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An. 1 Simp. Internacional do Adolescente May. 2005

 

Avaliação de estratégia de prevenção de HIV/AIDS em escola de segundo grau em São Paulo: a perspectiva dos pais de alunos

 

 

Denise Zakabi; José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres (orientador)

Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP

 

 


RESUMO

Palavras-chave: Aids; Avaliação; Prevenção; Vulnerabilidade; Pais; Escola


 

 

Justificativa

A epidemia de aids é marcada por sua expressiva incidência entre os mais pobres, as mulheres e os jovens. Estima-se que cerca de 50% das novas infecções pelo HIV entre adultos no mundo esteja ocorrendo hoje em pessoas com idade de 15 a 24 anos (UNAIDS, 2004). No Brasil, a situação entre os mais jovens está melhor controlada, mas esse grupo ainda apresenta, como em 1998, relevância estratégica no controle da epidemia. A faixa de 13 a 24 anos concentra hoje cerca de 10% dos casos notificados entre o total de homens e cerca de 15% entre o total de mulheres. A faixa de 25 a 34 anos concentra cerca de metade do total de casos notificados. Se lembrarmos que só notificamos os casos de doença aids, e considerando entre 6 e 9 anos o tempo médio entre a infecção e o adoecimento, é provável que a faixa entre 16 e 19 anos de idade seja responsável por um expressivo número de infecções também no Brasil.

Métodos tradicionais, excessivamente focados no aspecto comportamental, têm, contudo, demonstrado limites. Estratégias de redução de vulnerabilidade, que buscam novos objetivos e meios, visando uma resposta social mais ampla, têm sido propostas, necessitando avaliação.

Considerando a relevância do trabalho com jovens na dinâmica da epidemia de HIV/AIDS e as novas perspectivas abertas pelo nascente conceito de vulnerabilidade, propôs-se, em 1997, um projeto de intervenção e pesquisa que teve como objetivo elaborar e avaliar uma estratégia de prevenção de AIDS entre adolescentes, que trabalhe de modo abrangente e integrado os aspectos individuais, sociais e programáticos de jovens à infecção e adoecimento pelo HIV.

Para alcançar esse segmento populacional e trabalhar na perspectiva da vulnerabilidade, optou-se por desenvolver o projeto em uma escola pública de segundo grau da periferia da cidade de São Paulo. As vantagens deste campo de atuação são: o acesso a jovens de baixa renda (os escolarizados e os de seu entorno); atingi-los desde uma interface institucional pública e a possibilidade de um trabalho cotidiano e de longo prazo com essa população.

O campo desse projeto foi a Escola Estadual de Segundo Grau Virgília Rodrigues Alves de Carvalho Pinto (Virgília), localizada no Parque Previdência, periferia oeste da cidade de São Paulo, com 1.200 alunos, de ambos os sexos. São ainda fatores de eleição desta escola: atende jovens com idade entre 14 e 18 anos, em sua maioria, provenientes de camadas de média e baixa renda de bairros periféricos da zona oeste da cidade de São Paulo, constituindo população de grande relevância epidemiológica e potencialmente propiciadora do poder de generalização dos achados; localiza-se na área de abrangência do Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e de outras unidades da USP, o que favorece a experimentação das ações intersetoriais demandadas pela estratégia preventiva proposta; a escola já estava inserida no projeto "Prevenção Também se Ensina" (PTE)1, da Secretaria de Estado da Educação, o que determinou o interesse e a sensibilidade da comunidade escolar para o trabalho, garantiu a autonomia da iniciativa, já que o PTE estimula e apóia o desenvolvimento de estratégias locais de prevenção, e assegurou o aval da Secretaria de Educação, que adotou o referencial da vulnerabilidade como eixo conceitual do projeto.

Desde 1997, uma série de ações vem sendo desenvolvida na escola e progressivamente avaliada. Podemos sintetizar essas ações como: atividades diretas com os alunos: formação de alunos multiplicadores – voluntários interessados em desenvolver atividades preventivas com os pares (configurando uma média de 20 alunos no período total); atualização e capacitação de professores para o desenvolvimento de atividades educativas em sala (temas transversais), de supervisão e apoio aos multiplicadores para o desenvolvimento de atividades preventivas e, mais recentemente (2003), capacitação para a condução autônoma do projeto na escola, inclusive formando novos alunos multiplicadores; mapeamento e divulgação de recursos de saúde da região, contacto com o serviço para integrar ao projeto, encaminhamento de casos para assistência, testagem, aconselhamento, suporte mental, etc.

Foi na perspectiva de somar-se a esse processo de avaliação da intervenção e difusão das lições aprendidas que se definiu o presente trabalho. Propôs-se aqui fazer uma avaliação especificamente voltada para os pais, pelo lugar fundamental que ocupam na formação do adolescente. A fase em que os jovens dessa escola se inserem é uma fase de dependência muito grande – afetiva, cognitiva e financeira – por isso é essencial apreender também nesse âmbito as repercussões do projeto.

 

Objetivo

O presente protocolo buscou estudar o grau de conhecimento, compreensão e aprovação das ações preventivas desenvolvidas na escola Virgília por parte de pais ou responsáveis pelos alunos.

 

Material e métodos

Trata-se de estudo de caso, de caráter qualitativo, com base em questionário estruturado, auto-preenchido, com questões fechadas e abertas, dirigidos a pais e/ou responsáveis dos alunos das segundas e terceiras séries da escola, contemplando os três períodos, diurno, vespertino e noturno.

Procuramos saber dos participantes acerca do conhecimento do projeto, além de dados de caracterização familiar do aluno, sua aprovação da atividade, compreensão que tinham sobre ela, sua avaliação sobre a estratégia de educação por pares, percepção do impacto do projeto nos filhos e posicionamento frente a temas como adolescência, AIDS, gravidez e drogas. Além disso, queríamos saber o grau de envolvimento dos pais com as atividades relacionadas ao projeto e outras possibilidades de participação. Esse questionário foi aprimorado a partir de reuniões com a equipe envolvida do projeto na escola.

O método usado para aplicar o questionário foi pedir para que os alunos o levassem, junto dos respectivos Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos, dentro de um envelope, para que seus pais ou responsáveis o respondessem e eles o trouxessem novamente para a escola.

Os resultados obtidos foram trabalhados em forma de tratamentos descritivos e analíticos simples das variáveis e compilação das respostas abertas, buscando apreender não apenas as tendências médias de avaliação do projeto como eventuais padrões associados a perfis específicos, como religião, idade, renda, etc. Os resultados desse questionário foram apresentados aos pais e utilizados como feed-back para o desenvolvimento do trabalho na escola, além de buscar subsidiar a discussão no campo da saúde coletiva acerca das melhores estratégias para a prevenção da aids entre jovens.

Esse protocolo foi previamente examinado e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Medicina da USP.

 

Resultados

Foram entregues 571 questionários, 74% do total de alunos dos segundos e terceiros anos dos três períodos, manhã, tarde e noite (765 alunos). Desses questionários, 77 foram devolvidos (13% dos questionários entregues, 10% do total dos alunos referidos). Vinte e sete não puderam ser aproveitados, porque dezoito estavam em branco (alguns alunos falaram que haviam esquecido de entregá-los aos pais e por isso os devolveram em branco, mas pode ser que os pais não tenham mesmo se interessado pelo assunto, ou se recusado a responder, embora não tenham se manifestado verbalmente) e nove responderam por eles próprios. Portanto, 50 questionários corretamente preenchidos compuseram a amostra final (8% do total de questionários distribuídos e 6,5% dos alunos alvo da investigação).

A tabela 1 mostra que a maior parte das respostas foram de alunos do sexo feminino (69,4%), o que pode indicar um maior interesse pelas alunas sobre o tema e a proposta de avaliar o projeto.

 

 

Vale destacar que a maioria dos que responderam era do sexo feminino (78%) e mães de alunas (71,4%), conforme tabelas 2 e 3, abaixo.

 

 

 

 

Para se verificar se as mães responderiam mais aos questionários das filhas, e os pais, dos filhos, o que seria um indicativo da pessoa com quem o filho se sente mais à vontade para tratar desses assuntos e do responsável que se interessaria mais por esse aspecto de sua educação, foram cruzadas as tabelas do sexo do aluno e sexo do responsável, o que resultou na tabela 4, abaixo. Esta tabela mostra que os responsáveis do sexo feminino responderam bem mais aos questionários, tanto dos adolescentes masculinos (66,7%), como dos femininos (82,4%). Tanto os responsáveis do sexo masculino, como os do sexo feminino responderam mais aos questionários dos adolescentes do sexo feminino, do que do sexo masculino, embora a diferença seja pequena para os responsáveis do sexo masculino (54,5%), já nos do sexo feminino a diferença é bastante alta (73,7%). Isso pode ser um indicativo de que as alunas entregaram mais questionários aos seus responsáveis, e/ou que os responsáveis se interessaram mais por responder aos questionários dos adolescentes do sexo feminino, especialmente as mulheres (em sua grande maioria, mães, 71,4%).

 

 

A grande maioria dos pais não conhece e não sabe o que é o projeto "Prevenção Também se Ensina", implantado no Virgília. Apenas 18% o conhecem e 20,4% sabem o que é realizado na escola em termos de prevenção. Dentre esses, poucos falaram sobre algumas de suas atividades, extraídas de respostas abertas. A maioria demonstra um conhecimento apenas geral, como "prevenção", "conscientização" e "informação" sobre os temas tratados. A maioria nunca participou de nenhuma atividade relacionada ao projeto.

Todos os pais ou responsáveis que responderam ao questionário aprovam o projeto, o que chama bastante a atenção, mesmo com esse viés de serem apenas os que responderam. O motivo de aprovação em sua maioria é a possibilidade do adolescente ganhar informações sobre o assunto e assim se conscientizar sobre as DST, sobre a gravidez não-planejada e sobre as drogas. A escola é vista como "orientadora e direcionadora" para valores morais de nossa sociedade. A ação da escola é vista como complementar na educação dos filhos e alguns pais expressam a dificuldade de realizá-la sozinhos, por não se sentirem à vontade de falar com os filhos e vice-versa sobre os temas do PTE.

Todos os pais também aprovam a atividade principal do projeto, o debate e a orientação de um adolescente para outro. Muitos deles consideram que o debate entre adolescentes é mais interessante do que o debate entre adolescentes e adultos, porque eles se compreendem melhor e se sentem mais à vontade, além disso, novamente aparecem falas sobre alguns pais não se sentirem à vontade para discutir esses assuntos com os filhos e/ou não se sentirem à vontade. Alguns pais, contudo, aprovam esse debate com a ressalva de que seria necessário um adulto estar junto.

A maioria dos pais ou responsáveis responderam que já conversaram com os seus filhos (ou tutorados) sobre DST/Aids, drogas e gravidez, destacando-se o maior número de respostas afirmativas em relação a conversas sobre drogas, seguido de gravidez e DST/Aids.

Grande parte dos pais ou responsáveis acha que poderia participar mais do projeto assistindo a palestras e/ou de reuniões. Houve idéias diferentes, como divulgação de panfletos informativos e respostas a mais pesquisas. Um responsável, bastante interessado, falou que participaria "quantas vezes fosse convidado", entretanto, foi uma exceção, porque a maioria não deseja participar de nenhuma atividade do projeto na escola, por falta de tempo, por causa do trabalho, por já participar de outros projetos que tratavam sobre os mesmos temas e por dar a sua contribuição em casa. Alguns pensam que poderiam conversar mais em casa e conhecer mais sobre o projeto. Outros não sabem como poderiam participar (14,3%).

Como sugestões para o projeto, os pais enfatizam bastante que seja dada informação, principalmente através de palestras, conversas, debates, orientação, informação e conscientização. Quatro pais explicitaram que o debate seria entre professores e alunos. Outros três falaram que seria entre pais e filhos, destaca-se a fala de um: "sei da importância da escola nestes assuntos, mas, no meu caso, ajudar começa em casa". É provável que essas conversas, debates, orientação e informação em que não foram explicitados que haveria um adulto junto, sejam pensadas dessa forma, já que nenhum pai ou responsável sugeriu mais debates entre adolescentes, sem um adulto junto, seja professor, pais, ex-usuários de drogas, portadores de HIV, com a idéia de que alguém com um saber o passará a quem não sabe, o que pode ser pensado também pelos termos "orientação", "conscientização" e "repreensão".

Alguns pais ou responsáveis sugeriram que esses temas fossem inseridos na grade curricular, tratados com vídeos, trabalhos escolares, outros sugeriram campanhas, distribuição de camisinhas e de anticoncepcional na escola.

Chama a atenção as sugestões de cunho moral que alguns pais fizeram, como uma maior vigilância e controle do comportamento, incluindo uma maior punição: "não informar que tudo é permitido desde que seja seguro"; "maior rigor ao proibir cigarro dentro da escola (...). Mais punição para cabuladores de aula..."; "ficar atento com aquelas pessoas que são usuários, para que não ofereçam àqueles que não usam".

Por fim, destacam-se duas falas de dois pais ou responsáveis, a sugestão "necessário tudo" e o comentário "esse projeto já é um grande começo para se ter uma vida saudável", que enfatizam a aprovação dos pais em relação ao projeto.

 

Discussão

Através da aplicação desse questionário, foi possível obter-se dados bastante significativos que possibilitaram uma avaliação do projeto já implantado na escola desde 1997, em seus sucessos e em pontos a serem melhorados, apesar dos questionários devolvidos terem sido poucos.

Um fator que influenciou esse baixo resultado foi o distanciamento gradual da equipe do projeto em acompanhar as atividades, que antes se dava de forma constante, e a dificuldade dos professores em darem continuidade ao projeto, de forma que ocorresse sua visibilidade, mesmo que tenha sido dado um treinamento (no final do primeiro semestre de 2003) a eles para que a escola o conduzisse de forma autônoma. A situação de desestruturação na escola desde 2003 aumentou essa dificuldade – a escola mudou de direção quatro vezes e trocou o seu coordenador pedagógico, a anterior exercia um papel de grande influência na escola e ajudava muito no desenvolvimento do projeto; embora o novo coordenador tenha interesse em ajudar, está se adaptando ao novo cargo, o que é dificultado também por essa situação na escola.

Uma hipótese para esse número baixo de questionários devolvidos é a dificuldade em se envolver os sujeitos para que avaliem projetos de prevenção de HIV, como constatado no estudo de Begley et al. (2002), ou por não quererem gastar o tempo requerido; ou por terem dúvidas sobre a confidencialidade. Outras hipóteses, levantadas a partir de falas de alunos quando a pesquisadora fora buscá-los são: os alunos podem ter perdido os questionários; esquecido de entregá-los; esquecido em casa; os pais podem ter esquecido de preenchê-los; tanto alunos como pais podem não ter entendido a proposta.

Segundo estudo realizado por Levy et al. (1995), há um menor acompanhamento dos pais sobre a educação dos filhos, em relação a quando eram mais novos, nele, os pais de alunos da sétima devolveram 68% dos questionários enviados a eles pelos próprios alunos para uma pesquisa sobre o grau de conhecimento sobre Aids, enquanto na oitava série esta porcentagem caiu para 30%. O estudo de Weeks et al. (1997) aponta esta mesma dificuldade: os pais de alunos da sétima série, como atividade de um projeto de prevenção da aids na escola, foram convidados a fazer duas lições de casa junto dos filhos, a realização da primeira foi de 74% e a segunda de 65%, entre os de oitava série foi de 65% já na primeira tarefa.

Chama a atenção a grande maioria dos responsáveis (na maioria mães) e dos alunos que responderam aos questionários serem mulheres. Isso é um indicativo de que esse tipo de trabalho envolve mais as mulheres, o que reflete o seu papel cultural do cuidar, o que inclui a saúde sexual, e ainda recair sobre estas, normalmente, as atividades de caráter mais intimista, restrito ao privado. Isso também foi observado no estudo de Sigelman (1998), em que foram entregues questionários para pais ou responsáveis por usuários de drogas e não usuários, a fim de se comparar a socialização de seus filhos e atitudes e conhecimentos sobre aids, em que a maior parte dos responsáveis eram mães, seguido por pais e por outros responsáveis, como avó, e no de Dusenbury (1994), em um estudo realizado pelo telefone, em que a maioria das pessoas que responderam ao estudo eram mulheres, sendo que não havia essa preferência. No trabalho de prevenção de Figueiredo e Ayres (2002), os homens se dispuseram a integrar atividades preventivas em locais públicos e não compareceram a reuniões propostas em grupo, o que "leva a crer que não se interessam por expor tais assuntos em encontros mais restritos em que se adota um discurso mais subjetivo, intimista, típico do espaço privado" (p. 14) e as mulheres "ao contrário, parecem reproduzir a procura por espaços que lhe sejam socialmente destinados, espaços íntimos e menores em que haja pouca aparição pública e mais intimidade entre os participantes" (p. 14), elas "procuravam cartilhas e materiais em que leitura era individual, levando exemplares inclusive para irmãs e amigas" (p. 14). Segundo o estudo de Sly et al. (1995), por ser socialmente mais incentivado às mulheres a preocupação com a saúde, principalmente com o advento da aids, as mães conversam com suas filhas sobre saúde numa idade cada vez mais precoce e dentro do contexto de saúde elas discutem sobre aids, o que não acontece com os filhos, mesmo que estes lhe façam perguntas sobre o assunto, tanto quanto as filhas. Nesse estudo, os pais não foram estudados por isso não houve nenhuma afirmação sobre o seu papel na educação sobre Aids dos filhos. O estudo de Gayet et al. (2002) teve como resultado que os homens jovens falavam mais com os seus pais sobre aids do que as mulheres e as mulheres falavam mais com suas mães, o que não foi observado em nosso estudo.

O distanciamento da equipe do projeto e a dificuldade dos professores em lhe darem continuidade pode ter influenciado também que poucos pais o conhecessem (18%), soubessem do que se tratasse (20,4%) e houvessem tido alguma participação nele (apenas três, embora tivesse sido interessante que fosse perguntado qual tipo de participação, o que não aconteceu). Isto indica que as atividades do projeto não têm contemplado os pais de maneira suficiente e não chegaram a atingir a vida dos adolescentes da escola a tal ponto que influenciasse suas relações em casa. Porém, apesar disso e de haver muito poucos pais ou responsáveis de alunos multiplicadores, um número expressivo de responsáveis notou influência do projeto nos filhos (37%). Este achado contrasta com o número de pais que afirmaram antes não conhecer o projeto ou saber o que é feito em prevenção na escola. Fica ainda por determinar se essas diferenças observadas nos adolescentes, como maior interesse pelo assunto e estarem mais abertos em casa para conversar, são de fato influência do projeto ou uma mudança advinda do amadurecimento, pela idade e por estarem no colegial e não mais no ensino fundamental.

O grande desconhecimento não influenciou a posição positiva dos pais em relação ao projeto – cem por cento de aprovação. Apesar do viés advindo das poucas pessoas que responderam ao questionário, é de se considerar uma resposta geral positiva, visto que se fosse um projeto polêmico, certamente mobilizaria algum pai com alguma posição oposta. Os pais vêem a escola como um complemento da educação dos filhos e algumas vezes como uma forma de suprir a sua dificuldade em tratar desses temas com eles. Esse resultado vem ao encontro de estudos da década de 80, como os de Koblinsky e Atkinson (1982) e Parcel e Coreil (1985), mas não aos de Clawar (1977) e Scales (1982), citados por Reis e Seidl (1989), em que não havia a aprovação de projetos de educação sexual. Como já dito antes, o advento da aids influenciou que esse conteúdo fosse dado, dada a sua importância para a prevenção (Sly et al., 1995; Leo, 1986), também citado por Reis e Seidl (1989). Muitos estudos atuais indicam a aprovação dos pais em relação a projetos de orientaão sexual e/ou prevenção de aids (Antunes et al., 1997; Dusenbury et al., 1994; Verby & Herold, 1992; Landry, Singh & Darroch, 2000). Schumacher (1989), citado por Weeks et al. (1997), refere-se mesmo a uma demanda ativa dos pais por uma educação que envolva o tema aids nas escolas. Esse resultado não condiz com a impressão dos professores, conforme estudos que indicam que estes, no geral, consideram que os pais sejam empecilhos para a educação sexual na escola, por não aprovarem projetos desse tipo (Santos, 2001). O estudo de Forrest e Silverman (1989) fala sobre a pressão dos pais ser o maior problema apontado pelos professores para que ocorra uma educação sexual na escola e o conseqüente medo da direção das escolas de que haja uma reação adversa vinda da comunidade, mesmo que a maioria desses professores tenha relatado que a atitude da maioria dos pais contribua com a educação sexual dada pelos professores (48-49% em relação a 26-27%) e que ela acompanhe a seleção e desenvolvimento dos materiais usados em aula (54%). Pelos resultados obtidos no presente estudo, pôde-se observar que esse receio dos professores sobre a desaprovação dos pais não condiz com a atualidade, os pais aprovam e valorizam o projeto. Essa desaprovação de fato ocorria no passado, como já discutido, porém atualmente há uma tendência de que isso não ocorra.

Entretanto, a razão pela qual os pais aprovam o projeto apenas se refere a uma parte do projeto, as atividades em que adultos e/ou especialistas, ensinam sobre os temas aos adolescentes, seja sobre forma de palestras, aulas, debates entre professores e alunos. A escola é vista, com já mencionado nos resultados, como orientadora e disciplinadora de comportamentos, o que parece refletir mais a visão de escola que os pais construíram ao longo de sua história escolar do que o projeto implantado na escola de seus filhos. Nessa visão mais tradicional, supõe-se que haja sempre um adulto junto para transmitir as informações "corretas" para educandos tidos como absolutamente passivos, num modelo já amplamemente discutido por Freire (1996) e apelidado de "educação bancária". Isso pôde ser observado também pelas sugestões que os pais deram para que a escola ajudasse seus filhos a se prevenirem da aids, gravidez não-planejada e uso de drogas: ênfase da informação, e em sua maioria, na forma de palestras. Embora tenham sido propostos debates e conversas, pela ênfase na informação, mais do que sobre a reflexão conjunta e na conseqüente importância de um especialista sobre o assunto (o que se pôde apreender pela valorização de palestras e aulas de biologia), nota-se ainda a visão de que o jovem é inconseqüente sobre o futuro e sobre suas ações e a necessidade de alguém que vigie, para que não ocorram comportamentos indisciplinados.

Essas falas de cunho moral expressam uma visão comum de que alunos indisciplinados deveriam ser passivos em relação a estratégias relacionadas a esses temas, por terem maior necessidade das informações provindas destes, e não seriam as pessoas adequadas para que fossem agentes, o que também pôde ser observado na atitude inicial da coordenação pedagógica da escola, em 1997, que havia convocado para as oficinas de multiplicação alunos com problemas com drogas, ou com problemas de relacionamento de diversas ordens com os professores. Como o objetivo desse projeto não era realizar um trabalho terapêutico e sim preventivo, e pelo modelo teórico pensado ser construtivista, e não unilateral, modelador, os alunos "indisciplinados" não foram impedidos de participar como multiplicadores. Pelo contrário, foi valorizada a diversidade de multiplicadores para que pudesse ocorrer um diálogo que abrangesse a maior parte dos alunos da escola. O que se obteve como resultados foi a ressocialização desses alunos, um aumento de sua auto-estima e uma abertura de suas perspectivas para o futuro, graças a essa mudança de papéis, do estigma do mau aluno, para um aluno com uma função distinta na escola (Ayres et al., 2003a; 2003b).

Embora os pais não privilegiem a atividade principal do projeto, o debate entre adolescentes sobre os temas tratados no projeto, todos os que responderam a aprovam. No caso, não foi explicitado que esse debate usualmente é feito sem que um adulto esteja presente para que os jovens se sintam mais à vontade, porém, muitos pais, ao colocarem o motivo de sua aprovação, falaram justamente sobre os jovens se sentirem mais à vontade, com maior liberdade de se expressarem e de se sentirem mais compreendidos por pessoas da mesma idade. Além disso, uma das razões da aprovação do debate entre adolescentes é a mesma que da aprovação do projeto: ele é visto como uma forma de suprir a dificuldade de alguns pais em conversar com os filhos sobre esses temas. Assim, entende-se que para os pais seria difícil priorizar essa atividade em relação àquelas em cujo modelo eles próprios foram socializados na escola, mas percebe-se que, intuitivamente, muitos percebem a maior eficácia desse tipo de estratégia.

A grande maioria dos pais respondeu que conversa com os filhos tanto sobre DST/aids (78.3%), como sobre drogas (87.5%) e sobre gravidez (85.1%), sendo a diferença de porcentagem pouco significativa entre as conversas sobre esses diferentes assuntos, o que não condiz com estudos realizados com adolescentes ou jovens, em que eles contam que a conversa sobre sexo em casa é pouca e tardia (Lear, 1995) e que se sentem mais confortáveis ao conversar com os pais sobre qualquer assunto, inclusive o uso de drogas, do que sobre sexo (Klanger et al., 1993; Leite et al., 1994; Levy et al., 1993). Em sentido contraditório, o estudo de Dusenbury (1994) aponta que a maioria dos pais relataram já terem conversado com seus filhos sobre aids. Nos estudos de Wang e Wang (2000) e de Gayet et al. (2002), apontou-se que quanto maior a escolaridade do pai, mais discussão sobre aids os jovens têm no âmbito familiar e fora dele. Já no estudo de Sly et al. (1995), com mães, a educação da mãe foi um fator que nada influenciou ou pouco influenciou se esta conversava ou não com seus filhos sobre aids. No presente estudo os pais em sua maioria têm baixa escolaridade, a grande maioria só cursou até o ensino médio, e muitos não terminaram o ensino fundamental. Não temos informação para fazer uma comparação entre os pais que responderam e todos os pais da escola, para saber se essa baixa escolaridade seria maior do que a da totalidade da escola.

É interessante que entre as formas que os pais citaram como possibilidade de participar mais do projeto, destacou-se a maior conversa em casa sobre esses temas. O próprio questionário pareceu mobilizar essa possibilidade, o que seria positivo, por um lado, para trazer uma maior e uma maior auto-estima, segundo o estudo de Rates (1993), mas também pode ter um efeito negativo, a depender dos conhecimentos e atitudes dos pais – no estudo citado, as pessoas que receberam educação sexual dos pais não tinham muito conhecimento sobre aids, nem tendiam a usar camisinha, talvez porque os pais subestimassem o trato com a aids, ou porque pregassem a abstinência como forma de prevenção, além disso, os pais podem não se sentir preparados para discutir sobre aids, drogas e gravidez.

Outras formas citadas pelos participantes da nossa pesquisa para participar mais do projeto, como palestras, reuniões, distribuição de panfletos, refletem um interesse dos pais, porém, alguns colocaram a ressalva de que não têm tempo, ou chegam muito cansados do serviço e que fariam, ou já fazem a sua contribuição em casa. Essa dificuldade do envolvimento dos pais em projetos desse tipo aparece nos estudos de Weeks et al. (1997), Perry et al., citado pelo primeiro e Levy (1995), em que a falta de participação dos pais fez o nível de participação dos filhos também diminuir, num estudo de comparação entre o grau e conhecimento sobre aids entre pais e filhos. No estudo de Weeks et al. (1997), embora os pais desejassem participar, não o faziam devido à falta de tempo tanto por causa do trabalho e da família, apenas acompanhavam os filhos em lições de casa que deveriam ser feitas junto dos filhos (sétima e oitava séries) e não compareciam às atividades em que era exigido o comparecimento dos pais, como reuniões de pais e a ajuda na organização de uma rede entre pais. Essa foi uma queixa dos professores em nossa própria experiência de trabalho no Virgília (anexo 1): a "desobrigação" dos pais.

Alguns estudos mostram a importância da participação dos pais em projetos desse tipo por sua influência na forma como os filhos receberão as informações passadas, no grau de participação dos próprios filhos e por evitarem uma eventual pressão que os pais pudessem exercer e que dificultaria a manutenção dos ganhos alcançados com as intervenções (Allensworth & Symons, 1989; Berg-Kelly, 2003; Bosompra, 2001; Forrest, 1989; Haven & Stolz, 1989; Wren et al., 1997; Reis e Seidl, 1989). Por outro lado, o estudo de Weeks (1997), afirma que os efeitos do programa parecem ser mais resultado do ensino na escola e das intenções e comportamentos do aluno do que do envolvimento planejado dos pais.

 

Conclusões

A aprovação dos pais ao projeto é um indicador positivo importante para a sua continuidade. Esses resultados, contrastados à visão usual dos professores de que isso não acontecesse, serão importantes para assegurar a manutenção do projeto. Por outro lado, este não tem entre os pais a visibilidade e compreensão desejáveis. Dada a relevância da família para estratégias de redução de vulnerabilidade de jovens, tornam-se necessárias ações que atinjam mais diretamente os pais. Há interesse dos pais de se informarem mais, para que se sintam mais preparados para conversarem com os filhos. A participação destes no projeto ajudaria a assegurar que as mensagens sobre os assuntos tratados fossem recebidas pelos jovens de forma consistente, não conflitante com as mensagens recebidas em casa. Além disso, o monitoramento dos pais pode influenciar a atividade sexual do adolescente e reduzir a sua vulnerabilidade ao vírus.

Uma possibilidade de se envolver mais os pais seria o desenvolvimento de atividades voltadas para eles nesse sentido, no Programa Escola da Família, realizado pela Secretaria de Estado da Educação, em São Paulo, no qual a escola abre as portas aos finais-de-semana e realiza diversas atividades para atrair a comunidade.

O envolvimento expressivamente maior de mulheres reforça, ainda, a importância de considerar questões de gênero, tanto no desenho das ações quanto de sua avaliação.

Porém, ao se pensar nesse maior envolvimento dos pais, é necessário manter a confiabilidade dos jovens ao projeto, para que estes não se sintam "invadidos" em seu espaço de autonomia. Será importante ouvir alunos sobre como esse envolvimento pode se dar.

 

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Agência financiadora: FAPESP
1 Trata-se de um projeto de prevenção de DST/AIDS e abuso de drogas em escolas da rede pública estadual de São Paulo. Envolvendo cerca de duas mil escolas e mais de um milhão e meio de alunos em todo o Estado, é um projeto realizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) da Secretaria de Estado da Educação, em parceria com o Programa de DST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e da Coordenação de DST/AIDS do Ministério da Saúde. A participação da escola implica na elaboração de um projeto local de prevenção e busca de parcerias para seu desenvolvimento, cabendo ao nível central da Secretaria de Educação apenas supervisão e suporte.