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An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. May. 2002

 

Olhos e ouvidos atentos: fragmentos de discursos sobre a formação do enfermeiro*

 

Eyes and ears open: discourse fragments about the nursing formation process

 

 

Elizabeth EsperidiãoI; Denize Bouttelet MunariII

IEnfermeira e psicóloga. Docente Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG). Doutoranda EERP/USP. bethesperidiao@hotmail.com. Rua J-5 Quadra 6 Lote 12 - Setor Jaó - 74.673-170 Goiânia - GO
IIEnfermeira. Profª Drª. Titular FEN/UFG.

 

 


RESUMO

A condição de docente nos permite avaliar que a formação do enfermeiro, influenciada pelo paradigma cartesiano, permanece voltada para a capacitação de profissionais, essencialmente, pela qualificação técnica, favorecendo a separação entre a esfera pessoal e a profissional que habita o futuro enfermeiro. Com vistas a repensar essa problemática e amparadas na abordagem holística, procuramos vivenciar a educação integral, cuidando não somente do restrito sentido da competência técnica, mas preparando pessoas integradas naquilo que fazem. O presente estudo objetiva analisar os discursos de alunos de enfermagem sobre sua formação. Foram entrevistados 21 alunos, cujas falas foram submetidas à análise de conteúdo e sistematizadas em duas categorias: "Holismo só na teoria" e "A trama dos sentimentos". Os acadêmicos percebem a formação fragmentada e voltada para os conhecimentos técnicos científicos, privilegiando especialmente as necessidades das pessoas que vão assistir. A dimensão pessoal e os sentimentos que experimentam ao longo do curso são relegados ao segundo plano ou desconsiderados ao longo desse processo. Ao concluirmos esta pesquisa, tornamo-nos mais convictos da necessidade das Escolas de Enfermagem repensarem a formação de seus alunos, a fim de se tornarem pessoas integrais e integradas no exercício profissional.

Palavras-chave: enfermagem, educação em enfermagem, recursos humanos, holismo


ABSTRACT

Being a teacher allows us to evaluate that the nursing formation process, influenced by the Cartesian Paradigm, continues to prioritize professional training, essentially by means of technical qualification, favoring the division between the personal and professional spheres in the future nurse. With a view to reassessing this problem and sustained by a holistic approach, we tried to experience the full education, taking care not only of the restricted sense of technical competence, but preparing people integrated in what they are doing. This study aims to analyze the nursing students' discourse about their formation. 21 students were interviewed, whose discourse was submitted to content analysis and systematized in two categories: "Holistic only in theory" and "The struggle of feelings". The students notice the fragmented formation directed at technical and scientific knowledge, especially privileging the needs o the people they will attend. The personal dimension and the feelings they try along the course are relegated to the background or left out of consideration in this process. The conclusion of this research gave us a stronger conviction that the Schools of Nursing need to reconsider their students' formation, for them to turn into complete persons who are integrated in the exercise of their profession.

Key words: nursing, nursing education, human resources, holism


 

 

Apresentação

A formação do enfermeiro tem sido discutida no meio acadêmico a partir de vários olhares, abordando competência profissional, perfil do profissional desejado, a demanda do mercado de trabalho, qualificação docente, projetos políticos pedagógicos dos cursos existentes, reformas curriculares, considerando inúmeros aspectos que permeiam o ensino da Enfermagem.

No entanto, algumas outras inquietações têm nos acompanhado no exercício da docência, ao verificarmos que o preparo das pessoas que adentram a Universidade, com vistas a se tornar um profissional de saúde, tem propiciado a cisão entre quem exerce a profissão (aquele que faz) e a pessoa que é o profissional (ser total). Influenciadas pela dicotomia do paradigma cartesiano, as instituições formadoras insistem em capacitar o profissional com ênfase na qualificação técnica, desconsiderando as competências intra e interpessoais, tão necessárias para a assistência humanizada, amplamente propalada nos dias atuais.

Defendemos o modelo holístico que pressupõe a integralidade na formação do enfermeiro, não desvinculando a sua dimensão profissional da pessoal (Esperidião; Munari, 2000). Amparadas na abordagem gestáltica que concebe o ser humano como organismo total, agindo como um todo e não como a soma das partes que o compõem (Perls, 1977), temos procurado no cotidiano experienciar essa premissa, a fim de que não formemos apenas enfermeiros, no restrito sentido da competência técnica, mas pessoas integradas consigo mesmas e naquilo que fazem.

Esse tema tem impulsionado nossas investigações, razão pela qual nele nos dedicamos também por ocasião do Mestrado, quando tivemos a intenção de conhecer a opinião de alunos de Enfermagem em relação à sua formação enquanto pessoa/profissional (Esperidião, 2001). Assim, o presente estudo constitui-se num recorte desses resultados encontrados, com vistas a descrever e analisar fragmentos dos discursos de alunos de Enfermagem sobre sua formação.

 

Trajetória metodológica

Seguimos a abordagem qualitativa para a reflexão das questões que se encontram expressas nesta pesquisa, utilizando a técnica da entrevista semi-estruturada, partindo da idéia de que a problemática levantada pode ser clarificada analisando as falas dos próprios sujeitos.

Foram ouvidos individualmente 21 estudantes de Enfermagem de uma universidade pública, cujos conteúdos foram submetidos à análise temática proposta por Bardin (1977). O critério para seleção dos sujeitos foi a disponibilidade voluntária em participar do estudo, tendo sido registrado o consentimento em formulário próprio para a utilização dos dados, seguindo as normas de pesquisa com seres humanos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), atendendo à Resolução 196/96. De igual forma, solicitamos o consentimento institucional para coletar dados naquele local, além do projeto da pesquisa ter sido analisado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, formalizando assim as exigências éticas de um protocolo de pesquisa.

 

Resultados e discussão

Os resultados serão apresentados através de discussão interativa entre os dados encontrados, as contribuições da literatura consultada e as elaborações favorecidas pela nossa experiência.

Os discursos dos alunos nos permitiram identificar dois núcleos de sentido, relacionados diretamente entre si: "Holismo só na teoria", que reflete o paradigma cartesiano no ensino das profissões, na medida em que marca a dicotomia entre o ensino de técnicas, com ênfase nos conhecimentos técnicos-científicos, e a aprendizagem significativa para o aluno, quando se pensa no seu crescimento pessoal. "A trama dos sentimentos", por sua vez, engloba os enunciados relativos ao universo de sentimentos vivenciados pelos alunos ao longo do curso.

Salientamos que apesar de apresentarmos separadamente a percepção dos alunos quanto a sua formação, quer seja enquanto pessoa e profissional, a compreensão holística que temos acerca da realidade nos facilita ir delineando a visão global desse processo. De igual forma, o processo de análise que propusemos seguir releva o conhecimento além das palavras, tais como aparecem nas falas dos alunos, mas contextualizadas nas suas vivências.

Holismo só na teoria: apresenta a concepção que o aluno tem acerca do seu processo de formação acadêmica. Neste sentido, enumeramos cinco aspectos de análise distintos, dispostos a seguir:

1. Tendências da formação: conteúdos que apontam a formação voltada basicamente para as questões teórico-práticas da profissão.

"Eles estão preocupados em estar colocando a matéria deles em função daquilo que a pessoa vai fazer". (E 12)

"Com certeza a parte técnica do curso pesa mais... ainda é pouco vista essa parte da formação pessoal do aluno, pouco abordado. Eles se preocupam mais com o conhecimento científico". (E 16)

Existem estudos que apontam o privilégio do tecnicismo no preparo do profissional, se compararmos ao que é investido no desenvolvimento da pessoa, a despeito da necessidade de instrumentalizá-la para atuar de forma mais plena (Brant; Antunes, 1995; Munari; Rodrigues, 1997 e Stacciarini; Esperidião, 1999). Não questionamos, entretanto, o valor dos procedimentos técnicos, mas a forma com que são disponibilizados aos alunos, sem a devida articulação entre o processo de formação e a assistência de enfermagem como um todo.

Alguns conteúdos manifestos nas entrevistas apontam que preparar com teorias e técnicas não tem sido suficiente para as necessidades do aluno, enquanto ser humano, oferecendo lacunas na sua formação, aspecto ilustrado logo abaixo.

2. Formação fragmentada: relatos mostrando que a formação integral está relacionada mais ao discurso teórico do que propriamente ao vivenciado através das experiências de aprendizagem.

"A faculdade prepara bem, muito bem para o profissional. Para o pessoal, a gente cata uma coisa daqui, outra dali, a professora fala uma coisa, você tenta encaixar em alguma coisa que você já viveu. E tem algumas que a gente não consegue relacionar uma coisa com a outra". (E 19)

"É como que algumas disciplinas preparassem para o desempenho de tarefas práticas e outras se preocupassem com a pessoa do aluno...só que é na prática que aparecem os medos e lá a pessoa não é trabalhada... não conseguimos integrar os conhecimentos". (E 16)

"Parece que a gente tem que pegar uma disciplina e colocar dentro da outra, mas na prática mesmo eu não dei conta de fazer isto". (E 21)

Afirmações desta natureza deixam claro a descontinuidade dos conhecimentos recebidos, menosprezando o aspecto integrativo do ensino, conforme propõe a gestalt-pedagogia (Burrow; Scherpp, 1985). Remen (1993) admite que a postura holística defendida pelos professores é amplamente adotada de forma intelectual, muitas vezes emocional, mas não se manifesta em atos. Os depoimentos a seguir demonstram que tal situação é sentida pelos alunos, embora nem sempre captadas por nós.

3. Em busca da integração: depoimentos que denotam a necessidade da educação mais humanizada, centrando a atenção na pessoa do aluno.

"Eu acho que é mais importante investir na formação do ser humano, porque a técnica, com a prática a gente aprende". (E 20)

"Eu acho que a Universidade tinha que estar investindo mais no pessoal, na formação pessoal do aluno porque se tiver uma boa formação pessoal para estar trabalhando na Enfermagem, o profissional vai ser excelente". (E 17)

"Acho que está faltando um pouco de integração, de deixar mais claro para o aluno desde o 1º ano essa formação pessoal dele, para refletir enquanto profissional". (E 17)

Neste sentido, Esperidião et al. (1999) propõem discutir questões voltadas ao ser-pessoa do aluno através de estratégias de ensino vivenciais, acreditando ser esta uma forma de se experienciar a educação integral. Moran (2000) focando a educação de forma ampla acredita que ela deve além de ensinar, ajudar a integrar o ensino à vida, tendo uma visão de totalidade.

4. O papel do professor: são apontados aqui os discursos que relevam o papel do docente na formação dos seus alunos, sendo considerado por muitos como modelo de postura profissional.

"Era o que o mais experiente fala, pra tentar ser mais forte, sofrer menos ... daqui a alguns anos eu vou reagir deste jeito... eu dou mais atenção a lição de vida que a professora dá porque aprendo mais que com a matéria". (E 19)

"Uma certa vez eu consegui conversar com o paciente da forma mais ou menos que a professora fazia e isso foi gratificante". (E 7)

Verificamos que as atitudes assumidas pelo professor geralmente são uma referência para a vida futura dos acadêmicos, na condição de formador do indivíduo e do profissional. Rogers (1978) destaca as habilidades do professor na compreensão das reações de seus alunos, posição que ratifica nossa idéia de se investir no preparo dos educadores. Encontramos ainda vários depoimentos referindo a excelência na qualificação dos docentes naquela unidade de ensino, embora muitas vezes eles reflitam o modelo vigente da educação que receberam, quando a educação não era vista como um todo, conforme propõe Delors (2000), em torno das quatro aprendizagens: aprender a conhecer, a fazer, a viver juntos e aprender a ser.

5. Contribuições do curso: falas atestando que as experiências vivenciadas ao longo do curso favoreceram de alguma forma o amadurecimento dos acadêmicos.

"Como pessoa...ele está atendendo em todos os âmbitos, todos os ângulos da minha vida...o curso tem me ensinado mais no relacionamento familiar, sentimento, amoroso, em relação à grupo...". (E 4)

"Eu acho que consegui nos 4 anos, quando me recordo no 1º ano, meu relacionamento melhorou, em nível de compreensão, de integração, principalmente de estar respeitando o outro para ser respeitado...". (E 17)

"Eu me tornei mais responsável, mais observadora... e a enfermagem tem me dado isso, de estar melhorando o meu comportamento, de estar aprendendo a controlar meus sentimentos... melhorei a convivência, aprendi a ouvir, a prestar mais atenção nas pessoas". (E13)

Apesar do curso de Enfermagem em questão não ter objetivos específicos quanto ao desenvolvimento da pessoa, constatamos que no seu decorrer acontecem modificações nos alunos, na medida em que acrescentam algo na sua bagagem pessoal. Esta situação nos traz sentimentos de satisfação, confiança e apreensão, pois ao mesmo tempo em que se oportuniza condições de crescimento, encontramos relatos que manifestaram a intensidade e o valor das experiências vividas na prática discente, que parecem não estar sendo relevados pelos formadores como mereceriam.

A trama dos sentimentos: refere-se aos sentimentos descritos pelos alunos relacionados às experiências obtidas ao longo do curso. Foram classificados pelo entrelaçamento dos conteúdos e as situações que o evocavam, a saber:

1. Decorrentes das experiências do processo ensino-aprendizagem: relatos de sentimentos que se manifestam em decorrência do cotidiano do acadêmico de Enfermagem.

"Sinto pena dos pacientes, dó pelo sofrimento deles... um sentimento depressivo porque tive que fazer um curativo com uma escara que pegava todo o glúteo... fiquei depressiva pela minha fraqueza" ( E 4)

"Me dá medo, muito medo, eu fico ansiosa diante de uma coisa, porque é a vida de outra pessoa, as ações que eu desenvolver com ela...eu sei que vai interferir". (E 17)

A maioria dos sentimentos descritos relaciona-se às experiências do que os alunos vivem na prática, o que é ratificado por Gonzáles et al. (1999) ao destacarem que o contato estabelecido pelo profissional no momento do cuidado pode suscitar a mobilização de seus próprios sentimentos. Nestes momentos, eles se ressentem da ajuda do professor: "Quando fui para a prática senti sem ter com quem contar" (E 2). A presença e a capacidade de 'estar com' é considerada fundamental ao se estabelecer uma relação dialógica (Hycner, 1995; Remen, 1993).

2. Decorrentes da relação professor-aluno: sentimentos relativos a partir das interações interpessoais entre os educadores e seus alunos.

A relação professor-aluno foi considerada como fundamental tanto do desencadeamento dos sentimentos, como pelo seu enfrentamento. Estas, quando aparecem, segundo a maior parte das entrevistas, não são discutidas durante o curso, nem recebem algum tratamento por parte dos docentes; isso ocorre mais a critério de cada professor, não sendo uma preocupação da formação acadêmica.

"Eu chorava muito, tinha aquelas crises e a professora me ajudou muito a ver que eu era capaz de conseguir fazer alguma coisa, de buscar conhecimento... acho que nem ela percebeu o que estava fazendo comigo". ( E16)

"Eu estava dando tudo de mim no estágio e a professora achando que ainda era pouco...nesse momento eu não me senti pessoa... eu me senti um objeto de estudo, sabe? Me senti desconsiderado". (E 1)

Entendemos, assim como Behrens (2000), que as relações estabelecidas na Universidade devem oportunizar situações de aprendizagem com uma formação humanística compatível com as demandas do mundo contemporâneo. Por outro lado, precisamos considerar que, também o professor pode enfrentar situações conflitantes, encontrando dificuldades de reconhecer e valorizar seus próprios sentimentos, assim como os de seus alunos, no sentido que esta atitude pode influenciar na qualidade da assistência oferecida às pessoas.

3. Dificuldade de contato: aqui ilustramos situações que denunciam a falta de contato dos alunos com suas emoções.

"Toda vez que eu falo do que eu sinto, olha como fica minha mão... super gelada... eu sinceramente não sei que sentimento... é difícil falar um pouquinho de mim, do que eu sinto, é difícil, porque eu não tenho esse costume e eu fico assim ansiosa, não sei dizer sentimento específico, fico nervosa". (E 16)

Notamos que muitos entrevistados demonstraram dificuldade em abordar suas percepções e sentimentos, reforçando nosso pensamento da necessidade de se criar oportunidades para que os profissionais de saúde expressem acerca de si mesmos, no sentido de se fortalecerem no exercício profissional. Neste sentido, consideramos fundamental que a necessidade de que estes se percebam como pessoa, pois conforme nos afirma Rudio (1999, p.103) "o caminho da compreensão vem de dentro". Estes aspectos foram reforçados por Rogers (1991, 1992); Kestemberg e Rocha (1995); Pessoti (1996); Rodrigues et al. (1997); Gonzalez et al. (1999) e Fenili e Scóz (2000).

Sabemos que muitos profissionais relutam em entrar em contato consigo mesmo, acreditando que assim controlam a situação e são menos vulneráveis. Paradoxalmente, defendemos a idéia contrária, ou seja, quanto mais nos dispusermos a experimentar nossas emoções, mais nos conhecemos e teremos melhores condições de lidarmos com elas nas nossas interações interpessoais. Remen (1993) compreende que levar a dimensão pessoal para a prática nos cuidados à saúde não é tarefa fácil, exige preparo e um certo treino, pois, geralmente, somos impelidos a perpetuar atitudes habituais que excluem a pessoa inteira do profissional. Compartilhamos desta opinião e mais que isso, achamos que essa habilidade ainda não recebeu o devido cuidado na educação do profissional de saúde.

 

Considerações finais

Após termos ouvido atentamente os discursos dos sujeitos desta pesquisa, tornamo-nos mais convictos da necessidade das Escolas de Enfermagem repensarem a formação de seus alunos, a fim de se possibilitar que estas pessoas possam experimentar o sentido da integralidade no exercício profissional.

Verificamos que o princípio da integralidade do ser humano, apesar de ser fortemente enunciado, é pouco aplicado na formação do enfermeiro, em se tratando do cuidado com ele próprio. A formação acadêmica tem desconsiderado a necessidade de instrumentalizar o processo de desenvolvimento do aluno, centrando o ensino em conhecimentos técnico-científicos, especialmente os relacionados ao desempenho das atividades próprias da profissão.

Muitas vezes, no exercício da docência, esquecemos de humanizar nossas relações com os alunos, que são uma réplica de nossos "pacientes mais próximos", privando a eles e também a nós mesmos a oportunidade de experienciarmos o discurso holístico que teoricamente defendemos.

Assim, consideramos que devemos ficar de olhos e ouvidos atentos nas manifestações dos nossos alunos, com vistas a harmonizar as idéias dos educadores que defendem a abordagem holística na formação dos profissionais de saúde, compreendendo que a humanização do ensino é uma estratégia necessária para o desenvolvimento de relações humanizadas com as pessoas que este profissional assiste.

 

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*Trabalho extraído da Dissertação de Mestrado "Holismo só na teoria: a trama dos sentimentos do acadêmico de enfermagem sobre sua formação".