An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. May. 2002
Vivenciando um grupo de encontro com mães de recém-nascidos internados
Experiencing an encounter group with mothers of interned newborns
Antônia do Carmo Soares CamposI; Maria Vera Lúcia Moreira Leitão CardosoII; Rosiléa Alves de SousaIII
IEnfermeira da Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Mestranda da Universidade Federal do Ceará
IIEnfermeira Doutora. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará
IIIEnfermeira Doutora da Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Rua Pedro Machado, 921/104/A CEP 60.416-430 email: rose_alves@hotmail.com
RESUMO
Trata-se de um estudobaseado no "grupo de encontro" de Carl Rogers (1994), realizado com um grupo de dez mães de recém-nascidos (RN’s) internados em Unidades de Internação Neonatológica (UIN) de alto e médio risco da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) em Fortaleza-CE. Objetivou-se oportunizar as relações interpessoais das mães e propiciar um ambiente acolhedor onde possam ser compartilhadas as experiências de situação similar. A coleta de dados aconteceu no período de 12 a 14 de novembro de 2001, quando foram realizados grupos de encontro com a duração de 45 a 60 minutos. Os depoimentos mostraram que as mães sentem-se constristadas por estarem separadas de seus bebês e que a alta hospitalar materna é motivo de grande apreensão. Concluiu-se que o grupo apresenta-se como uma oportunidade de livre expressão.
Palavras-chave: neonatologia, grupo de encontro, teoria humanística
ABSTRACT
This study is based on the "encounter group" of Carl Rogers (1994) and was realized with a group of ten mothers of newborn babies (RN's) of high and medium risk interned in Neonate Wards (UIN) of the Maternity School Assis Chateaubriand (MEAC) in Fortaleza-CE. The aim was to allow for the mothers' interpersonal relationships and to propitiate a homelike atmosphere where experiences of a similar situation can be shared. Data were collected from November 12 to 14, 2001, when the encounter groups were held with a duration from 45 to 60 minutes. The stories showed that the mothers feel unhappy about being separated from their babies and that the mother’s discharge from hospital is a cause of great distress. It was concluded that the group arises as an opportunity for free expression.
Key words: neonatology, encounter group, humanistic theory.
1 INTRODUÇÃO
Para família em especial, o período de hospitalização do recém-nascido reveste-se de apreensão, intranqüilidade, expectativas e temores, visto que, como referem, Ikezawa & Kakehashi.(1995,p.163) o período de internação desses recém-nascidos pode alongar-se por períodos indeterminados, inclusive semanas ou meses, dependendo da sua evolução clínica.
As Unidades de Internação Neonatal (UIN)s são por excelência ambientes nervosos, mecânicos impessoais e até temerosos para àqueles que não estão afeiçoados às suas rotinas. De acordo com Maldonado (l996, p.25 )para a maioria dos pais é chocante e estranho entrar pela primeira vez numa unidade e ver seu bebê cercado de fios e aparelhos para manter tudo sobre controle. Alguns pais nem querem se apegar muito ao bebê por medo que este venha a morrer
Dessa forma é necessário que os pais acompanhem seus filhos nesse período crucial e significativo recebam informações adequadas, verdadeiras e atualizadas, não apenas sobre o estado de saúde do RN, mas a respeito de todo o aparato, equipamentos, procedimentos e rotinas próprias da Unidade Neonatal, e um dos profissionais da equipe de saúde mais indicado para minimizar esse impacto diminuindo a tensão, é a enfermeira.
Desejando conhecer mais sobre o vivenciado por essas mães, seus temores, suas dúvidas, expectativas, bem como, incentivar o estabelecimento de um vínculo de confiança entre estas e a enfermeira através do encontro, do diálogo e da ajuda, propusemos a realização de um trabalho com um grupo de mães, cujos RN’s estejam internados nas UIN de alto e médio risco da Maternidade Escola Assis Chateaubriand-(MEAC), tendo como influência teórica o "grupo de encontro" de Carl Rogers. Entendemos que a experiência grupal entre pessoas com problemas similares pode favorecer relações de ajuda entre seus participantes,visto que, como afirma, Rogers (1994, p.32) um dos mais fascinantes aspectos de qualquer experiência intensiva de grupo é a observação de como certos membros mostram uma capacidade natural e espontânea para tratar, de um modo útil, simples e terapêutico, a dor e o sofrimento dos outros. Cabe acrescentar que tratou-se de uma experiência inovadora e um desafio pessoal, que pretendemos realizar como forma de buscar respostas as nossas próprias inquietações como ser-humano e ser-enfermeiro que lança um olhar compreensivo sobre a questão da humanização nas UIN.
Diante de todas estas inquietações pretendemos oportunizar as relações interpessoais das mães cujos filhos encontram-se internados em UIN e propiciar um ambiente acolhedor onde possam ser compartilhadas experiências pelas participantes do grupo, que vivenciam uma situação similar.
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE GRUPOS
Na nossa concepção, o grupo tem um significado que vai além da reunião de um número determinado de pessoas em um local, mas pressupõe alguns pontos que envolve todos os integrantes, incluindo o facilitador, como: parceria, que implica em gente se envolvendo com gente, numa relação de troca; respeito, pelos sentimentos manifestados, em saber ouvir atentivamente o outro; ética, não apenas no discurso, mas na prática, com respeito mútuo; simplicidade, porque relações grupais sofisticadas são fadadas ao insucesso; transparência, para que haja um relacionamento efetivo entre seus membros sem máscaras e sem disfarces. Consoante Pagliuca (1999, p.63 ) as enfermeiras têm tradição no trabalho com grupos. A autora cita ainda que Munari e Rodrigues (1997) relacionaram como práticas consolidadas na enfermagem, as experiências com idosos, mastectomizadas e colostomizados entre outros.
Para Rogers (1994, p.11) grupos de encontro são a invenção social do século que mais rapidamente se difunde, uma invenção que tem vários nomes. O autor cita o T-group ("grupos-T") grupos de encontro e sensibilidade, conhecidos também como laboratórios de relações humanas, ou Workshops de liderança, educação ou aconselhamento; no caso de dependentes de drogas, são denominados Synanon. Quanto a finalidade como, o próprio Rogers refere o fundamental no grupo consiste no que denomina encontro básico, a relação imediata pessoa-a-pessoa.
Seria interessante, a priori, referenciar alguns requisitos que Rogers (1994) preconiza para o existir do grupo, tais, como o número de participantes, deve variar de oito a dezoito pessoas; quanto ao tempo, há diferenças, parte dos grupos encontram-se intensivamente durante o fim de semana, em outros casos, as sessões realizam-se uma ou duas vezes por semana; o grupo de encontro não deve ser planejado, estruturado ou pré-definido, o grupo escolhe os próprios objetivos e direções pessoais, trilha seus próprios caminhos.
Os grupos de encontro além dos participantes, conta com a presença de um facilitador que Rogers (1994, p.51) define como uma pessoa comforças, fraquezas e incertezas, mas que tenta efetivamente empenhar-se honestamente na arte das relações interpessoais. Ao facilitador são necessárias algumas características ou atribuições que são imprescindíveis para o bom êxito e alcance de metas a que o grupo se propõe durante o seu caminhar como: a criação do ambiente do grupo; a aceitação do grupo e do indivíduo; a compreensão empática; uma atuação segundo seus sentimentos; a confrontação e feedback; a expressão dos seus próprios problemas; o não planejamento de exercícios e comentários interpretativos ou do processo; a utilização da potencialidade terapêutica do grupo; a promoção do movimento e do contato físico. Para Pagliuca (1999, p.67) a comunicação não verbal e o contato físico são instrumentos que o facilitador deve saber utilizar para promover a relação interpessoal.
Não obstante estes requisitos para a formação e condução do grupo, Rogers descreve seu processo de grupo de encontro, salientando que nas sessões de grupo não existe uma sequência perfeitamente definida, ou seja, as coisas não acontecem sempre da mesma forma, mas, a interação é vista como uma variada tapeçaria, diferindo de grupo para grupo cada um com sua maneira de ser.
A partir desse referencial teórico, desenvolvemos este estudo com um grupo de encontro formado por mães de recém-nascidos (RN’s) de alto e médio risco.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
O estudo foi realizado com abordagem humanística, com o grupo composto por nós, como facilitadoras e por dez mães de RN’s internados nas UIN de alto e médio risco da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) localizada em Fortaleza-CE., no período de 12 a 14/11/2001, condição necessária para viabilizar o desenvolvimento dos encontros. Como preconizado por (Rogers, 1994) o grupo de encontro foi pequeno, variando entre oito e dezoito participantes, relativamente não estruturado e com possibilidade de escolha dos seus próprios objetivos e direção pessoais, ou seja, o ponto em comum entre as participantesfoi o devivenciarem o internamento do filho recém-nascido,mas o que será abordado no grupo terá sua própria direção.
O ambiente que serviu de cenário para os encontros acontecerem foi uma das enfermarias do Alojamento Conjunto (AC) e a sala destinada a orientação sobre aleitamento materno localizada no espaço físico da UIN. Foram ao todo dois encontros sucessivos com o grupo, tendo em vista o período de permanência das mães participantes na Instituição. A sessões tiveram a duração mínima de 45 minutos cada uma, no turno da tarde Justificamos a nossa preferência em face da movimentação nas Unidades ser menos intensa e, consequentemente, mais tranqüila. Com a autorização das participantes, as quais foram atribuídos nomes de flores, a fim de preservar a verdadeira identidade, utilizamos um gravador para registrar as falas Quanto aos aspectos éticos observamos as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos da Resolução 196, de 10/10/1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A atividade foi também previamente comunicada à Diretoria de Enfermagem da Instituição e enfermeiras das Unidades onde se realizaram os encontros.
4 ANALISANDO OS RESULTADOS
O grupo foi composto por dez mulheres com as idades compreendidas entre 16 e 33 anos, sendo quatro primíparas e seis multíparas; cinco eram naturais de Fortaleza e as demais de outros municípios. Quanto ao grau de instrução, seis com o 1º grau incompleto, duas com o 1º grau completo e duas com o 2ºgrau completo. Em relação ao estado civil, quatro são solteiras, as demais são casadas. No que se refere à ocupação principal, três são estudantes e as demais do lar.
4.1 RELATANDO A EXPERIÊNCIA COM O GRUPO
Denominamos: jardim, o campo onde se realizou o estudo; alamedas, os corredores; canteiros, as enfermarias; as flores, as mães; neste cenário, nos auto-denominamos, jardineiras, e assim com passos cautelosos fomos enveredando pelas alamedas do jardim em busca das nossas flores, procurando regá-las com gotas de amor, carinho, afeto e compreensão. Encontramos algumas tristes, solitárias, acabrunhadas, tímidas, outras nem tanto, mas todas com certeza à espera de alguém que se faça presente e lance sobre elas um olhar compreensivo, afetuoso e capaz de desvelar o que se passa no seu interior, porque já estão quase desfalecendo e perdendo o viço e a suave fragrância que a natureza lhes conferiu.
Chegamos à MEAC no dia seguinte, e procuramos pelas flores, encontramos Margarida, dizendo-se impossibilitada de deixar o leito, devido ao tipo de parto, pois realizara, fórceps,e então, resolvemos fazer ali mesmo a reunião Assim preparamos o ambiente para o encontro. Nossa intenção era que elas se sentissem acolhidas e descontraídas. Reunimos, então as flores em semi-círculo, três ficaram em seus leitos, Margarida, Miosótis e Orquídea, que compartilhavam a mesma enfermaria, melhor dizendo, o mesmo canteiro.
O primeiro encontro com o grupo
Ao iniciarmos a nossa reunião, pedimos autorização para gravar os depoimentos, e procuramos deixar bem claro, que o tema do encontro seria o internamento do Recém-nascido , mas os objetivos do grupopartiriam delas, acrescentamos ainda que nossa condição ali era de facilitadoras, e que a direção seria do grupo.
Após a distribuição dos crachás com os nomes, apresentaram-se, um tanto tímidas, algo pensativas, cabisbaixas, ou talvez ainda pouco a vontade, situação que não perdurou por muito tempo. Sucessivamente todas as dez flores foram se apresentando e dizendo como se sentiam em relação ao internamento dos seus bebês nas UIN. A cada apresentação, percebia-se olhos marejados de lágrimas e depoimentos emocionados em que todas as flores permitiam que suas inquietações, emoções e sentimentos fluíssem através das palavras, dos gestos, das lágrimas. Consoante Rogers (1994,p.43) nestas sessões de grupo, ocorrem com alguma frequência as relações EU-TU de Buber, e quase sempre umedecem os olhos.
Nesse primeiro momento, em que seria apenas para a apresentação das flores, emerge espontaneamente a temática como vivenciam o internamento do recém-nascido. As flores expressaram, o que representa este momento tão delicado em suas vidas. Nesse face-a-face, quando a relação EU-TU entre nós e as participantes do grupo efetivamente começa a acontecer, percebemos que as falas emergem carregadas de forte emoção e de sentimentos contrastantes aliados à crença nem um ser maior, Deus, apresentam-se como a única esperança de um final feliz para suas vidas e dos seus bebes.
Concluídas as apresentações surgem algumas perguntas quanto à prematuridade, visto que,as flores têm dúvidas em relação à idade gestacional, estando mais habituadas a contar os meses e não as semanas de gestação.
Quando solicitadas sobre os assuntos da próxima reunião, as flores manifestaram o desejo de saber informações sobre equipamentos, como o oxi-hood, incubadora, estado de saúde dos bebes e, principalmente ,se podiam tocar o bebê.
Na tarde seguinte, ansiosa para re-encontrar as flores, nos dirigimos ao campo levando outras flores, rosas vermelhas, para presenteá-las. Nossa intenção era que guardassem uma lembrança do nosso encontro Chegando aos canteiros, encontramos Lírio, recostada no leito, Rosa, sentada à beira do leito e Margarida, estava no chuveiro Soubemos que com exceção de Miosótis que havia saído de alta e Dália que estava acamada, recolhida ao seu canteiro do 2º andar, as demais já haviam subido para a sala do Berçário e lá nos aguardavam. Convidamos, então, as flores para irmos a UIN. Alegres e sorridentes subimos a rampa que nos levaria ao encontro das outras flores.
Na UIN, encontramos Hortência ao lado do seu bebe, ela havia saído de alta após o último encontro, mas viera para a visita e a reunião, e Crisântemo, sorridente, nas mãos um copinho descartável com o leite ordenhado, todo cuidado parecia pouco. A felicidade de oferecer o "leitinho para a nenezinha" como ela mesma referiu, estava estampada em seu semblante Convidamos para que nos acompanhassem até a sala, onde as demais flores nos aguardavam.
O segundo encontro com o grupo
O tempo gasto para buscar as flores e esperar pelas que estavam no berçário visitando seus bebês, fez com que o inicio da reunião atrasasse, com a presença de oito flores, pela ausência de Dália, acamada, e Miosótis, que havia saído de alta, ou seja, o número mínimo de componentes preconizado por Carl Rogers para a reunião de um grupo de encontro
Pudemos perceber uma maior descontração, das flores, Lírio, sorridente nos comunicou que sairia de alta e agora já entrava no berçário e tocava o bebê. Crisântemo comentava sobre o Projeto Canguru, havia falado com a assistente social após a nossa conversa do dia anterior e agora vislumbrava a possibilidade de estar no Projeto com seus bebes. Violeta, muito feliz nos disse que sairia de alta, sua família viria buscá-la na hora da visita, mas queria participar da reunião. Jasmin, também de alta, estava na reunião, olhos brilhantes, e menos tímida. Hortência, que havia, também saído de alta, estava com os cabelos soltos, baton nos lábios, não parecia a mesma do dia anterior
Iniciamos indagando como haviam passado, do dia anterior até o momento do nosso encontro, responderam estar bem melhores. Aproveitamos para trazer todas as repostas aos questionamentos do encontro anterior Deixamos, então em aberto, para que elas se colocassem, sobre o assunto que desejassem.. Os depoimentos, fluiram com mais facilidade do que no dia anterior, as flores agora já se conheciam e demonstravam mais confiança e menos timidez.
Os depoimentos nesse primeiro momento revelaram como as mães estavam vivenciando a separação dos seus bebês em consequência da alta hospitalar, algumas estavam saindo de alta e deixando os seus bebês; outras no entanto, pareciam aceitar bem essa situação, de ir e retornar para as visitas, visto que, residiam em Fortaleza. Demonstravam estar bem mais confiantes, já entravam nas UIN e tocavam os bebês, sabiam quando deixavam resíduo gástrico, estavam mais informadas, e sonhavam em estar-com seus bebês no Projeto Cangurú. Um elo havia se formado entre nós e as flores, evidenciado pelo sentimento de ajuda mútua e de comunhão, os problemas eram comuns, somando forças conseguiriam superar as dificuldades, elas pareciam saber muito bem disso. Concordamos com (Pagliuca, 1999, p. 68) que o grupo de encontro de saúde, enseja a que a pessoa vivenciando um mesmo problema de saúde-doença, relatem seus sentimentos, medos, ansiedades e busquem respostas para estas situações.
No segundo momento do encontro as flores falaram da importância do grupo para elas naquela situação e avaliaram os momentos vividos como muito importantes, propiciando que pudessem se conhecer melhor e se ajudarem mutuamente Acreditam que grupos como estes podem ajudar e incentivar outras mães que passam pelo mesmo problema., sendo uma oportunidade para desabafar e esclarecer dúvidas. Verbalizam que sentindo-se deprimidas e com a necessidade de ter alguém da família ao lado, a nossa presença ajudou a superar esse momento.
No terceiro e último momento do encontro, distribuímos rosas para nossas flores, tiramos fotos, agradecemos, nos abraçamos, nos despedimos, as flores lamentaram ser o último encontro mas, enfatizaram a possibilidade de um re-encontro. Elas estariam se comunicando, duas flores Hortência e Orquídea, planejavam o 1º aniversário dos bebes, poderiam comemorar juntas, já trocavam endereços e número de telefones. Eram como uma família, nas palavras de Jasmim. Foram momentos de muita emoção, harmonia e união entre nós e o grupo.
5 REFLETINDO SOBRE A EXPERIÊNCIA COM O GRUP0
A experiência vivenciada por nós, como pesquisadoras, mas sobretudo como enfermeiras, foi inesquecível. Podemos com certeza, após esse grupo de encontro, avaliar melhor o quanto essas mães devem sofrer, por seus filhos, e como os nosso pequeninos devem se sentir. Também somos responsáveis por isso. Precisamos resgatar o que há de humano em nós, precisamos sentir na pele, como refere Boff (1999, p.99) a necessidade de afetar e de sermos afetados.
Essas flores, como tantas outras, necessitam de tão pouco, um olhar, um toque carinhoso, uma palavra de compreensão, a nossa pre-sença efetiva, o estar-com. Acreditamos que os grupos ajudam, e se for possível vamos tentar conseguir este espaço para que as mães que estão com seus filhos internados na Unidade Neonatológica, possam sentir-se mais apoiadas e valorizadas.
Gostaríamos de concluir parafraseando Pagliuca (1999, p.68) quando refere que as enfermeiras sem vivência de trabalhos de grupo, quando estudam Rogers e são convidadas a realizar uma experiência em campo mostram-se preocupadas com o risco de intervir com as emoções das pessoas[...] voltam engrandecidas da experiência por confirmarem o que Rogers afirma, não há controle do grupo, este faz seu próprio caminho.
Referências bibliográficas
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IKEZAWA, M.K.; KAKEHASSHI, T.Y, Humanização da Assitência na UTI Neonatal. In; NAGANUMA,M. et.al . Procedimentos técnicos de enfermagem em UTI Neonatal. São Paulo:Atheneu, 1995.cap.29. p.163-164.
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ROGERS, C.R.; Grupos de encontro. São Paulo: Martins Fontes. 7 ed. 1994, 165p.