. Após cada corte, a forragem era mantida no próprio local, sendo espalhada, enleirada e revolvida, utilizando-se ancinho.
Coeficientes Energéticos/Conversão Energética
Trabalho Humano: Considerou-se a energia advinda dos trabalhadores efetivamente utilizada na produção de feno, ponderada pela carga horária dedicada a esta atividade, através do coeficiente energético de 386,40 kJ.h-1 de trabalho (CARVALHO et al., 1974). Instalações: A composição energética do Galpão de Armazenamento de Feno foi estimada através dos coeficientes energéticos apresentados por FERNANDES & SOUZA, (1982). Insumos: Os valores energéticos dos elementos, foram obtidos, via de regra, através da multiplicação de sua massa (kg) ou volume (litros) pelo conteúdo energético específico correspondente, apresentado pela literatura, ponderando através de seu nível de utilização por hectare, na cultura. Material de Propagação: A energia para a produção das sementes de alfafa, segundo HEICHEL (1980), é de 182,51 kJ.kg-1. Através de procedimento de estimativa de custo de energia fóssil para produção de material de propagação, baseado nos custos econômicos, proposto por HEICHEL (1980) determinou-se o custo energético por kg do produto (inoculante) de 691.481,31 kJ. Fertilizantes e Corretivos: Os valores adotados para os elementos são aqueles informados por Pellizzi (1992): N = 73 MJ.kg-1; P2O5 = 13 MJ.kg-1; K2O = 9 MJ.kg-1. Multiplicou-se as quantidades efetivas dos elementos ativos (N, P2O5 e K2O, em kg) pelo valor energético correspondente. Para os micronutrientes, foi adotada a metodologia de determinação do coeficiente energético baseada na intensidade energética do produto nacional bruto, em kJ por valor monetário, preconizada por HEICHEL (1980). A energia contida no calcário foi obtida a partir da equação proposta por MACEDÔNIO & PICCHIONI (1985), que relaciona o valor energético embutido no produto e o consumo de energia no transporte: (40.938 + 228 × d) × 4,184 × 10-3 [kJ.kg-1]; sendo d a distância percorrida, em km. O coeficiente energético calculado para o calcário foi de 229 kJ.kg-1. Herbicidas: os coeficientes energéticos são informados por CLEMENTS et al. (1995), considerando, ainda, uma energia adicional, de 20 MJ por kg de ingrediente ativo, necessária para a formulação do herbicida (Green, apud CLEMENTS et al., 1995). O teor de ingrediente ativo é informado por LACA-BUENDIA et al. (1985). Máquinas e Equipamentos: Utilizou-se a metodologia desenvolvida por DOERING III et al. (1977), empregada por diversos autores (BEBER, 1989; COMITRE, 1993; SERRA et al., 1979; ULBANERE, 1988; entre outros), baseada na depreciação energética, que com a partir da massa das máquinas, consiste em depreciá-las durante sua vida útil. Os coeficientes adotados foram (MACEDÔNIO & PICCHIONI, 1985): Equipamentos autopropulsionados, como tratores = 69,83 MJ.kg-1; para os outros equipamentos = 57,20 MJ.kg-1. O custo energético adotado para a fabricação do Pulverizador costal foi de 72 MJ.kg-1 (BANSAL et al., 1988). Irrigação: O consumo energético para o funcionamento dos equipamentos é de 92 kJ.h-1.m-1, e 2,40 MJ.h-1 para o bombeamento (TSATSARELIS, 1993). Combustíveis e Lubrificantes: Constituem, basicamente, óleo diesel, óleo lubrificante e graxa, com poderes caloríficos de 38.535 kJ.l-1, 38.516 kJ.l-1 e 43.179 kJ.kg-1, respectivamente. Os coeficientes energéticos destes produtos, na mesma ordem, são de: 43.930 kJ.l-1, 43.908 kJ.l-1 e 49.224 kJ.kg-1 (SERRA et al., 1979).
3. Resultados e Discussão
A produtividade média de alfafa foi de 17,5 t MS.ha-1.ano-1. A etapa de implantação requereu vastas operações, porém, o consumo energético despendido nesta fase teve seu valor distribuído entre os anos de utilização da cultura (7 anos), na composição final do balanço. A Tabela 1 mostra a participação das diversas máquinas, equipamentos e estruturas envolvidas na composição da energia indireta. Entre os implementos, somente a carreta teve emprego nas três fases, com maior participação na etapa de fenação. Sendo o trator utilizado como acionador da maioria dos equipamentos, sua participação na composição dos consumos energéticos indiretos foi muito maior que os demais itens. Os implementos de revolvimento do solo, apesar de demandarem apreciáveis quantidades de energia, tiveram menor participação relativa, devido ao fato de seus valores estarem diluídos nos sete anos de vida da cultura.
O cômputo geral, da energia empregada na produção de feno, considerando as formas direta e indireta, é sintetizado na Tabela 2. O maior consumo de energia observado foi da categoria direta, com 93,05% do total, sendo 6,95% para a indireta. Houve uma preponderância no uso de energia fóssil, através do combustível utilizado nas operações mecanizadas, desenvolvidas por meio de trator. Itens como sementes (incluindo o inoculante), mão-de-obra, irrigação, micronutrientes e os herbicidas, que são essenciais à cultura, apresentaram valores de consumo energético baixíssimos na composição da matriz (Tabela 2). Em segundo lugar no consumo energético, se apresentam os fertilizantes, que, de um gasto total de 9.925,43 MJ.ha-1.ano-1, dos quais 48,14% tiveram origem em material orgânico e 51,86% em derivados de petróleo, têm papel primordial na viabilidade da condução desta cultura. A Figura 1 demonstra de forma mais clara as participações dos elementos, de origem fóssil ou orgânica, onde se percebe que a maior parte do N utilizado é advindo do esterco. Fontes de nitrogênio somente foram utilizadas por ocasião da implantação da cultura. A contribuição energética mais intensa de elemento de origem fóssil foi para o K2O, aplicado de forma separada, ou seja, sem uso de formulação composta com nitrogênio.
Desde os trabalhos pioneiros encontrados na literatura (PIMENTEL et al., 1973) remonta-se uma preocupação acerca da elevada carga energética encontrada no uso de nitrogênio advindo de adubos minerais. Torna-se interessante a análise do comportamento de consumo de energia embutida em fertilizantes nitrogenados na cultura da alfafa sob dois aspectos: a) A alfafa tem a capacidade de fixar nitrogênio do ar atmosférico, desta forma, o uso de fertilizantes nitrogenados só ocorre na implantação da cultura; b) O único fornecimento ocorrido, deste elemento, se caracterizou por uma preponderância de utilização de fonte orgânica, em detrimento do uso de derivados de petróleo. Estes fatos caracterizam um comportamento diferenciado da alfafa no uso de insumos energéticos na forma de adubo em relação às culturas amplamente estudadas no âmbito dos balanços de energia, e com maior divulgação, de uma forma geral, no meio científico.
Sendo o NDT médio, para a alfafa, de 60%, e, tomando como base a produção média anual de matéria seca da cultura, tem-se que a produtividade média de nutrientes digestíveis totais foi de 10.500 kg.ha-1.ano-1. Considerando-se o valor energético de 18.447,26 kJ.kg-1 de NDT, depreende-se que a energia total embutida na alfafa produzida é de 193.696,23 MJ.ha-1.ano-1. A partir do valor total de energia gasto (Tabela 2), conclui-se que a eficiência energética para a produção do feno foi de 3,19. HEICHEL & MARTIN (1980), para a Região Oeste do Colorado, obtiveram eficiência energética de 1,85 ("output" de energia digestível/ "input" de energia fóssil), na produção de feno de alfafa, sendo que o maior consumidor de energia foi o combustível, e, em segundo, o P2O5, não havendo utilização de N. A participação energética do combustível, na formação do balanço, superou os dados constantes na literatura para outras culturas. QUESADA et al. (1987), por exemplo, informam participações de 47,6%; 46,5% e 40,7%, na energia advinda do óleo diesel, para as culturas de milho, soja e trigo, respectivamente, em um estudo no Rio Grande do Sul.
Em todas etapas percebeu-se baixo consumo de energia na forma de trabalho humano, o que motiva autores, como ULBANERE (1988), a desconsiderar a utilização desta rubrica na contabilização do balanço energético. Para o presente trabalho, os valores baixos ocorreram devido às características da delimitação adotada para o sistema em estudo. Para sistemas mais amplos, pesquisas levando em consideração as apresentações de FLUCK (1981) poderiam propiciar consumos bem mais elevados para a mão-de-obra, devido àquela energia indireta implícita necessária para a manutenção do padrão de vida do trabalhador e suas família. No SIPL, foi utilizado adubo orgânico para a implantação da cultura da alfafa, o que promoveu considerável aumento de utilização de energia não derivada do petróleo. Complementando, MELLO (1986) aponta que a incorporação de restos de culturas, resíduos vegetais e animais, tem custo energético relativamente reduzido, gerando resultados satisfatórios em fertilização além de serem integrantes naturais de cadeias de ecossistemas.
4. Conclusões
Os itens irrigação, mudas, mão-de-obra e herbicidas apresentaram reduzido consumo de energia.
O maior consumidor de energia indireta foi o trator (2.909,99 MJ.ha-1ano-1), o segundo maior consumidor foi o equipamento de irrigação (549,52 MJ.ha-1.ano-1). Os implementos que demandaram mais energia indireta foram aqueles usados na fenação.
O consumo total de energia para a produção do feno foi de 60.899,31 MJ.ha-1.ano-1, sendo 6,95% na forma indireta e 93,05% na forma direta, e a eficiência energética para a produção do feno foi de 3,19.
Os derivados de petróleo, foram os maiores consumidores de energia, sendo somente o óleo diesel responsável por 73,94% do consumo total, que engloba as energias direta e indireta.
Apesar dos elevados valores absolutos de consumo energético, a produção se mostrou eficiente na utilização da energia empregada, evidenciando a sustentabilidade da produção.
5. Agradecimento
O primeiro autor agradece à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela concessão de bolsa de estudos que possibilitou a realização do Doutorado.
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