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An. 6. Enc. Energ. Meio Rural 2006

 

Impactos econômicos da implementação das novas usinas de cana-de-açúcar

 

 

Ricardo Terciote

UNICAMP - Faculdade de Engenharia Mecânica - Departamento de Energia

 

 


RESUMO

O setor sucroalcooleiro vive um momento decisivo: investir para atender à demanda futura, principalmente de álcool combustível (em torno de 70% das vendas de veículos novos são de modelos bicombustíveis - e a maioria dos donos destes veículos abastecem com álcool). Para atender a esse previsível aumento da demanda de álcool já foram anunciados 41 novos projetos, que contribuirão com a moagem de 70 milhões de toneladas de cana até a conclusão dessas plantas. Nesta fase de expansão, o mercado deve manter-se, em geral, pressionado pela demanda, administrando o abastecimento dos mercados interno e externo, garantindo que a oferta dos produtos setoriais acompanhe a curva do consumo. Dada a possibilidade de crescimento do setor que tem uma atividade que auxilia o desenvolvimento do país pretende-se, neste trabalho, avaliar os impactos econômicos do investimento na implementação das novas usinas.

Palavras-chave: Usina; cana-de-açúcar; açúcar; álcool; impacto econômico; sucroalcooleiro, insumo produto.


ABSTRACT

The sugar industry goes through an important moment: invest and develop to supply future demand, mainly by fuel alcohol (around 70% of new vehicles sales are from flex fuel models - and the majority of these vehicles are supplied by alcohol). Due to this foreseeable increase of alcohol demand, sugar industry has already announced 41 new projects, which will contribute with the milling of 70 million tons of sugar cane by the conclusion of these plants. In this phase of expansion, the alcohol market must be pressured for the demand, managing the supplying of the domestic and external markets. With this scenario and the possibility of sector growth which has an important role in Brazil development, this work evaluates the economic impacts of the new plants implementation investments.


 

 

1. Introdução

Passados 30 anos da criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), o álcool de cana-de-açúcar está em pauta novamente, pois também atende a atual necessidade de reduzir as emissões de gases poluentes, previstas no Protocolo de Quioto. Nestas três décadas, o Proálcool proporcionou a geração de cerca de 1 milhão de empregos diretos no País e alguns milhões de indiretos, com custos de produção do açúcar e do álcool nas indústrias brasileiras competitivos com o açúcar da beterraba na Europa ou do álcool de milho americano.

Com a entrada no mercado interno dos veículos bicombustíveis, aumento nas exportações e com a possibilidade de redução da dependência de petróleo e de emissões, espera-se um crescente aumento na produção de álcool combustível para atender essa demanda interna e externa. Com isso, a ampliação de investimentos na produção brasileira tornou-se peça fundamental para convencer alguns países a adicionarem o álcool ao combustível. Isso estimulou projetos de expansão para o setor sucroalcooleiro, que anunciou reforma e construção de 41 usinas de álcool, com a finalidade de expandir a capacidade produtiva do País.

Este trabalho tem como objetivo avaliar, utilizando matriz de insumo-produto, os impactos econômicos da implementação das novas usinas, estimando choques no investimento para a construção das usinas, mostrando os efeitos diretos e indiretos em toda cadeia produtiva para atender a demanda solicitada, além da correspondente geração de empregos.

 

2. O setor sucroalcooleiro

A imensa superfície do território nacional, quase toda localizada em regiões tropicais e chuvosas, oferece excelentes condições para a produção e o uso energético da biomassa em larga escala. Além da produção de álcool, queima em fornos, caldeiras e outros usos não-comerciais, a biomassa apresenta grande potencial no setor de geração de energia elétrica mas a maior parte da energia dessa biomassa é utilizada na produção do etanol - combustível líquido.

Desprezado durante anos, o álcool combustível ganhou status de "ouro branco". Ao lado do açúcar, transformou-se numa das maiores apostas econômicas do País e tem atraído investimentos de peso, provocando uma revolução no setor sucroalcooleiro. A demanda cada vez mais crescente tem impulsionado o preço dos dois produtos e criado boas oportunidades de negócios. A euforia do setor sucroalcooleiro decorre de vários fatores. Entre elas está o sucesso dos carros bicombustível e a possibilidade de o combustível ser adotado no mundo diante das preocupações ambientais e das incertezas em relação ao petróleo. Para completar o cenário otimista, o País espera conseguir alcançar o tão protegido mercado da União Européia com o açúcar brasileiro.

Para um prazo relativamente curto, o aumento na demanda de álcool pode disponibilizar uma maior quantidade de bagaço de cana, o que pode ocasionar uma maior oferta de eletricidade através da co-geração. A alta produtividade alcançada pela lavoura canavieira, acrescida de ganhos sucessivos nos processos de transformação da biomassa sucroalcooleira, têm disponibilizado enorme quantidade de matéria orgânica sob a forma de bagaço nas usinas e destilarias de cana-de-açúcar, interligadas aos principais sistemas elétricos, que atendem a grandes centros de consumo dos Estados das regiões Sul e Sudeste. Além disso, o período de colheita da cana-de-açúcar coincide com o de estiagem das principais bacias hidrográficas do parque hidrelétrico brasileiro (UNICA, 2004).

Existem, ainda, outros ganhos advindos da maior participação do setor sucroalcooleiro:

O álcool é um combustível renovável, apresentando vantagem em relação à gasolina para a redução de gases de efeito estufa;

A oferta de eletricidade por co-geração a partir do bagaço de cana apresenta vantagens ambientais, podendo atenuar os impactos decorrentes do aumento da geração termelétrica;

Estima-se que o setor sucroalcooleiro gera aproximadamente 1 milhão de empregos diretos e indiretos (Macedo, 2005). Um aumento considerável no nível de atividade econômica deste setor pode ocasionar incrementos significativos sobre a estrutura de empregos.

O setor sucroalcooleiro passou a ter importância estratégica na matriz energética brasileira a partir da criação do Proálcool desenvolvido e instituído no país em meio à grave crise mundial do petróleo da década de 70.

Recentemente em 2003 com a entrada dos veículos bicombustíveis no mercado, um novo cenário pode vir a favorecer o fortalecimento da participação do álcool combustível. Em janeiro de 2006 a foram licenciados 91.526 veículos flex, que corresponderam a 72,8% do mercado, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea, 2006). O aumento da participação destes tipos de veículos provocará uma maior flexibilidade em decorrência das flutuações dos mercados que afetam os preços e a oferta de gasolina e álcool.

Para um horizonte situado no médio prazo, confirmando a consolidação dos veículos bicombustíveis, a demanda por álcool hidratado deverá experimentar um novo aumento, para atender à crescente demanda pelo combustível nos mercados interno (por causa dos carros flex-fuel) e no exterior (com a maior disposição dos países interessados em reduzir a dependência do petróleo). Esses fatores têm estimulado os projetos de expansão para o setor sucroalcooleiro e para atender essa expectativa já foram anunciados 41 novos projetos, que contribuirão com a moagem de 70 milhões de toneladas de cana até a conclusão dessas plantas (Tabela 1).

 

 

3. O modelo de insumo-produto1

O modelo de insumo-produto, formulado por Wassily W. Leontief (1906-1999) na década de 1930, descreve o fluxo circular da renda entre os setores produtivos da economia, sendo largamente utilizado em todo o mundo, desde sua concepção, nos mais diversos estudos sobre economia aplicada.

A teoria de insumo-produto tem como principais pressupostos (i) equilíbrio geral na economia a um dado nível de preços; (ii) inexistência de ilusão monetária por parte dos agentes econômicos; (iii) retornos constantes à escala e (iv) preços constantes. O modelo impõe também que cada setor produza somente um produto e que cada produto seja produzido por somente um setor.

A concepção básica desse modelo consiste, inicialmente, em identificar os setores produtivos da economia, os agentes que compõem a demanda final e os fatores primários de produção.

Conforme ilustra a Tabela 2, cada setor, identificado nas colunas, necessita, para produzir, de insumos dos outros setores da economia (matriz de consumo intermediário Z), faz importações (vetor linha M), paga os impostos indiretos líquidos (sobre o produto) (vetor linha IIL) e remunera os fatores primários de produção e os impostos diretos (sobre a produção) (valor adicionado a preço básico, W). O valor adicionado total - ou simplesmente valor adicionado - é dado pela soma de W e IIL.

 

 

As receitas dos setores ocorrem ao longo das linhas, ou seja, cada setor recebe dos outros setores por fornecer insumos (matriz Z), como também recebe sobre o consumo dado pela demanda final (vetor Y). As componentes de demanda final são o consumo das famílias (vetor C), gastos do governo (vetor G), investimentos (vetor I) e exportações (vetor E). Para o equilíbrio da economia, devemos ter que as despesas de cada setor devem ser iguais às suas respectivas receitas. Os n setores da economia possuem relações fundamentais com a teoria de insumo-produto, dadas pela Equação 1:

onde:

Zij: produção do setor i usada como insumo intermediário pelo setor j;

Ci : produção do setor i que é comprada pelas famílias;

Gi : produção do setor i que é comprada pelo governo;

Ii : produção do setor i que é destinada ao investimento;

Ei : produção do setor i que é destinada à exportação;

Xi: produção doméstica total do setor i (demanda final e insumos intermediários).

A demanda final doméstica do setor i é dada pela Equação 2:

A demanda final da produção do setor i segue a Equação 3:

A Equação 4 define o coeficiente técnico direto de produção, aij, que é a quantidade de insumo do setor i necessária para a produção de uma unidade de produto total do setor j, onde Xj é a produção total do setor j. Como o modelo de insumo-produto supõe, por hipótese, retornos constantes à escala, ou seja, as funções de produção são lineares e homogêneas, os elementos aij que formam a matriz A (n x n) são constantes.

O destino da produção de um setor i qualquer é dado pelo consumo intermediário somado à demanda final. Tomando-se a Equações 3 e 4, a Equação 1 pode ser reescrita como:

Na forma matricial:

onde

X e Y: vetores coluna de ordem (n x 1)

A = [ aij ] . (nx1): matriz dos coeficientes diretos de produção.

Resolvendo a Equação 6, tem-se:

onde:

B = ( I - A )-1 : matriz de coeficientes técnicos diretos e indiretos, conhecida como matriz inversa de Leontief.

A partir da equação é possível obter a produção total que é necessária para satisfazer a demanda final (Y), cujas variações são determinadas exogenamente. Podemos, também, avaliar o impacto sobre a produção de todos os setores, devido a um determinado incremento na demanda final (Miller et al, 1985).

A construção da primeira Matriz Nacional Insumo-Produto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o País foi realizada em 1970. Entre os anos de 1970 e 1990, a construção foi feita com periodicidade qüinqüenal, e a partir da década de 1990 sua elaboração passou a ser anual. O IBGE é o órgão oficial do governo federal responsável pela elaboração das Matrizes Nacionais de Insumo-Produto. Apesar das matrizes apresentarem dados anuais a partir de 1990, a sua divulgação apresenta uma defasagem de no mínimo três anos. Tal demora é justificada pelo fato de o prazo entre a coleta dos dados levantados em cada setor da economia e a sua elaboração pelo IBGE ser relativamente extenso. As Contas Nacionais, das quais se deriva a Matriz Insumo- Produto, também elaborada pelo IBGE, e referentes a um dado ano x, são apresentadas no ano seguinte (ano x + 1) como uma versão preliminar. Com defasagem de dois anos, o IBGE divulga a primeira revisão das Contas, e ao final do terceiro ano (x + 3) as Contas Nacionais são divulgadas em sua versão definitiva e somente a partir desses dados é que a Matriz Insumo-Produto do ano x é disponibilizada. Esta matriz agrega algumas informações adicionais aos dados das Tabelas de Recursos e Usos de Bens e Serviços, incluídas na versão definitiva das Contas Nacionais (Gilhoto et al, 2005).

 

4. Dados utilizados

O Brasil deverá aumentar a cada safra de cana, até 2010, cerca de 7% ao ano o volume produzido. Esse crescimento já ocorreu quando comparadas as safras 1990/91 e 2004/05, período em que se registrou um aumento de 68,5% no volume de cana, com expansão da área plantada da ordem de 32,6% (Unica, 2005).

A produção maior de álcool será para atender à crescente demanda pelo combustível nos mercados interno (por causa dos carros flex-fuel) e no exterior (com a maior disposição dos países interessados em reduzir a dependência do petróleo) tem estimulado os projetos de expansão para o setor sucroalcooleiro. Com a expansão, a expectativa para o período 2010/2011 é que o consumo interno de álcool seja de 22,1 bilhões de litros e que sejam exportados 5,2 bilhões de litros (Unica, 2005).

Na média, cada nova usina está programada para ter uma capacidade total de moagem de 2 milhões de toneladas em um investimento médio de US$ 90 milhões para cada unidade. Deste valor, estimou-se que 90% seja aplicado no setor de máquinas e tratores e os 10% restantes aplicados no setor da construção civil.

 

5. Metodologia

A base de dados utilizada no trabalho refere-se ao ano de 2002 e foi praticamente toda estimada por Cunha (2005), pois a matriz insumo-produto mais recente divulgada pelo IBGE correspondia ao ano de 1996. Além dessa questão, há ainda o problema da indisponibilidade de alguns setores estudados nesse trabalho.

O nível de agregação escolhido foi determinado em função dos setores relacionados à proposta do artigo, desagregando o setor álcool do setor elementos químicos e o setor cana-de-açúcar do setor agropecuária.

Para ser implementado o modelo de insumo-produto pressupõe uma correspondência biunívoca entre setor e produto. Entretanto, os dados do IBGE mostram a produção (matriz V) e o consumo intermediário (matriz U) dos setores em produtos. Portanto é necessário obter a matriz adaptada de consumo intermediário entre setores. No estudo, consideramos o enfoque setor versus setor e tecnologia baseada na indústria: supõe-se que os setores mantêm constante a sua participação no mercado de produtos.

Para fazer os choques e analisar o comportamento da economia utilizou-se a matriz insumo-produto estimada para o ano de 2002 e elaborou-se o seguinte procedimento :

onde i = [1....1]T

Substituindo a Equação 9 na Equação 8, temos:

Para encontrar a matriz D, usamos a hipótese da tecnologia baseada na indústria:

Como X = Vi,

Multiplicando a Equação 10 pela matriz D, temos:

De onde concluímos que DB = A. Temos ainda:

Onde:

Q: Matriz de produção total dos produtos

:Matriz diagonal obtida a partir do vetor Q, os elementos de sua diagonal principal são extraídos do vetor Q

U : Matriz de uso

E : Demanda final de produto

B : Matriz dos coeficientes técnicos

X : Matriz de produção total em setores

V : Matriz de produção

D : Matriz de market share

Z : Matriz setor x setor

Determina-se apenas as matrizes Z e Y, pois as demais estão disponíveis nas tabelas de insumo-produto divulgadas pelo IBGE.

Para desagregar os setor de cana-de-açúcar do setor agropecuário e o setor álcool do setor elementos químicos, foi calculado DE = Y, onde Y é a demanda final em setores e E é a demanda final em produto. Para completar a matriz determinam-se os setores importação, impostos, trabalho, capital, pessoal ocupado. Obtém-se então a matriz ZSETOR X SETOR. Para balancear a matriz Z admitiu-se que tudo o que o setor consome é igual ao que ele arrecada.

XT : gastos do setor (total da produção)

X : receitas do setor (total da produção)

Lucro econômico = X - XT

Para que a matriz esteja balanceada, o lucro econômico deve ser zero para todos os setores.

Desagregou-se o setor álcool (criando o setor 1) do setor elementos químicos (renomeado para resto dos elementos químicos). Para determinar a tecnologia do setor utilizaram-se as informações da matriz insumo-produto estimadas de 2002. Foi obtida a matriz de transações para o ano de 2002 com o setor álcool desagregado, utilizando essa matriz para obter o vetor de coeficientes técnicos. Admitiu-se que o valor da produção do produto álcool do setor elementos químicos, já contido na matriz de dados, é igual a produção do novo setor criado álcool.

Procedeu-se de igual forma para desagregar o setor cana-de-açúcar (setor 2) do setor agropecuária (renomeado para resto da agropecuária), deixando a matriz em seu formato final com 44 setores.

 

6. Resultados e discussão

Com o aumento da demanda de álcool e a possibilidade de crescimento do setor que tem uma atividade que auxilia o desenvolvimento do país, com a entrada em operação nos próximos anos de 41 novos projetos, serão avaliados os impactos econômicos do investimento na implementação das novas usinas. Na Tabela 3 são apresentadas as considerações para a realização dos choques e, nesta seção, são mostrados os resultados das simulações na economia.

 

 

O choque no investimento resultou nas seguintes variações de demanda , emprego e PIB (Tabela 4).

 

 

Vemos que o impacto da inserção destas 41 usinas na economia brasileira pode gerar um aumento de demanda de R$ 14.556.006,00 que representa um acréscimo de 0,57%. Quanto ao emprego vemos que teremos um acréscimo de 168.903 empregos, representando um aumento de 0,25%. Para o PIB temos uma variação de 0,55%, a qual representa R$ 7.366.876,00. Considerou-se apenas os efeitos diretos e indiretos destes choques. Lembramos ainda que o efeito induzido pode aumentar consideravelmente a variação da demanda do emprego e do PIB.

As Figuras 1, 2 e 3 apresentam os setores que mais contribuíram para a variação no emprego, PIB e demanda respectivamente.

 

 

 

 

 

 

Pode-se notar de acordo com os investimentos supostos:

- Na variação do emprego, o setor de "máquinas e tratores" responde por 77% da variação total, com o setor "construção civil" respondendo por 9%. Estes setores impulsionam o setor siderurgia, que tem variação de 6%, sendo o principal fornecedor de matéria-prima de outros setores.

- Na variação do PIB, o mesmo setor de "máquinas e tratores" responde por 63% dos empregos gerados (o investimento neste setor foi de 90% do capital) sendo que o setor "construção civil" (que recebeu investimentos de 10% do capital) e "outros metalúrgicos" respondem por 18% e 13%, respectivamente, mostrando que são setores com grande possibilidade de geração de empregos.

- Na variação da demanda, "máquinas e tratores", como era esperado devido ao investimento, responde por 68%, trazendo o setor siderurgia, com 11% e "construção civil" e "outros metalúrgicos" respondem por 8% cada.

 

7. Conclusão

Ainda existem no interior do Estado de São Paulo, maior pólo produtor de açúcar e álcool do País, áreas com capacidade de expansão, porém, as usinas locais precisam de recursos. Neste caso, faltam linhas de financiamento suficientes e menos burocráticas.

Além disso, para expandir-se, o setor esbarra em outro problema: o processo de licenciamento ambiental, que poderia ser simplificado e debatidos assuntos relevantes do processo de licenciamento, como reuso da água, proteção do solo, queima controlada e fertirrigação.

Com este investimento, há uma demanda pelo setor siderurgia, que também gera um aumento do PIB, porém pouco responde pela abertura de vagas de trabalho, as quais seriam geradas em grande parte nos setores de "máquinas e tratores", "construção civil" e "outros metalúrgicos".

O despertar mundial para a importância do álcool combustível, que se tornou uma opção energética atraente, já que existe a expectativa de grandes gastos com a importação de petróleo, pode nos deixar mais atentos em relação à nossa própria condição de líder desse mercado em fase de formação, com os Estados Unidos como segundo maior produtor, pretendendo expandir o mercado interno e se colocar como um fornecedor internacional do produto.

Sendo assim, o setor sucroalcooleiro, que já investiu no desenvolvimento da atividade, modernizando os processos industriais e aprimorando e criando novas variedades no campo, deve dar atenção especial à pesquisa e desenvolvimento, mantendo investimentos em tecnologia com a participação fundamental dos produtores, fazendo crescer, também, a economia do País.

 

Referências Bibliográficas

[1] ANFAVEA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. Produção por tipo de produto e combustível. Disponível na internet via http://www.anfavea.com.br/Index.html (consultado em 2006).

[2] CUNHA, M. P. Inserção do setor sucro-alcooleiro ma matriz energética do Brasil: uma análise de insumo-produto. Dissertação (Mestrado), Campinas: Instituto de matemática e computação científica, Universidade Estadual de Campinas, 102p, 2005.

[3] GUILHOTO, J., SESSO, U. Estimação da matriz insumo-produto a partir de dados preliminares das contas nacionais. Econ. Aplic., 9(1), abr-jun 2005

[4] MACEDO, I. DE C. A Energia da cana-de-açúcar. Ed. Berlendis &Vertechia. São Paulo, Setembro, 2005.

[5] MILLER, R. E., E BLAIR, P. D. Input-output analysis: Foundations and Extensions. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NJ, 1985.

[6] UNICA - UNIÃO DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA DE SÃO PAULO. Açúcar e álcool do Brasil: Commodities da Energia e do Meio Ambiente. São Paulo, Maio, 2004.

[7] ______. Informação UNICA. Ano 7, número 66, Agosto/Setembro, 2005.

 

 

1 Cunha, 2005.