2Evasão escolar na adolescência: necessidade ou ideologia?Características da dinâmica institucional e suas implicações no trabalho com adolescentes: uma leitura psicanalítica author indexsubject indexsearch form
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An. 1 Simp. Internacional do Adolescente May. 2005

 

A conquista do setting para a transformação

 

 

Alves, Emanoelle FogaçaII; Caniato,Ângela Maria PiresI; Costa, Vanessa Alexandre daII; Eckstein, Daniele FernandaII; Ligeiro, Renata ReginatoII; Moura, Renata Heller deII; Santos, Danieli Aparecida dosII

IProfessora Coordenadora do projeto, Supervisora e Psicóloga Clínica
IIAcadêmicas do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

 

 


RESUMO

O projeto "Phenix: a ousadia do renascimento da subjetividade cidadã" tem como uma de suas frentes de trabalho a intervenção junto ao programa governamental "Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano". Este programa visa atender adolescentes com idade entre quinze e dezesseis anos que participam de atividades oferecidas pelo Centro Social Marista (CESOMAR) de Maringá-PR. O projeto "Phenix: ..." desenvolve sua atuação baseando-se na visão de que o homem é produtor e produto do meio em que vive. O presente trabalho justifica-se pela demanda crescente de indivíduos alienados e que nessa condição proporcionam a manutenção do status quo. O objetivo é construir a reflexão crítica para que esses jovens que vivem na periferia da cidade se tornem agentes transformadores da realidade social, rompendo o status quo, levando a construção de um coletivo solidário e politizado na sua vida cotidiana, o renascimento da cidadania. O método utilizado é o de Pesquisa-Participante, com a proposta de desenvolver uma "Educação Emancipatória" (Adorno,1995). Desta forma o Projeto Phenix/ Agente Jovem, por meio da interação entre os acadêmicos e os adolescentes, trabalha os temas de acordo com a demanda, sendo que podem ser retomados posteriormente caso haja necessidade. Assim, semanalmente os alunos do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá, deslocam-se até o CESOMAR para realizar estas discussões/reflexões com o grupo de adolescentes desse Centro. Esta intervenção semanal se faz por meio de diferentes técnicas de dinâmica de grupo, filmes, programas de televisão, os quais servem de instrumentos disparadores para as discussões sobre os temas propostos.
Durante o ano de 2004 muitos temas foram discutidos. Entre eles: mensagem subliminar, formação de grupos, exclusão social, vínculos afetivos, sexualidade e outros. Obtivemos alguns resultados, como por exemplo, a construção de um vínculo afetivo entre alunos do projeto intervenção e os adolescentes do Agente Jovens, além de uma formação mais crítica dos adolescentes quanto aos temas trabalhados.

Palavras-chave: adolescência, práxis, educação emancipatória, cidadania.


 

 

INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta a experiência de uma intervenção realizada pelo projeto "Phenix: a ousadia do renascimento da subjetividade cidadã", durante o ano de 2004 (dois mil e quatro), junto a um grupo de adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos. Esses jovens participam de um programa governamental chamado "Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano/Líder Comunitário do Novo Milênio". Este programa se desenvolve na cidade de Maringá – PR, por meio de uma parceria do governo com o Centro Social Marista (CESOMAR), Ex-Núcleo Social Papa João XXIII.

O projeto "Phenix: a ousadia do renascimento da subjetividade cidadã"é um projeto de Pesquisa-Intervenção do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), coordenado por duas professoras desse departamento e que reúne alunos dos cursos de Ciências Sociais, Filosofia e, principalmente, Psicologia.

Esse projeto fundamenta-se na constatação de que as classes sociais pauperizadas estão vivendo sob exclusão psicossocial (GUARESCHI, 2000), expostas à ações marginalizadoras e de contenção em suas vidas públicas e privadas, realidade essa escamoteada pelos discursos demagógicos e ideológicos dos regimes políticos democráticos atuais. Visando alterar este quadro, o projeto "Phenix: ..." tem procurado atuar junto a essas classes sociais para que, por meio da reflexão sobre essa realidade acima descrita, desenvolva-se nessa população uma consciência cidadã crítica conduzente à reconstrução de um coletivo solidário e a uma crescente politização da vida cotidiana.

O projeto "Phenix: ..." iniciou-se no ano 2000 (dois mil) e desde então vem desenvolvendo pesquisas e intervenções a partir dos estudos de Theodor Adorno (1903-1969) em especial agrupados em suas obras "Dialética do esclarecimento..." (1985) e "Educação e Emancipação" (1995). A intervenção desse projeto junto da população do Centro Social Marista (CESOMAR) iniciou-se em outubro de 2000 (dois mil), quando essa instituição ainda era o Núcleo Social Papa João XXIII. Desde esta data, o projeto "Phenix: ..." tem, como uma de suas frentes de trabalho, a intervenção junto aos adolescentes que participam do programa "Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano/Líder Comunitário do Novo Milênio". Esse artigo apresenta uma sistematização da experiência de intervenção do projeto junto a essa frente durante o ano de 2004 (dois mil e quatro).

A atuação do projeto "Phenix: ..." junto a essa população (adolescentes pertencentes a classes pauperizadas) justifica-se pelo fato de que os estudos realizados pelos participantes do projeto constataram que as classes sociais pauperizadas estão vivendo sob exclusão psicossocial (GUARESCHI, 1999). Além disso, essa população vem sendo considerada "população de risco", por serem ameaçadoras para o status quo dominante (CANIATO, 2003). Ainda segundo Caniato (2003), a exposição dessa população às "categorias de acusação" (VELHO, 1987) e às injúrias do "mito das classes perigosas" (COIMBRA, 2001) torna tais indivíduos vulneráveis ao desenvolvimento do sentimento de culpabilidade, passando a atuarem como que justificando tais estereótipos pela internalização da violência social (FREUD, 1981).

Esta vulnerabilidade impede que esta população desenvolva uma consciência crítica e os torna presas fáceis da padronização estereotipada produzida pela sociedade capitalista contemporânea (Adorno, 1986), tornando-os um massa facilmente manipulável. Sendo assim, somente a partir do desenvolvimento da consciência cidadã crítica, principalmente, das denominadas "populações de risco", é que haverá a ação transformadora da realidade psicossocial (MARTI-BARÓ, 1987).

O programa governamental "Agente Jovem..." teoricamente parece ter o mesmo objetivo pleiteado pelo projeto "Phenix: ...", ou seja, desenvolver cidadania na mesma população que é alvo do projeto. Isso justifica o motivo de atravessarmos esse programa, para analisar suas reais intenções junto à população alvo.

Além disso, o que justifica a atuação voltada para atender uma população com idade entre 15 (quinze) e 17 (dezessete) anos está no fato de que, segundo Kehl (2004) a juventude tem sido o alvo da atual sociedade de consumo, seja como ideal, seja como sintoma. Segundo essa autora, as forças do capital souberam reorganizar o caos adolescente em torno da lógica do mercado.

Antes de seguir na apresentação e análise desta intervenção, consideramos importante recapitular suscintamente o trabalho realizado anteriormente, para que o leitor visualize e participe das descobertas e evoluções de nossa caminhada.

Caniato et. al. (2002) afirma que os objetivos dos projetos "Phenix: a ousadia do renascimento da subjetividade cidadã" e "Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano/Líder Comunitário do Novo Milênio" são apenas aparentemente semelhantes porque, a partir das intervenções realizadas nos anos de 2000 e 2001, se pôde observar que o programa governamental possui forte conotação ideológica instrumentalizada para o fim de perpetuar a segregação social e executar certa contenção da população com a qual trabalha, objetivo que se contrapõe ao objetivo de promover o renascimento da cidadania do projeto "Phenix: ...".

A autora faz uma profunda descrição e análise das raízes ideológicas do projeto governamental., fundamentado em um discurso de desenvolvimento da cidadania. Este projeto se articula em seu conjunto com o "Programa Adolescentes Promotores de Saúde", supostamente para produzir a capacitação social destes adolescentes , mas porém ,de fato, para os tornarem aliados das forças repressoras do Estado que os exclui e oprime e assim como a seus pares.

No entanto, esta mesma autora e seus colaboradores mostram que, em Maringá – PR, o conjunto desses dois programas foi municipalizado, recebendo em adendo o nome "Líder Comunitário do Novo Milênio". Além disso, o projeto municipal trabalha com adolescentes que estejam prioritariamente na escola e não fora dela, como prevê o programa Federal. Dessa forma,

"O programa tem sido desenvolvido pela Prefeitura Municipal, com um precário financiamento do Governo Federal, o que no limite permite a cada adolescente participante uma bolsa auxílio de R$ 65, 00 (sessenta e cinco reais) mensais. São 25 (vinte e cinco) jovens integrantes do programa na faixa etária de 15, 16 e 17 (quinze, dezesseis e dezessete) anos, que de acordo com o relato do projeto, são jovens pertencentes a famílias vulnerabilizadas pela pobreza, abandono e exclusão social, expostos a riscos pessoais e sociais. (...) é executado no Núcleo Social Papa João XXIII (atual CESOMAR), Organização Não-Governamental (...). O órgão responsável pelo programa perante o Estado é a Fundação de Desenvolvimento Social de Maringá, que é gestor da assistência social no município, tendo a responsabilidade de atender a população vulnerabilizada pela situação de pobreza e exclusão social " (Idem, p.3).

A análise das entrelinhas dos objetivos do programa levou Caniato et. al. (2002) à compreensão do caráter ideológico e demagógico do governo. O que Governo Federal propõe com esse programa é que se faça uma avaliação objetiva e superficial da condição econômica dessas famílias, considerando apenas a situação de miséria a que estão expostos, sem considerar os fatores que geram essa miséria. Foi essa análise que permitiu afirmar que tal programa governamental possui forte conotação ideológica instrumentalizada para perpetuar a segregação social e executar certa contenção do que designam "população em situação de extremo risco social" (PROGRAMA AGENTE JOVEM..., 1999, p. 08), isto é , população perigosa..

Segundo Caniato et. al. (2002), por meio desse programa, o governo está desenvolvendo "agentes" para auxiliá-lo na aplicação de suas políticas de segregação. Trata-se de um trabalho de adestramento de líderes jovens que atuem no sentido de manter a ordem econômica, política e social, oferecendo ainda, à classe dominante, a segurança de que tais líderes conseguirão "protagonizar" a contenção dos seus iguais, para que deixem de ser um risco ao social.

Desde o início, a intervenção do projeto "Phenix: ..." junto ao programa "Agente Jovem..." tem utilizado a mesma metodologia. É importante explicar que os integrantes "Agente Jovem..." renovam-se a cada ano, pelo fato de que alguns completam 18 anos, outros arrumam emprego ou são remanejados para participarem de outras atividades oferecidas pelo CESOMAR. A seguir apresentaremos a metodologia que vem sendo utilizada e seu desenvolvimento durante o ano de 2004.

 

METODOLOGIA

O projeto "Phenix..." tem sua orientação metodológica pautada na Pesquisa Participante de Observação Militante, pela qual, de acordo com Thiollent (1981) e Brandão (1981 e 1984), um dos objetivos é colocar em questionamento os princípios ideológicos que sustentam a produção do conhecimento. O princípio da neutralidade, por exemplo, cai por terra ao percebermos que "... nenhum conhecimento é neutro e nenhuma pesquisa serve teoricamente a todos dentro de mundos sociais concretamente desiguais..." (BRANDÃO, 1981, p. 11). A partir deste método, o grupo pesquisado não é visto como mero objeto de pesquisa, mas sim como um dos sujeitos que realiza tanto a ação de conhecer como também a ação de transformar o conhecimento e a realidade social que os reduz a meros objetos.

Dentro dessa orientação metodológica, utilizamos o conceito de "práxis" para designar nossa intervenção. Entendemos práxis como uma "... atividade intencional do homem que visa, em última análise, o bem do homem. (...) A práxis é uma atividade de aperfeiçoamento contínuo da espécie humana e da sociedade. Poderíamos chamar essa última de atividade formativa" (CARONE, 2003, p.2 e 4). Dessa forma, pesquisadores e pesquisados tornam-se sujeitos de uma atividade coletiva, sem perder a especificidade de suas contribuições diferentes, porém preservando objetivos comuns.

Os encontros entre os integrantes do projeto "Phenix: ..." e os participantes do programa "Agente Jovem..." ocorrem semanalmente, todas as sextas-feiras, estendendo-se das 16 (dezesseis) às 18 (dezoito) horas. O espaço físico é cedido pelo CESOMAR. Para que haja um maior envolvimento dos adolescentes e participação nas atividades, os integrantes do projeto "Phenix: ..." sempre trabalham os temas com auxílio de dinâmicas de grupo, filmes, programas de televisão, músicas, revistas, matérias para recorte, entre outros recursos. Os pesquisadores registram todos os passos desse processo em diários que chamamos "Diário Antropológico", que servem de memória histórica de todos os episódios vividos na Pesquisa-Intervenção.

Durante toda a intervenção realizada no ano de 2004 (dois mil e quatro), podemos destacar 5 (cinco) temas como aqueles que foram melhor trabalhados e discutidos. Em ordem cronológica de discussão, os temas foram: mensagem subliminar, formação de grupos, exclusão, vínculos e sexualidade.

O primeiro tema – mensagem subliminar – foi o único tema que foi proposto apenas pelos integrantes do projeto "Phenix: ...". Durante a intervenção realizada no ano de 2003 (dois mil e três) muito se discutiu sobre a influência da mídia e sobre sua interferência na formação da subjetividade. Assim, buscando interligar as discussões, impedindo a fragmentação do processo reflexivo, propusemos esse como tema inicial. Os demais temas foram surgindo durante a intervenção, à medida que a práxis ia se desenvolvendo.

 

RESULTADOS

A seguir, apresentaremos sucintamente os resultados obtidos a partir da discussão de cada um destes temas que receberam maior destaque durante a intervenção do ano de 2004 (dois mil e quatro).

• Mensagem Subliminar

Trabalhamos esse tema tendo em vista leituras como as de Adorno (1985 e 1986) e suas conclusões sobre a "Indústria Cultural", conceito que mais adiante retomaremos.

A mensagem subliminar é uma mensagem transmitida a um nível baixo de percepção, na qual, "... os estímulos seriam tão fracos ou de duração tão efêmera que escapariam à percepção da consciência, mas suficientemente poderosos para influenciar o comportamento" (PASQUALOTTO, 2004).

Já que as mensagens subliminares emitem estímulos tão fracos e de duração tão efêmera que escapam a nossa percepção consciente, então elas podem veicular idéias distorcidas e induzir o nosso comportamento segundo essas idéias, sem que percebamos. Dessa forma, podemos perceber que a mensagem subliminar priva-nos do direito de escolher e pensar sobre nossas ações. Isso nos permite caracterizá-la como uma forma de violência.

Segundo Adorno (1985 e 1986), a "Indústria Cultural" é um processo de ação que é fruto do liberalismo e de políticas demagogicamente democráticas e que se utiliza de artefatos simbólicos sutis para intimidar ideologicamente indivíduos no sentido de uma padronização e uma adaptação irracionais.

Segundo Caniato (1997), a "Indústria Cultural" sutilmente constrói modos de ser e padrões de subjetividade segundo os interesses políticos e, principalmente, econômicos da ordem social vigente. De acordo com Coimbra (2001), "... valores, comportamentos, atitudes, modos de ser e de viver são definidos/ redefinidos/ produzidos/ fortalecidos pelos diferentes equipamentos sociais e, dentre eles, destaca-se a mídia" (COIMBRA, 2001, p. 30, grifo da autora).

Considerando nosso contexto atual, no qual vigora o neoliberalismo, a cultura vem sendo gestada pelo mercado. Segundo Adorno (1986), a "Indústria Cultural" segue a lógica da circulação de mercadorias, que é, segundo Martin e Schumann (1999), aquela que subjuga as relações sócio-culturais e sobrepuja a economia. Sendo assim, pode-se afirmar que esta lógica de mercado cria uma cultura mercadológica que caminha na contramão da cultura, entendida por Freud (1981), como aquela que protege os homens contra a Natureza e regula as relações dos homens entre si. Partindo desta premissa freudiana, a cultura deveria ser produzida pelos homens e para eles, visando sempre a melhoria das relações humanas.

Atualmente, entretanto, a partir desta lógica de mercado, a cultura vem sendo expropriada da maioria dos homens, passando a estar nas mãos de um grupo que a reestruturou a fim de que ela manipulasse as ações humanas de modo a transformá-los em uma massa amorfa, padronizada, passiva e conformista (ADORNO, 1986). Com isso, caminha-se para uma contínua destruição da subjetividade humana.

Pode-se dizer então, que a "Indústria Cultural" funciona à base da repressão, uma vez que impede que o sujeito consiga identificar seu agressor, o qual, para ele, é tão onipotente. Assim, o indivíduo atesta sua impotência e se torna vulnerável ao que ela lhe reserva, numa tentativa, ainda que passiva e conformada, de sobrevivência (MARTIN-BARÓ, 1987).

Por meio das instituições assistencialistas, órgãos perpetuadores de "solidariedade" que é pautada na omissão do caráter histórico e social, e que se perpetua somente pela submissão constante dos indivíduos a esse estado, o indivíduo se vê amparado, e isso o conforta. Assim, mesmo estando submetido e vigiado por elas, ele não vê por que se confrontar com essa situação. Dessa forma, fica fácil exercer o controle sobre os homens (COIMBRA, 1993).

Utilizamos 7 (sete) encontros para apresentar o tema. No primeiro, pedimos para que os adolescentes expressassem aquilo que sabiam sobre mensagem subliminar. De uma forma geral, os adolescentes disseram que se tratava de algo veiculado pela televisão, mas não sabiam precisar do que se tratava.

No segundo e no terceiro encontros, aprofundamos um pouco a discussão e a definição do conceito, e por meio de slides e utilizando do conceito de gestalt, explicamo-lhes como é o funcionamento da percepção humana. No quarto encontro, levamos revistas com propagandas e imagens que demonstravam a veiculação de mensagens subliminares. Os adolescentes ficaram impressionados e cada um escreveu o que eles haviam compreendido sobre aquelas imagens.

No quinto encontro, levamos material de recorte para que os adolescentes, em grupo, criassem imagens que transmitissem um conteúdo subliminar. No sexto encontro, para deixar clara a idéia de que a "Indústria Cultural" age sutilmente por meio da mídia impondo valores e modos de ser e viver, a professora co-coordenadora do projeto "Phenix: ...", Regina P. Cristoffoli Abeche, apresentou para os adolescentes a sua tese de doutorado1, a qual é sobre o programa "Big Brother Brasil", enfatizando como os valores são veiculados pela mídia e sutilmente internalizados por nós.

No último encontro sobre esse tema nos utilizamos de uma dinâmica para explicitar como nossas relação do cotidiano estão bastante pautadas sobre os rótulos e valores veiculados pela mídia e não sobre o que as pessoas verdadeiramente são.

Formação de Grupos

A adolescência é fase na qual, segundo Levisky (1998), o indivíduo se redefine como pessoa, numa busca de si mesmo. Trata-se da transição da identidade infantil para a identidade adulta, ou seja, nesta fase ocorre a desestruturação e reorganização estrutural da identidade e personalidade.

Em uma sociedade complexa, em constantes transformações como a atual, o adolescente tem dificuldade no processo identificatório, visto que as possibilidades são praticamente ilimitadas. "Durante as transformações da adolescência, os jovens buscam novos modelos para a formação de sua identidade adulta; período altamente vulnerável e suscetível às influencias ambientais, construtivas e destrutivas...". (LEVISKY, 1998, p. 30). Dessa maneira, formam-se os grupos de jovem, nos quais os adolescentes buscam sua auto-afirmação, tendo o outro como parâmetro.

Dessa forma, o adolescente busca segurança ao identificar-se com o grupo, com as turmas (Knobel, 1981; Levisky, 1998). Além disso, segundo Kehl (2004), o adolescente renova-se culturalmente por meio do grupo, mantendo-se atualizado quanto a linguagem, como forma da cultura oficial, ampliando os espaços de criatividade coletiva.

O adolescente, na busca de si mesmo, encontra-se desamparado e solitário, sem os pais externos (os quais são por ele atacados, temendo perder a sua individualidade) e sem os pais da infância, que ele está destruindo (LEVISKY, 1998, p.53). Assim, ele encontra no grupo "[ ...] um substituto parental no sentido de exercer as funções de continente ante aos anseios, temores e as novas experiências" (Op.cit, p.55). O grupo adquire uma importância transcendental, já que se transfere ao grupo grande parte da dependência que anteriormente se mantinha com a estrutura familiar e com os pais especialmente.

Segundo Levisky (1998), por meio de reivindicações/contestações, o adolescente externaliza seus conflitos externos. Alguns podem manifestar o conflito por meio de agressões passivas aos hábitos e valores tradicionais da sociedade, como por exemplo, observa-se nos grupos de hippies, playboys, punks, funks, etc, variando de acordo com cada época.

Kehl (2004), ao abordar o individualismo e o conservadorismo disfarçado das gerações jovens, aponta para as formações fraternas próprias da saída da infância, que servem de ancoragem a novos pólos de identificação e para as criações de linguagem, como sendo necessário à vida social. Caracteriza a formação de turmas, grupos, bandos e gangues como ligações horizontais (semelhantes às relações entre irmãos na família) que adquirem a mesma importância das relações verticais da infância: as fratrias.

A falta de imposição de limites claros por parte da sociedade pode propiciar que a turma ou grupo de adolescentes, com seus testes de liberdade e pequenos atos desviantes, tornem-se gangues, praticantes de atos delinqüentes (KEHL, 2004). O outro passa então a funcionar "... como parceiro e cúmplice nas moções de transgressão em relação à interdição paterna [ ...] , fundando, na delinqüência, uma gangue ..." (Op.cit, p. 09). Acreditando-se no direito de "fazer a própria lei", ingressam na criminalidade.

Com base nessa fundamentação teórica, utilizamos apenas dois encontros para trabalharmos esse tema. No primeiro encontro, utilizamos duas dinâmicas por meio das quais foi possível refletir sobre o importância do grupo para cada um de nós, no sentido de fortalecimento da identidade e apoio mútuo. Além disso, discutimos sobre a cooperação, sobre as diferenças existentes entre membros de um mesmo grupo e sobre as diferenças entre grupos, na tentativa de encontrar meios para se lidar com essas diferenças.

No segundo encontro sobre esse tema, avançamos um pouco mais na reflexão e, por meio de uma outra dinâmica, conversamos sobre o individualismo existente na atual sociedade, sobre a dificuldade em estabelecermos vínculos profundos com as pessoas com que nos relacionamos e sobre o crescente processo de exclusão social em que vivemos. Também rediscutimos o fato de que nos relacionamos com as pessoas de acordo com os rótulos pré-determinados socialmente, estigmatizando grupos e como muitas vezes nos vestimos com os rótulos da moda para pertencermos a este ou aquele grupo. Este tema nos sinalizou para dois outros temas : exclusão social e vínculos afetivos.

Exclusão Social

Vivemos em uma sociedade altamente excludente, na qual a exclusão se apresenta de várias formas. Guareschi (1992), em seu texto "Categoria Excluído", nos aponta diversos tipos de exclusão, as quais merecem um pouco de atenção.

O primeiro tipo de exclusão mencionado por Guareschi (1992) é o da "normalidade". O autor questiona quais são os critérios de normalidade e principalmente quem os define. Ele assegura que para se ter o "louco" tem-se que existir também o "sadio". Para melhor explicar essa questão, Guareschi (1992) ilustra com um exemplo do período do auge do nazismo, durante o qual quem não concordava e não apoiava as idéias de Hitler era considerado anormal, o que nos leva a pensar que, de acordo com o contexto histórico, os critérios de normalidade mudam.(patologização ideologicamente definida )

Em seguida temos a exclusão econômica, a qual acaba sendo a base para as exclusões políticas, religiosas e culturais. O excluído econômico é condição sine quo non da existência do incluído (GUARESCHI, 1992). Na exclusão religiosa estas pessoas que ficam à margem, são "torturadas" e vistas como pecadoras. Esses excluídos sonham utopicamente com uma sociedade liberta, quando por trás são vítimas do imperialismo econômico, e ainda assim resistem, por meio da fé.

O fato de qualificar saberes dentro de valores sociais cria o excluído intelectual, porém o saber é a experiência de cada individuo. Sendo assim, como distinguir qual tem mais valor? Hoje existe uma relação financeira intrínseca ao saber, que faz com que os valores de uma sociedade capitalista possam ser comprados (ex: projetos científicos financiados pelos governos) e assim, o intelectual passa ser exaltado, em detrimento a um ignorante, duplamente ignorado.

Guareschi (1992) ainda aponta mais um tipo de exclusão: a exclusão cultural. O excluído culturalmente é vitima da inaceitação do diferente. Dever-se-ia reconhecer a grandeza de cada cultura, porém o que acontece é um julgamento feito por uma cultura padronizada como superior, sendo caracterizada como inferior àquela que julgou. E por último, o excluído político, que aspira a uma nova ordem, sendo, por isso, visto como subversivo, porque, para os dominantes, a ordem deve ser mantida e cada coisa deve estar no seu devido lugar.

Entre essas formas de exclusão, analisadas por Guareschi (1992), o tipo de exclusão mais citado no grupo em intervenção, foi a exclusão econômica e em relação com ela, todas as sensações pelas quais passam as pessoas consideradas pobres. Mas será que este tipo de exclusão citado pelos jovens do projeto não seria a exclusão dos bens de consumo?

Não se busca um acesso aos serviços de saúde, à qualidade da educação, ou seja, não há uma tentativa em se inserir no meio social, visando a saúde e a educação, mas sim em ter o "tênis da Nike", que todos têm. O que permite com que esses jovens se sintam iguais aos outros é o que eles têm e não o que são na realidade. A pobreza representa isso hoje: o não acesso aos bens de consumo.

"Os pobres, do mesmo modo que as elites e a classe média, descobriram que na sociedade contemporânea o consumo ostensivo é o meio de afirmação social e de definição da identidade. A identidade na modernidade é um meio manipulável de realização da pessoa. Cada um é o que parece ser e não o que é de fato". (Martins, 2002).

A partir desta visão, que infelizmente, é o que predomina hoje na sociedade, a auto-estima do jovem é afetada, pois não se tem o poder aquisitivo para se inserir no meio consumista e o indivíduo passa a ser excluído. Além do mais, estão excluídos também da possibilidade de ter informações do que está acontecendo, para tentar mudar algo, a partir de certa criticidade diante das coisas e da atual situação da sociedade. Tal falta de criticidade está presente nos excluídos e também na maioria da sociedade e assim a ordem social é mantida e a ideologia capitalista continua agindo.

Vínculos Afetivos

Sabendo que a sociedade atual é regida pela doutrina neoliberalista que impõe o primado da economia sobre a política de forma que os indivíduos devem prezar pelo lucro e pelo acúmulo de capital, notamos que as relações neste contexto se inserem com um novo formato. Tratando-se de relações amplamente individualistas, excludentes, baseadas em posses e nos rótulos determinados sócio-economicamente.

Ao primar pelo lucro e desprezar as relações, notamos que números são mais importantes que pessoas (MARTIN e SHUMANN, 1999). Ao mesmo tempo que os indivíduos estão a busca de um "ideal romântico", em que esperam um relacionamento seguro, interessante sexualmente, autêntico, feliz e de preferência duradouro, os mesmos vão na contramão desse ideal, acreditando que é a grande quantidade de experiências que trará a pessoa certa a suas vidas. Este modelo seguido hoje só traz ao individuo desesperança, frustração, tédio, além de contribuir para a banalização das relações afetivas e sexuais. (CHAVES,2001).

Bauman (2004) diferencia amor do desejo. Esse último seria toda a vontade de consumir, absorver, devorar, ingerir e digerir, ou seja, aniquilar. Este desejo é um impulso à voracidade e está contaminado, quando sob total permissividade social – como nos tempos atuais –, pela destrutividade nirvanesca. Já o amor é a vontade de cuidar, de preservar o objeto amado.

"Se o desejo quer consumir o amor quer possuir" (BAUMAN, 2004, p. 35). O amor precisa de tempo para se realizar, porém na atualidade a satisfação deve ser instantânea levando o individuo a agir pelo impulso, os desejos estão contaminados pelo descartável do consumismo que penetra inclusive, nas relações entre os indivíduos.

Foi sob essa abordagem das relações afetivas na contemporaneidade e decidimos trabalhar com os adolescentes o tema vínculos amorosos, acreditando que questões trazidas por eles pudessem ser melhor esclarecidas.

Tema da exclusão social foi tratado como algo que tem prejudicado a formação de grupos sadios, impedindo o fortalecimento da identidade e do apoio mútuo. Ao colocarmos em pauta o tema vínculos afetivos, o fizemos pensando na possibilidade de se refletir sobre o que mantém grupos sadios e o que pode contribuir para o estabelecimento de relações ternas e profundas.

Ao longo de dois encontros discutimos a música "Where is the love?" de Black Eyed Peas e refletimos sobre relacionamentos superficiais e banalização do amor.

No terceiro encontro direcionado a discussão desse tema assistimos ao filme "Beleza Americana" de Sam Mendes, o filme escancara a destrutividade de relacionamentos familiares frios e pragmáticos, inversão de valores e falta de referenciais de autoridade paterna e materna aos filhos.

Durante esses encontros, os adolescentes pediram que os integrantes do "Phenix" aproveitassem as discussões sobre vínculos afetivos e falassem um pouco mais profundamente sobre os vínculos sexuais. Dessa forma, iniciamos uma discussão sobre sexualidade, tema tão polêmico nessa fase.

Sexualidade

Podemos ver que a sexualidade hoje está sendo definida como algo ligado apenas ao ato sexual. Desse modo, ao enfocar a sexualidade simplesmente pelo aspecto biológico, nega-se o fato de que ela envolve fatores psicológicos, sociais, históricos e culturais.

A sexualidade, entendida a partir de um enfoque amplo e abrangente, manifesta-se em todas as fases da vida de um ser humano e, ao contrário da conceituação vulgar, tem na genitalidade/amorosa seu aspecto primordial . Dentro de um contexto mais amplo, pode-se considerar que a influência da sexualidade permeia todas as manifestações humanas, do nascimento até a morte, manifestando-se como ternura, amizade, fraternidade, solidariedade – enfim como cuidado e compromisso com o outro. No entanto, durante a maior parte da história da humanidade essa influência foi negada (VITIELLO, 1998).

Atualmente, há mais abertura para se discutir sexualidade e a mídia tem exercido forte influência sobre a juventude, atraindo muitos jovens. Há uma forte exigência sobre o corpo e pode-se perceber que, também na mídia, o enfoque dado à sexualidade é biológico.

Freud percebeu na sexualidade a ponte capaz de estabelecer uma relação entre o psíquico, somático e o social, permitindo-lhe conceber "... a sexualidade humana como sendo o artífice da constituição do aparelho psíquico" (PINHEIRO, 2001, p.70). Sendo assim, a autora acredita que a adolescência é o momento exemplar para se compreender essa dupla função da sexualidade, como: 1) conceito articulador entre o psíquico e somático (já que o indivíduo só se torna psicologicamente capaz de desfrutar da sexualidade adulta depois que está biologicamente formado) e 2) metáfora da condição humana (sexualidade adulta sadia significa que o Édipo foi elaborado e a castração estabelecida, assim, configura-se o ser humano como o "ser da falta").

Na adolescência, as questões edipianas parecem surgir com mais força. Isso ocorre porque, definitivamente, o adolescente terá que abrir mão de um objeto de amor que nunca encontrará um substituto a altura: o afeto incondicional das figuras parentais. "Sair da infância é sair do mundo com 'garantias'e, principalmente, sair do mundo da proteção. (...) Juntamente com esta dinâmica e certamente agravando-a, o adolescente se defronta com as mudanças corporais" (Idem, p. 72 e 73). O corpo que muda e passa a ser jovem entra na roda do tempo, pois é o corpo que vai envelhecer.

Segundo Bauman (2004), o mundo contemporâneo tem gerado um forte sentimento de insegurança no que diz respeito ao estabelecimento dos vínculos afetivos. Segundo ele, estamos vivendo em uma "sociedade líquida", na qual, homens e mulheres desconfiam da condição de estar ligados, já que os sentidos e sentimentos são facilmente descartáveis, tal como os demais produtos do mercado.

O adolescente, nesse contexto, tem motivos para encontrar-se desesperado, pois além de ter que elaborar o luto pela perda das garantias da infância, ele é lançado em um mundo sem garantias; mundo de relacionamentos imediatistas, fortuitos, não duradouros ,descompromissados e superficiais.

De acordo com isso, Chaves (2001) vem nos mostrar que o sujeito na atualidade está tão acostumado a comercializar felicidade e a consumir bem estar, que tem buscado relações que dêem prazer máximo e sofrimento mínimo. Esta forma de relacionamento se configura através do "ficar com", que se caracteriza como: "falta de compromisso, busca de prazer imediato, distanciamento entre norma/lei e prazer, comutatividade do objeto e negação da alteridade" (Op.cit, p. 134).

Então, é este tipo de relação que a sociedade atual tem permitido e incentivado. Psicanaliticamente pensando, este tipo de relação demonstra a incapacidade do indivíduo em abrir mão do objeto de amor da infância, pois segundo Reich (1979):

"... a experiência clínica demonstra com segurança que as pessoas incapazes de estabelecer uma relação duradoura se encontram condicionadas por uma fixação infantil da sua vida amorosa ou, por outras palavras, sofrem de um desarranjo sexual. (...) muito freqüentemente, o fundamento inconsciente da promiscuidade continuada e insatisfatória não é senão o medo da ligação a um objeto sexual, dada as conotações incestuosas de uma tal ligação e inibição concomitante por medo do incesto" (Op. cit, p. 13).

Para trabalharmos esse tema, nos estendemos por quatro encontros. No primeiro encontro tratamos das questões de gênero feminino e masculino. Por meio de uma gincana, com atividades que ora favoreciam as capacidades masculinas e, ora favoreciam as habilidades femininas, discutimos as diferenças entre os gêneros e a necessidade de sua complementariedade.

No segundo encontro pedimos para que os adolescentes escrevessem em um papel o que eles entendiam por sexualidade e que anotassem suas dúvidas também. As dúvidas estavam bastante ligadas a questões biológicas. Neste dia, também apresentamos algumas definições sobre sexualidade e refletimos sobre a dicotomização de amor e sexo, através da música de Rita Lee, "Amor e Sexo". No terceiro encontro, contamos com a participação de uma aluna do curso de enfermagem, a qual pertence a um projeto de conscientização sexual.

No quarto e último encontro sobre esse assunto, discutimos sobre o "ficar com" e suas implicações emocionais para a vida dos "ficantes". Para nos auxiliar na discussão, usamos as letras das músicas: "Só quero ficar" de Kelly Key, "Mutante" de Daniela Mercury e "Já sei namorar" dos Tribalistas. A maioria dos adolescentes demonstrou que sonha em se relacionar de forma duradoura, mas poucos disseram que já haviam passado por essa experiência, pois a maioria costuma "ficar", apesar das conseqüências negativas que esse tipo de relação possui. Com esse tema, encerraram-se as nossas reuniões direcionadas a reflexão durante o ano de 2004 (dois mil e quatro).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio das discussões desses temas, os quais são temas bastante atuais e presentes nas vidas dos adolescentes, procuramos criar um ambiente propício para o desenvolvimento da consciência crítica. Procuramos levar informações e transmitir idéias que os fizessem pensar sobre sua própria realidade, sobre os seus próprios conflitos e relacionamentos. Percebemos que muitas vezes esses adolescentes possuíam idéias distorcidas dos fatos da realidade e, em outros momentos, percebemos que eles já haviam adquirido certa criticidade. Sabemos que o trabalho que realizamos é um trabalho que permite colher resultados a médio e longo prazo. O processo de conscientização é algo lento e a transformação da consciência em ação é algo mais complexo ainda.

Sabemos que nós mesmos estamos passando por esse processo e pensamos que ele é contínuo em nossas vidas. Não há como dizer que já estamos suficientemente conscientes e a partir de então não precisaremos mais nos conscientizar a respeito de nada. Sempre estamos precisando trazer a consciência fatos, gestos, histórias, imagens... de coisas que são presentes em nosso dia-a-dia e que influenciam nosso viver, mas nem nos damos conta. Esse processo, no entanto, é interno e depende muito do quanto estamos dispostos a questionar nossas certezas, conceitos, virtudes ou defeitos, permitindo que a transformação ocorra de dentro para fora. Acreditamos que reside aí o aspecto clínico desse trabalho.

 

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

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Filmes:

"Clube da Luta" de David Fincher.

"Beleza Americana" de Sam Mendes.

Poesia:

ANDRADE, Carlos Drummond de, O Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984, p.85-87.

Músicas:

"Where is the love?" (Onde está o amor?) de Black Eyed Peas e Justin Timberlake.

"Amor e Sexo" de Rita Lee.

"Só quero ficar" de Kelly Key.

"Mutante" de Daniela Mercury.

"Já sei namorar" dos Tribalistas

 

 

1 ABECHE, R.P.C. Por trás das Câmeras ocultas a subjetividade desvanece. 2003, 456f. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) - Universidade Metodista de São Bernardo, São Bernardo do Campo (mimeo).