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An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. May. 2002

 

Toque terapêutico – comunicação não verbal: uso em ambulatório de saúde do trabalhador

 

Therapeutic touch - nonverbal communication: use in worker’s health clinic

 

 

Angela Cristina Puzzi FernandesI; Silvana Capelleti NagayII

IEnfermeira do Trabalho. Aluna do Programa de Mestrado em Enfermagem – Departamento de Enfermagem/UNICAMP
IIEnfermeira especialista em Toque Terapêutico pela Universidade de Nova York

 

 


RESUMO

Este estudo foi realizado em um ambulatório de saúde do trabalhador, de uma empresa de alta tecnologia situada no interior do estado de São Paulo. As autoras realizaram um levantamento do perfil e das patologias dos empregados que foram submetidos ao Toque Terapêutico (Método Krieger-Kunz).abalhadores. A amostra constituiu-se de 38 empregados. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro à outubro de 2001, através de consultas de enfermagem, com encaminhamento médico, ou procura espontânea além da consulta a dados do prontuário . O objetivo do trabalho foi estudar a implantação do uso do Toque terapêutico (Método Krieger-Kunz) como atividade de enfermeiro, em ambulatório de saúde do trabalhador.

Palavras-chave: toque terapêutico, terapias alternativas, enfermagem, saúde do trabalhador


ABSTRACT

This study was realized at a worker’s health clinic of a high tech company located in the interior of São Paulo State. The authors surveyed profiles and diseases found among employees submitted to the therapeutic touch (Krieger-Kunz Method). The sample consisted of 38 employees. Data were collected from January to October 2001, through nursing consultations, including medical guidance, or spontaneous demand, apart from medical file data. This study aimed to study the implantation of therapeutic touch (Krieger-Kunz Method) as a nursing activity at a worker’s health clinic.

Key words: therapeutic touch, alternative therapies, nursing, worker’s health


 

 

Introdução

"O toque é considerado como uma das maneiras mais importantes de comunicação não verbal, podendo enviar mensagens positivas e negativas para o paciente dependendo do momento, forma e local onde ocorre" (Blondis, Jackson, 1982). "É entendida como finalidade do toque a possibilidade de usá-lo como tratamento, além de meio de comunicação e integração" (DELL ACQUA; ARAUJO, SILVA, 1982); as autoras dizem ainda que..."para prestar assistência ao paciente/cliente é citada como premissa a necessidade de compreendê-lo, para assim ministrar os cuidados de enfermagem, e esta compreensão será oriunda do que for expresso por ele de maneira verbal e também do não verbal. Com isto existirá sempre comunicação, reconhecendo que até o silêncio é uma forma de se comunicar. Para tanto, o enfermeiro terá que se manter atento aos diferentes canais onde a interação está ocorrendo".

O Toque Terapêutico é uma interpretação de diversas práticas de cura que tratam do uso inteligente das funções terapêuticas do campo de energia vital do ser humano (KRIEGER, 1995). É um processo intencional, direcionado de energia durante o qual o terapêuta usa as mãos como um facilitador do processo de cura.

Foi desenvolvido na década de setenta pelo trabalho pioneiro de Dolores Krieger, professora emérita da Universidade de Nova York e por Dora Kunz, uma curadora natural, que fundamentaram o trabalho em princípios científicos da pesquisa clínica e formal, na literatura mundial a respeito do uso terapêutico das energias humanas, na dedução lógica aliada à sua prática há mais de vinte e cinco anos.

Fundamentado na Teoria de Enfermagem de Martha Rogers, que faz referências a interação dos campos energéticos humanos e ambiental e segundo a autora, modificações em um desses campos gera alterações no outro (ROGERS, 1990), o Toque Terapêutico é um método de intervenção de Enfermagem seguindo o princípio de que o ser humano é energia em forma de campo, considerando-se que no estado de saúde, o campo está em equilíbrio e em oposição, na doença, há uma condição de energia desequilibrada.

Neste processo o terapêuta atua como um sistema humano de apoio, orientando e reorganizando o fluxo de energia vital desequilibrado e rompido do cliente (Krieger,1995), com o objetivo de estimular o sistema imunológico e de intensificar a sua recuperação.

Tem-se demonstrado que as mais seguras reações clínicas ao Toque Terapêutico se devem primordialmente a quatro fatores : profunda e rápida reação de relaxamento; significativa redução da dor; acelerado grau de cura e alívio de sintomas psicossomáticosTendo o Toque Terapêutico um amplo alcance como assistência complementar em saúde, procuramos demonstrar neste presente trabalho os efeitos da aplicação do Toque Terapêutico nos trabalhadores da referida empresa.

 

Justificativa

No desenvolver do trabalho procuramos, através da aplicação do Toque Terapêutico, nos trabalhadores, valorizar a compreensão do homem como um todo numa abordagem holística da saúde.

Em 1984, a Organização Mundial de Saúde, redefine o conceito de saúde, incluindo a dimensão espiritual do ser humano. A saúde é um "processo de equilíbrio nas diferentes esferas individuais, físicas, mentais, emocionais, sociais e espirituais do indivíduo".

Estatísticas e pesquisas já demonstraram o benefício desta visão mais completa de saúde, o que traz a necessidade de novas atitudes e relações com o processo de saúde-doença, propiciando uma melhor qualidade de vida e bem estar às pessoas.

O Toque Terapêutico foi incluído nos Diagnósicos de Enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA,2000), desde 1994, em sua mais recente classificação no item "Distúrbio no Campo Energético".

Portanto, a atuação do enfermeiro, se amplia com o trabalho da interação dos campos energéticos humanos e ambiental gerando bem estar, auxílio, prevenção de problemas de saúde e melhoria na qualidade de vida para os trabalhadores/clientes.

Atualmente, o Toque Terapêutico é reconhecido e ensinado em mais de oitenta Universidades nos Estados Unidos, é disciplina do curso de Pós-Graduação da Universidade de Nova York e indicado em instituições de saúde e programas de educação em mais de setenta países, inclusive o Brasil (Krieger,1995).

 

Objetivo

O objetivo do trabalho foi estudar a implantação do Toque Terapêutico (Método Krieger – Kunz) como atividade do enfermeiro em ambulatório de saúde do trabalhador.

 

Metodologia

Este estudo teve como campo de pesquisa uma empresa de pesquisa, de alta tecnologia, localizada na região de Campinas – SP, que foi fundada em 1976, com o objetivo de suprir as dependências tecnológicas do setor. Em 1990, com a competitividade internacional entrando no Brasil, passou a ter uma atuação mais voltada ao crescimento da indústria nacional com suporte tecnológico e parcerias em pesquisa. Em julho de 1998, com a privatização do setor, esta empresa, até então estatal, transformou-se em fundação de direito privado.

A partir de então, essa fundação passou a ser uma empresa atuante como provedor de soluções tecnológicas no mercado, ficando, assim, à disposição de qualquer empresa interessada em seu trabalho.

Os sujeitos da pesquisa são uma amostra de 38 empregados que foram atendidos em consulta de enfermagem com a utilização do Toque Terapêutico (Método Krieger-Kunz) .

A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a outubro de 20001, através de consultas de enfermagem, com com encaminhamento médico ou procura espontânea, além de pesquisa em anotações dos prontuários dos empregados. Foram colhidos os seguintes dados: sexo, idade, função e doenças. Todos os sujeitos entrevistados assinaram um consentimento livre esclarecido sobre a pesquisa.

 

Apresentação dos Resultados

A população da empresa estudada é composta de 1044 empregados, sendo 65,42% do sexo masculino e 34,38% do sexo feminino, o número de empregados estudados foram 38 empregados sendo que 32% eram do sexo masculino e 68% do sexo feminino, desta população 47% foram encaminhados para tratamento por indicação médica, 42% por diagnóstico de enfermagem e 11% espontâneo. O motivo para a procura de tratamento segundo as doenças foram: 31% Tensão Emocional, 16% Dores Musculares, 16% Depressão, 11% Enxaqueca, 5% Hipertensão Arterial e 21% Outras Patologias.

A idade encontrada foi: 41% de 41 a 50 anos, 37% de 31 a 40 anos, 11% de 21 a 30 anos; 8% de 15 a 20 anos, 3% de 15 a 20 anos. A função dos trabalhadores encontrada foi: 18% Pesquisador em telecomunicações; 18% em Analista de Sistemas; 5% Assistente Administrativos, 11% Secretárias; 30% Outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclusão

O presente estudo permitiu concluir que:

 

Referência bibliográfica

DELL’ACQUA, M.C.Q.; ARAÚJO, V.A ; SILVA, M.J.P.; Toque: qual o uso atual pelo enfermeiro? Rev. Lat. Am. Enf., Ribeirão Preto, v.6, n. 2, p. 17-22, abr. 1998.

KRIEGER, D. O toque terapêutico. São Paulo: Cultrix, 1996

NANDA , NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION – Diagnóstico de Enfermagem da NANDA. Porto Alegre: Artes Médicas,2000

PINHEIRO, E.M.; ROCHA, I.F.; SILVA, M.C.M. Identificação dos tipos de toque ocorridos no atendimento de enfermagem. Rev. Esc. Enf.USP., n.3, p.192-98, out 1998.