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An. 1 Congr. Intern. Pedagogia Social Mar. 2006

 

Educação em saúde: construindo uma pedagogia do cuidado na escola pública

 

 

Luiz Carlos Castello Branco Rena1

 

 


RESUMO

Este projeto de extensão implica a parceria universidade-escola como resposta ao desafio da violência que atinge os adolescentes de nosso tempo. Envolvendo alunos de enfermagem e psicologia, o objetivo é fortalecer e ampliar as ações da escola pública no sentido de promover a saúde dos e das adolescentes, através da construção da consciência de auto-cuidado e cuidado do outro, construindo estratégias nos níveis do indivíduo e da comunidade, em parceria com o serviço de saúde local. Cerca de 516 adolescentes do primeiro ano do ensino médio estão envolvidos práticas de diálogo sobre relações humanas, práticas afetivas, saúde sexual e reprodutiva, identificando situações de vulnerabilidade social e as estratégias de superação do risco a partir de uma abordagem geracional, classe social, raça e gênero. Pretende-se, também, criar as condições institucionais para o acesso aos métodos contraceptivos e de prevenção do HIV, fortalecendo a relação com a UBS e com o programa de DSTs/AIDS do município. Adotamos a metodologia participativa que se realiza através das Rodas de Conversa e das Oficinas onde nos propomos a articular técnicas/estratégias com uma postura pedagógica crítico-transformadora, que viabilizaria a "dinâmica do grupo", oferecendo as condições para a construção de uma consciência de grupo indispensável à construção de novas posturas diante da vida.

Palavras-chave: Educação em Saúde; universidade-escola; violência; adolescência; DST/AIDS; Roda de Converesa.


 

 

No segundo semestre de 2004 a comunidade educativa da Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo (EENSC), situada no Bairro Angola, da Cidade de Betim/MG, foi impactada pela morte por assassinato de dois de seus aluno. Atos de violência dessa gravidade – para além do sofrimento imediato que causa aos familiares e amigos – reforçam as posturas de banalização da vida e instalam um sentimento de medo, impotência e vulnerabilidade que não podem ficar sem resposta. O Projeto Fala Sério: construindo estratégias de prevenção na escola é uma iniciativa de professores e alunos dos cursos de enfermagem e psicologia da PUC Minas/Betim no sentido de construir uma resposta adequada ao desafio da violência que atinge os adolescentes de nosso tempo. Como ação pró-ativa de valorização da vida e educação para o autocuidado e cuidado do outro esta iniciativa implica a interlocução e a parceria com a EENSC, com a Unidade Básica de Saúde (UBS Angola) e com o Centro de Estudos da Infância e Adolescência (CEIA).

Os cursos de enfermagem e psicologia se aproximam na medida em que ambos preparam profissionais para a produção de cuidados. É importante lembrar também que estes cursos enfatizam a importância da relação com a comunidade e com os serviços como componente indispensável à formação integral que é desenvolvida na graduação. O curso de enfermagem explicita em seu projeto político-pedagógico o compromisso de formar um profissional sintonizado com as exigências da realidade brasileira e comprometido com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), preparado também para as ações educativas junto à população. Nesta perspectiva o envolvimento dos alunos em ações educativas constituem-se como uma exigência curricular, para que o curso ofereça a sociedade profissionais generalistas dotados de instrumental para ser:

"...apto a desenvolver ações com terminalidade e resolutividade no âmbito da promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde, no nível individual e coletivo. Crítico e reflexivo, capaz de compreender a realidade sócio-econômica e política do país e de instrumentalizar-se para a participação ativa no âmbito do planejamento, da produção e da oferta das ações de saúde. Capaz de buscar e produzir conhecimento para o desenvolvimento de sua prática profissional. Planejar e implementar programas de educação com vistas ao desenvolvimento de recursos humanos e promoção da saúde de grupos nas diferentes fases do ciclo vital." (1999 - 13 e 14)2

Sendo assim, este projeto se constitui como uma possibilidade valiosa de ampliação dos vínculos da universidade com a comunidade e de oportunidade de inserção do aluno da graduação na dinâmica das instituições de serviço com os quais ele vai se deparar no exercício da profissão.

A Escola Estadual Nossa Sra. Carmo, hoje sob a direção da Prof. Maria Angélica Jardim Martins Miranda, foi fundada em 06 de fevereiro de 1984 e está localizada à Rua Arthur Trindade, nº. 525, Bairro Jardim Iara, Região do Angola, mesma região em que se situa o Campus da PUC Minas. Hoje, a comunidade educativa da EENSC reúne 1465 alunos matriculados no Ensino Médio, 48 professores, 29 técnicos e outros trabalhadores da educação. Os 516 alunos e alunas do 1º ano do Ensino Médio estão distribuídos em 12 turmas no período vespertino e 2 turmas no período noturno. A EENSC conta com uma boa infra-estrutura e 90 % do seu corpo docente são funcionários efetivos do Estado.

O Centro de Estudos da Infância e da Adolescência (CEIA) surgiu em março de 1998 como espaço de articulação de profissionais de diversos campos do conhecimento comprometidos ética e politicamente com as grandes causas da infância e da adolescência e tendo como missão:

"Reunir profissionais de diferentes áreas do conhecimento para troca de conhecimento e para debate interdisciplinar sobre as dimensões fundamentais da infância e da adolescência; apoiar institucionalmente experiências de intervenção e a produção de conhecimento; sistematizando e divulgando informações que contribuam para o aprofundamento da cidadania na sociedade brasileira." (2001, p.7)3

Ao longo de sua trajetória o CEIA, que está localizado no centro de Belo Horizonte4, tem contribuído com a experimentação de metodologias de intervenção em projetos dirigidos à população adolescente; com a participação em iniciativas de atualização de educadores; na formatação de projetos de pós-graduação em parceria com Instituições de Ensino Superior entre outras iniciativas de relevância social e política. No esforço de assegurar qualidade às ações que empreende o CEIA vem estruturando um acervo bibliográfico especializado, uma videoteca, um acervo de jogos educativos e um banco de dados sobre adolescência.

A violência urbana que se alastra como uma epidemia é um dos grandes desafios que marcam a sociedade brasileira neste início do Século XXI. Entendemos, portanto, que a universidade, a escola, o serviço de saúde e as ONGs podem constituir uma aliança estratégica em função da proteção e da defesa da vida e dos direitos de crianças e adolescentes de nossas comunidades.

A situação em que se encontra, hoje, a maior parte dos adolescentes e jovens brasileiros se constitui em enorme desafio sócio-político e cultural. O esforço de aprofundar o diagnóstico e propor respostas para esses desafios tem ocupado profissionais e instituições diversas. Recentemente a grande mídia chamava a atenção para acrescente desproporção quando comparamos homens e mulheres mortos por causas externas:

"O aumento do número de mortes entre jovens do sexo masculino já começa a afetar a proporção de homens e mulheres no país, segundo a Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além da expectativa de vida maior das mulheres, as mortes não-naturais (causadas por acidentes ou atos de violência) entre homens de 20 a 24 anos chegam a ser dez vezes maiores do que a de mulheres nesta mesma faixa etária. Nem sempre foi assim. De 1980 a 2003, o número de mortes por causas externas passou de 121 para 184 a cada 100 mil habitantes. Antes, as mortes por causas naturais superavam as violentas. Entre as mulheres, a taxa permaneceu praticamente inalterada neste período. Os jovens de 20 a 24 anos são os principais alvos de mortes violentas. Por isso, a sensação de que existem mais mulheres do que homens no país deixou de ser um presságio para se tornar uma estatística." (FSP, 2005)5

O estilo de vida adolescente e/ou jovem também tem mobilizado a produção acadêmica na última década. No entanto, constatamos uma carência de esforços no âmbito das metodologias – do como fazer as coisas quando se trata de abordar os adolescentes e jovens – a maioria dos trabalhos publicados oferecem contribuições no nível do diagnóstico e/ou análise. Rua, discutindo a situação da saúde sexual e reprodutiva das meninas brasileiras afirma:

"Não estão disponíveis dados que permitam associar tais ocorrências com a prostituição juvenil feminina e exploração sexual de adolescentes do sexo feminino. Entretanto, é possível observar, primeiro, o aumento da fecundidade entre as jovens de 15 a 19 anos – a chamada fecundidade precoce – e a redução relativa da fecundidade do grupo de 20 a 24 anos. Em segundo lugar, constata-se, em ambos os grupos, que a maioria dos nascidos vivos são filhos de mães solteiras, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, embora haja, no Brasil como um todo, uma forte associação entre a maternidade e a união consensual (cf. Camarano, neste volume). Em terceiro lugar, a maioria das mulheres de 15 a 19 anos (50.6%) e de 20 a 24 anos (65.6%) chefiam uma família monoparental , ou seja, são responsáveis, sozinhas, por si mesmas e por seus filhos (cf. Berquó, neste volume). Em quarto lugar, a Segunda maior causa de morbidade hospitalar feminina são as doenças do aparelho geniturinário, usualmente provocadas pelas doenças sexualmente transmissíveis, cuja freqüência pode ser indicativo de incesto, abuso sexual e vida promíscua (cf. Travassos, neste volume)" (RUA, 2004)6

Contudo, é o resultado desse esforço de descrever e interpretar a dura realidade que subsidia as iniciativas de intervenção que emergem no âmbito das organizações governamentais, da sociedade civil e das instituições privadas que se constituem respostas aos grandes desafios como o da epidemia de AIDS:

"Dados do Boletim Epidemiológico de Aids divulgados hoje (29/11) pelo Coordenador Nacional de DST e Aids, Paulo Roberto Teixeira, revelam que a partir de 2000 há uma inversão, na relação homem-mulher, da incidência de aids, na faixa etária de 13 a 19 anos de idade, com um número maior de casos de aids em adolescentes do sexo feminino (0,8:1 em 2000; 0,6:1 em 2001). Em 2000, foram 191 casos em meninas de 13 a 19 anos contra 151 casos em rapazes da mesma idade. Em 2001, foram notificados 152 casos de aids em adolescentes do sexo feminino, contra 91 casos notificados em adolescentes homens. Entre os jovens de até 24 anos, esta relação homem-mulher é hoje praticamente 1:1." (MS, 2002)7

Podemos, portanto, afirmar que mais do que nunca se faz necessário avançar rumo à educação integral que assegure o desenvolvimento das competências básicas preconizadas pela UNESCO:

"Para poder dar resposta ao conjunto de suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a viver juntos; aprender a ser." (UNESCO, 2000)

Viver como jovem nos dias atuais se constitui um desafio que não pode ser enfrentado de forma solitária. Neste sentido, se faz necessário potencializar os espaços de socialização secundária disponíveis e a escola é um dos espaços privilegiados para esse aprendizado da convivência.

É preciso reconhecer também que por de trás das mortes violentas, das gestações não planejadas, dos índices crescentes de contaminação pelo HIV está uma compreensão do que vem a ser homem e mulher na sociedade brasileira contemporânea, que dá sustentação a discursos discriminatórios e práticas opressivas em todas as esferas de convivência humana. Um olhar mais atento sobre a realidade brasileira, historicamente marcada pela tradição patriarcal, permitirá perceber sinais muito evidentes desta estrutura hierárquica que se perpetua, resistindo à reorganização dos modos de produção da sociedade brasileira, atravessando as gerações, permeando as classes sociais, manifestando-se na cidade e no campo.

A desigualdade que caracteriza as relações de gênero no contexto da sociedade brasileira afeta a qualidade de vida de homens e mulheres. As iniciativas de cuidado com a saúde sexual e reprodutiva, por exemplo, enfrentam reais dificuldades em integrar o homem no processo de cuidado da própria saúde e da saúde da parceira, quando este cuidado passa pela problematização de determinadas práticas masculinas validadas como naturais. Diferentes processos de socialização, reproduzidos a cada geração, estabelecem, por exemplo, que o cuidado com a saúde dela própria, dos filhos e do parceiro é uma tarefa da mulher e que ao homem cabe o papel de provedor material. Contudo, o homem, a partir da posição de poder que ocupa nas relações sociais de gênero, é o principal sujeito do processo decisório em muitos aspectos fundamentais da vida.

Da mesma forma, em outras dimensões da vida, a cultura sexista estabelece com acentuada rigidez o que é próprio do masculino e o que é próprio do feminino, implicando na auto-exclusão e/ou na mútua-exclusão de um grande número de experiências cotidianas, importantes para o processo de crescimento de homens e mulheres como pessoas. A força dos mecanismos sociais que oferecem sustentação a esse processo de exclusão em diferentes contextos sócio-culturais e a abrangência das práticas de exclusão no que se refere à faixa etária, classes sociais, raça e religião apontam para a instalação de uma cultura da exclusão, como condição determinante e ao mesmo tempo produto das relações de gênero. Portanto, a condição de gênero, enquanto "forma primeira de significar as relações de poder" (SCOTT,1991), está na base do código social que estabelece padrões diferenciados de conduta para homens e mulheres nos vários setores da vida social.

Neste sentido, as ações do Projeto Fala Sério pretendem como objetivo último fortalecer e ampliar as ações da escola pública no sentido de promover a saúde dos e das adolescentes, através da construção da consciência de auto-cuidado e cuidado do outro, construindo estratégias nos níveis do indivíduo e da comunidade, em parceria com o serviço de saúde local.

O esforço de alcançar este objetivo maior implica na busca de objetivos mais específicos:

• Disseminar informação atualizada sobre as vias de transmissão das DSTs/AIDS alcançando todos os integrantes da comunidade escolar.

• Disseminar informação atualizada sobre anatomia e fisiologia da sexualidade e da reprodução alcançando todos os alunos do primeiro ano do ensino médio.

• Identificar situações de vulnerabilidade social e as estratégias de superação do risco a partir de uma abordagem de geracional, classe social, raça e gênero.

• Construir e implementar estratégias de prevenção e cuidado nas diversas possibilidades de envolvimento afetivo e sexual envolvendo educadores e educandos que exercem liderança no âmbito da escola.

• Criar as condições institucionais para o acesso aos métodos contraceptivos e de prevenção do HIV, fortalecendo a relação com a UBS e com o programa de DSTs/AIDS.

• Capacitar teórica e metodologicamente vinte alunos do primeiro ano do ensino médio para atuar como educadores dos seus pares e multiplicadores de informação e agentes de mudança da realidade.

• Capacitar a equipe de estagiários do PFS.

A realização dos objetivos acima exige uma metodologia coerente com os princípios e as concepções da educação libertadora de Paulo Freire. Entendemos metodologia como um jeito de fazer as coisas; de atuar e intervir na realidade, buscando uma práxis, isto é, um pensar crítico sobre a prática e uma prática que problematiza nossas concepções. Está compreensão crítica das práticas de educação deverá nortear, portanto, as ações de educação em saúde enquanto:

"quaisquer combinação de experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias conducentes à saúde... A palavra delineada distingue o processo de educação de saúde de quaisquer outros processos que contenham experiências acidentais de aprendizagem, apresentando-a como uma atividade sistematicamente planejada." (CANDEIAS, 1997)

Nesta atuação manejamos cuidadosamente uma diversidade de técnicas de abordagem e recursos de mediação, que revelam, neste jeito de trabalhar com jovens e adolescentes, nossa visão de mundo, do homem e da história. Assim, buscaremos observar os seguintes cuidados metodológicos:

• A participação dos envolvidos na experiência é um valor e a contribuição e a criatividade de cada um devem ser reconhecidas e valorizadas.

• Cada um constrói, durante sua trajetória de vida, um saber que integra sua bagagem. Esta diversidade de "saberes" é uma riqueza a ser compartilhada.

• Educador e educando, detêm saberes diferentes e são parceiros no esforço de aprender e construir conhecimento.

• A interação é indispensável e todas as possibilidades de comunicação e troca devem ser igualmente valorizadas.

• A constituição e a manutenção do vínculo grupal é um desafio permanente. Trabalhar com grupos exige uma postura de leitura constante de cada um e de todos os envolvidos nas teias das relações que se estabelecem no interior do grupo.

• O planejamento das ações é necessário como referência para a condução do processo, mas suficientemente flexível para incorporar mudanças exigidas pelo movimento do grupo e da realidade que o circunda.

• O registro da experiência se constitui em compromisso com a memória histórica de cada um e do grupo. A documentação também é ação educativa e transformadora.

• A avaliação é responsabilidade de todos: ponto de chegada e de partida. A avaliação abrangente permite aprender com os erros alterando os rumos da ação. A identificação dos acertos aponta caminhos de aperfeiçoamento da intervenção educativa.

Estes princípios metodológicos estão contemplados na prática das "Oficinas" como estratégia de intervenção pedagógica e psicossocial. O termo "oficina" é definido pelo Aurélio (1986) como "lugar onde se exerce um ofício...lugar onde se verifica grandes transformações". A prática das "oficinas" consiste precisamente na prática do ofício de pensar e sentir sobre a vida em vista de pequenas e grandes transformações. Se, para o marceneiro, a madeira é a matéria a ser transformada em objeto útil pela força do seu desejo e das suas ferramentas, para o grupo em Oficina, a matéria do seu trabalho é a história de cada um e a história de todos que poderão ser reveladas e transformadas pela força dos argumentos e dos sentimentos compartilhados. A vivência da Oficina implica este esforço pedagógico pessoal e coletivo, com a racionalidade e a objetividade próprias da pedagogia, associado à abordagem da dimensão afetiva-emocional da pessoa, que permita a desconstrução e reconstrução social dos valores, das crenças, dos preconceitos e dos tabus, social e historicamente construídos.Smeke e Oliveira (2001) citando Stotz(1993) afirmam:

"Stotz nos lembra de um enfoque mais abrangente que superaria estas propostas de prevenção/promoção. São as que põem ênfase no aspecto pedagógico, e por isso aqui chamadas de pedagógicas. Apesar de considerar que o comportamento individual predomina entre os fatores de risco, porque se apóia no modelo médico de compreensão das doenças, esse enforque propõe que os indivíduos sejam levados a ter uma compreensão genuína da situação em que vivem. A partir do compartilhar e explorar as crenças e os valores e da discussão de suas implicações práticas, é possível que os indivíduos reformulem as informações que tinham antes, assumindo, eventualmente, uma atuação na sociedade, disseminando os conhecimentos desenvolvidos." (SMEKE e OLIVEIRA, 2001: p.127/128)

Efetivamente o grupo se torna por algumas horas a possibilidade real de experimentação de novos padrões de relacionamento, de problematização dos papéis sociais e de relativização das identidades monolíticas. É esta intencionalidade pedagógica e este olhar psicossocial que nos permite afirmar que as Oficinas se constituem um método de trabalho para profissionais inseridos em processos de educação em saúde. Afonso em seu ensaio sobre Oficinas enquanto técnica de intervenção psicossocial afirma:

"[...] a oficina como um trabalho estruturado de grupos, podendo incluir vários encontros, mas sendo sempre focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe elaborar, dentro ou fora de um contexto institucional. Principalmente, é preciso esclarecer que a elaboração que se busca na oficina não se restringe a uma reflexão racional mas envolve os sujeitos de maneira integral, seus sentimentos, formas de pensar e de agir. Assim, a oficina se distingue de um projeto apenas pedagógico, embora tenha uma dimensão pedagógica, e de grupos de terapia, embora envolva uma dimensão clínica. Além disso, a "oficina " utiliza-se em grande medida das teorias e técnicas de grupo já produzidas na área da dinâmica de grupo, o que caracteriza uma prática de intervenção própria da psicologia social". (AFONSO, 1997: 3)

Na metodologia da Oficinas nos propomos a articular técnicas/estratégias com uma postura pedagógica crítico-transformadora, que viabilizaria a dinâmica do grupo, oferecendo as condições para a construção de uma consciência de grupo. Este sentimento de pertença a um grupo é necessário ao enfrentamento do desafio que significa rever valores, atitudes e normas da cultura, até então aceitos e introjetados (Lewin,1948). Assim, estamos apresentando a metodologia de "Oficinas" enquanto instrumento adequado à problematização de valores e atitudes no campo da adolescência objetivo final deste projeto de intervenção.

Para o educadores e profissionais de saúde a atuação nas oficinas, conforme a concepção aqui explicitada, significa o desafio de transitar entre o pedagógico e o terapêutico na condução das atividades. Tendo a história de cada um e de todos como ponto de partida e de chegada, é quase impossível pensar sobre projetos de vida sem resgatar as expectativas de pai e de mãe que cada um traz consigo, com toda a gama de sentimentos, – cobranças, arrependimentos, ausências, culpas – entre outros que nascem desta relação tão fundamental e básica para o sujeito. Ao encarar o fato inevitável e óbvio do corpo sexuado encaramos também as marcas de anos de repressão dissimulada à qual este corpo foi e continua sendo submetido: descobre-se que para muitos adolescentes este fato não é tão óbvio e há aqueles e aquelas que prefeririam que este fato nunca tivesse ocorrido. Mesmo que desprovida de uma intenção psicoterapêutica, as Oficinas , no contexto deste projeto poderão ter conseqüência terapêutica. Estar atuando nesta fronteira exigirá dos profissionais uma leitura constante do grupo e de cada um, o aprimoramento da escuta e da sensibilidade e a disponibilidade para dar suporte e encaminhar para o profissional adequado, quando se fizer necessário. Precisamente, é essa inegável interface entre educação e saúde que exige e dá sustentação à articulação entre a escola, o serviço de saúde e a instituição formadora no esforço comum das ações educativas em saúde:

"A escola cidadã contribui para a promoção da saúde ao mesmo tempo em que busca formar cidadãos conscientes de seu estar "no" e "com" o mundo, refletindo criticamente sobre suas vidas e caminhos para construí-la de uma forma saudável... A escola e o serviço de saúde atuam na vida cotidiana, discutindo valores, crenças, mitos, hábitos e estilos de vida em momentos em que os indivíduos estão mais suscetíveis à reflexão sobre esses aspectos. Nessa perspectiva, é de especial importância a atuação desses setores junto a crianças e adolescentes, sujeitos em desenvolvimento, na construção de projetos saudáveis de vida." (AERTS et all, 2004: p.1025)

Considerando que neste projeto o adolescente é percebido como sujeito histórico capaz de contribuir nos processos de transformação sócio-histórica quando assim o deseja pretende-se combinar duas estratégias de abordagem: a Roda de Conversa e a Oficina.

As Rodas de Conversa (RC) deverão ocorrer com a participação de toda a turma escolar que reúne cerca de 40 a 45 participantes. Nesta estratégia a palavra é o instrumento de mediação privilegiado e os participantes são convidados a construir uma prática de diálogo mais organizado e ordenado por regras previamente estabelecidas pelo próprio grupo. O lugar do facilitador ou mediador é ocupado necessariamente por alguém de fora do contexto do grupo que poderá atuar com autonomia e isenção na coordenação das atividades da RC. A RC terá como ponto de partida uma questão relevante para o grupo dentro da temática proposta pelo projeto. Essa questão poderá ser colocada na roda através de diferentes formas: uma pergunta bem fundamentada, uma notícia, o fragmento de um poema, uma cena de novela, uma situação-problema, etc. Considerando o número de participantes e o tempo disponível (90 minutos) para a roda não se pode pretender que a discussão seja em profundidade. Mas, é importante que os aspectos centrais sejam tocados e que todos tenham assegurado seu direito à palavra. No espaço das rodas serão identificados os adolescentes com potencial de protagonismo social para atuação como educadores de outros adolescentes.

As Oficinas – OF serão oferecidas em horário extra-classe para aqueles e aquelas selecionados(as) para o grupo de adolescentes educadores. As OF implicam um esforço de aprofundamento maior dos conteúdos discutidos e a apropriação, através da vivência, de uma metodologia de abordagem. O trabalho de OF pressupõe uma dedicação de 2 a 3 horas semanais permitindo ao pequeno grupo (até 15 componentes) um alto grau de comprometimento com os objetivos do projeto, a instalação de um vínculo grupal mais consistente, a possibilidade de criação individual e coletiva, o estabelecimento e o cumprimento de tarefas coletivas.

O desenvolvimento das ações previstas no projeto exigiram a subdivisão do grupo de estagiários em quatro equipes de três alunos assegurando em cada equipe a presença de representantes dos dois cursos envolvidos: psicologia e enfermagem.

A primeira Roda de Conversa ocorreu em maio de 2005. Ao longo desses meses de atuação a experiência de planejar, executar e avaliar as Rodas de Conversa – estratégia pedagógica baseada no diálogo de iguais para abordagem de uma questão relevante selecionada no rol das questões apresentadas pelo grupo – tem se constituído como momentos preciosos de aprendizado e desafio à criatividade. O esforço de trabalhar em equipe, compartilhando a condução da intervenção com um (a) colega que está se formando em outra área exige pensar e agir de forma interdisciplinar e transdisciplinarmente. A natureza sócio-educativa e psicossocial do Projeto Fala Sério favorece o desenvolvimento dessa competência que é saber trabalhar com aquele(a) que tem uma formação diferente da minha. A condução das Rodas de Conversa implicam o exercício de uma habilidade indispensável à atuação dos profissionais da enfermagem e da psicologia: a gestão de processos grupais. Tal processo pressupõe a vivência de várias fases: mobilização dos sujeitos para a experiência de grupo; aproximação e construção de vínculo; identificação das demandas, organização da resposta às demandas assegurando metodologia adequada e qualidade no conteúdo; definição de estratégias de avaliação em diferentes níveis e que alcancem os vários atores envolvidos.

O atendimento às demandas explicitadas (Quadro 01) pelos adolescentes nas primeiras Rodas de Conversa exigirá maior discussão e elaboração teórica do grupo, sobretudo no esforço de eleger o que é mais fundamental dentro dos grandes temas identificados, para este público que participa do Projeto.

 

 

No quadro abaixo apresentamos os eixos temáticos aglutinadores das demandas e as equipes que se responsabilizaram pela elaboração de uma proposta inicial de abordagem da temática para discussão com as demais equipes.

 

 

Com os encontros acontecendo quinzenalmente em cada uma das turmas, as duas primeiras Rodas foram dedicadas ao levantamento da demanda e ao estabelecimento das condições necessárias à abordagem das temáticas apontadas pelos adolescentes. Nesta fase da experiência a atuação dos graduandos, apesar da especificidade de sua formação, não se difere muito no momento da intervenção. Alunos de psicologia e de enfermagem compartilharam igualmente as tarefas inerentes às ações do projeto, sobretudo a tarefa de prover a informação correta e atualizada. Os alunos estão orientados a não fornecer a informação naquelas situações em que se instalar a dúvida.

No atendimento à demanda dos adolescentes a partir da abordagem das temáticas que emergiram dos próprios adolescentes, em alguns momentos, exigiu maior envolvimento de um ou de outro campo dos saberes aqui representados. No entanto, quase todos os temas permitiram abordagens nas duas áreas e propiciando a interlocução entre os profissionais envolvidos. Certamente, os alunos da enfermagem foram chamados a contribuir mais efetivamente quando as questões em debate se relacionarem à fisiologia e anatomia, por exemplo. Enquanto os alunos da psicologia deverão se envolver mais quando aspectos do comportamento, das atitudes, da expressão da subjetividade se colocarem na roda. É preciso reconhecer também que as demandas individuais e/ou de pequenos grupos são inevitáveis. Nestes casos houve um primeiro acolhimento da demanda que consiste na escuta cuidadosa e atenta. Na seqüência a discussão do caso na equipe e na reunião da supervisão, decidindo-se coletivamente pelo melhor procedimento. O projeto não é de natureza assistencial ou terapêutica e naqueles casos em que o sujeito necessita assistência ou terapia a opção é fazer o encaminhamento para os serviços de referência.

Após esses primeiros meses de atuação já podemos afirmar que o Projeto alcançou alto grau de adesão dos adolescentes que se envolvem satisfatoriamente com as atividades e vivências propostas nas Rodas de Conversa. Mas podemos, também, identificar alguns desafios que precisam se superados a fim de assegurar a qualidade do trabalho e alcance dos objetivos propostos:

• A interferência na agenda dos professores.

• A disputa pelo espaço físico com os professores.

• Desinformação dos professores quanto a agenda das Rodas de Conversa previamente definidas com a orientadora da escola.

• A obrigatoriedade da participação no debate de questões que resgatam eventos da intimidade e mobilizam sentimentos e emoções.

• A expectativa, em algumas turmas, de uma continuidade do modelo de sala de aula, reproduzindo uma relação professor-aluno verticalizada e autoritária. Dificuldades para assumir a co-responsabilidade no processo.

• A indisciplina e a falta de limites dos adolescentes.

• A dificuldade dos adolescentes de conviver com a diferença.

• A indisponibilidade para o diálogo, a dificuldade de escutar.

• O número muito grande de alunos por turma.

Como resposta a essas dificuldades renegociamos o projeto com a escola e acordamos as seguintes mudanças:

• Adesão livre dos adolescentes ao projeto através de ficha de inscrição e exposição de motivos e concordância da família.

• Transferência das atividades para o Campus da PUC Betim solucionando o problema da disputa pelo espaço físico.

• Continuar insistindo no exercício da participação tendo a palavra como principal instrumento de participação nas rodas.

• Controle rigoroso da presença através da assinatura do aluno.

• Em caso de ausência assegurar a comunicação à escola e à família no mesmo dia.

• Afastamento do projeto após três ausências sem uma justificativa aceitável.

• Oferecer certificado de participação para aqueles que apresentarem 85% de freqüência nas atividades do projeto.

• Envolver os professores oferecendo Oficinas de Atualização dentro das temáticas abordadas no Projeto.

Até novembro de 2005 as 12 turmas envolvidas Projeto Fala Sério já haviam realizado sete Rodas de Conversa conforme descrição apresentada no próximo item deste relatório. Neste momento já há condições das equipes, em conjunto com a Escola, desencadear o processo de identificação e seleção dos 24 adolescentes que serão convidados a realizar um percurso formativo mais intenso e aprofundado através das Oficinas. A continuidade do Projeto em 2006 nos permitirá dar esse passo fundamental que é preparar um grupo de adolescentes para uma ação protagônica e permanente no âmbito de sua escola, bem como oferecer momentos de atualização para o grupo de professores do 2º ano do Ensino Médio.

Na percepção dos adolescentes o Projeto tem proporcionado um espaço valioso de aprendizagem sobre aspectos e dimensões da vida que nem sempre são trabalhados na sala de aula ou na família. A dinâmica das Rodas de Conversa tem contribuído para a integração e o conhecimento mais profundo de cada um dos colegas e em alguns momentos lugar de partilha e cumplicidade onde o sujeito se sente acolhido.

"(...) o Projeto traz muitas coisas novas (...) outros jovens de outras escolas também poderiam participar e ver como é produtivo aprender novas coisas, e também passar para aqueles que não tem o privilégio de participar. Que pena que acabou." (Lislley)

"Que bom que houve um projeto, que me mostrou algo a mais na vida, me mostrou como impor minha opinião (...). Que pena que o projeto saiu da escola, pois ao sair da escola não pude participar mais como eu queria. (...) Outro adolescente deve participar para aprender como eu aprendi com o projeto. O tempo que participei gostei muito e achei muito aproveitador e acho que outros adolescentes irão gostar como eu gostei." (Guilherme)

Como espaço de escuta desse sujeito adolescente houve necessidade de encaminhar para Clínica do curso de psicologia duas alunas que explicitaram sua necessidade de apoio terapêutico. Para os estagiários a experiência tem se constituído em momento privilegiado de aprendizagem e enriquecimento da formação acadêmica como podemos verificar nos depoimentos que se seguem:

"Participar do PFS como facilitadores nas Rodas de Conversa nos trouxe muita satisfação e boas experiências. O contato com pessoas diferentes (tanto os adolescentes quanto os colegas de outro curso) nos proporcionou crescimento pessoal e profissional. Esta relação com um grupo repleto de diversidades de opiniões e divergências de pensamentos acrescentou em muito em nossa formação acadêmica, na medida em que proporcionou o exercício do trabalho em equipe. Trabalhar em equipe é uma tarefa árdua e necessária, tanto para a psicologia quanto para a enfermagem, para que se possa compreender melhor o alvo de trabalho destas duas profissões: o Ser Humano. E, nada melhor do que conviver com o outro para aprender e crescer junto dele. Nosso trabalho no Projeto Fala Sério está sendo uma troca: de experiências, de saberes, de opiniões; além de ser um momento de construção de novos conceitos, de aprender a conviver com o outro e de saber respeitar as diferenças e os limites de cada um. Além disto", trabalhar este tema "Adolescência" é algo novo para os dois cursos, sendo uma experiência ímpar para nós estagiários de enfermagem e psicologia, pois o curso não nos proporcionou este momento até então." (Equipe C: Ana Paula Gusmão, Jeferson Rodrigo, Maria Cristina)

"Um ponto importante ao se trabalhar em equipe é que sobre um mesmo assunto, existem diferentes opiniões e que aquela que se pensava ser a correta é contraposta por várias outras. Passamos então a aceitá-las de forma a não recriminar a opinião do outro e sim, descobrir opiniões diferentes. Trabalhar em roda proporciona algo fantástico, que é a descoberta. Não existe saber maior ou menor, existem saberes diferentes. Neste sentido a equipe se descobre a cada momento e os conflitos, principalmente estes, provocam um crescimento inexplicável. Ao nos identificar enquanto equipe, a limitação nos conhecimentos enquanto futuros enfermeiros e psicólogos, torna-se algo natural, não sendo necessário uma delimitação formal de onde começa e onde termina a participação do outro. Os estudantes hoje não nos identificam pelos cursos que fazemos, e sim como facilitadores do Projeto Fala Serio. A interdisciplinaridade é essencial para que seja possível alcançar a integralidade." (Equipe B: Adelaine, Carolina e Elton)

Os depoimentos acima revelam que a inserção no projeto provoca nos estudantes um encontro consigo mesmo e uma revisão dos valores que devem pautar sua relação com o outro e com a comunidade. Há na equipe uma convicção de que o projeto deve seguir seu curso e, exceto aqueles que estão se formando, os demais alunos da graduação já manifestaram sua intenção de continuar integrados ao projeto.

Em 2006 as ações do projeto terão continuidade junto aos 42 alunos e alunas da E. E. Ns.Sra. do Carmo que demonstraram habilidades e competências para o engajamento em ações educativas junto aos seus pares. Estes adolescentes e jovens, agora cursando o 2º ano do Ensino Médio serão convidados para um percurso formativo de vinte oficinas. Através das Oficinas pretende-se prover estes jovens dos recursos metodológicos e teóricos, bem como das ferramentas necessárias a ampliação permanente destes recursos. Simultaneamente o Projeto Fala Sério será implantado na E.E. Dr. Oretes Diniz , no Bairro de Citrolândia. Esta escola se destaca por sua inserção na região que tem o mais baixo IDH da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Trata-se também de uma comunidade marcada pela presença da Colônia Santa Isabel. um dos mais antigos sanatórios do Brasil, criado para acolher portadores de hanseníase. Uma combinação de fatores sócio-históricos tem transformado essa comunidade em palco de extrema violência com uma crescente participação dos jovens. É nesta realidade que a educação para o cuidado se faz absolutamente necessária e urgente.

 

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1 É pedagogo, mestre em Psicologia Social e professor nos cursos de Psicologia e Enfermagem da PUC/ MG – Betim. E-mail: luizrena@pucminas.br
2 Projeto Pedagógico de Curso de Graduação em enfermagem – PUC Minas, 1999 (mimeo.)
3 CEIA: Projeto Político-pedagógico, 2001 (mimeo.)
4 Rua Rio Grande do Sul, 756/907, Barro Preto, Belo Horizonte. e.mail: ceiabh@uol.com.br
5 Lage, Janaina. Folha On-line, Rio de Janeiro, 24/02/2005
6 Rua, Maria das Graças. As políticas e a juventude dos anos 90. Brasília, 2004 (mimeo.)
7 Disponível em www.aids.gov.br, em 29/11/2002.