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Congr. Intern. Pedagogia Social Mar. 2010

 

A Pedagogia Social no contexto brasileiro: análises de possíveis aproximações ou distanciamentos das áreas de Educação Popular e dos Movimentos Sociais

 

 

Érico Ribas Machado1

 

 


RESUMO

Este texto é um fragmento e uma descrição da pesquisa de Mestrado que está em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina. O objetivo da pesquisa é realizar um mapeamento do surgimento da Pedagogia Social no Brasil, buscando estabelecer relações entre essa perspectiva e as produções acadêmicas nas áreas de Educação Popular e Movimentos Sociais. O enfoque nesse texto será a descrição do percurso histórico da organização/estruturação da Pedagogia Social no Brasil. O que marca o início da estruturação e fundamentação da área da Pedagogia Social no Brasil pode ser considerado a realização, em 2006 e em 2008, dos I e o II Congressos Internacionais de Pedagogia Social. As temáticas das conferências, mesas redondas, oficinas e dos trabalhos apresentados expressam, em uma primeira análise geral, a formulação e estruturação das áreas de atuação, tanto no aspecto prático configurando-se a Educação Social, como no aspecto teórico e profissional da Pedagogia Social.

Palavras-Chave: Pedagogia Social; Educação Social; Educação Popular; Movimentos Sociais.


ABSTRACT

This text is a fragment and a description of the research from the Master's Degree which is in development in the Postgraduation in Education Program, from Federal University of Santa Catarina. The research's goal is to map the appearance of Social Pedagogy in Brazil, aiming to establish relations between that perspective and academic productions in the areas of Popular Education and Social Movements. This text's focus will be to describe the historical path of Social Pedagogy's organization/structuring in Brazil. What marks the beginning of Social Pedagogy's structuring and fundaments in Brazil can be considered the realization, in 2006 and in 2008, of the I and II International Congress of Social Pedagogy. The themes to the conferences, round-table discussions, workshops and essay presentations express, in a first general analysis, the formulation and structuring of the acting areas, both in the practical aspect configurating Social Education, and in the theoretical and professional aspect of Social Pedagogy.

Key-Words: Social Pedagogy, Social Education, Popular Education, Social Moviments.


 

 

INTRODUÇÃO

Este texto é um fragmento e uma descrição da pesquisa de Mestrado que está em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina. O título deste texto ainda não representa a versão final da pesquisa, que está na fase de aprofundamento da base teórica e análise dos dados.

A idéia presente neste texto é descrever o desenvolvimento da pesquisa de mestrado, apresentando dados preliminares, mas principalmente abordando o mapeamento do surgimento e estruturação da Pedagogia Social que está em construção no Brasil. Como a pesquisa não foi finalizada até o momento, os dados apresentados neste texto ainda não terão o suporte de análise teórica, mas indicarão o corpus que a pesquisa terá quando concluída.

A pesquisa que irá compor a dissertação final tem como objetivo realizar um mapeamento do surgimento da Pedagogia Social no Brasil, buscando estabelecer relações entre essa perspectiva e os trabalhos realizados nas áreas de Educação Popular e Movimentos Sociais.

Para que esse objetivo seja alcançado, a pesquisa assumiu uma perspectiva metodológica de levantamento bibliográfico das produções científicas da área da Pedagogia Social, da Educação Popular e dos Movimentos Sociais, caracterizando-se como uma pesquisa documental.

A primeira etapa da pesquisa foi o relato histórico do surgimento da pedagogia social na Europa, mais especificamente na Alemanha, e na Espanha, de onde muitas obras da área servem como base teórica para estudos no Brasil. A partir do conhecimento do contexto social, político e educativo da época, buscou-se apresentar os conceitos que fundamentam essa área, bem como as teorias que a compõe. A importância dessa contextualização histórica serve para compreender o enfoque que é dado à área no Brasil.

Na segunda etapa, busca-se a descrição de como a Pedagogia Social surge na sociedade brasileira. Os dados da pesquisa foram obtidos por meio do levantamento das produções científicas encontradas no Banco de Teses e Dissertações da CAPES, das produções do I e II Congresso Internacional de Pedagogia Social (CIPS) realizados pela FEUSP em 2006 e em 2008 (pretende-se incorporar do III CIPS 2010). Também faz parte dos dados, o primeiro livro lançado no Brasil sobre pedagogia social (MOURA, NETO e SILVA, 2009).

A terceira etapa da pesquisa envolve o cotejamento das produções elencadas acima com os trabalhos apresentados na ANPED, desde o ano 2000, nos Grupos de Trabalho Movimentos Sociais (GT-3) e Educação Popular (GT-6). A partir dos resumos de todos os trabalhos relacionados, serão elencadas categorias de análise buscando semelhanças nas discussões e possíveis diferenças. Desta forma será possível buscar aproximações ou distanciamentos entre a Pedagogia Social, a Educação Popular e os Movimentos Sociais. Essa etapa final, caracteriza a conclusão da pesquisa de mestrado.

 

A PEDAGOGIA SOCIAL NO BRASIL

O enfoque nesse texto será a descrição do percurso histórico da organização/estruturação da Pedagogia Social no Brasil, que como descrito acima, é um fragmento da pesquisa em desenvolvimento.

É importante considerar que no Brasil, a Pedagogia Social é uma área recente, as publicações e discussões da área estão sendo formuladas cada vez mais em diferentes lugares, com diferentes enfoques. Existem relatos de eventos que discutiram a Pedagogia Social ou/e a Educação Social em algumas universidades. Estes relatos mostram atividades isoladas, regionais, até pela questão da novidade da temática. Nesse sentido, o que marca o início da estruturação e fundamentação da área da Pedagogia Social no Brasil, sua busca pela legalidade e institucionalização perante as leis brasileiras, pode ser considerado a realização, em 2006 e em 2008, dos I e o II Congressos Internacionais de Pedagogia Social, realizados na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, sob coordenação do Professor Roberto da Silva. No Portal da Pedagogia Social (http://portaldapedagogiasocial.org) estão relatadas todas as discussões atuais referentes à área no Brasil e em alguns países, a programação do I e II CIPS, bem como a justificativa do interesse em veicular tais questões na realidade educativa brasileira.

De forma geral, essa justificativa se remete às necessidades e demandas que surgiram tendo como referência os estudos e pesquisas coordenados pelo Professor Roberto da Silva:

Desde 2003 tem sido possível conhecer por inteiro quase toda a história da criança órfã e abandonada no Estado de São Paulo e que foram judicialmente colocadas sob a tutela do Estado. Os arquivos estudados pelo grupo de pesquisa coordenado pelo Prof. Roberto da Silva compreendem cerca de 300 mil prontuários, 150 anos de história e 45 períodos governamentais, isto é 45 diferentes propostas, políticas e práticas de atendimento de crianças e adolescentes em São Paulo. O estudo multidisciplinar e a constituição de linhas de pesquisas específicas para cada área de conhecimento representada no grupo deixou evidente a insuficiência das ciências humanas e sociais em oferecer as respostas e os atendimentos que se faziam necessários para que aquelas crianças superassem as situações de vulnerabilidade que as colocaram sob a tutela do Estado. Questionávamos, sobretudo, o escopo da Psicologia Institucional e a necessidade de uma então Pedagogia Institucional como mais adequada para o trabalho dentro das instituições totais. O grupo também entendia que, sob a perspectiva do reordenamento institucional proposto pelo ECA era preciso evitar que os abrigos continuassem cometendo os mesmos erros do passado e para isto constituiu, por meio de convênio com a Força Sindical, um campo experimental de estudos para que o grupo supervisionasse um abrigo e orientasse a elaboração de seu projeto pedagógico. Esta intersecção entre pesquisa histórica e estudo de campo tornou evidente a necessidade de formação do pessoal de abrigo e a constituição de métodos e técnicas de trabalho no sentido de dotá-lo dos recursos necessários para corrigir os erros e as distorções que observávamos no passado. O I Colóquio Muldisciplinar de Pesquisa em Sociologia do Desvio, realizado de outubro a dezembro de 2004 na Faculdade de Educação da USP foi o primeiro momento coletivo de aprofundamento teórico e metodológico do próprio grupo de pesquisa. A partir de agosto de 2005 teve início os Encontros de Equipes Técnicas de Unidades de Atendimento Social, realizados em agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro, também na Faculdade de Educação da USP, agregando ao Abrigo Meu Guri e ao grupo de pesquisa outros quatro abrigos. A pouca receptividade, entretanto, quanto à idéia de uma pedagogia específica para o trabalho educacional dentro das instituições totais, já desaconselhada no passado por Paulo Freire, conduziu o grupo à considerar o conceito de Pedagogia Social e sua abrangência maior, para além das instituições totais. No final de 2005, o diálogo com centros de pesquisas, universidades e pesquisadores europeus contribuíram para sedimentar a idéia da Pedagogia Social como matriz conceitual para pensarmos a pesquisa, a formação e a condução das atividades educativas nos espaços não escolares, assumindo então a educação não-formal importância central no desenho desta nova linha de pesquisa.

É nesse contexto que surge o I Congresso Internacional de Pedagogia Social, realizado entre os dias 8 e 11 de Março de 2006, resultado de parceria entre a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, a Universidade Presbiteriana Mackenzie e as Faculdades Metropolitanas Unidas. Este evento contou com mais de 800 participantes. Com 54 publicações, disponíveis no Scielo.

O evento contou com três conferências principais:

Conferência de Abertura:

Tema: Fundamentos teóricos e metodológicos da Pedagogia Social no Brasil
Prof. Dr. Roberto da Silva - FEUSP
Profª Drª Maria Stela Graciani - Núcleo de Trabalhos Comunitários da PUC-SP
Antonio Carlos Gomes da Costa - Presidente da Modus Faciendi
Mediação: Prof. Dr. João Clemente de Souza Neto - Mackenzie 8 de março de 2006, de 10 às 12 horas
Local: Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação

Conferência II

Tema: Sociologia della Devianza: paradigma de la ricerca sociale
Prof. Dr. Geraldo Caliman - Università Pontificia Salesiana, UPS/Roma 9 de março de 2006, de 9 às 12 horas
Local: Universidade FMU

Conferência III

Tema: Social Pedagogy and Social Work: perspectives, activities, and partners in civil society
PhD. Hans Uwe Otto - University of Bielefeld - Alemanha
10 de março de 2006, de 9 às 12 horas
Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie

Também aconteceram sete mesas redondas com temáticas específicas:

MESA REDONDA 1 - 10 de Março 13:30 - 15:30 hrs

Universidade Presbiteriana Mackenzie
Metodologia da pesquisa em Ciências da Educação e Psicologia
Profª Drª Marília Pontes Esposito - FE/USP
Profª Drª Miriam Jorge Warde - PUC/SP
Mediador: Prof. Dr. Robson de Jesus Ruche

MESA REDONDA 2 - 08 de Março 16 - 18 h

Universidade de São Paulo
Metodologia da pesquisa em História: Arquivística e Informática.
Profª Drª Irene Rizzini - PUC/RJ
Prof. Dr João Eduardo Ferreira IME-USP
Mediadora: Maria Cristina Vendrameto
Mestranda FE/USP

MESA REDONDA 3 - 8 de Março 13:30 - 15:30 hrs

Universidade de São Paulo
Hegemonia das Ciências Jurídicas sobre as ciências humanas e sociais.
Profª Drª Aldaíza Sposati - PUC/SP
Prof. Dr. Rogelio Perez Perdomo
Universidad Metropolitana de Venezuela
Mediadora: Profa. Dra. Flávia Schilling - FE/USP

MESA REDONDA 4 - 9 de Março 13:30 - 15:30 hrs

Centro Universitário FMU
Políticas públicas de atendimento a crianças e adolescentes
Cenise Monte Vicente - UNICEF
Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz
Mediadora: Profa. Dra. Alzira Jerez Laguna - FMU

MESA REDONDA 5 - 9 de Março 16 - 18 hrs

Centro Universitário FMU
Medidas de Proteção
Profª Drª Célia Aparecida Pavanelli - UPM
Dayse César Franco Bernardi - Presidente da Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJSP)
Mediadora: Profa. Ms. Maria Elisa Braga - FMU

MESA REDONDA 6 - 10 de Março 15:30 - 17 hrs

Universidade Presbiteriana Mackenzie
A contribuição das ciências na execução das medidas sócio-educativas
Prof. Dr. Sérgio Paulo Rigonatti - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica - FM/USP
Prof. Dr. Raul Gorayeb - Centro de Referência da Infância e Adolescência (Unifesp)
Mediador: Prof. Dr. David Léo Levisk

MESA REDONDA 7 - 9 de Março 14 - 17:00 hrs Universidade de São Paulo

Escolarização de Adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas.
Profª Drª Irandi Pereira
Prof. Dr. José Donizzeti Liberati
DrªMartha de Toledo Machado - Promotora de Justiça - Coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude
Coordenação: Cenpec

Também foram ofertadas sete oficinas no evento:

OFICINA 1 - 9 de Março 18:30 - 20:30 h

Centro Universitário FMU
60 vagas
Eixo Temático: Práticas de abrigamento e desabrigamento
Coordenação: Equipes Técnicas de Abrigos

OFICINA 2 - 8 de Março 18:30 - 20:30 h

Universidade de São Paulo
40 vagas
Eixo Temático: Escolarização de Adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas.
Coordenação: Equipe Febem

OFICINA 3 - 8 de Março 18:30 - 20:30 h

Universidade de São Paulo
30 vagas
Eixo Temático: Educação Ambiental: juventude e formação de sujeitos ecológicos.
Coordenação: Prof. Dr. Pedro Roberto Jacobi -
Isabel Franco, Virgínia Talaveira, Paulo Marco de Campos Gonçalves.

OFICINA 4 - 10 de Março 13:30 -15:30 h

Universidade Presbiteriana Mackenzie
9 de Março 16:00 - 18:00 h
Centro Universitário FMU
8 de Março 18:30 - 20:30 h
Universidade de São Paulo
30 vagas cada em Laboratório de Informática
Eixo Temático: Registro e tratamento da informação no atendimento a criança e adolescentes
Coordenação: Reginaldo Rideaki Kamiya

OFICINA - PALESTRA 5 - 10 de Março-18:30 - 19:30 h

Universidade Presbiteriana Mackenzie
90 vagas
Eixo Temático: A Função da Escola na Construção de Valores Sócio-Morais: Os Temas Transversais na Cultura da Descartabilidade.
Coordenação: Profa. Dra. Clary Milnitsky - UFRGS/Núcleo de Pesquisa Construção de Valores Sócio Morais na Adolescência

OFICINA 6 -10 de Março 16:00 -18:00 h

Universidade Presbiteriana Mackenzie
9 de Março 18:30 - 20:30 h
Centro Universitário FMU
8 de Março 13:30 - 15:30 h
Universidade de São Paulo
30 vagas cada
Eixo Temático: Métodos e técnicas para trabalho com famílias
Coordenação: Claudia Cabral
Associação Brasileira Terra dos Homens (ABTH)
Fátima Cristina Costa Fontes - PUC-SP
Tânia Diniz - FMU

OFICINA 7 - 8 de Março 14:00 - 17:00 h

Universidade de São Paulo
30 vagas
Eixo Temático: Aplicação da Teoria dos Jogos Teatrais no trabalho social com jovens
Coordenação: Dr. Rogério Adolfo de Moura - FE/USP

Nesse evento também foram apresentadas comunicações científicas. Duas foram premiadas com o título de Menção Honrosa, foram elas: Sandra Maia Farias Vasconcelos, da Universidade Federal do Ceará que ouviu crianças hospitalizadas a respeito do seu processo de escolarização enquanto faziam tratamentos de saúde e Suely Guilherme de Souza Vieira que aproveitou sua história de vida e sua longa vivência em abrigos para desenvolver uma reflexão crítica sobre a condição de meninas que são obrigadas a passar suas vidas em abrigos, desprovidas do convívio familiar.

Em 2008, aconteceu também na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo II Congresso Internacional de Pedagogia Social FEUSP, de 16 a 19 de Abril de 2008. Este evento contou com mais de 800 pessoas, e com 15 publicações disponíveis no Scielo.

As conferências que aconteceram foram:

Conferência I

Pedagogia Social: a profissão de quem faz Educação em um mundo globalizado.
Professor Bernd Fichtner da Universidade de Siegen - Alemanha;

Conferência II

História e percurso da Pedagogia Social na América Latina.
Jorge Bernardo Camors Garibaldi (AIEJI/Uruguay)
Prof. Dr. Roberto da Silva (Feusp) (apresentação);

Conferência III

Práxis da pedagogia social no contexto brasileiro.
Sanna Ryynanen, doutoranda pela University of Tampere, Finlândia.

As Mesas - redondas que aconteceram foram:

MESA REDONDA 1

Regulamentação da Pedagogia Social como profissão no Brasil: pontos de conflitos e de interesses
Ana Mercês Bahia Bock - Presidente do Conselho Federal de Psicologia
Elisabete Borgianni - Presidente do Conselho Federal de Serviço Social
Helena Costa Lopes de Freitas - presidente da ANFOPE - Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação
Mediação: Prof. Dr. Roberto da Silva - Feusp

MESA REDONDA 2

O papel das ONGs na política educacional brasileira
Aldalice Moura da Cruz Otterloo - Abong, - Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais
Frei David R. Santos - Educafro
Vera Masagão Ribeiro - Ação Educativa
Mediação: Prof. Dr. Elie George Guimarães Ghanen - Feusp

MESA REDONDA 3

Educação Ambiental como prática de Pedagogia Social
Prof. Dr. Pedro Roberto Roberto Jacobi - Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental - USP/Feusp
Profª Drª Eda Terezinha de Oliveira Tassara - Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP
Prof. Dr. Pedro Javier Aguerre Hughes - PUC-SP-Unibero)
Mediação: Prof. Dr. Pedro Roberto Jacobi (Procam/Feusp)

MESA REDONDA 4 - Abrigos

Perspectivas para o reordenamento institucional de abrigos no Brasil
José Carlos Bimbatte Junior - Coordenador de Proteção Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Social
Profª. Drª. Myrian Veras Batista - Coordenadora do Núcleo de Estudos da Criança, do Adolescente e da Família, da PUC/SP
Prof. Dr. João Clemente de Souza Neto - Coordenador da Pastoral do Menor
Mediação: Prof. Dr. João Clemente de Souza Neto - Coordenador da Pastoral do Menor

MESA REDONDA 5

A Pedagogia Social e as práticas educativas dos movimentos sociais
Profª Drª Maria da Glória Marcondes Gohn - Centro Universitário 9 de Julho
Padre José Oscar Beozzo - CESEC-Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação popular em São Paulo
Célia Firmo - Coordenadora Pedagógica do MOC-Movimento de Organização Comunitária (BA)
Mediação: Jamir Cândido Nogueira (Feusp)

MESA REDONDA 6

Educação Rural, Educação no Campo e Pedagogia da Terra
Profª Drª Lisete Regina Gomes Arelaro (Geusp)
Edgard Kolling - Coordenador Geral de Educação do MST
Mediação: Profª Drª Lisete Regina Gomes Arelaro

MESA REDONDA 7

Justiça Restaurativa como método de resolução de conflitos na Escola Pública
Prof. Dr. Leonardo Sica - Ipan - Instituto Panamericano de Política Criminal
Profª. Drª. Alice Akemi Yamasaki - Universidade Federal Fluminense
Mediação: Cauê Nogueira de Lima (Feusp)

MESA REDONDA 8

Diálogos e Fronteiras: Pedagogia Social, Educação Não-Formal e Educação Sócio Comunitária
Prof. Dr. Jaume Trilla Bernet - Universidad de Barcelona - Espanha
Profa. Dra. Valéria Aroeira Garcia - Centro de Memória da UNICAMP.
Prof. Dr. Paulo de Tarso Gomes - UNISAL.
Mediador - Prof. Dr. Marcos Francisco Martins - UNISAL

MESA REDONDA 9

A Educação em Regimes de Privação da Liberdade -
Marc de Mayer - Programa Internacional de Educação em Prisões (Unesco)
Carmen Silveira de Oliveira - SEDH - Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
Laura Garcia - Universidade Computlense de Madri Mediação: Fábio Aparecido Moreira (Feusp/Ford)

MESA REDONDA 10

Escola de tempo integral: dilemas para o direito à convivência familiar e comunitária
Profª Drª Isabel Cristina Gomes - Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP
Bia Goulart - Projeto Bairro-Escola, de Nova Iguaçu
Mediação: Profª Drª Maria Letícia Barros Pedroso Nascimento -Feusp

MESA REDONDA 11

Educação de Jovens e Adultos: a certificação de competências e a profissionalização
Profª Drª Stela Conceição Bertholo Piconez - NEA-Feusp
Profª Drª Maria Clara Di Pierro - Feusp
Mediação: Carla Pessinate Borges-Feusp

MESA REDONDA 12

Educação Índígena e Educação Quilombola
Daniel Munduruku - Doutorando Feusp
José Vicente - Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares
Prof. Dr. Maria do Carmo Santos Domite - Programa de Formação de Professores Indígenas da Feusp
Mediação: Prof. Dr. Marcos Ferreira dos Santos

O II CIPS também contou com as seguintes oficinas:

Oficina 1 - O que é o Infopen - Sistema de Informações Penitenciárias

Alexandre Cabanas - Departamento Penitenciário Nacional/MJ
Objetivo: familiarizar os operadores sociais com o registro, armazenamento e tratamento de informações criminais e penitenciárias no Brasil

Oficina 2 - Método Paulo Freire/IPF

Profª Drª Francisca Rodrigues Oliveira Pini e Profª MS Raiane Pastrícia Assumpção (IPF)
Objetivo: demonstração do método de alfabetização de adultos criado por Paulo Freire.

Oficina 3 - Genograma - equipe de pesquisa

Tiago Farah, Carolina Betti e Thais Tolentino Mosca (Mackenzie)
Objetivo: demonstração de metodologia para trabalho com família.

Oficina 4 - Ensino de Ciências

Profª Drª Martha Marandino
Objetivo: a utilização da Educação não-formal para o ensino de Ciências Equipe do laboratório de Educação não-formal para o Ensino de Ciências

Oficina 5 - Teatro

Leonardo Liberti e Julia Henning - Equipe do LabArt/Feusp
Objetivo: demonstração de técnicas e de exercícios corporais para utilizar os recursos dramatúrgios na Educação não-formal.

Oficina 6 - O que é o Infopen - Sistema de Informações Penitenciárias

Alexandre Cabanas - Departamento Penitenciário Nacional/MJ
Objetivo: familiarizar os operadores sociais com o registro, armazenamento e tratamento de informações criminais e penitenciárias no Brasil
Equipe Depen/MJ

Oficina 7 - Produção de Vídeo / Oficina de Vídeo (1ª Parte)

Angélica Lúcia Kanô - Feusp.
Objetivo: visão geral sobre captação, tratamento e edição de imagens para produção audiovisual.
Equipe do LabArte/Feusp

Oficina 8 - Abrigos

Grupo de Pesquisa em Abrigos
Objetivo: como trabalhar registro e tratamento da história pessoal de crianças e adolescentes abrigados.

Oficina 9-Genograma - equipe de pesquisa

Tiago Farah, Carolina Betti e Thais Tolentino Mosca (Mackenzie)
Objetivo: demonstração de metodologia para trabalho com família. Grupo de Pesquisa em Abrigos

Oficina 10 - Trabalhando com Música

Amanda Ribeiro e Renata Saito - Equipe do LabArte/Feusp
Objetivo: demonstrar a utilização da música como instrumento de Educação não-formal.

Oficina 11 - Produção de Vídeo / Oficina de Vídeo (2ª Parte)

Angélica Lúcia Kanô - Feusp.
Objetivo: visão geral sobre captação, tratamento e edição de imagens para produção audiovisual.
Equipe do LabArte/Feusp

Oficina 12 - EJA / Trabalhando com a Educação de Jovens e Adultos

Equipe do NEA - Núcleo de Educação de Jovens e Adultos da Feusp.
Objetivo: demonstrar a experiência do NEA - Núcleo de Educação de Jovens e Adultos da Feusp

Oficina 13 - Método Paulo Freire/IPF

Profª Drª Francisca Rodrigues Oliveira Pini e Profª MS Raiane Patrícia Assumpção (IPF).
Objetivo: demonstração do método de alfabetização de adultos criado por Paulo Freire.

Oficina 14 - Literatura Infantil Indígena

Objetivo: o trabalho com literatura infantil indígena.
Prof. MS. Daniel Munduruku

Oficina 15 - Trabalhando com Dança

Débora Carvalho - Equipe do LabArt/Feusp
Objetivo: demonstrar a utilização da dança como instrumento de Educação não-formal.

Este evento também contou com visitas monitoradas, apresentação de trabalhos acadêmicos de pôsteres e comunicação oral. No II CIPS também foram premiados com o título de Menção Honrosa os seguintes trabalhos: Hélio Roberto Braunstein que apresentou Gênero e prisão: o encarceramento de mulheres no sistema penitenciário brasileiro. Hélio, sob orientação do Prof. Dr. Roberto da Silva, transformou em dissertação de mestrado alguns milhares de fichas de entrevistas coletadas quando atuava como psicólogo em uma penitenciária feminina; Érico Ribas Machado que apresentou A Pedagogia Social na Educação: análise de perspectivas de formação e atuação dos educadores sociais no Brasil. Érico, sob orientação da Profª Drª Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula, desenvolveu estudos tendo como principal fonte de pesquisa os artigos publicados no CIPS 2006 para realizar uma comparação entre a Pedagogia e suas áreas de atuação e a Pedagogia Social.

Esses dois eventos marcam o início da estruturação e organização da Pedagogia Social, pois as publicações, contatos e discussões realizadas durante as atividades, delinearam as próximas ações desse movimento em construção.

As comunicações científicas dos dois CIPS, que têm seus textos disponíveis na base Scielo (http://www.proceedings.scielo.br), resultaram em uma coletânea de alguns dos trabalhos apresentados nas conferências dos eventos, juntamente com outras produções nacionais e internacionais, resultando no lançamento em 2009 do primeiro livro da área no Brasil, chamado "Pedagogia Social" sob organização dos Professores Dr. João Clemente de Souza Neto (Centro Universitário FIEO), Livre Docente Roberto da Silva (USP) e Rogério Moura (UNICAMP). O livro se divide em cinco partes:

PARTE I - Antecedentes históricos da Pedagogia Social;

PARTE II - Reflexões sobre a Pedagogia Social no Brasil;

PARTE III - A cara da Pedagogia Social no Brasil;

PARTE IV - Pedagogia Social como nova área de concentração; PARTE V - Marcos normativos da Pedagogia Social.

Na PARTE I do livro encontram-se os seguintes artigos:

No mundo, escrito pelos organizadores;

Origens da Pedagogia Social, escrito por Hans - Uwe Otto;

Pedagogia Social e Trabalho Social na Alemanha, escrito por Bernd Fichtner;

A Pedagogia Social na Itália, escrito por Geraldo Caliman;

A Pedagogia Social na Finlândia e o contexto brasileiro, escrito por Sanna Ryynänen;

A Pedagogia Social em Portugal, escrito por Manuel Loureiro e Steven Casteleiro;

La Pedagogía Social en España, escrito por Suzana Torío Lopez;

A Pedagogia Social na América Latina, escrito por Jorge Camors.

Na PARTE II do livro encontram-se:

A Pedagogia Social: reflexões e diálogos necessários, escrito por Evelcy Monteiro Machado;

Educação Social: uma questão de relações, escrito por Sueli Maria Pessagno Caro;

Exclusão e Educação Social, conceitos em superfície e fundo, escrito por Marlene Ribeiro;

As bases científicas da Educação Não - Formal, escrito por Roberto da Silva;

A Pedagogia Social e o adolescente autor de ato infracional, escrito por Antonio Carlos Gomes da Costa;

A Pedagogia Social no trabalho com crianças e adolescentes em situação de rua, escrito por Maria Stela Santos Graciani;

A Pedagogia Social de Paulo Freire como contraponto da Pedagogia Globalizada, escrito por Afonso Celso Scocuglia;

Participación y Educación Social, escrito por Violeta Nuñes;

Pedagogia Social e as políticas sociais no Brasil, escrito por João Clemente de Souza Neto;

Políticas, programas e ações para a juventude, escrito por Rogério Moura.

Na PARTE III encontra-se o artigo:

Áreas prioritárias para atuação da Pedagogia Social no Brasil: Educação, Infância e Adolescência, Juventude, Sistema penitenciário, Terceiro setor, ONG, projetos e programas sociais, escrito pelos organizadores.

Na PARTE IV, escrito pelos organizadores, encontram-se discussões referentes às Áreas de formação da Pedagogia Social e Linhas de pesquisas da Pedagogia Social.

No final do livro, parte V, encontra-se:

Declaración de New Cork (1990);

Declaración de Barcelona (2003);

Declaración de Montevideo (2005);

Carta da Pedagogia Social (2006);

Código Deontológico da profissão de Educação Social em Portugal.

Todas as discussões apresentadas no livro são fundamentais para compreender a Pedagogia Social, mas chama atenção a peculiaridade da tentativa de estruturação da área na realidade brasileira. Nesse sentido surgem discussões contrárias a uma perspectiva de relacionar a Pedagogia Social à Educação Não - Formal (SILVA, 2009), divergindo de posicionamentos que defendem essa perspectiva como o de Gohn (2006).

Gohn (2006) é pesquisadora da área de Movimentos Sociais no Brasil e define os conceitos de Educação Formal, Informal e Não-Formal:

Quando tratamos da educação não-formal, a comparação com a educação formal é quase que automática. O termo não-formal também é usado por alguns investigadores como sinônimo de informal. Consideramos que é necessário distinguir e demarcar as diferenças entre estes conceitos. A princípio podemos demarcar seus campos de desenvolvimento: a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados: e a educação não-formal é aquela que se aprende "no mundo da vida", via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas.

Trilla (2008, p.32) é pesquisador da Pedagogia Social na Espanha e embasado em Coombs, também contribui para essas definições:

A educação formal compreenderia o "sistema educacional" altamente institucionalizado, cronologicamente graduado e hierarquicamente estruturado que vai dos primeiros anos da escola primária até os últimos da universidade; a educação não-formal, toda a atividade organizada, para facilitar determinados tipos de aprendizagem a subgrupos específicos da população, tanto adultos como infantis; e a educação informal, um processo, que dura a vida inteira, em que as pessoas adquirem e acumulam conhecimentos, habilidades, atitudes e modos de discernimento por meio das experiências diárias e de sua relação com o meio.

A definição apresentada pelos autores é semelhante e compreende que a educação informal ocorre de maneira espontânea, ela acontece na interação direta com o meio em que vive já a educação formal e não-formal necessitam de um mediador, que irá organizar, planejar, elencar, coordenar os processos de aprendizagem de algo. Esse mediador seria o educador.

Mas devido à diversidade de enfoques teóricos e posicionamentos divergentes em relação à base da Pedagogia Social, alguns teóricos discordam que ela se desenvolve na perspectiva da Educação Não-Formal, considerando que essa perspectiva limitaria a possibilidade de uma estruturação da Pedagogia Social. Quem traz reflexões a esse respeito é Neto, Silva e Moura (2009, p.306) defendendo, em seu texto, argumentos de que as Ciências da Educação se dividem nas seguintes áreas de concentração: Pedagogia Escolar/ Educação Escolar e Pedagogia Social/ Educação Social.

Nessa perspectiva, os autores defendem que a educação popular, social e comunitária, até então pertencentes à Educação Não - Formal no contexto brasileiro, passam a ser consideradas dentro dos domínios da Pedagogia Social que seriam três: 1. sociocultural, 2. sociopedagógico e 3. sociopolítico.

Os autores explicam que o que compõe o domínio sociocultural são as áreas do conhecimento relacionadas às Artes, a Cultura e o Esporte; o domínio sociopedagógico abrange as áreas relacionadas à Infância, Adolescência, Juventude e Terceira Idade. Já o domínio sociopolítico compreende as áreas em que se apresentam processos sociais e políticos, como por exemplo, participação, protagonismo, associativismo, cooperativismo, empreendedorismo, geração de renda e gestão social. Essas discussões, abordadas no livro, foram divulgadas junto com o lançamento do mesmo nas Jornadas de Pedagogia Social que aconteceram durante o ano de 2009 e 2010, no Brasil, Portugal, Uruguai e Cuba. Elas foram realizadas nos seguintes lugares: PUC - SP, Mackenzie - SP, Universidade Católica do Porto - Portugal, PUC - Brasília, Centro Universitário Salesiano - Americana/SP, UNICAMP - Campinas, Universidad de la Republica - Montevideo - Uruguai, UFPR - Curitiba/PR, Instituto de Governança Social - Belo Horizonte/MG, UNISINOS - São Leopoldo/RS, GRAMMA e PIÑAR DEL RÍO - Cuba, UFES - Vitória/ES, UEPG - Ponta Grossa/PR.

Esta pesquisa configura o primeiro mapeamento do surgimento da Pedagogia Social no Brasil. Todos os dados colocados a cima, fazem parte de um percurso da história da construção dessa área no país.

O movimento possível de perceber através dos dados a cima, é de que em 2006, as temáticas das conferências e das mesas-redondas apresentam uma idéia de aprofundar discussões sobre a Pedagogia Social, relacionando com o Trabalho Social, aliando a discussão de políticas públicas, enfatizando o atendimento a infância e a adolescência em contextos adversos. O evento de 2008 deixa claro o interesse em compreender a Pedagogia Social como uma área acadêmica e profissional, a partir de debates com áreas próximas já existentes que seriam a Pedagogia e o Serviço Social. Também se verifica uma preocupação em compreender a Pedagogia Social para além de uma perspectiva de atendimento da infância e adolescência, buscam-se relações com os Movimentos Sociais, Educação de Jovens e Adultos, Educação Popular, etc.

Em uma breve análise das 69 publicações desses dois eventos, percebe-se uma grande variedade de temáticas e conceitos, podendo-se classificar da seguinte maneira:

 

CONCEITOS/TEORIAS

Socio-dramas familiares, Resiliência, Drogadição, Hegemonia das ciências jurídicas sobre as ciências sociais e humanas, Cartografia.

 

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Adolescentes abrigados, Adolescentes em conflito com a lei, Jovens em situação de risco social, Assistência a Infância, Direitos das crianças e dos adolescentes, Adolescentes Infratores, Trabalho Infantil, A criança no contexto rural, Egressos de orfanato, Jovens protagonistas, Estatuto da Criança e do Adolescente.

 

CULTURA

Teatro como produção cultural, Técnicas dramáticas como meio de conscientização.

 

EDUCAÇÃO

Cidade Educadora, Educação Popular, Educação Social, Educação Indígena, Educação em Saúde (2x), Educação Não-Formal/Pedagogia Social, Educação de rua, Práticas de Educação Não - Formal, Educação do Campo, Educação Comunitária, Educação Ameríndia, Educação Sócio - Comunitária, Sistema Sócio - Educativo (2x), Programas Sócio - Educativos, Educação de Surdos.

 

ESCOLA

Escola como proteção aos alunos, Temas transversais na escola, Exclusão na sala de aula, Violência Escolar.

 

GRUPOS - PESSOAS, ETNIAS

Migração, Preconceito Racial.

 

PEDAGOGIA

Pedagogia de Paulo Freire, Pedagogia Libertária, Pedagogia Hospitalar, Pedagogia Juvenil, Pedagogia Movimento Negro, Curso de Pedagogia, Pedagogia Social, Pedagogia e Pedagogia Social.

 

POLÍTICAS PÚBLICAS

A família e a política de assistência social.

 

PRISÃO

Universo Prisional, Gênero e Prisão.

 

TRABALHO

Atuação do Pedagogo (3x), Educador Social.

 

RESPONSABILIDADE SOCIAL

Terceiro Setor, Participação Social.

Todos os termos descritos, possuem significados, conceituações, e são apresentados a partir de estudos, projetos e discussões realizadas por alguém, por algum grupo, por algum governo, etc. Então é necessário compreender que estes termos estão impregnados de sentido e significado que expressam uma leitura de mundo das pessoas que elaboraram, ou relacionaram os mesmos. Mas todos esses termos agrupados, e devidamente fundamentados em um evento científico, passam a compor algo maior, formando uma base comum para discutir algo em comum. Ou seja, as temáticas das conferências, mesas redondas, oficinas, dos trabalhos apresentados e suas palavras - chaves expressam, em uma primeira análise geral, a formulação e estruturação das áreas de atuação, tanto no aspecto prático configurando-se a Educação Social, como no aspecto teórico e profissional da Pedagogia Social.

 

CONCLUSÃO

Como a temática da pesquisa está em constante re-elaboração e sempre surgindo a partir de novas idéias e ações, não é possível fazer algo definido, e poder dizer que se chegou à conclusão de algo.

O próximo passo da pesquisa é relacionar o que foi descrito a cima com as temáticas das publicações do Banco de Teses e Dissertações da CAPES, bem como com as das publicações dos Grupos de Trabalho de Educação Popular e Movimentos Sociais da Associação Nacional dos Pesquisadores em Educação - ANPEd, período 2000 a 2009, verificando entre as terminologias e fundamentações encontradas, se existem semelhanças entre elas, quais são e o que isso poderia significar para essas áreas no Brasil.

A discussão da Pedagogia Social/Educação Social é recente no país, mas existem desde a década de 30 preocupações em tornar a Educação, algo popular, a partir de uma pedagogia mais social. Esses eram argumentos de figuras importantes na estruturação da Educação no Brasil, movimento forte que aconteceu no período da década de 1920 a 1940, em que os Pioneiros da Educação, através de seu manifesto conseguiram lutar por uma educação pública, que atingisse o maior número possível da população, e por isso tornarse popular, pois até então a Educação era para privilegiados. Já a partir da década de 1960 a terminologia Educação Popular surge no Brasil, caracterizada como uma educação voltada para jovens e adultos que não tiveram acesso ao processo educacional "formalizado". Surge a figura importante de Paulo Freire que por meio de sua teoria, amplia a visão sobre Educação, compreendendo que ela está presente além da escola. Os movimentos sociais foram e são importantes para este processo educativo que foge as carteiras escolares, mostrando muitas vezes uma perspectiva de educação crítica e transformadora da realidade.

É a partir desses argumentos que não se pode compreender a Educação Social como uma novidade no Brasil. A novidade estaria na organização da Pedagogia Social enquanto área acadêmica de produção científica e de formação do profissional Educador Social, que atuaria em diferentes espaços educativos. Com a continuidade dos estudos nos grupos de pesquisa, as discussões nas Jornadas de Pedagogia Social, com os eventos e organização deste III CIPS, identificam-se dois movimentos marcantes nesse processo de organização:

1 - Estruturação da Pedagogia Social como área acadêmica e profissional:

- Aprofundamento de estudos e de teorias: fundamentação epistemológica, reelaboração dos significados de educação formal, informal e não - formal, para a elaboração dos domínios da Pedagogia Social - epistemológico, sociopolítico, sóciopedagógico e sociocultural.

- Formação do profissional da Pedagogia Social: conteúdo da formação, legalização da profissão, espaços de atuação.

- Estruturação da Associação Brasileira de Pedagogia Social.

- Articulação com entidades e órgãos internacionais da área.

2 - Ênfase em discussões e ações por políticas públicas de atendimento da infância e adolescência em situação de risco - educação em espaços de privação de liberdade, abrigos, ong's, hospitais, etc.

Até o momento é possível apresentar os argumentos descritos neste texto e compreender qual o caminho que a pesquisa está percorrendo nesse processo, que não é linear, e pelo contrário é repleto de conflitos, opiniões divergentes, facilidades e dificuldades.

 

REFERÊNCIAS

GOHN, M. G. Educação Não-Formal na pedagogia social. In: I Congresso Internacional de Pedagogia Social, 1., 2006, . Anais eletrônicos. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br Acesso em: 04 Dez. 2008.

MOURA, R., NETO, J. C. S. e SILVA, R. (orgs). Pedagogia Social. São Paulo: Expressão & Arte Editora, 2009. 324 p.

SILVA, R. da. As bases científicas da Educação Não-Formal. In: MOURA, R., NETO, J. C. S. e SILVA, R. (orgs). Pedagogia Social. São Paulo: Expressão & Arte Editora, 2009. p. 179 - 193.

TRILLA, J. A educação não - formal. In: ARANTES, V. A.(org.), TRILLA, J. e GHANEM, E. Educação formal e não-formal: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2008. p. 15 - 58.

 

 

1 Trabalho de pesquisa desenvolvido junto ao Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, como bolsista do CNPq, sob Orientação da Profª. Drª. Diana Carvalho de Carvalho e co-orientação da Profª. Drª. Olga Duran. E-mail: ericormachado@yahoo.com.br