6Nada do que vale a pena aprender pode ser ensinadoO atendimento educacional de sujeitos com psicose infantil: construindo olhares, trilhando novos percursos author indexsubject indexsearch form
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On-line ISBN 978-85-60944-08-8

An 6 Col. LEPSI IP/FE-USP 2006

 

Notas sobre um trabalho de parceria da referência no tratamento e do acompanhamento da inclusão escolar de uma criança – um pouco mais sobre o caso Heitor1

 

 

Carina FariaI; Valéria AmâncioII

Icarinafaria@terra.com.br
IIvalerieduca@uol.com.br

 

 


RESUMO

Esse trabalho apresenta um caso atendido pelo Lugar de Vida. A partir dele, ilustraremos como pode se dar a montagem e o funcionamento de um dispositivo de tratamento para crianças com transtornos globais do desenvolvimento. Enfocaremos a clínica, a função e o trabalho da referência institucional, do acompanhante do grupo Ponte que realiza o acompanhamento da inclusão escolar e as possíveis articulações desses dispositivos. A referência teórica norteadora dessa comunicação é a psicanálise lacaniana.

Palavras chave: parceria; psicose; prática entre vários;


 

 

Apresentação

A Pré-Escola Terapêutica Lugar de Vida do IPUSP é uma instituição pioneira no tratamento da infância com problemas e, mais especificamente, dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Sua particularidade no manejo do tratamento dessas crianças é a parceria com a educação e a possibilidade de inclusão escolar como alicerce para o laço social dessas crianças.

Os resultados da parceria no trabalho institucional constituem o enfoque da discussão sobre o sucesso do tratamento e da inclusão escolar do caso. Articulados em torno desse objetivo, os profissionais envolvidos, tiveram a condição de refletir sobre a direção de tratamento, incluindo aí a volta ao espaço escolar.

O objetivo é evidenciar a parceria entre os vários profissionais envolvidos no trabalho institucional e como isso também resultou no sucesso do tratamento e da inclusão escolar de Heitor. Articulados em torno desse objetivo, os profissionais envolvidos, tiveram a condição de refletir sobre a direção de tratamento, incluindo aí a volta ao espaço escolar e a ampliação das possibilidades de circulação social, através, num outro momento, da inclusão no trabalho.

Pretendemos mostrar como o trabalho em parceria realizado por profissionais com diferentes funções no Lugar de Vida, produziu efeitos de circulação e produção social sobre o par – mãe e filho –, restaurando a possibilidade de constituição de uma família, constituição essa abalada pela eclosão de uma psicose na criança.

 

A Instituição

A Pré-Escola Terapêutica Lugar de Vida do IPUSP é uma instituição que trata da infância com problemas e, mais especificamente, das crianças psicóticas e autistas. É um espaço que foi montado a partir do referencial da psicanálise e que, faz de sua montagem, primeira intervenção institucional, qual seja, apresenta àquela estrutura psíquica em que o que falta é a falta, as pausas, os intervalos e as interrupções que não se apresentam inscritos na linguagem do psicótico. Faz parte de sua direção de tratamento a criação de um modo de laço social que contorne o real do gozo excedente nessa estrutura e, para isso, na infância, tem na educação e no processo de escolarização, importante instrumento de tratamento.

Desse modo, o trabalho institucional é articulado da seguinte maneira:

- encaminhamento – triagem: o encaminhamento pode vir dos órgãos públicos de saúde, bem como de profissionais particulares. A triagem é feita por uma equipe interdisciplinar que é composta por 3 psicanalistas, 1 médico pediatra também psicanalista, 1 fonoaudióloga e 2 estagiários de diferentes áreas de formação. Essa equipe recebe a família para algumas entrevistas e devolutiva;

- impressão diagnóstica: a equipe do Lugar de Vida trabalha com a noção de hipótese diagnóstica, abrindo espaço para o trabalho preliminar de implicação dos pais na história de seu filho.

- primeiro encaminhamento: nomeação de um profissional de referência para o trabalho institucional. O profissional de referência acompanha o trabalho com a criança e sua família dentro e fora da instituição. Oferece escuta sistemática, depura o diagnóstico e coloca em andamento o trabalho institucional, isto é, a prática entre vários e as parcerias;

- grupo de pais: dispositivo apresentado como condição para a realização do trabalho institucional para a criança. Nesse grupo, os pais se encontrarão com um analista para um espaço de fala. Esse é um grupo que trabalha com o dispositivo teórico-clínico dos discursos, proposto por Jacques Lacan.

- atendimento individual: realizado por algum profissional da equipe clínica do Lugar de Vida;

- Grupo Ponte: grupo que é acionado mediante discussão e indicação feita pela equipe clínica, e mais especificamente, pelo profissional de referência da instituição.

Esses são os dispositivos que compõem a rede discursiva que objetiva construir um saber sobre a prática parceira com a psicose em instituição.

Destacaremos, nesse momento, as figuras do profissional de referência e do acompanhante do Ponte.

 

O Profissional de Referência:

O profissional de referência, que pertence à equipe clínica, é aquele que, a partir do referencial da psicanálise, coloca-se como o elo institucional do caso clínico. É ele quem recebe, disponibiliza e realiza a escuta sistemática dos pais da criança, estabelece as interlocuções com os profissionais de dentro e de fora da instituição que participam e intervém no caso.

Na escuta sistemática aos pais, esse profissional é responsável pela subjetivação da história da criança e implicação dos mesmos no trabalho institucional. Percebe-se, sobretudo, que nesse papel – que autoriza a responsabilização dos sujeitos, sem utilizar o instrumento da interpretação sobre a fantasmática dos mesmos – o que se destaca, como produto dessa construção é a precipitação do potencial da intervenção institucional. Enquanto representante institucional, o profissional de referência intervém a partir do saber institucional que é tecido nas várias redes discursivas da instituição

Os profissionais do grupo (da montagem); os profissionais do grupo ponte; o psicanalista que realiza o grupo de escuta dos pais; a reunião clínica; a fala das crianças: todas essas instâncias produzem um saber que está mediado pela instituição.

 

O Acompanhante do Ponte:

Quando um paciente do Lugar de Vida recebe da equipe terapêutica a indicação de escolarização, passa a ser também acompanhado por um membro do Grupo Ponte, cuja função inicial é a de assessorar os pais na busca e escolha de uma escola. Feita essa escolha pela família, esse profissional vai se apresentar a essa nova instituição, oferecendo-lhe ou simplesmente buscando nela uma parceria de trabalho na inclusão dessa criança.

Respeitada a iniciativa e autonomia da escola, o acompanhante vai estabelecendo um esquema de visitas, ao mesmo tempo em que convida os profissionais de lá a participarem de reuniões mensais, juntamente com membros de outras escolas que incluem outras de nossas crianças.

O papel do Grupo Ponte então é o de incentivar o educador a falar sobre as vicissitudes da tarefa de incluir esse aluno e, com a parceria de outros participantes, conseguir atribuir sentidos e saídas possíveis para esses impasses.

O profissional do Grupo Ponte participa ainda, semanalmente, de reuniões com a equipe terapêutica que trata dessas crianças; pensando os avanços, e as questões que envolvem o caso.

Quando participa de reuniões semelhantes dentro do contexto escolar, faz isso de modo a contribuir para que os educadores busquem suas próprias respostas a respeito do processo inclusivo. Todas as terças-feiras o Grupo Ponte se reúne no Lugar de Vida para discutir seu próprio trabalho, suas diversas inclusões, sempre na ordem do um a um; construindo e desconstruindo seus saberes.

Seguimos assim, mostrando que esse trabalho que envolve a equipe clínica, os pais, as crianças, extrapola os muros da instituição de tratamento e chega à escola. Caminha em busca de tecer uma amarração possível para a circulação social dessa criança. Cada instância, à sua vez. Todas, porém, implicadas no não-saber sobre a particularidade que envolve as possibilidades dessa criança.

 

Um pouco mais sobre o caso Heitor:

O trabalho institucional tem início no ano de 2000, mas só se mostra possível porque Heitor entra na instituição, enunciando ao profissional de referência que o verdadeiro-falso é a mãe. A mãe chega pedindo apenas que se trate do problema de aprendizagem dele ("ele lê, mas não quer escrever" – SIC), e ele, na presença do profissional de referência, é categórico: "escuta aqui, eu não vou escrever nunca mais!". Heitor desde o primeiro encontro aponta um saber sobre sua condição de sujeito e pede para a instituição um primeiro barramento dessa mãe.

A instituição com seus profissionais nada sabe sobre aquela singularidade que de cara se apresenta como verdadeira-falsa, isto é, sem chance para o equívoco ou a dialética da linguagem. O saber que a instituição tem nessa prática com a psicose é de que, para atuar com ela, deve, em parceria, compartilhar o que não sabe sobre o que interpela o sujeito.

Nosso intuito ao ilustrar este trabalho com esse caso é o de apresentar, com algumas passagens do caso, elementos que articulam a parceria em questão.

 

Última Passagem:

Heitor, hoje com 16 anos, terminou a primeira etapa de um curso de restauração de livros na ECA – USP e pensa em trabalhar como tal. Está na 5ª série do ensino fundamental, numa escola regular da rede pública. Sua aprovação para a série seguinte já está garantida para 2007.

Podemos, sim, evidenciar aqui, não só o fato de que a direção desse tratamento foi atingida, como também que o enlace assume outras formas de circulação social, localizando-se não mais na escola, mas agora no trabalho. O trabalho analítico nesse caso pôde (re)estabelecer algo do laço social e, a escola, ou a circulação social que ela proporciona, fortalece esse pouco do laço, colocando-o em ato.

No início deste ano teve alta da montagem da instituição (na qual foi atendido desde 2000) e continua apenas em atendimento individual. Heitor parece não mais precisar desse apoio institucional. Outras travessias vão se anunciando, ao que mais uma vez poderíamos nomear como "um adeus à loucura". Sua mãe, que fez o mesmo curso, montou um site para restauração de livros e acaba de ser aprovada no vestibular de Pedagogia. Depois de ter seu próprio tempo interrompido com o advento das crises do filho e de um conseqüente quadro depressivo, ela retoma também seu espaço de circulação social e seu desejo de trabalhar com algo da Arte.

Nesse ponto do trabalho destacamos os diversos sentidos do restaurar. Houaiss (2001, p.2442) nos propõe que restaurar pode ser: conserto de coisa desgastada pelo uso, reparo, recomposição de algo; trabalho feito em obra de arte ou construção, visando restabelecer-lhes as partes destruídas ou desgastadas; restabelecimento de uma situação histórica que ocorreu anteriormente; ato de reaver a independência ou a nacionalidade perdida.

Neste caso, não nos furtamos em nos surpreender com elementos que vão restaurando, recompondo, construindo com as partes destruídas a possibilidade de esses sujeitos narrarem um mito familiar, versão: singularidade psicótica.

 

Penúltima Passagem:

Ainda em relação ao tratamento na instituição e ao acompanhamento escolar, ocorreram alguns impasses naquilo que chamamos de passagens, que redirecionam e ressignificam a aposta num novo e indefinido tempo do sujeito na construção do laço.

Nessa passagem destacam-se o desligamento do trabalho de referência e a mudança escolar (passagem da primeira para a segunda etapa do ensino fundamental – da 4ª para 5ª série). Chamamos a atenção de que nesse momento, o posicionamento do acompanhante do Grupo Ponte foi de contraposição ao posicionamento da equipe clínica, o que foi fundamental, não só pra efetivação daquilo que chamamos da prática entre vários, como ainda para dar continuidade ao tratamento de Heitor, num momento em que a transferência com a instituição parecia abalada.

Enquanto a mãe tentava desesperadamente controlar essa que lhe parecia uma entrega definitiva de seu filho (ir para 5ª série podia significar deixar de ser criança para adolescer), Heitor tratou de pedir, dessa vez à instituição escola, que barrasse o verdadeiro-falso de sua mãe. Na comemoração de seu aniversário na escola, ele pede como presente à diretora uma fala pública dirigida à mãe para efetivar sua matrícula na 5ª série, em uma escola vizinha.

Como o profissional do Grupo Ponte, em sua posição de êxtimo2, interliga as diferentes instituições porque está sustentado numa posição frente à psicose, que é a do saber não-todo, acaba por engendrar na escola uma intervenção a partir da mesma posição, portanto, constituindo-se uma nova parceira nessa prática entre vários profissionais e instituições.

Enquanto isso, os profissionais da equipe clínica do Lugar de Vida – implicados com os desdobramentos do tratamento de Heitor, e ainda, tecendo as parceiras no suporte à transferência dessa mãe em relação ao mesmo – podiam sustentar a posição de saber não-todo, pois a instituição escola através do acompanhante do grupo Ponte trazia, com os acontecimentos e intervenções da realidade, aspectos que revelavam o uso e a construção dos laços possíveis criados pela mãe – em sua potência balizada pelas instituições – e pelo filho, que contava com o barramento (proporcionado pelos dispositivos institucionais) do Outro inequívoco constitutivo de sua estrutura psíquica.

 

Passagem do grupo da tarde GT 1 para o grupo Trabalho e escola:

Como foi dito anteriormente, o enunciado que trouxe Heitor ao tratamento revela desde aquele momento a enunciação do sujeito psicótico: o Outro é inequívoco. O verdadeiro-falso é você, mãe! A instituição deve barrá-lo.

Essa chegada, categórica, feita por Heitor, dá chance para que a instituição se posicione diante do não-saber sobre aquela singularidade.

Heitor permanece um ano – pouco tempo – num grupo da montagem institucional do Lugar de Vida até o momento em que pôde demandar escrita. Esse pedido repercute entre a equipe clínica e os pais: Heitor passa a freqüentar o Grupo Trabalho Escola, grupo composto por algumas crianças que já haviam, no trabalho institucional, feito uma demanda: a de escolarização. Crianças que começavam a desenhar, esboçar letras, números, letras de canções escolares etc.

Não foi preciso muito tempo de intervenção nesse grupo para que Heitor começasse a pedir para voltar para a escola. Nesse tempo, sua mãe não fazia nenhuma oposição a esse pedido, ao contrário, parecia demandar isso, mesmo antes dele poder pedir (em reuniões de referência e no grupo de pais, quando aludia ao profissional do Ponte). A intervenção institucional foi a de sustentar a "posição de Outro barrado", separando o pedido da mãe da possibilidade do filho, até que esse pudesse elaborar uma demanda.

Feito o pedido, a referência acionou o trabalho do Grupo Ponte. Foi um pedido perturbador: o saber dessa mãe era irrefutável nas verdades e destituições dos outros saberes.

O acompanhante do Grupo Ponte chegou muito angustiado para esse encontro, querendo saber como proceder com o "todo-saber" dessa mãe. Foi justamente na condição de "não-saber" nada a respeito do que viria a ser construído nesse processo de escolarização que as possibilidades de trabalho se abriram, no momento em que o acompanhante do Ponte pôde ouvir o pedido de Heitor para a mãe – "deixa eu falar, essa escola é boa para mim".

Ainda nessa passagem vemos que a possibilidade de efetivação da intervenção institucional se encontra na circulação, entre as diferentes redes discursivas, de um saber que sabe que, sobre aquela particularidade, nada sabe.

A mãe de Heitor – a partir da transferência estabelecida com a instituição via profissional de referência – ao encontrar-se com aquele que institucionalmente colocaria em prática o processo de escolarização de seu filho, reconhece e legitima o desdobramento do tratamento num momento que não é qualquer, mas que, justamente, ameaça a relação mãe x filho. "Quando uma criança torna-se um aluno, supõe-se que exista o desejo de estar na escola. É o que aparece [...] na história de Heitor. Querendo ou não há uma separação, pois os pais ficam do lado de fora do muro e as exigências do social são mais evidentes." (Amâncio e Assali, 2005, p. 83)

Marcamos aqui os elementos que constroem a(s) parceria(s) que são de fundamental importância para a constituição e efetivação desse tratamento: a sustentação da fala do sujeito, inicialmente feita pelo profissional de referência e transmitida ao acompanhante do Grupo Ponte, que por sua vez, a transmitiu para a instituição escolar, ampliando as possibilidades de amarração e de laço ao rapaz Heitor!

A partir daí, o traço do laço que restaura - que busca recompor e restabelecer partes desgastadas ou destruídas – é trabalho de Heitor, sujeito à foraclusão do significante nome-do-pai, mas passível de se (re)fazer a partir do barramento do verdadeiro-falso!

 

Palavras Finais ...

Com breves palavras que intencionam marcar o ponto final que abre nossa discussão, cabe a nós dizer aqui, como fez Antonio Di Ciaccia (1999) a respeito da formalização de Jacques Alain Miller sobre a prática entre vários, que esta formalização ofereceu à Psicanálise em instituição importante ferramenta baseada na assunção de um saber que se sabe não-todo e que, por isso, precisa de vários para ajudar o sujeito psicótico em suas pontes e travessias.

O sucesso do trabalho feito e vivido por Heitor colocou os profissionais que com ele trabalharam diante de vários impasses durante esses anos todos. Tais impasses explicitaram para nós, que, em muitos momentos, diante do insuportável da psicose, é tentador assumir a poderosa posição de um saber que revela a verdade do psicótico. Devemos, então, nesse momento, dizer que a participação do parceiro acompanhante do Grupo Ponte – o profissional alocado entre as diferentes instâncias interventivas e institucionais – por várias vezes, reposicionou a equipe clínica em suas tentativas de ser toda, de dar conta de tudo e obturar a angústia, muitas vezes excessiva, do sujeito em tratamento.

Nesse sentido, essa parceria dá um passo adiante naquilo que se refere às fronteiras da intervenção de Miller, pois extrapola os muros da instituição de tratamento, tornando parceiro/interventor a instituição escolar.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HOUAISS, A. I. (2001). Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, RJ, 1ª edição;

AMANCIO, V.; ASSALLI, A.. O Saber e o não Saber – do crer ao criar. In: COLLI, F. A. Travessias Inclusão Escolar: a Experiência do Grupo Ponte Pré-Escola Terapêutica Lugar de Vida. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2005. p. 73-85.

PRÉLIMINAIRE. Bruxelles: 1999. n.11.Semestral.ISSN 0776 – 7625.

 

 

1 O "caso Heitor" foi anteriormente tratado em:
AMANCIO, V.; ASSALLI, A. O Saber e o não Saber – do crer ao criar. In: COLLI, F. A. Travessias Inclusão Escolar: a Experiência do Grupo Ponte Pré-Escola Terapêutica Lugar de Vida. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2005. p. 73-85.
2 "Quando tivermos falado o bastante sobre o êxtimo, não teremos mais que defini-lo, a discussão será a definição. Terá havido mal-entendidos suficientes para que nos entendamos sobre o êxtimo. É somente quando há uma massa cristalizada de mal-entendidos, formando alicerce, que se diz que se sabe o que uma palavra quer dizer". Jacques Alain Miller, Correio, revista da Escola Brasileira de Psicanálise, Julho de 2000.