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An. 1 Simp. Internacional do Adolescente May. 2005
Redes sociais como estratégia de prevenção do uso indevido de drogas no contexto da escola
Maria Fátima Olivier Sudbrack; Olga Maria Pimentel Jacobina; Liana Fortunato Costa
Instituto de Psicologia / PRODEQUI-Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas - Universidade de Brasília – UnB - Brasília – Distrito Federal
O vínculo grupal com os pares, na adolescência, representa fonte importante de referência, de pertencimento e, portanto de influência sobre o comportamento do adolescente. Por este motivo, todo trabalho com jovens deve iniciar por um reconhecimento de suas redes sociais, buscando-se identificar em especial a qualidade da sua rede de amigos.
Um bom projeto social é aquele que inclui o estudo da rede social dos sujeitos porque é ela que nos mostra a quantidade e a qualidade dos vínculos possíveis, o que, por sua vez, possibilita um prognóstico de mudança ou transformações necessárias ao fortalecimento de seu sentimento de pertencimento ou a natureza de sua inclusão na comunidade de que faz parte.
Assim como é importante situarmos o adolescente como um ser em relação e que, portanto, será melhor compreendido se sua rede social for conhecida, a escola também precisa ser vista como uma instituição em rede ao mesmo tempo que é unidade de outras redes sociais.
A escola é referência social pelo seu papel no processo de desenvolvimento da criança e do adolescente. Ela faz parte do projeto educativo da família sendo idealizada e desejada por todos que têm ou pretendem ter filhos. É a instituição que segue a família no reconhecimento da criança como ser capaz e em desenvolvimento. A escola se apresenta à população como símbolo do saber, do sucesso profissional e do apoio à família na questão da educação em sua concepção mais ampla. Esses aspectos dão a dimensão da importância da escola como unidade de rede social.
Como temos visto, as redes sociais agem como suporte para as unidades que dela participam. Estas unidades, por sua vez, têm seus limites ampliados até onde podem se expandir e, por isso, têm um alcance tão grande quanto as direções que podem tomar.
A escola também se encontra em rede e, à medida que a aciona, se fortalece no alcance de seus objetivos. Como o processo educativo se dá em diferentes espaços como a família, a escola, os amigos, os grupos de esporte, lazer e tantos outros, todos estes contextos formam a rede e devem estar incluídos nos projetos para a prevenção do uso indevido de drogas.
É exatamente a partir de situações concretas com demandas identificadas que as unidades da rede que devem ser acionadas. A principal característica da rede é a participação de todos envolvidos num projeto comum, no caso a prevenção do uso indevido de drogas.
O método de intervenção em rede permite que a comunidade fortaleça a escola – ou outra instituição que dela precise – para que ela possa intensificar os vínculos que estabelece com seus alunos. O estabelecimento de parcerias entre a escola e as famílias, por exemplo, permitirá aprofundar o diálogo entre pais e professores no enfrentamento de problemas os mais diversos e mais difíceis que os sistemas, isoladamente, não conseguem resolver. Os problemas relacionados ao uso indevido de drogas pelos adolescentes são um bom exemplo de necessária parceria da escola com as famílias e com outros segmentos comunitários ou institucionais.
Sabemos que as escolas públicas brasileiras abrigam adolescentes de famílias que apresentam sérias dificuldades pela condição de pobreza em que vivem. Esta dimensão do apoio social ou da assistência é uma boa ilustração do quanto a escola precisa de parcerias para a melhoria das condições de seus alunos, visando garantir as próprias condições de aprendizagem, além do desenvolvimento social e afetivo de seus alunos.
Paradoxalmente, as escolas públicas com população mais pobre são igualmente as escolas mais desprovidas de recursos materiais e também de recursos humanos. Esta é uma lógica perversa, infelizmente, ainda presente na realidade do sistema educacional brasileiro.
Dentre as dificuldades enfrentadas pelas escolas temos a questão das drogas e da violência que vêm sendo conjugados freqüentemente. Pesquisa recente da UNESCO (Abramoway, 2002) revela o quanto as drogas estão presentes no ambiente escolar, propondo o fortalecimento da proteção às escolas. Quando propomos a metodologia das redes sociais estamos em consonância com esta idéia de lutar para que as escolas públicas sintam-se mais protegidas. Não se trata de protegê-las com muros que as isolem da comunidade, mas de construir com elas espaços de interação comunitária para que sintam-se menos sós no enfrentamento das difíceis questões que as assolam, como é a questão relativa às drogas. Estamos aqui apostando na linguagem dos vínculos como resposta à lei do silêncio que tenta sobrepujar os processos sociais e paralisar as comunidades através do medo e da violência. A escola não pode ficar só e precisa abrir-se para reagir e enfrentar as situações e não fechar-se como se o problema fosse só seu. Vemos as escolas com muitas demandas para a prevenção do uso indevido de drogas, mas temerosas de se exporem, na medida em que revelam problemas neste sentido. È preciso desconstruir esta idéia de que o problema ou a culpa é OU da escola OU da família, OU do aluno para uma compreensão sistêmica na qual se reconhece a participação de cada segmento e, portanto, o potencial de ação de cada um no enfrentamento das dificuldades que se apresentam no cotidiano e no ambiente escolar.
Se precisamos reconhecer que é impossível uma sociedade sem drogas precisamos também defender a idéia que é possível uma sociedade com ações de enfrentamento desta realidade desafiante. As ações educativas de prevenção assumem função primordial neste movimento pois é com o preparo dos jovens para viver e preservar a qualidade de vida nesta sociedade que vamos avançar e não negando os tantos desafios que esta realidade nos coloca.
Se, por um lado é impossível vivermos ou oferecermos aos nossos filhos e alunos uma sociedade sem drogas, acreditamos que está em nosso pleno alcance a possibilidade de mudarmos de uma posição de medo para uma posição de enfrentamento e de ação. A ação proposta é a da educação para a saúde buscando dois eixos de atuação básicos:
O eixo da minimização dos fatores de risco
O eixo do reforço dos fatores de proteção
Nesta perspectiva, o projeto piloto promovido pelo Ministério da Educação (MEC), a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Universidade e Brasília (UnB) sobre a Formação de Educadores das Escolas Públicas para a Prevenção do Uso Indevido de Drogas, de setembro a dezembro de 2004, na modalidade de curso à distância, procurou capacitar profissionais de educação da rede pública, para tratarem de forma, integrada, cooperativa e eficiente, a questão do uso indevido de drogas entre adolescentes.
É possível uma escola sem drogas?
Se, por um lado é uma utopia idealizar uma escola sem drogas na medida em que faz parte de uma sociedade com drogas, entendemos que é possível uma escola não excludente do adolescente que, por ventura já esteja envolvido com drogas.
Por outro lado, se a escola não pode eliminar os tantos fatores de risco acima citados, alheios a sua função ou alcance, ela pode e deve reforçar os fatores de proteção pois tem muita oportunidade de influência sobre o jovem, na medida em que estes vivem uma boa parte de seu dia na escola e em contato com os educadores. Já pensaram quantas horas de nossas vidas passamos nos bancos escolares?
Para tanto, precisamos em primeiro lugar fortalecer a escola para que ela se sinta em proteção. Nesta via é válido o esforço da escola em resgatar o potencial de sua rede social de apoio.
O modelo sistêmico da educação para a saúde e das redes sociais
No momento atual, o planejamento do trabalho, no que se refere às drogas, está sendo deslocado de um modelo tradicional, baseado na repressão ou no medo, que enfatiza a culpa do usuário, para um novo modelo, voltado para a educação e para a saúde, que valoriza a pessoa e sua participação na comunidade.
O quadro a seguir mostra a diferença entre os dois modelos.
A primeira oposição mostrada no quadro é a preocupação em controlar a oferta de drogas X preocupação em reduzir a procura por drogas. Nesse caso, a intervenção, ao invés de limitar-se ao sistema de distribuição das drogas e às medidas de repressão ao tráfico, visa a atuar sobre as motivações e as necessidades individuais e do meio onde o consumo de drogas ocorre.
Trata-se, portanto, de uma ação de redução da demanda.
A segunda oposição, proibição do uso de drogas x valorização da conscientização do usuário sobre o uso indevido de drogas privilegia a informação em detrimento do controle policial. Nesse caso, a participação (opção) do usuário no ato de drogar-se é considerada, buscando-se promover o aumento das informações sobre suas implicações químicas, legais e psicossociais deste ato. Somente com a informação correta o jovem vai ter consciência do problema, refletindo sobre suas motivações e experiências, e avaliando as conseqüências do uso indevido da droga.
Uma outra oposição revelada pelo quadro é o controle externo x controle interno do uso indevido de drogas. A mudança de abordagem é promovida a partir de um processo de compreensão e aceitação das regras e dos limites do uso ocorrendo a possibilidade de controle dos atos no próprio indivíduo. Em lugar de atuar exclusivamente na redução da oferta, enfatiza-se a redução da demanda.
A oposição entre a droga vista isoladamente como produto x a droga vista em sua relação com o usuário e o meio ambiente mostra a passagem de uma forma isolada de tratar a questão para uma abordagem integrada. A drogadição é compreendida como o encontro de uma pessoa com um produto, num dado momento e num dado contexto sócio cultural. Assim, qualquer intervenção deve considerar esses três elementos, integrados e não apenas a droga em si, como um produto com poder destrutivo sobre as pessoas.
A proposta de contrapor a prevenção da droga pelo medo e pelo terror x a prevenção pelo conhecimento da realidade e quebra dos tabus tem por objetivo promover a intervenção pelos conhecimentos sobre o uso indevido de drogas visando a evitar as situações de risco. Assim, ao invés de simplesmente reprimir pelo medo e pelo terror, adota-se uma abordagem centrada na informação adequada sobre a questão.
Outra oposição é a questão como um simples comportamento x a questão como um símbolo das relações familiares e/ou sociais. Tratar a questão das drogas como um fato social tendo uma função mediadora das relações familiares e sociais coloca o ato de drogar-se como um sintoma, isto é, como o resultado da qualidade das relações sociais mais abrangentes.
Finalmente, a oposição soluções hierarquizadas e parciais x soluções compartilhadas e globais mostra que a necessidade de se privilegiar os vínculos entre as pessoas e as redes sociais construídas naturalmente na comunidade na intervenção preventiva. Desta maneira, são identificadas pessoas–chaves, reconhecidas pela comunidade e que passam a atuar como mediadores entre os profissionais e a população alvo na busca de soluções compartilhadas e globais, comprometidas com o desejo de resgatar um ideal de vida saudável e alicerçadas no potencial que todos têm para efetuar mudanças positivas.
Redes sociais: modelo integrador para a prevenção
A construção de redes sociais constitui uma estratégia importante para tratar a questão da droga. Essas redes são formadas nos espaços informais de relacionamento para dar suporte e apoio, tanto profissional como pessoal para aqueles que se envolvem com as drogas. Baseada nas afinidades pessoais, em geral, num contexto não institucional, as aproximações entre as pessoas, profissionais ou não, tornam-se explícitas, favorecendo uma circulação rápida de informações sob a forma de redes. As redes assim constituídas inventam suas próprias formas e rituais de encontro, fortalecem uma identidade comum e amparam os indivíduos em crise. Na medida em que os encontros dos integrantes da rede social se tornam freqüentes e regulares, constroem-se os vínculos criadores de um sistema de crenças e de regras. Isso permite o surgimento de iniciativas individuais, criando novas formas de organização, ajudando as pessoas na troca de suas experiências e oferecendo soluções.
A rede social pode ser formada por profissionais, permitindo a troca de conhecimento, possibilitando ações coletivas e integradas e evitando o isolamento e a repetição de ações. A gravidade e a complexidade da questão da droga exige soluções criativas. A prática de redes, certamente, representa uma nova forma de trabalhar, pois não só coloca em questão certos modelos tradicionais de atuação como exige dos profissionais uma adaptação a novas práticas no âmbito do seu trabalho. A principal característica dessa forma de atuação é integrar pessoas de diferentes formações e visões, na busca de soluções para um mesmo problema, sobre o qual não encontrariam uma outra oportunidade de refletir de agir juntas. A experiência da prática de redes tem mostrado resultados importantes, independentemente das condições políticas, jurídicas e de saúde das comunidades.
O primeiro obstáculo a ser reconhecido e avaliado no planejamento e implantação de um projeto preventivo, de natureza comunitária, refere-se às dificuldades decorrentes da extrema carência em que vivem as famílias brasileiras. Sabe-se que 52 % dos menores de 17 anos pertencem a famílias cuja renda familiar não passa de dois salários mínimos. Embora essa situação reflita um dado da realidade, seria extremamente limitador adotar o trabalho comunitário somente para as famílias de baixa renda, pois trata-se de uma iniciativa aplicável em diferentes classes e ambientes sociais, culturais e econômicos.
A situação de pobreza que predomina nas comunidades carentes é agravada pela presença de redes de tráfico de drogas, que constitui um desafio e uma situação de risco, não apenas para os moradores do local, mas também para os agentes que desenvolvem projetos comunitários.
A entrada de crianças, jovens e até de famílias na rede do narcotráfico, tem sido apresentada como alternativa de fonte de renda. Muitos jovens declaram que seu contato com as drogas se faz antes pelo pequeno tráfico que realizam ou para o qual acabam sendo atraídos, do que pelo consumo de drogas em si, isto é, primeiro entram no pequeno tráfico passando, depois, ao consumo.
A consolidação das redes sociais se dá pela realização de reuniões e de encontros de pais, de famílias, de jovens, de educadores ou de líderes de uma determinada comunidade. Num momento de crise, essas pessoas se reúnem para compartilhar seus sentimentos, confrontar suas carências e somar suas energias na construção de soluções coletivas e criativas.
Numa comunidade onde os habitantes estão próximos uns dos outros, têm uma vida associativa rica e costumam reunir-se para buscar soluções coletivas, a resistência à entrada das drogas é maior. O potencial dos vínculos afetivos e das relações de solidariedade ainda são as melhores armas diante do aumento da violência, do tráfico e do consumo de drogas. Por isso mesmo, é preciso investir mais nas pessoas, no potencial de cada comunidade para construir novas vias de solução dos conflitos que geram a violência, e menos na colocação de grades para contê-la.
Formando agentes sociais de mudança
As ações preventivas no trabalho comunitário assumem, assim, uma natureza diferente e mais abrangente e, por essa razão, os profissionais precisam estar bem preparados e integrados nas redes profissionais. É importante que se incentive a troca de experiências, para que visões deferentes do problema se complementem promovendo a solidariedade frente às dificuldades.
Pois observamos na atualidade, principalmente no contexto das escolas, que pouca atenção tem se dado à importância do aspecto gregário fundamental na vida dos jovens para seu desenvolvimento e também no processo de ensino aprendizagem. Ao contrário, existe uma tendência a evitar que os jovens se organizem ou a dissolver as organizações juvenis. Entendemos que isto ocorre devido a um despreparo dos educadores para aproveitar construtivamente a força positiva do grupo, colocando-o a favor do próprio processo socializador e da aprendizagem em sala de aula. Um aspecto importante das políticas educacionais, neste sentido, seria incluir na formação dos educadores conhecimentos que melhor os instrumentalizassem para lidar com os grupos, em especial com os grupos de jovens, proposta esta incluída no curso de Formação de Educadores das Escolas Públicas para a Prevenção do Uso Indevido de Drogas, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Universidade e Brasília (UnB).
Ao mesmo tempo em que a prevenção da drogadição exige conhecimentos especializados, o trabalho comunitário de construção das redes sociais, mostra que a prevenção é função de todos os cidadãos. Assim, cada pessoa tem um papel a desempenhar e uma competência a oferecer para o objetivo comum que articula e sustenta a rede social. O saber popular junta-se ao saber acadêmico e ao saber político para construir um saber comum a todos.
O trabalho de prevenção assim desenvolvido, vai muito além da divulgação de conhecimentos específicos sobre as drogas e a dependência A diversidade de experiências e de visões sobre o problema, graças a participação dos diferentes profissionais ou das pessoas interessadas em querer solucioná-lo enriquece a comunidade, pois todos têm alguma contribuição a dar, qualquer que seja o papel social desempenhado. Educadores, pais, filhos, amigos, empresários, profissionais, religiosos, todos podem e devem ser envolvidos no trabalho de prevenção.
Uma forma efetiva e produtiva de colaborar com a comunidade é exercer a condição de multiplicador. O multiplicador é uma pessoa que se sensibiliza com os problemas de determinado ambiente, podendo ou não pertencer à comunidade e busca informar-se, fazer um curso, ou associar-se a algum grupo profissional local para colaborar com membros da comunidade. Trata-se de um verdadeiro agente social de mudança, contribuindo com seus recursos e sua disposição para promover a saúde dos excluídos da rede pública de assistência.
O desafio fundamental de quem trabalha nessa área é enfrentar o sentimento de impotência diante de problemas de natureza social e econômica, cuja solução depende de medidas na estrutura do país, fugindo do alcance dos profissionais que estão no campo do trabalho. Nesse caso, a prática de redes sociais também oferece um relevante suporte, centrado na integração que se estabelece em torno do objetivo comum que o grupo tem. A partir desse modelo de atuação, surgem novas maneiras de encarar o problema, abrindo-se novas perspectivas, pois a crise é considerada como momento de enorme potencial para a mudança, e para o surgimento de novas possibilidades.
Construindo redes afetivas
A prática de redes sociais para o trabalho comunitário de prevenção à drogadição oferece a possibilidade de construção de laços pessoais positivos e de confiança para enfrentar o processo de exclusão, ao qual ficam submetidos aqueles que se envolvem com o consumo e com o tráfico de drogas. O sentimento de pertencer a um grupo com o qual se está identificado é fundamental, pois atribui uma identidade às pessoas, que se sentem marginalizadas, ou que são marginalizadas.
O trabalho comunitário desenvolvido em redes sociais incentiva o desenvolvimento do potencial humano da família, da comunidade e dos profissionais que se propõem a desenvolver projetos de prevenção, seja nas instituições governamentais ou não governamentais, ou nas associações mesmo sem conhecimentos específicos sobre droga.
Acreditamos que as pessoas, mesmo em situação de opressão, seja de natureza econômica, social, cultural ou institucional, podem e, sobretudo, devem reagir e buscar melhores condições de vida.
O sentimento de vazio nas pessoas, que costuma ser identificado com sérios problemas pode refletir num pedido de uma ajuda dentro da comunidade. Esse pedido, ao invés de ser percebido como algo preocupante, pode ser utilizado como via de acesso àqueles que estão em situação crítica, pois a iniciativa da comunidade de formular um pedido de ajuda já indica um caminho a seguir.
Considerações finais
A proposta de implantação de redes sociais está voltada, de maneira geral, para a promoção da saúde, sem reduzir o objetivo à questão específica das drogas. Pensar a promoção de saúde abre amplas perspectivas para a construção de estratégias que promovam a aproximação entre as pessoas de uma determinada comunidade, reforçando os vínculos afetivos entre elas e permitindo a circulação das informações necessárias, as trocas de experiências, os aprendizados recíprocos e a construção de soluções coletivas.
Desta forma, o projeto piloto sobre a Formação de Educadores das Escolas Públicas para a Prevenção do Uso Indevido de Drogas, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Universidade e Brasília (UnB), procurou capacitar profissionais de educação da rede pública, para tratarem de forma, integrada, cooperativa e eficiente, sob uma perspectiva sistêmica a questão do uso indevido de drogas entre adolescentes, levando em conta que o ambiente escolar representa um espaço onde o jovem passa boa parte do seu dia e se apresenta com um dos pontos mais importantes da rede social estabelecida pelo adolescente.
Bibliografia:
ABRAMOVAY, M. Et alii. (2002). Violência nas Escolas. Brasília, UNESCO Prevenção do uso indevido de drogas: diga SIM à Vida. Secretaria Nacional Anti-Drogas, Brasília, 2001 volume 2.
Curso de Formação em Prevenção do Uso Indevido de Drogas para educadores de Escolas Públicas. SENAD/MEC/UnB, volume 2