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An. 6. Enc. Energ. Meio Rural 2006

 

Desempenho de motor diesel com misturas de biodiEsel de óleo de girassol

 

Performance of diesel engine fuelled with sunflower biodiesel blends

 

 

Ila Maria CorrêaI; José Valdemar Gonzalez MazieroII; Maria Regina ÚngaroIII; José Augusto BernardiIV; Moises StorinoII

IEng. Agríc., Dra., Pesquisadora do Centro de Engenharia e Automação/Instituto Agronômico (CEA/IAC)
IIEng. Agrôn., Ms., Pesquisador do CEA/IAC
IIIEng. Agrôn., Dra., Pesquisadora do Centro de Grãos e Fibras/IAC
IVEng. Agrôn. Pesquisador do CEA/IAC

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de misturas de biodiesel de girassol e diesel no desempenho de um motor de ignição por compressão, injeção direta. Os ensaios foram realizados em bancada dinamométrica utilizando-se as misturas B5, B10, B20 e B100 em comparação ao diesel (D). Foram analisados o desempenho do motor através da tomada de potência (TDP) com cada combustível e analisado o óleo lubrificante do motor antes e após 96 horas de uso com B100. Os resultados obtidos foram: D (40,7 kW; 271 g/kW.h); B5 (40,3 kW; 271 g/kW.h); B10 (39,8 kW; 277 g/kW.h); B20 (40,0 kW; 277 g/kW.h) e B100 (39,8 kW; 291 g/kW.h). Concluiu-se que o uso das misturas B5, B10, B20 e B100 proporcionou redução de no máximo 2,2 % na potência na TDP e um aumento máximo de 7,3 % no consumo específico de combustível. A análise do óleo lubrificante antes e após o uso com B100 detectou alterações aceitáveis, sendo a viscosidade, a presença de água e o teor de ferro os parâmetros mais expressivamente alterados.

Palavras-chave: desempenho do motor, biocombustível, óleo vegetal.


ABSTRACT

The aim of this paper was to evaluate the use of sunflower biodiesel blends in a CI engine, direct injection. The test procedure was done in a dynamometer bench had been determined the performance of engine through power take-off (PTO) with use of diesel and sunflower biodiesel blends (B5, B10, B20 and B100). The lubricating oil was analyzed before and after period of 96 hours. The results were: D (40,7 kW; 271 g/kW.h); B5 (40,3 kW; 271 g/kW.h); B10 (39,8 kW; 277 g/kW.h); B20 (40,0 kW; 277 g/kW.h) e B100 (39,8 kW; 291 g/kW.h). It was conclude that the use of blends B5, B10, B20 and B100 decreased the power of PTO máx. 2,2% and increased the fuel consumption máx. 7, 3%. The analyze of lubricating oil showed that the viscosity, water content and level of iron were the parameters more affected, although it had been acceptable.

Key-words: engine performance, biocombustivel, vegetal oil.


 

 

1. INTRODUÇÃO

A substituição do óleo diesel por biocombustíveis ou misturas deste com diesel é a questão mais focada atualmente para suprir a escassez dos combustíveis derivados do petróleo e reduzir os níveis de emissão de poluentes gasosos. A autorização do uso de misturas com 2% de biodiesel (B2) pelo governo federal brasileiro é o passo inicial para reduzir o uso de óleo diesel e desencadear ações de pesquisa sobre óleos vegetais.

Em vista das inúmeras possibilidades de obtenção de matéria-prima (soja, mamona, girassol, palma, etc.) para a produção de biodiesel, o Brasil destaca-se no panorama mundial como potencial fornecedor de biodiesel. Qualquer que seja, porém, a matéria-prima utilizada é importante estudar suas características físico-químicas e seu efeito no desempenho mecânico do motor.

O estudo do uso de doze combustíveis alternativos, produzidos pela mistura de óleos vegetais com óleo diesel tipo 2, em um motor diesel, realizado por Ali et al. (1996), em bancada dinamométrica, mostrou que o desempenho do motor foi similar ao obtido com óleo diesel indicando que não haveria efeito no desempenho do motor após 200 horas do funcionamento no dinamômetro.

Para confirmar isso, Ali & Hanna (1996) estudaram o efeito a longo prazo de uma mistura de óleo diesel e biodiesel (B20) em relação ao desempenho e desgaste de um motor diesel. Constataram que o motor operou satisfatoriamente por 148 horas, tendo a potência, o torque e o consumo específico de combustível mantido-se constantes. A análise do óleo do motor a intervalos de 45 horas, mostrou que a redução na necessidade após 100 horas de operação, foi típica de uma operação normal com diesel. O desgaste do motor, avaliado com base na concentração de metais no óleo lubrificante, permaneceu dentro do limite normal recomendado para aquele tipo de motor.

A condução de trabalhos nessa linha de pesquisa auxiliará a identificar e solucionar problemas que possam vir a ocorrer em decorrência da utilização breve ou prolongada de maiores níveis de misturas de óleos vegetais ao óleo diesel. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho de um motor de ignição por compressão utilizado em trator agrícola, ao ser alimentado com diferentes misturas de éter etílico de óleo diesel (EEOG) e diesel, em ensaios realizados em bancada dinamométrica.

 

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Combustíveis avaliados

As misturas B5, B10, B20 e B100 de éter etílico de óleo de girassol foram avaliadas em comparação ao uso de óleo diesel (D). Os cinco tipos de combustíveis foram estudados em um motor MWM D229.3, injeção direta, com potência nominal de 46 kW à 2450 r/min, no Laboratório de Dinamometria do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico. O laboratório dispõe de um dinamômetro Schenck W 400 com capacidade para 400 kW e de um conjunto de sensores eletrônicos com os quais foram monitorados alguns pontos de temperatura do motor (entrada e saída de água, ar de admissão, óleo lubrificante e tubulação dos gases de escape).

O diesel utilizado foi adquirido em posto de abastecimento automotivo. A transesterificação etílica do óleo de girassol foi realizada pela empresa CERALIT SA. Ind. e Com. e suas características físico-químicas foram determinadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas. A densidade dos combustíveis foi determinada conforme descrito em Corrêa (2000).

No Laboratório de Dinamometria, o sistema de determinação do consumo de combustível, do tipo volumétrico, era constituído de balão volumétrico, fotocélulas e eletro válvulas interligados, cronômetro e totalizador do número de giros dados pelo motor.

2.2 Ensaios realizados

Por se tratar de motor novo, adquirido especialmente para este trabalho, foi necessário realizar o amaciamento do motor, o que foi feito em bancada dinamométrica. O amaciamento durou 50 horas obedecendo a um regime de cargas variáveis, utilizando óleo diesel como combustível.

Para avaliação do desempenho do motor com os diferentes combustíveis foram realizados ensaios de curta duração (2 horas), com o motor operando à plena carga, isto é, em débito máximo da bomba injetora, porém, na condição de rotação nominal do motor. Durante as duas horas de ensaio, leituras de torque, rotação do motor, consumo de combustível e de temperaturas foram feitas a intervalos de 12 minutos. Este padrão de ensaio seguiu a norma ABNT (1995).

Após os ensaios de curta duração, o motor foi submetido a um regime de funcionamento de 96 horas (12 horas/dia), sob cargas variáveis, utilizando éster etílico de óleo de girassol (B100), sendo determinados nesse período os valores de potência e de consumo de combustível. Amostras de óleo lubrificante do motor foram tomadas para análise antes e após as 96 horas.

2.3 Análise do óleo lubrificante

Com a finalidade de verificar possíveis alterações nas características do óleo lubrificante decorrentes do uso semi-prolongado (96 horas) do éster etílico de girassol (B100) foram determinadas as suas características físico-químicas, teor de metais e exame morfológico das partículas contaminantes. A análise do teor de contaminação do óleo lubrificante, segundo Peterson et al. (1999), fornece uma excelente indicação das condições internas do motor. As análises foram realizadas pela empresa SIL - Serviços Industriais de Lubrificação, com equipamentos próprios.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da análise físico-química do éster etílico do óleo de girassol é apresentado na Tabela 1, demonstrando que suas características estão dentro dos limites estabelecidos na Portaria ANP 255/03.

 

 

Os resultados dos ensaios de duas horas à rotação nominal do motor são apresentados na Tabela 2. Reduções estatisticamente significativas foram obtidas para a potência no motor com os diferentes combustíveis, porém, as diferenças porcentuais foram, no máximo, de - 2,2%.

 

 

A rotação do motor não apresentando diferenças significativas demonstra que a condição de ensaio foi constante para todos os combustíveis estudados. Assim, as diferenças nas potências obtidas podem ser atribuídas às diferenças nos torques gerados como conseqüência provável do menor poder calorífico de cada mistura. Sendo este inferior ao do diesel, era de se esperar alguma queda na potência do motor.

Durante os ensaios as temperaturas do motor estiveram dentro de valores considerados normais: óleo lubrificante, 89 a 112 șC; saída de água do motor, 82 a 85 șC; ar de admissão, 30 a 34 șC; gases de escape, 622 a 638 șC; óleo combustível na entrada da bomba injetora, 32 a 37 șC (um sistema de refrigeração instalado na bancada, impedia que o óleo ultrapassasse 40 șC).

Médias seguidas de mesma letra na vertical não diferem estatisticamente ao nível de 5% pelo teste de Tukey.

Conforme se vê na Tabela 2, à queda máxima de potência, observada para B10 e B100, correspondeu um aumento máximo de 7,3 % no consumo específico de combustível com B100. Diferentes valores para a variação de potência e do consumo específico de combustível são observados por outros autores. O uso de metil éster de girassol (B100) por Kaufman & Ziejewski (1984) em um motor diesel 74,6 kW, 4 cilindros, injeção direta, em testes dinamométricos por 200 horas resultou em potência 5,8% mais baixa que a obtida com diesel e num aumento de 8,6% no consumo de combustível. Hilbert et al. (2002) estudando misturas de biodiesel em um trator agrícola equipado com motor de 86,0 kW obteve diferenças de + 1,5 e - 3,7% na potência da tomada de potência (TDP) para B20 e B100, respectivamente, em relação ao diesel, enquanto que, o aumento no consumo específico foi de 6,6 e 13,9%.

Com as misturas B50 e B100 obtidas a partir do óleo residual, Silva et al. (2004) encontrou reduções médias de 3,4 e 6,3% para a potência na TDP, em relação ao diesel. O consumo específico, porém, não foi avaliado. Oliveira et al. (200%) estudando as misturas B2, B5, B20 e B100 a partir do óleo de soja degomado, em um trator com potência no motor de 58 kW, concluiu que a potência na TDP com o uso de B100 foi pouco inferior (-3,25%) que a apresentada com diesel. Em algumas rotações, as misturas B5 e B100 chegaram a apresentar potência igual ou superior ao diesel. Na avaliação de Maziero et al (2005) em um motor de 92 kw a redução média na potência foi de 7,6% enquanto que o aumento do consumo específico de combustível foi de 9,8%.

Tem-se verificado nos trabalhos com misturas de biodiesel que a queda de potência nem sempre ocorre linearmente com o aumento da mistura. Nos trabalhos citados, a potência desenvolvida com alguma das misturas intermediárias foi igual a do diesel ou da obtida com B100, o que também ocorreu no presente trabalho (ver Tabela 2) onde a mistura B20 foi levemente superior a de B100.

Os valores de densidade do biodiesel foram levemente superiores ao do diesel e compatíveis com os encontrados na literatura (PETERSON et al., 1999; OLIVEIRA et al., 2005 e THOMPSON et al., 1998). Na Figura 1 pode ser visualizado o comportamento da densidade em função da temperatura para os diferentes combustíveis utilizados e que é expresso pelas equações de regressão a seguir.

 

 

a) para D : Y = - 1,3362X + 890,31 ( r2 = 0,9918)

b) para B5 : Y = - 1,2744X + 891,1 (r2 = 0,9991)

c) para B10 : Y = - 1,2943X + 894,0 (r2 = 0,9992)

d) para B20 : Y = - 1,1176X+ 893,6 (r2 = 0,9924)

e) para B100 : Y = - 1,4392X + 931,2 (r2 = 0,9959)

onde:

Y = densidade do combustível, em g/L

X = temperatura do combustível, șC .

De acordo com estas equações, a uma temperatura de 40șC, por exemplo, corresponderiam densidades de 837, 840, 842, 849 e 849 e 874 g/L, respectivamente para D, B5, B10, B20 e B100.

Quanto ao resultado da análise do óleo lubrificante apresentado na Tabela 3, foram observadas alterações consideradas aceitáveis e que não comprometem o desempenho do motor. O laudo, no entanto, chamava a atenção para o teor de óxido de silício identificado em lâmina de óleo em nível ainda tolerável. As alterações mais expressivas foram relativas à viscosidade, a presença de água e ao teor de ferro.

 

 

Os parâmetros físico-químicos admissíveis para o motor alimentado com óleo diesel são: máx. 1,5% para a fuligem (resíduos insolúveis de combustível parcialmente queimado); máx. 3,5% para a diluição (quantidade de combustível presente no óleo lubrificante), máx. 1,0% para o índice de precipitação ( presença de componentes insolúveis no óleo); mín. 2,5 mg KOH/g para TBN (número total de basicidade) e máx. de 0,2% para o teor de água.

Peterson et al. (1999) analisou a contaminação do óleo lubrificante por metais (alumínio e ferro) em um motor diesel, a intervalos de 100 h durante 1000 horas de uso com misturas (B25, B50 e B100) de éster etílico de óleo de soja hidrogenada. Sem referir se os valores encontrados estão dentro da faixa de normalidade, concluíram apenas que a presença dos metais com o uso de B100 foi igual ou menor que a ocorrida com B25 ou B50. Nos testes de durabilidade realizados por Kaufmann & Ziejewski (1984) com metil éster de óleo de girassol o consumo de óleo lubrificante foi satisfatório e um pouco de diluição de combustível foi notado.

 

4. CONCLUSÕES

1. O uso das misturas B5, B10, B20 e B100 de éster etílico de óleo de girassol proporcionou alteração no desempenho do motor, com redução máxima de 2,2% na potência e aumento máximo de 7,3% no consumo específico.

2. A análise do óleo lubrificante após 96 horas de uso de B100 apresentou valores considerados aceitáveis para motores diesel.

 

AGRADECIMENTO

À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP pelo suporte financeiro ao trabalho (Proc. 02/04492 - 0)

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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