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ISBN 978-85-60944-35-4 versión on-line

An 8 Col. LEPSI IP/FE-USP 2011

 

A aplicação da psicanálise à educação pensada a partir da proximidade entre tratar e educar – um retorno a Freud

 

 

Camille Apolinário Gavioli

 

 


RESUMO

Tomar o viés genealógico para fazer um percurso que aborde as relações entre tratar e educar em Freud parece ser uma via interessante para discutir a maneira como a questão da aplicação da psicanálise é entendida hoje. Neste caminho, a questão da proximidade entre tratar e educar fica evidente. Contudo, frequentemente, ela acaba rechaçada enquanto característica que marca esta relação, e o que se constata são leituras que sublinham a diferença entre os campos. Quais as conseqüências disso para a questão da aplicação, já que é somente no âmbito da aplicação da psicanálise à educação que as produções sublinham as diferenças?


 

 

À medida que nos propomos a pensar a questão da aplicação da psicanálise parece fundamental fazer um retorno a Freud e olhar mais detidamente para o que se passava em termos da relação entre estes dois campos no início das formulações da teoria psicanalítica.

Dada a incipiência da psicanálise e sua maior dependência de outras áreas do conhecimento humano, condição inerente ao seu surgimento, estabeleceu-se um laço entre tratar e educar caracterizado por uma certa confusão. Ou seja, a psicanálise surge a partir de certa fusão, especialmente com a medicina e a educação, por isso ela carrega, por um longo período de sua existência, valores, atributos ou características que são próprias dessas áreas de saber. Apenas posteriormente, aparecem ou se constituem traços que lhe são peculiares.

Essa relação ganha novos contornos à medida que o tratar vai se constituindo e se diferenciando. É preciso lembrar que esse processo de diferenciação do tratar deixa resquícios, ou seja, marcas de sua relação com outros saberes. Propomos então uma leitura da relação de proximidade entre tratar e educar que se dá, inicialmente, pela via da confusão e, em seguida, pela via das práticas com fronteiras definidas. A partir daí, podemos adentrar em uma discussão a respeito da aplicação.

Um primeiro momento

Uma leitura atenta aos escritos de Freud nos permite ver que seu interesse é explicar o que ocorre no psiquismo.

Nosso primeiro propósito, naturalmente, foi o de compreender os distúrbios da mente humana, porque uma notável experiência mostrara que, aqui, a compreensão e a cura quase coincidem, que existe reciprocidade entre uma e outra. E por muito tempo este foi nosso único propósito. (Freud, 1933, p.143)

Quando Freud está interessado em descobrir a causa das doenças nervosas e a prevenção do adoecimento, ele busca no campo da educação algo que possa contribuir em suas pesquisas. É o caráter profilático que Freud vê na educação, é deste modo que Freud toma o educar para pensar o tratar. Ao educar, acaba sendo atribuída a mesma caracterização que ao tratar. Assim, podemos definir como sendo o fim instrumental do educar que ele busca inicialmente, ao mesmo tempo em que, importa colocar, é este tipo de laço que marca uma certa confusão em termos da relação entre tratar e educar. Temos aqui o risco de descaracterização tanto do educar quanto do tratar.

No texto Os caminhos da formação dos sintomas (1916-1917), há um trecho em que, ao discorrer sobre a importância e a intensidade da experiência patogênica das experiências infantis e experiências posteriores, ou seja, sobre os fatos que causam a neurose, Freud fala que a educação planeja a prevenção da neurose.

Esses fatos têm algum interesse do ponto de vista da educação, que planeja a prevenção das neuroses intervindo num estádio inicial do desenvolvimento sexual das crianças. Contanto que se dirija a atenção principalmente para as experiências sexuais infantis, deve-se supor que se tem feito tudo pela profilaxia das doenças nervosas mediante o cuidado de se adiar o desenvolvimento da criança e de esta ser poupada de experiências de tal espécie. (Freud, 1916-1917, p. 367)

Se, no início, é nessa perspectiva que a psicanálise parece se apoiar atribuindo enorme peso à profilaxia – e é nessa perspectiva idealizante que a educação entra –, com o avanço nos estudos e pesquisas clínicas, Freud (1930) ressignifica tal perspectiva ao reconhecer a impossibilidade do alcance da felicidade e da satisfação plena, dado o caráter conflitivo do psiquismo humano.

É assim que Freud chega à formulação de que se trata de uma ilusão supor que por meio da educação é possível chegar à harmonia entre o homem e a civilização. Essa constatação gera uma significativa reformulação no interior da teoria psicanalítica, e, conseqüentemente, em termos de sua relação com a educação.

A esperança de Freud em torno de outra educação é expressa em O futuro de uma ilusão, em 1927. Ali temos a educação para a realidade.

Segundo Freud (1927),a educação para a realidade visa, a supremacia da razão sobre as forças das pulsões, em detrimento do recalque – enquanto a ilusão está a serviço do narcisismo, que se mantém a custa do recalque. Desse modo, surge a proposta de uma educação que leve em conta o caráter conflitivo das pulsões e sua natureza irreconciliável, ressituando, assim, o lugar do desejo que anima o homem. E é aí que Freud chega a uma perspectiva sublimadora da educação. Com este novo caráter, a educação passa a participar diferentemente das formulações freudianas.

Um segundo momento

A teoria psicanalítica e sua concepção de tratamento variam ao longo dos estudos de Freud. Estas variações podem ser observadas por meio de uma leitura cuidadosa. Isso, por sua vez, também demonstra a inexistência de um único ponto que marque a relação entre tratar e educar caracterizada pelo laço via confusão. Do mesmo modo, não encontramos um marco exclusivo para abordar o laço entre as práticas caracterizado pela via das fronteiras definidas.

Isto posto, vejamos alguns trechos nos quais localizamos uma clara distinção entre tratar e educar. Também é por meio deles que iremos delineando algumas considerações a respeito da aplicação.

De que modo Freud se dirige à educação quando as fronteiras entre tratar e educar estão definidas?

Freud fala em educador analítico:

Onde um caso margina a anormalidade mental, o educador analítico estará obrigado a familiarizar-se com o conhecimento psiquiátrico mais necessário e, além disso, a consultar um médico quando o diagnóstico e a prognose do distúrbio parecem duvidosos. Em muitos casos só será possível alcançar sucesso se houver colaboração entre o educador e o médico (Freud, 1913a, p. 357)

Este trecho poderia ser entendido na perspectiva de instrumentar o educador com a teoria psicanalítica, para que, assim, ele possa melhor intervir. Aqui, a participação da psicanálise se daria em termos das considerações teórico-clínicas do analista ou médico para melhor condução do trabalho com o sujeito em questão. Neste momento, a psicanálise está lado a lado com a educação, nas figuras do educador e do médico.

A interlocução entre educação e psicanálise, via fronteiras definidas, também pode ser vista por meio da expressão educação psicanaliticamente esclarecida (1913). Falar em educação psicanaliticamente esclarecida permite sublinhar na leitura de Freud a importância dos conhecimentos em produção a partir da psicanálise, assim como em um impacto dessa teoria em construção no campo da educação. A expressão 'psicanaliticamente' traz consigo a perspectiva dinâmica, própria ao campo da psicanálise e aos desdobramentos na edificação da obra freudiana.  E ainda define a atuação da psicanálise em termos do constante questionamento da práxis educativa.

É próprio da psicanálise a interlocução com outros campos, sem isso ela se extinguiria. Essa interlocução não se define em termos de sobreposição de um campo em relação ao outro. A noção de sobreposição é uma das interpretações possíveis para abordar o que se passa em termos da relação psicanálise e educação. Há que se pensar o porquê desse entendimento, bem como discutir um certo predomínio dessa leitura.

Quando Freud propõe a formação analítica para educadores (1933) e a educação psicanalítica, o que se visa é a contribuição do conhecimento construído pela teoria psicanalítica para a educação e, por conseguinte, para o educador.

Com a expressão educação psicanalítica (1933), Freud coloca educar e tratar lado a lado para então discorrer sobre cada um a partir de sua especificidade. Na Conferência XXXIV, a psicanálise define sua especificidade na relação com a educação em termos de um questionamento do modo de fazer, tanto do tratar como do educar. 

A sugestão da análise do educador (1933) também não poderia deixar de ser mencionada neste escrito. Ao abordar a questão da análise do educador, Freud está interessado nos efeitos de uma análise para além do âmbito do sujeito ou analisando. Ou seja, não é na análise do sujeito propriamente dita que Freud está focado, mas nos efeitos que a análise do educador pode ter nas crianças. É este o aspecto para o qual seu olhar se dirige, neste momento.

Retomando os dois momentos e algumas considerações a respeito da questão da aplicação

Observamos que, num primeiro momento, o interesse de Freud é pelo fim instrumental da educação. Falamos da especificidade que lhe conduz à terra alheia. Sua postura nunca foi colonizatória ou propositora de novos objetivos para a educação, quando a ela se dirige.

Posteriormente, encontramos outro tipo de interesse, igualmente específico. A psicanálise, neste momento, já está estruturada e busca interlocução com outras áreas, só que agora temos outro cenário e, assim, pode ir se revelando a perspectiva da aplicação.

Quando discute a aplicação da psicanálise a outros campos, Freud diz que

[...] a psicanálise começou como um método de tratamento; mas não quis recomendá-lo ao interesse dos senhores como método de tratamento e sim por causa das verdades que ela contém, por causa das informações que nos dá a respeito daquilo que mais interessa aos seres humanos – sua própria natureza – e por causa das conexões que ela desvenda entre as mais diversas atividades (Freud, 1933, p.154)

No texto Explicações, aplicações e orientações (1933), Freud discute qual a inserção ou intervenção possível da psicanálise em outras áreas. Demonstrando aí, uma posição de questionamento e investigação, marcando o caráter inconclusivo de suas formulações. Desse modo, ele revela um estilo propriamente psicanalítico na condução de suas pesquisas.

É também propósito de Freud expandir a psicanálise para outros campos e para isso discute maneiras de fazê-lo. Freud é rigoroso e cuidadoso em seu trabalho. O titulo do artigo que acabamos de mencionar é uma evidencia disto.

A proposição de dois tipos de laços entre tratar e educar, que ao mesmo tempo, marcam uma proximidade e uma distinção - nem sempre muito claras –, interessa justamente para uma leitura que proponho da relação entre tratar e educar articulando-a à aplicação em torno de 3 eixos. A saber: a noção de sobreposição da psicanálise à educação, a ausência de textos que tratem de alguma contribuição relevante da educação para a psicanálise e, por fim, a questão da mínima diferença

A aplicação da psicanálise à educação baseia-se, por um longo período, na crença ou suposição de que os conhecimentos da psicanálise podem servir ao educador, que, por ser aquele que se ocupa das crianças, estaria apto a cumprir uma função profilática. Isso porque na época, aos olhos da psicanálise, era essa a expectativa quanto ao papel do educador, e a relação psicanálise e educação acabava sendo definida em termos da contribuição da primeira para a segunda, resultando em ganhos para a criança e, assim, para a educação. Ou seja, o conhecimento acumulado pela teoria psicanalítica parecia ser interessante para a educação.

O que este estudo aponta também é o interesse especifico de Freud pela educação. Esta participa das formulações freudianas, inicialmente, para entender melhor o psiquismo e para nele intervir. Ou seja, a educação entra como instrumento no campo da psicanálise, tem a função de contribuir na construção da teoria psicanalítica – que, diga-se de passagem, é mais jovem que aquela - a educação - onde busca referências. Ou seja, isso possibilita uma outra interpretação. Parece que a educação é que contribui com a psicanálise em um primeiro momento, mas é apenas posteriormente que esse tipo de laço pode ser pensado.

Constatamos aí uma reciprocidade e, ao mesmo tempo, o predomínio de uma leitura da relação entre tratar e educar que se estende até os dias de hoje - a questão da aplicação entendida como sobreposição da psicanálise em relação à educação. Este entendimento pode ser relacionado à maneira como se deu a interlocução entre tratar e educar inicialmente e, se caracteriza pela permanência na confusão e na sobreposição da psicanálise em relação à educação. Trata-se de uma repetição? Parece importante apontar isso, porque, à medida que interpretamos a repetição, podemos encontrar outras saídas para essa questão.

A perspectiva da sobreposição atribui um lugar 'menor' à educação, na relação com a psicanálise, e é no âmbito da aplicação, especialmente, que isso se faz notar. Ou poderíamos pensar que, desse ponto de vista, a psicanálise está num lugar 'engrandecido' na relação com a educação. A psicanálise teria, desse modo, algo a acrescentar à educação, que, por esse gesto, supostamente, estaria 'melhor' qualificada. Assim, seguindo esse raciocínio, poderíamos supor que se a educação cumpre um papel 'menor', nada tem a contribuir, o que, por sua vez, justifica a ausência de trabalhos a respeito da reciprocidade. Eis um outro ponto que interessa apontar, uma vez que o motivo desse entendimento parece ser fruto do específico interesse de Freud pela educação. Constatamos aí a perpetuação na confusão.

Um terceiro eixo a partir do qual é possível abordar a questão dos laços é a idéia da mínima diferença. Falamos que o laço que marca a relação entre tratar e educar muda a partir do momento em que as práticas estão distintas, contudo, esse discernimento não evita ou garante que se caia no terreno da confusão. Isso se deve à proximidade entre tratar e educar. É daí que decorre a proposição da mínima diferença.

Nesse sentido, Voltolini (2008) ajuda-nos a pensar nessa questão, ao destacar a questão da proximidade entre os campos considerando a sólida distinção existente entre psicanálise e educação.

A proximidade e a diferença entre estes dois registros, ainda que Freud tivesse a posteriori, conseguido discernir o específico de cada posição, não cessa de não se escrever. Isso porque o fato de que ela tenha sido resolvida teoricamente não elimina a possibilidade de que o analista, durante seu trabalho, seja levado a escorregar para esta posição, dada sua proximidade. (Voltolini, 2008, p.327)

Tomando as formulações de Lacan a respeito da teoria dos discursos, Voltolini destaca a proximidade entre essas duas posições discursivas, sustentando que é apenas um quarto de giro1 o que as separa, ou seja, estão muito próximas. Essa proximidade implica em um risco de que tratar e educar acabem descaracterizados, em decorrência da possibilidade de confusão. Isso, por sua vez, gera uma tensão. A tensão, típica da mínima diferença, diz-nos Voltolini lembrando Freud, gera a guerra.

Desse modo, poderíamos cogitar que em resposta ao perigo de ser descaracterizada, a psicanálise acaba sublinhando insistentemente sua diferença. Ou seja, através da insistência em tratar a diferença em detrimento da proximidade, parece que se marca a especificidade de um campo em sua relação, contra o outro – a guerra, o embate -, e não com o outro – o debate. 

Assim, parece evidente que se debruçar sobre a relação tratar e educar pelo viés da proximidade ajuda a encontrar novas saídas para a confusão que constatamos e que revela a repetição da qual muitos se queixam. Também é pelo viés da proximidade que chegamos a um denominador comum para o tratar e o educar – o impossível.

Poderíamos pensar que as formulações do campo da psicanálise também podem interessar à educação, já que ambas se ocupam de uma tarefa impossível - como fala Freud a respeito das profissões impossíveis. Desse modo, por que não considerar algum tipo de parentesco por esta via?

Voltolini fala em parceria em torno da miséria que acomete estes dois saberes – o impossível. Aqui, o impossível, caracterizado como miséria comum ao tratar e ao educar, é pensado em termos de um mal-estar estrutural, por isso inevitável, e não apenas fruto de contingências de determinado momento. Isso por sua vez não significa pensar em termos de tarefas inexeqüíveis. Ao contrário, ressaltamos a perspectiva de criação, de invenção, que a impossibilidade requer frente à inadequação inerente à condição de sermos sujeitos desejantes, ou, em outras palavras, submissos ao inconsciente.

Na esteira da invenção, propomos um outro olhar para a relação psicanálise e educação. A impossibilidade, diferentemente da impotência que leva ao silenciamento, implica um constante questionamento. Não se trata de propor procedimentos, tal como faz a ciência, mas discutir, interpretar e sugerir caminhos. 

 

Referencias bibliográficas

FREUD, S. (1913a) Introdução a 'The Psycho-Analytic method', de Pfister. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969, v. XII. p. 355-357.

_______. (1916-1917[1915-1917]) Conferências Introdutórias sobre psicanálise. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969, v. XVI.

_______. (1927) O futuro de uma ilusão. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969, v. XXI.

_______. (1930) O mal-estar na civilização. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969, v. XXI.

_______. (1933[1932]) Novas Conferências Introdutórias sobre psicanálise. Explicações, Aplicações e Orientações. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1969, v. XXII,. p. 135-154.

LACAN, J. (1969-1970) O seminário, livro 17: O avesso da psicanálise. Trad. Ari Roitman. Rio de Janeiro: Zahar, 1992.

VOLTOLINI, R. Psicanalisar e educar ou Psicanálise e Educação? Um retorno a Freud In: Leite, N.V.A.; Trocoli, F. (orgs.) Um retorno a Freud. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2008, p. 325-337.

 

 

1 Lacan propõe um esquema que gira, na direção do relógio, e a cada quarto de giro temos um discurso. Lacan trata dos quatro discursos no Seminário 17, O avesso da psicanálise (1969-1970). O discurso analítico, por exemplo, tem na posição de agente – canto superior esquerdo - o 'a', ou seja, a/S2 - $/S1; o discurso universitário, por exemplo, tem na posição de agente o S2, ou seja, S2/S1 - a/$; o discurso do mestre tem na posição de agente o S1, ou seja, S1/$ - S2/a ;e o discurso da histérica, tem na posição de agente o $.