6A presença do discurso médico na educaçãoO pequeno infante escolar: as vicissitudes de um novo sentimento de infância fabricado pela Educação Infantil author indexsubject indexsearch form
Home Pagealphabetic event listing  




On-line ISBN 978-85-60944-08-8

An 6 Col. LEPSI IP/FE-USP 2006

 

Pesquisa em psicanálise e educação: a conversação como metodologia de pesquisa

 

 

Margarete Parreira MirandaI; Renata Nunes VasconcelosII; Ana Lydia Bezerra SantiagoIII

Imargaretemiranda@hotmail.com
IIrenatanunesv@terra.com.br
IIIa.lydia@terra.com.br

 

 


RESUMO

O trabalho objetiva apresentar a Conversação como possibilidade de pesquisa em psicanálise e educação a partir das experiências do NIPSE – Núcleo interdisciplinar de pesquisa em psicanálise e educação – FAE-UFMG que vem desenvolvendo estudos em torno de uma metodologia de pesquisa em grupo que considere as particulares dos sujeitos. Esse dispositivo tem na "associação livre coletivizada" ponto forte de sustentação, pois ela permite que o "objeto de estudo" seja analisado a partir de uma multiplicidade ou proliferação de significantes. Trata-se de uma tentativa de localizar os pontos de condensação do mal-estar na cultura atual e criar possibilidades de que as máximas impostas pela cultura sejam questionadas por cada um no grupo. Visa tocar o ponto de real do sujeito, indo além da ficção de cada um, buscando o sem sentido que provoca surpresa. No CIEN — Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Infância, criado na França, em julho de 1996, a Conversação foi criada com a finalidade de abrir o campo da investigação ao diálogo da psicanálise com outros discursos que têm incidência sobre a criança. Tendo como referência às experiências de investigação adotadas pelo CIEN os integrantes do NIPSE, tem se pautado no aprofundamento da temática. O trabalho pretende então, apresentar a proposta metodológica, e as questões que tem envolvido os integrantes do NIPSE a partir do trabalho realizado.

Palavras-chaves: Psicanálise; educação; metodologia de pesquisa.


 

 

1. Introdução

Pretendemos apresentar a Conversação como dispositivo de pesquisa em psicanálise e educação a partir das experiências do NIPSE-FAE/UFMG. A aposta que se faz nas Conversações é, principalmente, por se tratar de uma metodologia de pesquisa em grupo que considera as particulares dos sujeitos. Nesse sentido, o NIPSE se insere no panorama da pesquisa em educação que busca romper com polarização e binarismo como qualitativo/quantitativo, subjetivo/objetivo (ALVES-MAZZOTI, 2004). Para os integrantes do NIPSE subjetivo e objetivo não são pólos opostos, pois a relação do sujeito com o mundo é mediada pela realidade psíquica, fonte primária da realidade. Essa assunção impõe exigências sobre o estatuto da verdade e a pesquisa na universidade com as quais os integrantes do NIPSE estão sendo desfiados.

Este grupo se organizou para, no diálogo entre psicanálise e educação na universidade, pesquisar as formas de mal-estar na educação manifestadas na contemporaneidade, tendo a experiência da conversação como marca do grupo. Investigar o mal-estar na educação a partir daquilo que insurge das falas do sujeito, que organizados em grupos, possam apresentar elementos, perspectivas novas para alguns sintomas sociais particulares da contemporaneidade.

Várias questões nos instigam e orientam, desafiando-nos a construir pesquisa na universidade, com o rigor que essa instituição exige, sem perder princípios que orientam a proposta psicanalítica de investigação. Pensar em outras formas metodológicas que "desorganizem" nossas, velhas certezas científicas tendo o sujeito e sua realidade particular como foco central, é nosso desafio. O interesse do grupo é desenvolver, no diálogo entre psicanálise e educação, a investigação sobre sintomas sociais produtores de mal-estar e que interrogam a contemporaneidade.

Neste primeiro ano de funcionamento nossos estudos estiveram direcionados a conhecer a experiência das conversações. A seguir apresentaremos o que conseguimos organizar acerca desse dispositivo de investigação.

 

2. As conversações: origem do dispositivo de investigação

Como ouvir o sujeito no seu próprio lugar de viver sem perder os princípios orientadores da psicanálise? Como ampliar o discurso analítico sem perder de vista a articulação entre psicanálise clínica e psicanálise aplicada? Estas são algumas das questões que os organizadores das conversações se fizeram logo de saída quando da criação do dispositivo. Apreender o real seja da infância, da juventude, ou dos docentes, sem a pretensão de concebê-lo como verdade única, na intencionalidade de conhecer como estes vivem o seu tempo.

Criado na França, em julho de 1996, com a finalidade de abrir o campo da investigação ao diálogo da psicanálise com outros discursos que têm incidência sobre a criança, o CIEN (Centro interdisciplinar de Estudos sobre a Infância) instaura a prática da Conversação, criando um outro dispositivo de investigação psicanalítica. O objetivo era, por meio de equipes interdisciplinares, "visitar, regularmente, crianças e jovens nos seus lugares onde passam a maior parte de suas vidas, ou seja, a escola" (LACADÉE, 1999/2000). Em sua proposta original o trabalho foi realizado com as crianças e os adolescentes. A aceitação da proposta bem como as demandas resultantes do de seu efeito efeito, fazem crescer o interesse dos docentes pelo trabalho. Atualmente já existem trabalhos de conversação com professores.

 

2.1 Conversações: a oferta da palavra e a diferença como espaço do encontro possível

O que é uma conversação? A Conversação é um dispositivo clínico elaborado por Jacques Allain-Miller nos anos 1990, e se apresenta desde o início com uma condição precisa ao abrir o campo para a palavra entre os psicanalistas. Era iminente que eles se dispusessem a debater os temas cadentes que atravessam a orientação da Psicanálise. Diante disso, a prática da conversação tem possibilitado o exercício da Psicanálise aplicada, ou seja, para além de sua vertente puramente clínica, desde que foi adotada pelo Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Infância (CIEN).

Segundo Jacques-Alain MILLER (2005) conversação é

[...] uma situação de associação livre, se ela é exitosa. A associação livre pode ser coletivizada na medida em que não somos donos dos significantes. Um significante chama outro significante, não sendo tão importante quem o produz em um momento dado. Se confiamos na cadeia de significantes, vários participam do mesmo. Pelo menos é a ficção da conversação: produzir — não uma enunciação coletiva — senão uma associação livre coletiva, da qual esperamos um certo efeito de saber. Quando as coisas me tocam, os significantes de outros me dão idéias, me ajudam e, finalmente, resulta — às vezes — algo novo, um ângulo novo, perspectivas inéditas1. (MILLER, 2005: 15-16)

Por conseguinte, uma "conversa" pressupõe em um primeiro plano o uso da fala, com todas as modulações que nos permitem as palavras. Ao se fazer uma aposta na conversação, a palavra é quem está em cena, por se estar sensível à subversão do sujeito. Onde não se espera, os efeitos do sem-sentido da língua podem operar. Philippe LACADÉE (1999-2000) esclarece o objetivo central dos laboratórios do CIEN2 ao propor a entrada da conversação no interior das escolas pela "oferta de palavra": ali seria um lugar em que se poderia falar.

Isso significa uma inversão importante: não mais falar sobre os alunos, mas falar com eles, ou seja, concebe-los como sujeitos em conversação. Esta inversão opera em substituição a posição hegemônica de considerar o aluno como sujeito da conversação. Isso implica em mudança de posição daquele que propõe a conversação já que a condução do processo de conversação está fundada na ética da psicanálise, sujeitos desejantes, capazes de sustentar uma experiência de palavra que torne possível o reconhecimento da particularidade dos participantes.

A conversação não é o gozo de uma tagarelice qualquer. É uma palavra que repousa e se sustenta num pacto simbólico de reconhecimento e respeito, que produz um tratamento peculiar do gozo. Para Eric LAURENT apud LACADÉE (1999/2000), a prática do laboratório de conversação possibilita que cada sujeito se depare com identificações que o colocam à mercê do Outro, e ali, pode passar pelo processo de deslocamento desse lugar. No entanto, a fim de não se desencadear o gozo do "blablablá", deve-se estar atento ao momento de não só abrir as comportas mas também de fechá-las. Laurent adverte de que deve haver um corte: uma vez instalada a Conversação pelo dom da palavra, esta terá o seu lugar e ao final se recolherá.

Esse dispositivo visa tocar o ponto de real do sujeito, indo além da ficção de cada um, buscando o sem sentido que provoca surpresas. LACADÉE (1999-2000) destaca por isso o aspecto político da conversação, pois segundo o autor o dispositivo pode fazer operar "uma prática inédita da palavra", que, segundo ele tenta subverter o laço social daqueles que, de alguma maneira, foram confinados ao silêncio excludente marcados por identificações. O que as conversações propõem é "destravar as identificações", isto é, no trabalho desenvolvido a palavra pode mostrar aos sujeitos que ali se encontram aquilo pelo qual estão tomados e, quem sabe, apostar que podem livrar-se do gozo em que estão aprisionados (violento, fracassado, vagabundo). Como afirma no texto a autora, "não implica de modo algum transformar um delinqüente em um pastor de ovelhas" (UDENIO, 2004, p.62). Não é o objetivo da conversação substituir uma identificação por outra melhor, fazendo uso da palavra em prol de um ideal benfeitor. As conversações conduzidas pela ética da psicanálise tem o uso da palavra como causalidade psíquica e não em benefício de uma psicoterapia científica, generalizada e generalizante, que desconhece o sujeito.

Por isso Beatriz UDÊNIO (2004) aponta os limites pelo próprio alcance que a palavra introduz: a palavra não traz um sentido comum a todos, pois suporta o sentido do particular. Assim sendo, a palavra permite que se olhe mais além dos sentidos comuns: o mal-entendido, o fora-do-sentido, que aparece como detalhe para cada um. É o furo no dizer, como ausência fundamental, também é onde cada um pode se encontrar, onde cada um pode captar algo nas entrelinhas do que diz, onde se articula o real em sua singularidade. Na conversação a linguagem como norma, como aquilo que dá um sentido comum, universal, na busca de consenso, da normatização, não faz chegar ao particular. Não se trata de buscar as idéias compartilhadas pelas pessoas no dia-a-dia e dos modos pelos quais somos influenciados pela cultura. Isso não traz o particular. Não se trata de deixar falar para buscar o comum, as regularidades, os consensos naquilo que é dito.

A subversão que a conversação propõe encontra-se no conteúdo do que se vai falar. Não é solicitado um saber já sabido, predeterminado, pois a fala é a própria de cada sujeito. Pauta, conteúdo definido, roteiro pré-determinado não se consubstancia em uma conversação, pois o que se busca é um falar dos próprios sujeitos que dela participam e ensinam a quem conversa com eles. Não se trata também de buscar a interação entre os componentes do grupo. Trocas, consensos, rupturas, dissensos, e descontinuidades daquilo que é dito não compõem o universo do detalhe que estamos dizendo. Neste aspecto as conversações se distanciam dos grupos focais. A observação detalhada dos participantes que contam uns aos outros, fatos, histórias e situações, nas interações de grupo, procurando através das seqüências de falas, [...] compreender o impacto das vivências do grupo sobre as trocas entre os participantes é o foco central dos grupos focais. (GATTI, 2004, p.47) Por isso não se trata de enunciação coletiva.

A surpresa está nessas conversas, no sem sentido que surge delas, mas que pode fazer sentido a algum participante, e por isso a aposta das conversações é fazer emergir o real que toca a cada um. É esse real que pode ser contornado por meio das palavras. A surpresa nos diz que se tocou em algo novo. A palavra o contorna pois o real nos escapa sempre. São essas as surpresas que advém da multiplicidade de sentidos dados que vão surgindo oportunizando conhecer algumas identificações manifestas.

Por isso a diferença é um princípio que orienta a conversação. Diferença na medida em que para cada um existe um real que faz sentido singular, e não pode ser recoberto com o sentido pleno, comum e consensual, pois este real opera em cada um dando lugar a distintas respostas do sujeito.

O laboratório não pretende de modo algum dissolver o mal-entendido, mas abrir ao contrário para se fazer um espaço de encontro. Tal é a orientação da psicanálise em extensão: oferecer uma tomada de palavra que leva a conseqüências, e que seja, antes de tudo, o surgimento para cada um o lugar do Outro3. (LACADÉE,2003, p.373)

Diferença, sem sentido, espaços vazios, sacudir das identificações, tropeços na linguagem, surpresas, fazer surgir os mitos de cada um, as ficções que cada um constrói para si, seja criança, adolescente ou adulto, para dar conta do real, essa é a aposta da conversação. Aqui se mostra mais uma inversão importante. O real é o que não "pode ter nome e nem nunca terá", é a impossibilidade da nomeação total do desejo. "A conversação é fundada pela aprendizagem por meio da palavra do ponto de real em jogo para cada sujeito." (LACADÉE, 1999/2000).

A palavra não pode ser concebida como aquela que alivia e faz bem. Não é falar para aliviar e "por para fora". É imperativo esclarecer que conversação não é grupo de psicoterapia, pois a palavra não encobre o mal-estar, o desagradável próprio de cada um. A causa psíquica é a busca do laço social com o deplorável.

Nós consideramos, com efeito, que o desfalecimento de um sentido, seus tropeços e até o sem sentido produz como efeito de significante – o aliciamento de nosso exemplo – deixando existir um real que faz efração e reenvia o sujeito que fala ao que se lhe revela por surpresa. Para nós, esse fora do sentido não é absolutamente o que vai fazer disparar o real, mas, ao contrário, ele abre a via de acesso para cada um4. (LACADÉE, 2003, p. 375)

Ensinar a quem escuta. Mas qual o conteúdo dessa fala que ensina? Falam do quê, no caso os alunos e professores das escolas públicas francesas? Falam do que vivem: de suas preocupações como a repetência, relação com os pais, violência, segregação, mas também de sua cultura, gíria, modismos. No caso dos professores, de seus impasses na docência.

Outro aspecto a destacar quanto às conversações é a transferência na experiência da conversação, e o manejo que dela se faz, do qual poderíamos salientar a posição dos responsáveis por coordenar as conversações nos laboratórios do CIEN.

Poderíamos dizer que pode sustentar essa experiência de palavra quem já experimentou uma discordância indubitável entre o que se diz — o enunciado — e o que se quer dizer — a enunciação — em sua intenção de pegar esse sentido pleno que não existe (UDÊNIO, 2004, p. 67).

Entende-se, portanto, que a pulsão não responde apenas ao campo da palavra, ao campo significante. O sexual introduz um real de outra ordem, com o qual o sujeito tenta se haver. Quem quer que seja que sustente esse lugar no laboratório de conversação deve transmitir aos outros que esse é um lugar onde nem tudo é totalmente dito ou sabido de antemão. Cada sujeito tem a oportunidade de construir, de inventar uma resposta para o próprio mal-estar. Em vez de se buscar uma resposta ideal para aquele grupo que responda às normas, que seja feito um pacto de fazer vacilar as etiquetas, as identificações segregadoras. A aposta que se faz é que, a partir da oferta de palavra e frente à subjetividade da época, que algo se opere e aponte para a construção de novos laços sociais.

Mas adotar a palavra tem limites. Adotar as conversações como proposta para pesquisa em psicanálise e educação significa pensar a responsabilidade, os limites e as conseqüências de adotar a palavra como perspectiva metodológica que trabalha com a palavra. Aqui o sujeito não existe a priori, como em outras pesquisas, não há essência, mas a fluidez naquilo que é dito. É essa a busca do detalhe de cada um que é a aposta da conversação, mas como diz a música, "é preciso ter cuidado", abrir as comportas dos destravamentos das identificações implica em responsabilidade de saber quando e como fechar.

Para isso as definições precisam ser acertadas como grupo de participantes. A decisão por participar é individual, pois é motivada pelo desejo de falar. Na experiência do CIEN os encontros são entre dez e doze, num dia com horário definido, não se exigindo a participação.

 

3. A conversação e sua aplicação à pesquisa

O dispositivo da conversação utilizado como metodologia de pesquisa em psicanálise e educação tem na "associação livre coletivizada" o ponto forte de sustentação, na medida em que permite que o objeto de estudo seja analisado a partir de uma multiplicidade ou proliferação de significantes, já que acontece em grupo. Ao mesmo tempo, a consideração da palavra como a expressão de um saber inacabado nos remete a um sujeito que "diz sempre mais do que sabe" como afirma Lacan. Assim, não se busca um saber fixado do sujeito, organizado pelo simbólico ou preso ao significante dado pelo Outro.

Trata-se de uma tentativa de localizar os pontos de condensação do mal-estar na cultura atual, porque abre as possibilidades para cada membro do grupo questionar esses pontos. É uma modalidade de investigação que, para além da busca de informações, propõe uma intervenção no campo pesquisado.

Esse dispositivo visa tocar o ponto de real do sujeito, deixando emergir mais do que a ficção de cada um, buscando o sem-sentido que provoca surpresa. O pesquisador encontra no produto do que se opera a partir dos mal-entendidos da linguagem, nesses pontos em que aparecem os tropeços e o inédito, o material que será submetido à análise. Não se trata, pois, de uma análise do conteúdo das falas dos sujeitos, baseadas em uma interpretação da cadeia de significantes e significados, das metáforas e das metonímias; por fim, tem os efeitos de sentido do que se fala. Além do mais, trata-se de buscar o movimento dos sujeitos em direção ao registro do impossível. Na expressão do mal-estar brota o inconsciente, que expressa o conflito intrapsíquico.

O Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Psicanálise e Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (NIPSE/FAE/UFMG), dentro dos seus objetivos de promover estudos e investigações psicanalíticos em temas concernentes à inserção de crianças e jovens na educação, vem desenvolvendo atividades que buscam aprofundar a metodologia da conversação. Podemos extrair desses estudos alguns apontamentos sobre a aplicação do dispositivo da conversação como metodologia de pesquisa em psicanálise e educação:

• A conversação como oferta de palavra.

• Para a psicanálise toda oferta gera demanda.

• A aposta na conversação tem como princípio abrir possibilidades para interrogar os discursos já prontos, ou seja, questionar as máximas impostas pela cultura em vez de concordar com a nomeação dada pelo Outro — problematização.

• Ter como princípio atender a urgência do trabalho de pesquisa/intervenção sobre os grupos de risco da sociedade atual.

Consideram-se ainda, alguns pontos na organização dos grupos de conversação como orientação metodológica, tais como:

• Não há uma determinação prévia que diz aonde se quer chegar com tal procedimento.

• Propõe a interação não entre os participantes do grupo, mas entre o que é expresso pelo discurso.

• Não apresenta soluções para os problemas.

• É importante haver uma hipótese como ponto de partida, mas o essencial é dar a palavra aos participantes e, a partir daí, tomá-la como material de análise.

• O número de reuniões é predeterminado.

• É importante estar atentos às surpresas e ao mal-estar que se produz nas conversações, pois ali é que se dá a emergência do real e a possibilidade do novo.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALVES-MAZZOTTI, Alda e GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais. Pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira Thompson Learninng, 2004.

GATTI, Bernadete A . Grupo focal na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília: Líber Livro editora, 2005.

LACADEÉ, Philippe, MONIER, Françoise (orgs). Le pari de la conversation. Institut du Champs Freudien: CIEN Centre interdisciplinaire su l'Enfant. Paris, 1999/2000. brochure.

LACADEE, Ph. Le Malentendu de l’enfant. Des enseignements psychanalyytiques de al clinique avec les enfants. Laussenne:France: editions Payot Lausanne, 2003.

MILLER, Jacques-Alain et alli. La pareja e el amor: conversaciones clinicas com Jacques Alain-Miller em Barcelona. 1ª ed. Buenos Aires: Paidós, 2005. p.15-20

UDENIO, Beatriz. El CIEN: un uso del psicoanálisis del que hay que rendir cuenta. In: CIEN, Instituto del campo freudiano. Cuaderno/ 5. Buenos Aires: CIEN; Instituto del campo freudiano; Centro de investigaciones del ICBA. Nov/ 04. P. 61—70.

 

 

1 Tradução nossa.
2 Os laboratórios do CIEN são formados por equipes interdisciplinares, que se dispõem a trabalhar com a Conversação, assumindo o desafio de tentar operar sobre os efeitos segregativos da cultura contemporânea, que incidem sobre a criança e o adolescente.
3 Tradução feita pelas autoras.
4 Tradução feita pelas autoras.