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An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. May. 2002

 

Disponibilização em rede da escala de trabalho da equipe de enfermagem do hospital das clínicas da UFMG

 

Network availability of the work designation of the nursing team at the hospital das clínicas of the UFMG

 

 

Zídia Rocha MagalhãesI; Leonor GonçalvesII; Guilherme Fátima de FariaIII; Amira Cahla DahiIV; Eni Cristine Santos NascimentoIV

IEnfermeira, Mestre em Enfermagem pela UFBa, professora do Departamento de Enfermagem Básica da Escola de Enfermagem da UFMG; zídia@enf.ufmg.br
IIEnfermeira, Mestre em Enfermagem pela UFMG, Chefe da Divisão Técnica de Enfermagem do Hospital das Clínicas da UFMG; leonor@hc.ufmg.br
IIIEngenheiro Eletrônico e de Telecomunicações, Cooordenador do Núcleo de Tecnologia de Informação do HC/UFMG; gui@hc.ufmg.br
IVAlunas do curso de enfermagem da UFMG e bolsista do Programa de Estágio Extracurricular em Enfermagem (PEEC) do Hospital das Clínicas da UFMG

 

 


RESUMO

O uso da informática na prática da enfermagem está sendo inevitável. Este trabalho relata como a Divisão Técnica de Enfermagem do Hospital das Clínicas da UFMG, apoiada nesta tecnologia, incorporou o uso do computador para disponibilização em rede da escala de trabalho de seus funcionários. Foram capacitados 27 coordenadores de enfermagem dos diversos setores da instituição. Percebeu-se que com a introdução desta atividade na prática do profissional, os enfermeiros estão passando por um processo de adequação e inserção do computador em sua rotina de trabalho.

Palavras-chave: escala de trabalho em enfermagem, informática em enfermagem


ABSTRACT

The use of informatics in nursing is inevitable. This work reports how, on the basis of this technology, the Technical Nursing Division of the Hospital das Clínicas of the Federal University of Minas Gerais (UFMG), incorporated the use of the computer for achieving the network availability of its employees’ work designation. 27 nursing coordinators of nursing of the different wards of the institution were trained. It was noticed that, as a result of the introduction of this activity in the professional’s practice, the nurses are going through an adaptation process for inserting the computer in their work routine.

Key words: nursing work designation, informatics in nursing


 

 

1. Introdução

O convívio com uma tecnologia de ponta já se tornou uma constante, especialmente em hospitais universitários e de grande porte, como é o caso do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Na enfermagem deste hospital a utilização do computador se tornou inevitável.

A inserção de novos profissionais no mercado de trabalho exige dos mesmos conhecimentos cada vez mais amplos, especialmente no que se refere ao conhecimento de outros idiomas, especialmente o inglês, e o domínio básico dos recursos operacionais na área da informática. A enfermagem não tem como se posicionar fora desse processo. A velocidade com que as informações precisam ser processadas requer dos profissionais as aptidões necessárias.

De acordo com Marin e Granitoff (1998) a experiência da enfermagem com o uso de computadores foi estabelecida por volta de 1985, na área de educação. Neste mesmo período, alguns hospitais começaram também a desenvolver e instalar sistemas computacionais. Os enfermeiros, então, que trabalhavam nas áreas de administração hospitalar, ou mesmo na prática clínica, começaram a se envolver com a área de informática em saúde, usando sistemas informatizados para o controle de custos, material e pessoal nas unidades em que exerciam a prática de enfermagem, e mais recentemente, na própria assistência de enfermagem.

Inserida neste contexto de acelerada informatização, a enfermagem também tem passado por transformações em sua prática, necessitando redefinir o seu papel neste processo. No Brasil, ainda existe mais um desafio: "como utilizar esses recursos na prática de enfermagem, considerando a divisão técnica do trabalho, os diferentes níveis de formação das categorias e a complexa realidade do setor saúde, que convive com serviços extremamente carentes ao lado de outros equipados com tecnologia avançada." (SCOCHI, 1991).

Segundo Scochi et al. (1991) o enfermeiro não deve assumir uma postura de alienação às novas realidades da informática. Para estas autoras, este profissional deve buscar nos sistemas de informação um meio para agilizar o processo de decisão e racionalizar o trabalho, tendo como meta a otimização da assistência de enfermagem.

A distribuição de pessoal de enfermagem dentro de uma instituição é uma das atividades complexas que despende tempo e requer, do enfermeiro, conhecimentos relativos às necessidades da clientela, à dinâmica da unidade, às características da equipe de enfermagem e às leis trabalhistas. Para Massarollo (1993), a utilização rotineira de programas de computador para a elaboração da escala mensal de trabalho não é conhecida na nossa realidade, o que já vêm sendo adotada em outros países.

A Divisão Técnica de Enfermagem (DTE) do HC-UFMG, é responsável técnica e administrativamente por um contingente de aproximadamente 950 funcionários e necessitou utilizar os recursos tecnológicos existentes para fazer a divisão do trabalho por setor, dias da semana e turno e tornar esta atividade mais ágil e eficaz. Assim sendo, tornou-se necessário a elaboração de um projeto que incluiu treinamento dos coordenadores de enfermagem para que os mesmos pudessem disponibilizar em rede as escalas de trabalho de seus funcionários.

 

2. Objetivos

Este trabalho tem, pois, o objetivo de apresentar a experiência da Divisão Técnica de Enfermagem do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) em promover o treinamento dos Coordenadores de Enfermagem para disponibilizarem em rede as escalas de trabalho em enfermagem.

 

3. Metodologia

Trata-se de um relato de experiência e, como tal, de um estudo descritivo.

Para disponibilizar as escalas de trabalho em rede foi necessário desenvolver as seguintes etapas: sensibilização dos coordenadores de enfermagem para utilização do computador como instrumento de trabalho; identificação da existência de computadores nas unidades/setores; adequação das normas de elaboração de escalas; elaboração do Manual de Utilização de Escala Mensal de Trabalho em Ambiente de Rede; compartilhamento informatizado das pastas de arquivos dos diversos setores, com estabelecimento de um sistema de segurança feito através de senhas específicas para garantir aos enfermeiros coordenadores a exclusividade na elaboração e atualização da escala de suas unidades, bem como a elaboração de uma senha de acesso universal para permitir a todos funcionários a visualização de suas escalas; agendamento para treinamento individual no local de trabalho do enfermeiro, utilizando o computador da unidade.

Conseguida as condições em termos de equipamentos necessários e instrumentos administrativos, foi elaborado o projeto de treinamento dos enfermeiros coordenadores das unidades. Para execução do curso definiu-se os seguintes objetivos: informatizar as tarefas administrativo-burocráticas que envolvem as escalas de trabalho; disponibilizar estas escalas em ambiente de rede; capacitar os enfermeiros para manusear os recursos tecnológicos disponíveis para utilização das Escalas em Ambiente de Rede.

A metodologia utilizada na capacitação dos enfermeiros se dividiu em dois momentos, seguindo prioridades: 1º Momento: Setores que constituem as unidades de internação do HC-UFMG - Clínicas Médicas (2º Sul e 7º Norte), CTI, Maternidade, Neonatologia, Pediatria, Clínicas Cirúrgicas (7º Leste e 10º Sul), Convênios, Transplantes, Apartamentos, Pronto Atendimento, CCI.

2º Momento: Ambulatórios e Serviços de Apoio – Quimioterapia, Radiologia, Hemodiálise, Cardiologia, Endoscopia, Dermatologia, Anexo Carlos Chagas, Anexo Borges da Costa, Hospital São Geraldo, CME, Anexo Bias Fortes.

A avaliação utilizada foi a de desempenho, que identificava a eficácia do processo ensino – aprendizagem na medida que o enfermeiro realizava a escala de trabalho no computador e a colocava em rede. Isto nem sempre acontecia da 1º vez, e era necessário repetir os procedimentos até que o aluno incorporava e realizava a atividade.

 

4. Resultados/Análises

Foram capacitados 27 coordenadores de enfermagem dos quais a maioria teve seu primeiro contato com um computador a partir do treinamento. A princípio, com a implantação desta nova atividade, houve resistência, por parte de alguns profissionais, para aceitar esta tecnologia na sua prática. Aos poucos, os enfermeiros foram se adequando e incorporando o uso do computador em sua rotina.

Com a disponibilização da escala de trabalho em rede, percebemos a otimização do tempo dispensado pelo coordenador de enfermagem no preenchimento da escala mensal de trabalho, além de possibilitar o acesso à escala por outros profissionais de qualquer computador configurado em rede. As alterações de funcionários nas escalas também ficam disponíveis para consulta, tão logo sejam registradas no computador. Com isso, a informatização possibilitou, também, o acesso ao número exato de funcionários em atividade de assistência ao paciente.

Outro importante benefício deste trabalho foi a aquisição de alguns equipamentos necessários para as unidades e setores que não dispunham desses recursos.

 

5. Considerações finais

A informatização é um desafio para a prática de enfermagem nos dias de hoje. Se por um lado, estão sendo inseridos no mercado de trabalho profissionais preparados para desenvolver esta tecnologia na sua prática, por outro, ainda existem aqueles que são resistentes às mudanças no seu processo de trabalho.

As vantagens advindas da informatização das atividades da enfermagem são inúmeras e suas possibilidades ainda precisam ser desenvolvidas para que o enfermeiro possa dispor de mais tempo para otimizar suas funções.

A escala de trabalho é apenas uma atividade das muitas outras que precisam absorver a tecnologia na sua execução. Outros passos precisam ser tomados, como o incentivo aos funcionários da enfermagem para adquirirem os conhecimentos básicos em informática, já que num futuro próximo, quem não tiver incorporado a tecnologia não conseguirá sobreviver às exigências de um mercado cada vez mais competitivo.

 

Referências bibliográficas

MARIN, H.F.; GRANITOFF, N. Informática em Enfermagem: uma experiência. Acta Paul. Enf. São Paulo, v.11, Número Especial, p. 42-45, 1998.

MASSAROLLO, M.C.K.B. Escalas de distribuição de pessoal de enfermagem. In: KURCGANT, P. Administração em Enfermagem. São Paulo: E.P.U, 1995. p. 107-115.

SCOCHI, C.G.S., SANTOS, B.R.L; ÉVORA, Y.D.M. A Informática na Prática de Enfermagem: um novo desafio para o enfermeiro. Rev. Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v.2, n.12, p.19-22, jul. 1991.