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On-line ISBN 85-86736-06-6
On-line ISBN 85-86736-06-6
An. 3 Col. LEPSI IP/FE-USP 2002
Sandra Mara Corazza1
1. Tele-manhas
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Um terço da população brasileira tem entre zero e 14 anos. Destes 50 milhões, 15 pertencem à classe média urbana e gastam quase 50 bilhões de reais por ano, o que equivale a 10% do PIB do País. São responsáveis pelo consumo de 80% dos iogurtes e 40% dos refrigerantes vendidos, e movimentam, só no setor de brinquedos, 650 milhões de reais por ano.
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De suas casas-ninho, essas crianças acessam tele-comidas, tele-farmácia, tele-encontros, tele-papo, tele-turma, tele-sexo, tele-namoro, terminais de bancos. Passam, em média, 5 horas por dia diante da TV, navegando na internet, ou em jogos eletrônicos: mais do que o tempo em que ficam na escola.
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André, 10 anos, aluno de uma 3ª série em São Paulo, descobriu o sexo. Ele conta: - "A TV ensina os truques. A escola só enrola. Acho que o sexo tem de descobrir por você mesmo, se não, não dá. Tem de ser na TV, na vida. Foi assim: quando eu tinha 5 anos, vi um filme, que na época achei esquisito. Um homem chegava perto de uma mulher com os seios de fora na piscina e falava: - ‘Quero te comer’. Não entendi nada. Como assim, ‘comer’? Com garfo e faca? Foi superestranho, animal! Fiquei perturbado. Armazenei aquelas cenas na cabeça. Nunca tinha visto nada parecido. Perguntei à professora: ela disse um monte de baboseiras. Perguntei ao meu pai: ele disse algumas verdades, só algumas; depois, veio com um papo de sementinhas se juntando. Então, resolvi aprender por conta própria: fui na banca de jornais da esquina, olhei revistas, perguntei para amigos mais velhos. Fui ficando expert. Hoje, não tenho mais dúvidas sobre sexo. Sou um homem resolvido. Agora é só fazer. Já tenho as manhas. Sei do que uma mulher gosta".
2. Mais muié e acácia
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Conforme relatório do Banco Mundial, 51% da renda brasileira é concentrada por 10% da população e os 20% mais pobres ficam com 2%. Dezoito milhões de crianças vivem em famílias, com renda inferior a um quarto do salário mínimo: 65% das crianças são pobres. Em cada grupo de 1.000 nascidas vivas, 67 morrem com menos de cinco anos. Em cada 10 brasileiros que sofrem agressões físicas, dois têm menos de 15 anos. Cinco crianças são assassinadas a cada dia no Brasil.
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Ana Meire, 12 anos, está nas ruas de Manaus. Já aprendeu os truques da profissão: não entra no motel ou no carro sem receber o dinheiro antes, que é guardado por uma amiga. Quando chegou, com oito anos, caminhava para a boate, sem saber que ia para a prostituição forçada. Se não dormisse com homens, não teria alimento e ficaria presa no quarto. Os homens uivavam à passagem do lote de garotas. Gritavam: - "Carne fresca, minha gente"! "Vou te chupar todinha"! Uma prostituta que assistia ao desfile berrou: - "Chegou mais muié pra ser ralada"!
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Na região de Butiá e Arroio dos Ratos, RS, Alexsandro Rodrigues, 10 anos, trabalha 11 horas por dia. Empilha um metro quadrado de acácia no chão, equivalente a 600 quilos. Ao final do dia, recebe dos empreiteiros de extração da madeira os R$ 2,70 correspondentes a seu trabalho.
3. Porcos, vermes, cascudos
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As Leis de Rômulo - legislação romana mais antiga, vigente até o Período Imperial - impuseram aos pais o dever de criar todos os filhos homens, mas só a primeira filha mulher. Na cidade, existia a Coluna Lactaria, destinada à exposição de crianças. Eram abandonadas ali, em grande número, as meninas e também meninos ilegítimos, deformados, ou cujo nascimento fora acompanhado de maus presságios. Poucas crianças eram recolhidas por estranhos, para serem criadas como escravas. A maioria era deixada dentro de cestas, para morrer, expostas à intempérie, à fome, ou eram devoradas por cachorros e porcos.
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No Rio de Janeiro, na sessão de 18 de junho de 1846, a Academia Imperial de Medicina discutiu a questão: - "A que atribuir a grande mortandade de crianças nos 6 primeiros anos de vida"? Foram encontradas as seguintes causas: hábito de mergulhar as crianças em água quente; modo de cortar o cordão umbilical e empregar sobre ele substâncias irritantes; compressão da cabeça pelas parteiras; impropriedade da alimentação; vestuário apertado; vermes intestinais; maus costumes das amas-de-leite, que transmitiam sífilis e escrófulas.
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Dentre os castigos corporais ministrados aos infantis, era costume cortar ou espetar as plantas dos pés, dar-lhes pescoçadas, beliscões, puxões de orelhas, tapas na boca e pauladas na cabeça. Os instrumentos mais usados eram chicotes de vários tipos, incluídos os de 9 pontas, paus, bastões de ferro e madeira, feixes de varas, instrumentos escolares, com destaque para a palmatória. Um mestre-escola alemão, de início do século XIX, calculou que, em toda a sua vida profissional, tinha dado: 911.527 golpes com a palmatória, 124.000 chicotadas, 136.715 bofetadas, e 1.115.800 cascudos.
4. Oh! que saudades!
Oh! que saudades que tenho/Da aurora da minha vida,/Da minha infância querida/ Que os anos não trazem mais!//(...) (Abreu, 1954).
5. Nunca
Se a infância foi inventada - segundo Ariès (1975, 1981, 1986) e outros historiadores, e se a infância atual vem sendo des-inventada, segundo Postman (1984) e outros analistas do desaparecimento da infância -, os fragmentos que apresento dessa história-de-horror, que é a da infância, talvez sejam suficientes para demonstrar a minha tese. Tese, que afirma que a infância nunca foi verdadeiramente assumida, efetivada, praticada, como uma idade, etapa, ou identidade específicas. Em outras palavras, defendo que nunca existiu, de fato, em nossas práticas culturais e sociais, a tal aurora de nossas vidas. E que, por isso, não poderia acabar o que nem começou.
6. Gangorra
O motivo é simples: se percorrermos a história da infantilização no Ocidente, veremos que, com os infantis, nós, adultos, tivemos sempre uma relação ao modo de gangorra. Se, de um lado, elegemos a infância como o período que contém a chave explicativa para o que somos, pensamos, sentimos; de outro, fazemos de tudo para que os infantis deixem de ser infantis. Para que se tornem, cada vez mais acelerada e precocemente, em tudo semelhantes a nós.
Quando a gangorra se inclina para a negação dos infantis, nos alarmamos que possam prostituir-se, roubar, matar. E choramos o fim-da-infância, esquecendo que somos justamente nós que não suportamos nenhuma diferença e nenhum dos diferentes. Quando a gangorra pende para a infância feliz, providenciamos que as crianças peçam esmolas, funcionem como aviõezinhos das drogas, trabalhem no sisal, nas pedreiras. Ou, o que dá no mesmo: as transformamos em ocupados mini-executivos, com lotadas agendas eletrônicas e celulares, ou em pequenas top models, lolitas e mini-madames.
O que aconteceu, na história da infantilidade (Corazza, 1998, 2000), foi que, pelas condições de proveniência e de emergência do infantil, ele especificou-se, constituído por estratégias que subordinaram a sua identidade. Que a distribuíram junto a outras individualidades, também nascidas débeis, secundárias, insignificantes, anormais: as dos loucos, pobres, doentes, mulheres, negros, velhos, criminosos, bruxas, homossexuais, deficientes, prostitutas, monstros.
Ou seja, quando a cultura ocidental partejou o ser infantil, este não nasceu nada bem. Porque nasceu junto a todas as outras espécies de infantis-infames, cuja forma predominante de sujeição - de ser feito sujeito, de se reconhecer como um sujeito - foi a de estar submetido, pelo controle e pela dependência, ao Sujeito-Verdadeiro, Modelo, Padrão, que é o Adulto. Sujeito que não é um indivíduo, mas um lugar discursivo, que cumpre a função de um referente estável, e funda o endereçamento de cada um dos indivíduos temporais.
Por não aceitar a sua especificidade, é que, no mesmo momento em que inventa o infantil, o Ocidente capitalista e liberal também cria mecanismos para desfazer essa sua diferença, para torná-lo igual ao Verdadeiro. Impaciente e incomodado com a condição infantil, irritado com a sua infantilidade, exasperado com o seu infantilismo, esse Sujeito sempre se relacionou com o infantil, na direção de que deixasse de ser esse pequeno-outro: -Tão infantil, coitadinho! Por isso, é que fabricou tantos mecanismos disciplinares, tecnologias de Estado, técnicas de governo e de regulação médicas, morais, religiosas, novas instituições e saberes, como a Família, a Escola, a Pedagogia, a Psicologia: para corrigir, reparar, endireitar, consertar o corpo-alma infantil recém-nascido.
A partir dessa junção entre identidade-dependente e necessidade-de-adultização, o infantil foi criado como uma identidade natimorta, isto é: como uma identidade que nasceu morta, ou que, vindo à luz com sinais de vida, logo morreu. Uma morte tão explícita, que o prometido Mundo Infantil, por efeitos da própria identidade que o habitava, acabou se produzindo como o Mundo Adulto.
Assim, não deve surpreender que a figura do infantil-adulto de hoje, que nos causa tanto pânico, seja apenas o atual episódio de uma série de submissões, dominações e insuportabilidades da diferença infantil, bem mais antigas do que nós. Não é de espantar que o infantil venha sendo, há séculos, adultizado, justamente pelo tipo de subjetivação que lhe objetivou como um sujeito carente, primitivo, secundário, incompetente, ignorante, incapaz, irracional, amoral.
Na história da infantilidade, podemos falar do fim-da-infância, porém, apenas como a combinação presente das duplas forças de infantilização e adultização, que reveste, neste tempo de agora, a forma-infantil de alto valor moral, e faz com que prossigamos falando de uma infância, mesmo que perdida, a ser incessantemente produzida.
7. Vontade?
Falta, ainda, indagar: se essa tese, que formulo, faz algum sentido, se a infância nasceu e logo morreu, se nossas práticas culturais criaram um ser natimorto, então, como explicar a insaciável vontade-de-infantil, expressa em tantas leis, pactos, associações, estatutos, conferências internacionais, horror diante do fim-de-infância? Por que uma identidade deste tipo requer ainda tantos investimentos sociais? Qual o lucro extraído do trabalho de infantilização e de uma infância-sem-fim?
De novo, é simples. Quando a família conjugal, religiosos, legisladores, educadores da Modernidade inventaram a identidade infantil, nela depositaram uma fonte inesgotável de sua verdade. Ao se olhar no espelho com o Infantil, o Adulto, ao mesmo tempo, o subjetiva e exibe aí os seus próprios ideais. De um modo, que o Infantil acede à sua identidade, por meio dos índices da imagem e da descrição adultas. Claro que, por razões óticas, esses índices são exteriores e simetricamente invertidos. Mas, neles, o Infantil amarra o nó de sua servidão imaginária, fantasiando tal identidade ortopédica de unidade plena. Por meio da imagem e da palavra adultas, conquista a sua identidade, e a assume como própria, dizendo: - Onde o Grande era, Eu-Pequeno hei de vir.
Então, quando se procura, o Infantil encontra-se em alguma coisa radicalmente outra: a forma pré-existente do que ele não é, mas que não lhe deixa outra possibilidade senão a de crer que é. Aí, se reconhece e a um só tempo se perde: nas formas identificatórias, pelas quais é visto e falado pelo Sujeito-Verdadeiro. É possível continuar esse jogo especular, e problematizar a fascinação dual exercida sobre o Adulto, perguntando: - Por que, diabos, o Grande tem necessidade de se olhar no espelho, cara-a-cara com o Pequeno?
Ora, porque os espelhos integram a ética da Modernidade, que radica na exclusão da alteridade, obcecada como foi pelo tema do Duplo. Uma ética de ação sobre ações, que efetua o Mesmo, sempre a conquistar o seu oposto. Nas fronteiras da transcendência e da finitude, o Adulto inventa o Natimorto e, por meio da reduplicação no espelho, resiste à sua própria aniquilação, como solo de uma certa espécie histórica de saber.
Olhando os infantis, os adultos se afirmam como a Mesmidade, a quem todas as outridades devem assemelhar-se. É por isso que precisam dos infantis: para acessar a si mesmos, pelo enigma do que são e não são; para conhecer melhor, por contraste, a sua essência; para determinar e fixar o perfil de sua normalidade. O infantil acaba sendo, nessa operação, um documento vivo, uma mina de ouro de informações.
Quando, no espelho, o Grande vê o Pequeno Polimorfo não tem dúvida alguma sobre a sua própria grandeza e univocidade de sua adultez. Quando reconhece a dependência infantil, não questiona a supremacia de seu livre-arbítrio. Quando constata a irracionalidade do infantil, não duvida da justeza de sua Razão. Quando escuta o balbucio da linguagem minoritária, comprova a maioridade da sua.
É desse tipo de relações com os pequenos-duplos, que os grandes extraem o excedente do valor infantil. Mesmo que as práticas contemporâneas neguem, cada vez mais cedo, o infantil, e chorem a incapacidade que tem o nosso mundo de infantilizar mais e melhor, é preciso continuar infantilizando, para não perder, mesmo que seja no negativo, a segurança de nossa própria identidade. Já que, da identidade infantil, depende que, ao se olhar, o Grande se renove e acredite que ainda vive, para além de seu fim. É por isso, que necessita de uma infância-sem-fim, para não desaparecer, como O Sujeito mais querido, perfeito e completo da Modernidade: educado, racional, autônomo, centrado, unitário.
8. Fratura
Agora, existem coisas diferentes acontecendo, que independem do que nós, adultos, queremos, ambicionamos, desejamos em relação à infância. Por efeitos de todas as práticas sociais, de tantos séculos, os infantis já não são mais os mesmos. O momento presente da história da infantilidade aponta para o advento de um novo modo de ser infantil. Para mim, os significantes da infância contemporânea são El Niño e La Niña.
Afinal, elas são as crianças mais mal-educadas de hoje. Não sabem ler, nunca foram à Escola. Não são tiranizadas pela cultura midiática, não assistem televisão, nem têm computador. Não precisam resolver nenhum complexo de Édipo, não têm pai nem mãe. Não são expropriadas, nem violentadas. Parece até que não brincam.
El Niño é tão terrível e monstruoso, que uma de suas últimas estrepolias é desacelerar a rotação da Terra. La Niña é sua irmã, que resfria as águas do oceano, trazendo mais secas e inundações, só que em regiões trocadas do Planeta. Esses Niños são duas faces de um mesmo fenômeno. Sua previsão, uma questão de vida ou morte. Nosso grande desafio é conhecê-los melhor, controlar e regular suas condutas, governá-los mais eficazmente: tal como os adultos modernos fizeram com os infantis que estavam fabricando.
O antigo dispositivo de infantilidade criou um excesso identificatório, levando os adultos a perder uma de suas figuras de objetivação. Provocou o esfacelamento de uma imagem de seu Eu, a confusão de suas representações. Pois, se acontece do infantil ficar colado a nós, como é que vamos decifrar este pequeno-outro, para compreender quem somos?
Los Niños de hoje estão introduzindo seus furores e flagelos em nossos saberes, relações de poder e modos de subjetivação contemporâneos, mesmo que, ainda, não consigamos torná-los razoáveis, científicos, estudáveis, analisáveis, vigiáveis, puníveis. De qualquer modo, eles vêm rompendo a prisão do reflexo adulto, demarcando a fratura de nossa infantilidade, encerrando um longo ciclo de problematizações e práticas de infância. Desiquilibrando as relações conhecidas. Dissipando-se nas névoas de uma infância reinventada. Realizando uma experiência-limite, sem funções transcendentais. Desgarrando-se de si e de nós, de modo a se subjetivarem como sujeitos-outros. Mostrando que, nas atuais condições históricas, são sujeitos diferentes, a própria diferença. Apontando que não basta mais dar o pão da infância familiar a quem tem fome dela, mas que é necessário deixar de produzir este tipo de fome.
Isso tudo constitui uma ruptura de sentidos e de práticas, que complexifica a subjetividade adulta, obrigando-a a buscar outros focos de auto-referenciação. Condição precária, sem dúvida, porque vê-se ameaçada pelas linhas de força reativas, que, em tom apocalíptico, lutam para preservar a infância moderna, escorando-a, ainda, na armadura nostálgica do Princípio de Identidade Universal.
Entretanto, a conclusão parece irreversível: o bom infante desfaleceu, acabou, morreu. Ele é uma figura de areia, entre uma maré vazante e outra montante. Uma composição, que só aparece entre duas outras: a de um passado que o ignorava, a de um futuro que não o reconhecerá mais. A partir disso, é preciso perguntar: - O que faremos nós, sem este infante? Ou: - O que faremos com o que fizemos da infância (Corazza, 2001)?
Para começar, assumir a nossa responsabilidade ética nesse infanticídio histórico. Depois, aproveitar a compreensão desta responsabilidade para interromper a subida da ladeira, de sempre mais infância, de sempre mais verdade do infantil, à qual tantos séculos nos fadaram. Promover diferentes práticas de liberdade, ao redor dos modos pelos quais fomos subjetivados como infantis, e novas formas de luta contra a modelização adulto-infantil, que nos ligou a nós próprios, e nos submeteu ao olhar e à palavra do Sujeito-Verdadeiro.
Aí, então, modificar nossos modos de olhar e de dizer a infância, para conseguir olhá-la com outros olhos e dizê-la com outra linguagem. E, acima de tudo, nos empenhar em inventar, de A a Z, diferentes modos de vida com os atuais 400 milhões de crianças do mundo. Pode ser que, assim, consigamos construir uma nova aurora de nossas vidas. A qual, talvez, não necessite mais ser tão chorada. E da qual, quem sabe, não sintamos tantas saudades assim.
Bibliografia
ABREU, C. (1954). Meus oito anos. In Tesouro da Juventude. Rio de Janeiro, RJ: W.M. Jackson, Volume V, p.193-194.
ARIÈS, P. (1975). El niño y la vida familiar en el antiguo régimen. Madrid, ES: Taurus.
_____ (1981). História social da criança e da família. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara.
_____ (1986). La infancia. Revista de Educación - Historia de la infancia y de al juventud. Madrid, 281, sept.dic., 5-17.
CORAZZA, S. M. (1998). História da infantilidade: a-vida-a-morte e mais-valia de uma infância sem fim. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
_____ (2000). História da infância sem fim. Ijuí, RS: Unijuí.
_____ (2001). O que faremos com o que fizemos da infância? In C.Linhares & Garcia, R.L. (orgs.). Simpósio Internacional Crise da Razão e da Política da Formação Docente(pp.53-64). Rio de Janeiro, RJ: Ágora da Ilha.
POSTMAN, N. (1984). The disappearance of childhood. New York: Laurel, 1984.
1Profa. Dra. do Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Ensino e Currículo, Faculdade de Educação/UFRGS.