8, v.2Changes in classroom relations and their influence on learningNursing administration: room for implanting computerized routines índice de autoresíndice de materiabúsqueda de trabajos
Home Pagelista alfabética de eventos  





An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. Mayo. 2002

 

Aleitamento materno na sala de parto: a visão dos profissionais de saúde

 

Breastfeeding in the delivery room: health professionals’ view

 

 

Fernanda C. ManziniI; Cristina M.G.L. ParadaII; Carmen M.C.M. JulianiII

IEnfermeira do Programa Saúde da Família do Município de Paranapanema
IIDocente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. Campus Universitário de Rubião Júnior, s/n. CEP 18618-970. Botucatu/ SP

 

 


RESUMO

A amamentação auxilia na relação mãe/bebê, através do contato epidérmico, troca de toques e olhares. Os dez passos da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), visam obter o sucesso no aleitamento materno. O Ministério da Saúde do Brasil, normatiza que todo recém nascido deverá ser colocado junto à mãe para sugar durante a primeira meia hora de vida, sempre que ambos estiverem em boas condições. O objetivo é descrever a visão dos profissionais em relação a primeira mamada na Sala de Parto, do Hospital das Clínicas da FMB – Botucatu. Foram realizadas 13 entrevistas gravadas com membros da equipe, agrupadas por elementos ou aspectos com características comuns. Dos entrevistados a maioria eram mulheres (84,6%) e 69,2% de nível superior. A maioria 69,2% tinham conhecimento dos dez passos da IHAC, 77% deles presenciaram a amamentação na sala de parto, relatando a formação de vínculo e apego mãe/bebê e incentivo ao aleitamento materno. As dificuldades apontadas são quanto ao tipo de parto, equipe e condições do binômio. Percebemos através das entrevistas que a instituição está iniciando tal processo, o qual requer mudanças na rotina, reformulação de normas e treinamento dos profissionais.

Palavras-chave: aleitamento materno, sala de parto, profissionais de saúde


ABSTRACT

Breastfeeding supports the mother/baby relationship through epidemic contact, exchange of touches and glances. The ten steps of the Child Friend Hospital Initiative (IHAC) seek to achieve successful breastfeeding. The rules of the Brazilian Ministry of Health state that all newborns should be placed close to its mother to suckle during the first half hour of life, as long as both are in good conditions. This research aims to describe health professionals' view on the first suckling session in the Delivery Room at the Botucatu Medical School Hospital das Clínicas. 13 interviews were recorded with team members, which were grouped according to elements or aspects with common characteristics. Most of the interviewees were women (84.6%) and 69.2% had a higher education degree. 69.2% knew about the ten IHAC steps, 77% of whom had witnessed breastfeeding in the delivery room, telling about the establishment of mother/baby links and affection and stimulating breastfeeding. Indicated difficulties refer to delivery type, team and binomial conditions. We noticed through the interviews that the institution is starting this process, which requires changes in routine, standards and professional training.

Key words: breastfeeding, delivery room, health professionals


 

 

1. INTRODUÇÃO

Apesar das inúmeras vantagens do aleitamento materno apontadas pelos estudiosos do tema, sua prevalência e duração, no Brasil e muitos outros países, está aquém das recomendações dos Organismos Internacionais ligados a saúde infantil. Com o intuito de contribuir com a mudança deste quadro, foi criada a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), movimento de caráter mundial cujo objetivo básico é mobilizar profissionais da saúde e funcionários de hospitais para mudanças em rotinas e condutas, visando apoiar, proteger e promover o aleitamento materno, prevenindo o desmame precoce (LAMOUNIER, 1996).

Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento materno propostos pela IHAC, são medidas que visam informar a todas as gestantes sobre os benefícios do aleitamento materno e a maneira correta de manejar essa prática no período neonatal, bem como a organização de um esquema de apoio para o período subseqüente (LAMOUNIER, 1996; SAADEH, 1996). São eles:

1- ter uma norma escrita sobre aleitamento, rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde;
2- treinar toda equipe de cuidado de saúde, capacitando-a para implementar esta norma;
3- informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
4- ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento;
5- mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos;
6- não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, sem indicação médica;
7- praticar o alojamento conjunto – permitir que as mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia;
8- encorajar o aleitamento sob livre demanda;
9- não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio;
10- encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.

Com relação ao quarto passo: ajudar as mães a iniciarem o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento, o Ministério da Saúde do Brasil normatiza que todo recém nascido deve ser colocado junto à mãe para sugar durante a primeira meia hora de vida, sempre que ambos estiverem em boas condições, propiciando o contato olho a olho e pele a pele entre mãe e recém-nascido (BRASIL,1993).

Porém, têm sido apontadas dificuldades em se colocar o recém-nascido para mamar na primeira meia hora após o parto: resistência dos profissionais, falta de conhecimento das vantagens trazidas para bebê e mãe, política da instituição, ou mesmo falta de educação continuada (RATTO, 1997) . Para Carvalho (2001), cerca de 71% dos recém-nascidos mamam durante o primeiro dia de vida e apenas 33% na primeira meia hora.

Estudos apresentados pela Organização Mundial de Saúde (1998), comprovam que o contato imediato entre mãe e bebê resulta em vários benefícios: sucção eficiente e eficaz, aumento na prevalência e duração da lactação, influência positiva na relação mãe/filho, maior facilidade para expulsão da placenta e estímulo na involução uterina, sendo que quanto mais longo o intervalo para a primeira mamada, maior a chance do desmame precoce (SAADEH; AKRÉ, 1996).

Segundo Mendes (2000), para que ocorra a implantação da IHAC é necessário um treinamento para todos os profissionais da área da saúde. A comunicação entre membros da equipe é de grande importância, para que todos falem a mesma linguagem e o trabalho seja eficiente, resultando num bom entendimento intra-grupo, evitando falhas que possam comprometer o andamento do processo.

Partindo das considerações acerca da importância da primeira mamada ser realizada precocemente e da dificuldade de sua implantação é que nos propusemos a realizar o presente estudo, cujo o objetivo foi apreender a visão dos profissionais de saúde em relação a primeira mamada na Sala de Parto de um hospital de ensino.

 

2. MATERIAL E MÉTODO

Optamos por utilizar metodologia qualitativa, pois trabalha com o universo dos significados, faz com que se deva entender as pessoas, objetos da pesquisa, na intenção de compreender e explicar dados capazes de identificar valores, crenças, hábitos e atitudes que se traduzem em determinadas práticas sociais e modalidades de discurso que as expressam (MINAYO et al., 2000; LEFÉVRE et al., 2000). Pela opção qualitativa, não estabelecemos o número de sujeitos a priori.

Como o aleitamento materno na sala de parto está diretamente relacionado a atuação das equipes médica e de enfermagem, profissionais de ambas equipes foram sujeitos deste estudo, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, hospital terciário que tem média mensal de 121 partos e 45 cesáreas. Entrevistamos profissionais que atuavam no Centro Obstétrico e Berçário: médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, através de uma entrevista semi-estruturada, que nos permitiu obter dados objetivos e subjetivos, oferecendo toda espontaneidade e liberdade que o informante necessitava (LEFÉVRE et al., 2000). Ressaltamos que este estudo foi avaliado e aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa.

Após 13 entrevistas encerramos a coleta de dados, pois os mesmos se repetiam e permitiam atingir ao objetivo proposto. Assim, foram entrevistados 5 auxiliares de enfermagem, 6 médicos residentes e 2 enfermeiras. As entrevistas foram transcritas na íntegra e após várias leituras, com atenção e exaustão, pudemos estabelecer agrupamentos de elementos ou aspectos com características comum (MINAYO et al., 2000), que passamos a apresentar.

 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 13 profissionais entrevistados, a maior parte era do sexo feminino (84,6%) e a escolaridade mais freqüente foi o nível superior (69,2%), tendo os demais nível médio. Quando perguntamos a respeito do conhecimento dos profissionais em relação aos 10 passos da IHAC, 69,2 % dos entrevistados relataram conhecê-los e 61,5% citaram pelo menos um deles, conforme apresentamos a seguir.

Falas dos profissionais em relação aos dez passos mais citados da IHAC. Freqüência

Passo 4: “...incentivar o aleitamento materno logo nos primeiros momentos de vida do nenê...” 7

Passo 7: “...a permanência o tempo todo, se possível. Aqui a gente tenta deixar o máximo no alojamento conjunto...”, “...a criança tem que ficar com a mãe no alojamento conjunto...” 4

Passo 9: “...um Hospital Amigo, pra receber esse título, inexiste chupeta...” 3

Através das falas acima, observamos que alguns passos são mais mencionados, sendo um deles o passo 4, o qual preconiza o início do aleitamento materno na sala de parto e o contato pele a pele mãe/bebê. Tal fato é compreensível, pois ao iniciarmos as entrevistas, informamos aos participantes o objetivo do trabalho, basicamente uma avaliação acerca do 4º passo, propiciando a recordação deste para os entrevistados.

O passo 7, alojamento conjunto, que também proporciona a construção de um laço mais efetivo e constante, permitindo ao bebê e a mãe trocas de afetividade, foi o segundo mais citado. Entretanto, apenas manter mãe e bebê num mesmo quarto não traz benefício a longo prazo, enquanto que alojamento conjunto associado à orientação sobre amamentação relaciona-se a maior prevalência de amamentação em crianças após os 4 meses de idade (PÉREZ-ESCAMILA, 1994).

Em relação ao passo 9, estudos mostram que o uso de bicos artificiais aumentam a incidência de otite média e cáries de mamadeira. Geralmente os bebês sofrem de Monilíase oral, sendo as chupetas veículos de transmissão, também, de enteroparasitos e coliformes fecais (CARVALHO, 2001a). Pesquisa brasileira com 349 crianças demonstrou que bebês que usam chupetas apresentam probabilidade 3 vezes maior de serem desmamadas entre 1 e 24 meses de idade (VICTORIA et al., 1993). Já que confundem o recém-nascido em relação ao seio materno, os bicos artificiais interferem na sucção e, consequentemente, na produção de leite.

Quando indagamos aos entrevistados se, em seu último plantão, haviam presenciado algum bebê mamando na mãe, na primeira meia hora de vida, a grande maioria (77%) respondeu que sim e aqueles que discorreram sobre o fato destacaram o tipo de parto e a rotina de tal procedimento, conforme evidenciamos nas falas a seguir:

“Presenciei, inclusive uma mãe diabética (...) o bebê nasceu de parto vaginal, muito importante para fazer isso na primeira meia hora, tá, porque um campo cirúrgico com cesárea dificulta”.

“...nossa cabeça ainda ta sendo feita quanto a isso, né, por que antes não tinha nada disso e de repente agora eles tão entrando com essa nova rotina...”

Para que mudanças nas rotinas hospitalares aconteçam, com vistas a promover e apoiar o aleitamento materno, podem ser usadas estratégias como a implementação dos Dez Passos, sendo dever de cada um de nós tentar sensibilizar os profissionais para que a rotina seja mais humanizada e dirigida ao binômio (GIUGLIANI, 1994).

Sabemos que é possível amamentar na sala de parto tanto após o parto normal quanto cesárea. Basta seguir uma rotina previamente discutida entre a equipe e definida após a avaliação individual das necessidades e conseqüências para a mãe e a criança (BRASIL, 1993).. Estudo demonstrou que tanto com anestesia peridural, como com a raqui, se faz possível o contato pele a pele e a permanência do bebê junto a mãe (PEREIRA, 1997).

Outra questão que nos interessou foi verificar se o próprio entrevistado havia levado, ou solicitado que levassem, o bebê para mamar na primeira meia hora de vida e porquê. A grande maioria dos entrevistados respondeu que sim e as justificativas incluíram considerações acerca do apego, formação de vínculo, do primeiro contato mãe/bebê e pele a pele e sobre o próprio aleitamento materno:

“É o primeiro contato da mãe com o nenê, do nenê com a mãe e a primeira proteção que se confere ...”

“É importante que essa criança seja disponibilizada pra mãe assim que nasce, seja imediatamente coloca no peito da mãe, é pro contato pele a pele, pra que haja aí, já nesse momento, a formação de vínculo e que melhore e antecipe essa questão do apego pra mãe, né,, e aí é lógico, se o bebê tiver e quiser naquele momento, então oferecer o seio pra que ele possa sugar”.

A permanência do bebê com a mãe, no contato pele a pele sobre o tórax, coberto com uma manta, após o nascimento, permite que o bebê possa se recuperar do estresse do parto e procure o peito da mãe quando se sentir tranqüilo. Estudos relacionados ao apego e vínculo, têm sido realizados com o objetivo de reduzir a negligência materna/paterna, abandono e abuso infantil (KENNEL; KLAUS, 1998). Por outro lado, segundo alguns estudos, a criança já nasce com reflexo de sugar e deglutir e, ao ser colocada com a mãe, procura o peito sozinha podendo, assim, iniciar a amamentação (PORTELLA, 1994).

A atenção necessária para um bebê sadio inclui a secagem imediata e contato epidérmico com a mãe, o que é a forma mais eficiente de manter a temperatura corporal do recém-nascido. Estes bebês têm maiores possibilidades de manifestar todos os reflexos, sendo capazes de buscar por conta própria o seio materno e mamar eficientemente, sendo o melhor meio para se evitar hipoglicemia (TOMA, 1999).

Com relação as facilidades para a implantação do aleitamento materno na sala de parto na instituição onde este estudo foi realizado, apareceram questões de infra-estrutura física e de pessoal. Assim, foram apontados como facilitadores:

“... o aquecimento na sala de parto...”

“...a orientação do pessoal que trabalha com criança, né, os neonatologistas e o pessoal da enfermagem também. Uma conscientização, isso facilita bastante.”

Quanto as dificuldades, várias foram apontadas: questões relativas ao parto, as condições do recém-nascido e do hospital. Foram consideradas dificuldades:

“...o alto índice de cesárea...”, “..a maternidade ser de alto risco...”

“..., as vezes a mãe não ta legal...” , “.... a mãe ta toda ali, ta tendo dor,...”

“...no parto cesárea (...) tem um monte de fios de monitoração de soro, a mãe normalmente tá sempre enjoada, tá sempre com ânsia, ela mesma não quer amamentar, ela acha difícil, ela tá deitada em posição ruim...”

“...quando o bebê tem alguma complicação (...) bebê prematuro, bebê com algum problema...”

É de extremo valor o processo de comunicação em qualquer atividade que vise a realização de ações coordenadas entre seus diferentes níveis, pois a equipe de trabalho enfrenta inúmeras situações de conflitos e divergências, originadas de uma atitude não compreendida e associada a complexidade das especialidades. Entretanto, a maior parte dos entrevistados apontou, entre as dificuldades, aspectos relativos a equipe (GOMES, 2000):

“...falta de treinamento da equipe...”

“... as enfermeiras aqui ainda não estão acostumadas com isso (...) elas estão acostumando mais e algumas tão até cobrando que a gente faça, mas ainda tá meio difícil...”

“...há uma resistência da pediatria de se tomar muitos cuidados que podem ser postergados há algumas horas do parto e são tomadas na hora, no C.O....”

“... não ter conseguido o envolvimento de todos os elementos das várias equipes...”

Foram apontadas, além das dificuldades da equipe, outras relacionadas a área física e a própria mãe:

“... a desorientação da equipe e da mãe...”

“...uma equipe integrada pra esse objetivo e a disposição de um espaço físico também...”

Para a implantação de um projeto é necessário treinamento, envolvimento da equipe e que as ações sejam realizadas coletivamente. Para tanto, é importante que os profissionais iniciem esse trabalho em conjunto, lembrando dos objetivos do mesmo, para a melhoria da qualidade do serviço.

Destacamos que um entrevistado respondeu que “...não há qualquer dificuldade...” para a implantação do 4º passo da IHAC.

Finalizando a entrevista, deixamos os respondentes a vontade para comentarem qualquer assunto que julgassem oportuno sobre o aleitamento na sala de parto. Surgiram falas relativas a importância desse assunto ser inserido no pré-natal:

“...precisava ser conversado, explicado isso melhor para as mães durante o pré-natal (...) às vezes elas não aceitam amamentar o neném, elas estão com dor e não entendem porque o neném já tem que mamar...”

“...já no pré-natal, orientar as mães ... para elas já virem com a cabeça feita...”

Concordamos que as orientações devem ser iniciadas no pré-natal, sendo uma oportunidade para motivar as mães quanto a amamentação, informando todas as gestantes sobre a fisiologia da lactação, vantagens do aleitamento, complicações que podem ocorrer durante a amamentação, técnicas adequadas e preparo das mamas. Essas informações auxiliam no processo de amamentação (LAMOUNIER, 1996; VÍTOLO; PINTO, 1996; GIUGLIANI, 1994). Porém, é importante ressaltar que as orientações também devem ser fornecidas quando da internação para o parto e no puerpério.

Foi citada, ainda, a necessidade de treinamento/conscientização da equipe e mudanças no serviço:

“... não é possível iniciar um trabalho sem treinar as pessoas, sem colocar pras pessoas qual a importância e o objetivo desse trabalho...”

“...em relação ao corpo de enfermagem , em relação ao departamento de pediatria, ao departamento de ginecologia e obstetrícia, tá, conversar com o departamento de anestesiologia, quais são as técnicas que poderiam ser revistas ou poderiam mudar (...) pra paciente não ter algumas complicações...”

A IHAC tem como objetivo envolver todos os profissionais da instituição, desde aqueles da área administrativa até as assistenciais, conscientizando-os da importância do aleitamento materno, dando todo suporte teórico-científico através de treinamento e cursos, buscando mostrar os benefícios da amamentação. O hospital estudado deverá, para ser credenciado como Amigo da Criança, buscar este amplo envolvimento.

 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria dos profissionais deste estudo tinha conhecimento a respeito dos dez passos e consideravam importante a amamentação na sala de parto, pelos benefícios trazidos para o binômio, principalmente a formação de vínculo e apego entre ambos.

Todos os profissionais presenciaram recentemente a amamentação na sala de parto, tanto no parto cesárea como no normal, sendo este último considerado um fator que facilita o processo. Dentro das dificuldades citadas, destacamos a falta de treinamento e o parto cesárea. Os entrevistados ressaltaram a necessidade de maior integração entre a equipe e que as orientações devem ser iniciadas no pré-natal.

Sabemos que o hospital onde este estudo foi desenvolvido busca tornar-se Amigo da Criança, através da mudança de normas e rotinas e procurando executar os Dez Passos. Está realizando treinamentos, com intuito e capacitar e conscientizar todos os profissionais da área. Esta atividade deve, então, ser continuada e os profissionais devem ser estimulados a abraçarem esta causa, tornando-se, assim, amigos da criança.

 

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. Grupo de Defesa da Saúde da Criança. Normas e rotinas para o incentivo ao aleitamento materno: Passo 1. Brasília, 1993.

CARVALHO, M.R. Mamadeiras e chupetas são desnecessárias. Rio de Janeiro: CIAM & IBFAN, 2001a. Disponível em: <http://www.aleitamento.med.br/>. Acesso em: abr. 2001.

CARVALHO, M.R. Últimos dados sobre a situação do aleitamento materno no Brasil. Rio de Janeiro: PNDS, 2001b. Disponível em:<http://www.aleitamento.med.br/dadosam.htm.> Acesso em: Mar.2001.

GIUGLIANI, E.R.J. Amamentação: como e por que promover. J. Pediatr., Rio de Janeiro, v.70, n.3, p.138-151, 1994.

GOMES, E.S.; ANSELMO, M.E.O.; FILHO, W.D.L.; As reuniões como elemento fundamental na organização do trabalho. R. Bras. Enferm, Brasília, v.53, n.3, p. 472-480, jul/set.2000.

KENNEL, J.H.; KLAUS, M.H. Bonding: recent observations that alter perinatal care. Pediatr. Rev., Elk Grove Village, v.19, n.1, p. 4-12, 1998.

LAMOUNIER, J.A. Promoção e incentivo ao aleitamento materno: iniciativa Hospital Amigo da Criança. J. Pediatr., Rio de Janeiro, v.72, p.365-368, 1996.

LEFÉVRE, F.; LEFÉVRE, A.M.C.; TEIXEIRA, J.J.V.(Org.) O Discurso do Sujeito Coletivo: uma nova abordagem metodológica em pesquisa qualitativa. Caxias do Sul: EDUCS, 2000.

MENDES, E.M.T.; MAYOR, E.R.C.; FRANCISCO, M.C.P.B.; SILVA, M.J.P.; CAPELI, S.C.A.; Revendo estruturas e reorganizando nossa comunicação. R. Bras. Enferm, Brasília, v. 53, n. 3, p. 450-457, jul./set. 2000.

MINAYO, M.C.S.; DESLANDES, S.F.; CRUZ NETO, O. et al. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 17 ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

OMS. Organización Mundial de la Salud. Pruebas científicas de los Diez Pasos hacia una Feliz Lactancia Natural. Genebra, 1998. p. 31-9.

PEREIRA, R.R. O papel do anestesiologista na amamentação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ALEITAMENTO MATERNO, 5, 1997, Londrina. Anais... Londrina, 1997. p.32.

PÉREZ-ESCAMILLA, R. et al. Infant feeding policies in maternity wards na their effect on breast-feeding success: na analytical overview. Am. J. Public Health, New York, v.84, n.1, p.89-97, 1994.

PORTELLA, Z. Bicos artificiais confundem os bebês. Bol. Nac. Iniciat. Hosp. Amigo da Criança, Brasília, v.10, 1994.

RATTO, K. Avaliando as dificuldades do passo 4. In: ENCONTRO NACIONAL DE ALEITAMENTO MATERNO, 5, 1997, Londrina. Anais.. Londrina, 1997. p. 27.

SAADEH, R.; AKRÉ, L. Tem steps to successful breastfeeding: a summary of the rationale and scientific evidence. Birth, Berkley, v.23, p.154-160, 1996.

TOMA, T. Separação : um mal desnecessário. Genp, v.4, n.8, p.1, 1999.

VICTORIA, C.G.; TOMASI, E.; OLINTA, M.T.A et al. Use of pacifers and breasfeeding duration. The Lancet, London, v.341, p.404-406, 1993.

VÍTOLO, M.R.; PINTO, L.M. O impacto das orientações de alta na aquisição de conhecimentos pelas puérperas em alojamento conjunto. Rev. Ciênc. Méd., Pouso Alegre, v.5, p.15-20, jan/abr. 1996.