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On-line ISBN 978-85-60944-08-8

An 6 Col. LEPSI IP/FE-USP 2006

 

O registro imaginário, a demanda médica e as primeiras entrevistas na clínica psicanalítica com criança

 

 

Sueli Pinto Minatti

suelipm@icr.hcnet.usp.br; minatti@uol.com.br

 

 


RESUMO

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas abre anualmente o Programa de Aprimoramento a Psicólogos. A atividade de Seminários Clínicos compõe o Programa visando articular a prática clínica à teoria psicanalítica. Esta articulação coloca, nesta situação, desafios entre o acolhimento da demanda médica e seu manejo dentro da prática clínica psicanalítica, no atendimento de crianças. Na supervisão dos seminários temos encontrado no conceito do registro imaginário ponto importante para localizar teoricamente estas questões. A definição deste conceito aparece como fundamental, e ponto de partida, para que se possa localizar a doença orgânica, apresentada pela medicina, e seu manejo dentro do tratamento psicanalítico. O objetivo deste trabalho é situar o conceito de imaginário em sua origem e na aplicação clínica, levando em conta a demanda médica, a demanda dos pais e as primeiras entrevistas nos atendimentos psicanalíticos. Pretendemos fazê-lo utilizando um caso clínico que permita esta articulação clínica/teórica dentro da prática clínica no Hospital, e utilizando bibliografia sobre atendimentos com crianças e sobre a teoria a respeito do conceito de imaginário, em Lacan.

Palavras-chave: clínica psicanalítica; registro imaginário; primeiras entrevistas.


 

 

O Instituto da Criança do Hospital das Clínicas abre anualmente o Programa de Aprimoramento a Psicólogos. A atividade de Seminários Clínicos compõe o Programa visando articular a prática clínica à teoria psicanalítica. Esta articulação coloca, nesta situação, desafios entre o acolhimento da demanda médica e seu manejo dentro da prática clínica psicanalítica, no atendimento de crianças. Temos encontrado no conceito de registro imaginário ponto importante para localizar teoricamente este questionamento. A definição deste conceito aparece como fundamental, e ponto de partida, para que se possa situar a doença orgânica, apresentada pela medicina, e seu manejo dentro do tratamento psicanalítico.

Dos atendimentos ambulatoriais surgiu a pergunta: em que medida o apelo do imaginário acentuadamente instalado na instituição nos impele a desviar o desejo do analista, contramão deste funcionamento?

Esta chamada do apelo imaginário ronda durante todo o tempo as análises e Freud já a trouxe no posfácio do texto Fragmento da análise de um caso de histeria, a respeito da interrupção do tratamento de Dora, pela paciente. Ele diz ter tido dificuldades por questões transferenciais: "... graças à solicitude com que Dora punha à minha disposição no tratamento uma parte do material patogênico, esqueci a precaução de estar atento aos primeiros sinais da transferência que se preparava com outra parte do mesmo material, ainda ignorada por mim." (Freud, 1905, p.113). Na análise deste caso Freud apresentou um limite, dentro do manejo da transferência. No entanto, até aí, na interrupção, conforme Lacan vai analisando, há inversões, provocadas por Freud. Estas inversões incidem na "matriz imaginária" (Lacan, 1951), localizadas no pedido do pai de que Freud colocasse a filha "no bom caminho (Freud, 1905, p. 36)", e na queixa de Dora de ser oferecida como objeto de troca. As inversões permitem a passagem da matriz imaginária à transferência simbólica pela implicação de Dora naquilo que ela se queixava.

Provocados pela questão dos limites localizados no aspecto imaginário da transferência pretendemos trazer um caso, o de João, cujo desenlace transferencial foi antecipado pela analista. Ainda que alertada pela transferência, o apelo, imaginário, emergencial, institucional, fez pensar que o que se havia produzido era suficiente. Mas, o momento de concluir1 não se havia feito; e o sintoma se mostrou como nova criação.

João, um menino de oito anos que chegou num mês de abril, freqüentando a segunda série e ainda não alfabetizado2. A alfabetização instantânea, depois de alguns meses de atendimento fez a analista propor uma finalização, motivada pelas urgências institucionais. Esta precipitação da analista, e não do sujeito, se fez aparecer antes da sessão seguinte. Estrategicamente a analista foi procurada em seu consultório no caminho para a consulta com o pediatra reumatologista, quando a mãe o levou para dizer que João estava mancando, algo que ele mostrava de forma nada sutil.

Repensar e refazer as intervenções foram resultados que este menino – sujeito – provocou.

Queremos ressaltar que neste campo médico-hospitalar encontramos apelo recorrente no sentido de coloque-os no caminho para que eu possa dar conta do recado, assim como são recorrentes os apelos feitos por Freud e Lacan, e seus comentadores, em relação ao manejo do psicanalista para produção analítica, partindo deste tipo de pedido, e não esquivando-se dele. A inversão pode ser dita pela passagem de uma matriz imaginária ao simbólico. Esta inversão é a passagem que visamos com cada paciente. Faz parte das questões preliminares ao tratamento psicanalítico (Freud, 1913).

Inverter do imaginário ao simbólico. Mas como definir o imaginário para localizar ponto(s) onde a ação do psicanalista poderia visar esta inversão? Como se entrelaça este desafio ao cenário institucional?

Nossa hipótese é de que a urgência cronológica, a emergência da precariedade dos corpos e os pedidos de organização a algo que se apresenta imaginariamente desorganizado podem interpor-se ao lugar criado pela subversão da demanda no tempo que o sujeito confere ao psicanalista pela transferência.

Esta hipótese parece se sustentar por uma advertência em relação aos aspectos imaginários e simbólicos do sujeito. Podemos, inicialmente, considerar do registro imaginário a queixa apresentada pelos pais, endossada pelos pedidos médicos, ou ainda apresentada como jogo de contraposição do cenário institucional – familiar e/ou hospitalar. E do simbólico, o que se trata no campo psicanalítico, a partir do sentido que tem a queixa para aquele que a traz. No entanto, esta distinção, didática, na prática aparece entrelaçada. Como percorrer este caminho considerando este entrelaçamento?

Delineamos algumas considerações como limite para um universo desta pesquisa:

a) Do campo médico como o campo do estabelecimento diagnóstico, descritivo, objetivando suprimir a doença e visando o homem são, conforme introdução à Ordem Médica (Jorge, 1983, p. 13).

b) Do campo psicanalítico como o campo da investigação do sujeito do inconsciente pela transferência, produzindo descontinuidade e gerando questionamento (Nogueira (1997).

c) Da clínica psicanalítica com crianças, no que há de específico, e, ainda a clínica psicanalítica na instituição.

Com respeito à clínica com crianças, além da implicação do que é analisado ou analisável, o que, ademais da consideração diagnóstica no sentido psicanalítico, como veremos adiante, entram neste manejo, os pais e como considerá-los no tratamento: incluí-los? Às vezes? Sempre? Por quê? Que cálculo(s) tem-se a este respeito e que conseqüências nossa decisão tem? Sobre estas perguntas há uma indicação de Faria: "Há (, portanto,) dois aspectos característicos das entrevistas preliminares ao tratamento com uma criança que merecem nossa atenção: a presença dos pais, que requer sempre um manejo por parte do psicanalista; e a necessidade das "entrevistas preliminares" com a própria criança, que visam a entrada em análise (Faria, 2004, p. 3)".

Para uma direção a este respeito vamos levando em conta bibliografia que inclui Lacan e alguns comentadores.

Com Lacan (1969), demos atenção à concepção a respeito da "condição (da criança) de responder ao que existe de sintomático na estrutura familiar (Op.Cit. p. 369)". Em seus comentadores como R. Lefort (1997) aos efeitos das intervenções psicanalíticas a partir do cuidadoso relato do atendimento de Marisa na instituição; Soler (1991) e sua dificuldade com o atendimento de crianças analfabetas – pré-escolar; M. Mannoni, (1995) e a criança como efeito da família; Kupfer (1994) e Nominé (1997) e os trajetos clínicos a partir das diferentes concepções de família e os diferentes lugares da criança dentro das amarras, na primeira, e do sintoma familiar, no segundo. Ainda Faria (1998) e as distinções, na família, de: sujeito, função e lugar.

d) Sobre a instituição, da comunicação com os profissionais de saúde, na interconsulta, possibilitando a inserção do analista na equipe, conforme defende Moretto (2006, p.70). Esta inserção faz marca distintiva entre o atendimento de consultório e o atendimento na instituição. Evoca, no entanto, a pergunta: o que dizer aos médicos que encaminham, que pedem avaliação? Em que medida o que dizemos não viola nosso atendimento e pode fazer anteparo à compreensão que, no plano imaginário, o médico pretende dar ao paciente? O que transmitir, principalmente, sem que as histórias ditas em segredo se tornem pauta de reunião, conforme levanta Moretto? (Op.cit, p. 152). Esta vertente parece importante num lugar em que a transferência imaginária via doença, medicina de ponta, última esperança, leva a finalmente conseguir um lugar no Hospital das Clínicas como sinal de vitória e de ponto máximo dentro do percurso de investigação clínica médica. Assim, o imaginário é privilegiado como a via por onde caminham os burburinhos do hospital tentando cobrir um panorama de conhecimento científico que dê conta dos distúrbios orgânicos, funcionais e de desenvolvimento.

e) Definição de criança dentro dos paradigmas e conforme inauguração epistemológica apresentada por Áries (1981) à luz de Foucault (1985), situando as condições, valores e significações como determinantes das relações no momento histórico e sócio-econômico. Áries apresenta a pesquisa a respeito dos séculos XIV ao XIX, quando o lugar da criança vai sendo estabelecido como: adulto em miniatura, período de transição, posição ingênua. No final do século XIX e início do século XX, no entanto, a psicanálise promove uma mudança na concepção de criança, conforme marca Silva (2006). A denúncia feita por Freud de que o neurótico sofre de reminiscências (1897), abre caminho para a sexualidade originada na infância, concepção formalizada em 1905.

Pensamos na criança do início do século XXI.

Ela não entende dizem alguns adultos/cuidadores diante daquele de quem falam ao mesmo tempo em que, permitem-lhe acesso a violências e pornografias disponibilizadas pelos meios de comunicação e internet, e que as falas sem censura escancaram.Ela não entende? Quem entende? O que se entende?

Estas vertentes se apóiam no conceito de imaginário como aquele que "está longe de se confundir com o campo do analisável (Lacan, 1953, p. 21)", cabendo agora dizê-lo por outra vertente: de que o tempo do sujeito do inconsciente – do estatuto simbólico – emerge, sob transferência, em meio ao cenário institucional hospitalar essencialmente imaginário, como uma manobra desavisada e ao mesmo tempo atenta do psicanalista. Consideramos o desavisado como o tempo do sujeito e as modalidades do dizer, e o atento como as condições imaginárias de onde emergem os ditos e os signos sintomáticos.

Para situar o registro imaginário, tomado pelo simbólico, clinicamente, ressaltamos:

a) A importância do diagnóstico estrutural, como o diagnóstico do psicanalista, possibilitado nas entrevistas preliminares para uma condução responsável da análise, considerando as três estruturas clínicas utilizadas no diagnóstico psicanalítico de orientação lacaniana: neurose, psicose e perversão, que atravessam os fenômenos e as patologias. Por exemplo, no Hospital, uma queixa recorrente vinda como dificuldades escolares, conforme apresentado pelo caso de João, é uma codificação que pode revelar uma das três estruturas. Ou seja, pode haver dificuldades escolares na neurose, na psicose ou na perversão e será diferente a condução do tratamento, partindo deste signo, em cada uma destas estruturas, ademais de que as intervenções serão de outra ordem em cada uma delas e terão efeitos diferentes, que se verificam na transferência. Desde este prisma é tomado cada um dos pedidos emblemáticos originados pela demanda médica. Ressalta-se, nesta vertente, a importância de não perder de vista que ao criar teoricamente o recurso dos três registros – imaginário, simbólico e real –, Lacan os cria imbricados na organização estrutural por onde o sujeito desponta3.

b) A criança em análise é um sujeito se interrogando, no entanto, é criança enquanto dependente nos sentidos práticos dos cuidados e proteção dos pais. Ao mesmo tempo em que está assujeitada ao Outro e ao Nome do Pai, na ordem simbólica, está dependente do ambiente familiar – maternagem e presença do pai – numa ordem imaginária (Silva, 2006, p.5).

c) Consideração das questões preliminares ao tratamento psicanalítico como o reconhecimento do registro imaginário, ultrapassado pelo estabelecimento da transferência. A ultrapassagem definindo a entrada para o campo simbólico, e o início do tratamento psicanalítico na neurose, retroagindo metaforicamente às primeiras entrevistas.

d) Localização do registro imaginário exterior ao tratamento psicanalítico, mas parte dele todo o tempo. Consideramos o registro imaginário privilegiado do campo médico assentado na prevalência da anatomia e valendo-se de conhecimentos exteriores ao campo clínico "o que acaba enfatizando mais ainda a vertente objetiva da doença e colocando entre o médico e o paciente, vários aparelhos e muitos resultados de exames (Prizskulnik, 2000, p. 3)". Colocamos nesta situação o acolhimento dos pedidos médicos, pelo psicanalista, para subverter a demanda contida nestes pedidos. O registro imaginário é por onde entram os pedidos e por onde se tentam estabelecer as certezas – então abaladas por ocasião do pedido (Dunker, 1999).

 

Algumas considerações finais

Na psicanálise com crianças, na instituição, as diferentes decisões, conforme fomos anunciando, visam uma clínica referenciada por este universo teórico. Estas escolhas têm intenção de provocar efeitos naqueles que nos procuram, mas visam, também, em se tratando da clínica psicanalítica na instituição, os encaminhamentos médicos, pelas transferências imaginárias que neste cenário se conformam.

Lacan alerta sobre a resistência advinda do eu. O sujeito resiste, repete (Lacan, 1954), enfatizando que isto é sabido pelo analista e tem a ver com o aspecto imaginário da transferência. Analogamente diremos a respeito do trabalho na instituição hospitalar que o imaginário institucional circula o tempo todo. Isso já se sabe; disso não podemos nos queixar; isto se tem que manejar para que o lugar do analista encontre brechas.

No caso de João, pode-se dizer que, em termos imaginários, o sintoma não se resolveu – os signos continuam circulando e levando-o a outras especialidades médicas. No entanto, ele havia feito laço com a analista, laço transferencial que permitia investigação de um saber, insistente, que ele apresentava – ainda que conduzido pela mãe – como novo pedido.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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DUNKER, C.I.L. Entrevistas preliminares: uma diferença. II encontro sobre Psicologia Clínica, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Faculdade de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, São Paulo, 1999.

FARIA, M.R. Introdução à psicanálise de crianças: o lugar dos pais. São Paulo, Hacker, 1998.

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FOULCAULT, M. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. 6ed. Rio de Janeiro, Graal, 1985.

FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Imago Editora Ltda., Rio de Janeiro, 1969.

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LACAN, J. (1951). Intervenção sobre a transferência. In: Escritos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998.

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-------------. (1969). Nota sobre a criança. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2003.

LEFORT, R. Marisa, a escolha sexual da menina. Trad. Vera Avelar, Rio de Janeiro, Zahar, 1997.

MANNONI. A criança retardada e a mãe. Trad. Maria Raquel Gomes Duarte. 4. Ed. São Paulo, Martins Fontes, 1995.

MORETTO, M.L.T. O psicanalista num programa de transplante de fígado: a experiência do "outro em si". Tese de doutorado. IPUSP, 2006.

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PRIZSKULNIK, L. Clínica(s): diagnóstico e tratamento. Psicol. USP, São Paulo, v. 11, n. 1, 2000. Disponível em: www.scielo.br.

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SOLER, C. Uma dificuldade da psicanálise de criança. In: Artigos clínicos: transferência, interpretação, psicose. Salvador, Editora Fator, 1991.

 

 

1. Fazendo uma referência aos três tempos do sujeito: o instante de olhar, o tempo de compreender e o momento de concluir (Lacan, 1945, p.204), texto onde ele articula a idéia de que o “depois se fazia de antecâmara para que o antes pudesse tomar seu lugar (op.cit. p. 197)”.
2. Utilizamos o itálico para: títulos de obras, e também para signos veiculados no Hospital tanto pelos pacientes quanto pelos profissionais.
3. Ademais, utiliza os três registros para dizer do sujeito do inconsciente, sua fantasia organizada em torno do gozo para dar conta da falta, e o lugar do analista como o lugar que causa e que conduz a investigação psicanalítica.