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Congr. Intern. Pedagogia Social Mar. 2010

 

Teatro: encontro de sentidos. Criação coletiva de uma peça por adolescentes de duas escolas, uma pública e outra particular, em Campinas/SP

 

Theatre: meeting of senses. Group creation of a play with young students of two schools: one public and one private. Both schools located in Campinas/SP

 

 

Helvécio Alves Junior

Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação Sociocomunitária do Centro Salesiano de São Paulo (UNISAL) sob orientação do Prof. Dr. Severino Antônio Moreira Barbosa. E-mail: cepart_arte@yahoo.com.br

 

 


RESUMO

Este trabalho originou-se da questão de pesquisa: quão educativa e significativa pode ser uma montagem teatral feita por adolescentes no ambiente escolar? Apresenta o relato de experiência e interpretação do processo de criação da peça "Adolê Sendo", com 32 jovens de duas escolas, uma estadual e outra particular, ambas do município de Campinas/SP. Focando o teatro como intervenção educativa que objetivou a autonomia e a palavra própria dos educandos. Trabalhou valores estéticos, éticos e humanos. Promoveu a integração, reflexão e ação de jovens. Tudo democraticamente escolhido. Buscou-se um processo educativo e prazeroso por meio da arte educação, da valorização da linguagem, do poético, do lúdico e de uma concepção fenomenológica de educação. As contribuições teóricas, dentre outras, são de V. Spolin e R. Courtney sobre o teatro na educação; H. Read, A. Rezende e P. Freire na área educacional; A. Bosi, E. Morin e J. Huizinga no campo filosófico; G. Gusdorf, O. Paz, F. Dolto, S. Antônio e I. Bordelois na área da linguagem. Relatos do público e dos educandos revelam que a peça superou as expectativas, não houve diferenças no desempenho cênico entre os jovens das duas escolas e foi marcante o companheirismo entre os alunos-atores. Possibilitou-se a busca e o achado de novos sentidos e ressignificações em um mundo onde a vida e a educação cada vez mais carecem de sentido(s).

Palavras-chave: Educação, Teatro, Fenomenologia, Poética, Linguagem.


ABSTRACT

The present text is originary of a question: How much a theater work, produced by teenagers, could be meaningful and instructive in a school environment? The work tells how 32 students of a public school and a private school ( both located in Campinas - SP) experienced and understood the process of how to develop a creation of a play, that they named as " Adole Sendo ". Focusing on theater as an educational intervention, through a pleasure educational process of art education, the use of theater language, entertainment and of a phenomenological conception about education, the main aim was to build an autonomy, valuing their own words. The work was developed in a democratic way, and values as esthetic, ethic and human were strongly presented. It also promoted an interaction, reflection and action demonstrated by the students behavior during the work. Theoretical contributions in the art and education (theater games), were done by authors as V.Spolin and R. Courteney, H. Read. A. Rezende and P. Freire were very expressive in educational field, as well as A. Bosi, E. Morin and J. Huizinga in the philosophy area; it was also valuable the contributions of G. Gusdorf. O.Paz, F. Dolto, S. Antonio and I. Bordelois in the language arts field. All these authors made the work richer in the scientific aspect. In according to audience and students words, the results were over expectations, there was no difference in the theatrical performance; both: students of the public and private schools worked in a pleasant and friendly way, sharing everything. The project showed that it is possible to get new meanings and re meanings in a world which life and education need to be meaningful for all.

Key-words: Education, Theater, Phenomenology, Poetics, Language.


 

 

Objetivo

Farei o relato de experiência e interpretação do processo de criação da peça "Adolê Sendo", com 32 jovens de duas escolas, uma estadual e outra particular, ambas do município de Campinas/SP.

Esta poética teatral fez parte de minha Dissertação de Mestrado e meus principais objetivos foram propiciar aos jovens um maior contato e conhecimento da linguagem teatral para que pudessem utilizar o teatro como forma de expressão de suas próprias idéias e sentimentos; desenvolver habilidades e competências dos estudantes por meio de jogos teatrais; promover maior interação entre os educandos e trabalhar valores éticos, estéticos e humanos.

Busquei um processo educativo e prazeroso por meio da arte educação, da valorização da linguagem, do poético, do lúdico e de uma concepção fenomenológica de educação.

 

Problema

Este trabalho tenta verificar se é possível, por meio da montagem de uma peça, educar significativa e prazerosamente. É o que procuro para mim e para meus alunos, trabalhar com prazer. Não que não seja cansativo, desgastante, repleto de dificuldades e contratempos, mas ainda assim, prazeroso. Como disse Freire:

A atividade docente de que a discente não se separa é uma experiência alegre por natureza. É falso também tomar como inconciliáveis seriedade docente e alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigorosidade. [...] A alegria não chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. (FREIRE, 1996, p. 142)

Apresento a questão fundadora deste trabalho:

Quão educativa e significativa pode ser uma montagem teatral feita por adolescentes no ambiente escolar?

Ressalto que o projeto previa a escrita do texto teatral pelos educandos e que todos os aspectos relacionados à montagem - trilha sonora, marcações de cena, cenários, figurinos etc - tudo fosse decidido coletivamente. Buscava-se a "palavra própria" dos estudantes e que todo o trabalho tivesse sentido pleno para eles.

Em um mundo onde ocorrem tantas violências e desrespeitos aos semelhantes humanos, ao planeta como um todo, onde os sistemas econômicos e políticos geram tantas injustiças sociais, onde a educação e a busca de conhecimentos não despertam mais interesse na maioria dos estudantes, acredito que buscar o sentido das palavras ajudaria a encontrar um sentido para a vida, um sentido de justiça, de cooperação, de humanidade.

Lembrando que saber e sabor, etimologicamente, têm a mesma raiz. Pena que o saber atualmente tenha perdido o sabor...

Vejo nas palavras uma forma de se auto-conhecer e de se conhecer o mundo em que se vive, uma forma de organizar os sentimentos e pensamentos, uma forma de trocarmos e comunicarmos, uma forma de nos tornarmos - ou de resgatarmos nossos aspectos - mais humanos.

Claro que além de palavras precisaremos de ações, de muitas mudanças nos sistemas econômicos, políticos e educacionais. Infelizmente, ainda hoje, uma expressiva parcela da população mundial é excluída de condições mínimas de sobrevivência, sem acesso a água limpa, moradia, saúde, educação, alimentação... Temos tantos contrastes: alta tecnologia (informática, robótica, nanociência) e falta de infra-estruturas básicas (saneamento, hospitais, transportes públicos eficientes etc.), tanta riqueza ao lado da miséria total, tudo isto em pleno século XXI.

Acredito que as palavras sejam apenas o início, como consta na Bíblia, "no princípio era o Verbo". Quem sabe um dia o Verbo se faça Arte. E talvez então o mundo seja um lugar melhor para se viver.

 

Justificativa

Atualmente temos visto muitas notícias sobre violência nas escolas, por parte de alunos e também de professores. Falta de respeito humano. Falta de diálogo. Ouço muitos alunos se queixarem de que não são ouvidos. De que recebem gritos e insultos por parte de alguns professores e diretores. Por outro lado os alunos reconhecem que muitos não respeitam os professores e que fazem bagunça. Dizem que até gostam da escola, para encontrar os amigos, paquerar, conversar, menos para estudar, dizem que as aulas são muito "chatas".

Em minhas buscas encontrei visões, como a de Bosi, com as quais compactuo. Bosi destaca que Goethe e o lingüista Humboldt criaram uma teoria da expressão que entende a linguagem como energeia, termo grego que significa "força em ação", "produção" e ainda "força operante em cada signo, ou, nos termos antigos, alma inerente ao corpo, e dele inscindível." (Bosi, 2004, p. 54)

Creio na energia e na força das palavras. Palavras gerando atos e atitudes. A força da palavra escrita. A força do som da palavra dita. Força racional, emocional, sensorial, mágica, profética, poética.Creio na poesia.

A poesia é uma forma de energia. (...) O poema: energia rítmica, emocional, imagística, semântica. Energia que se manifesta na linguagem e como linguagem, mas que não é apenas verbal: enraíza-se nas pulsações da matéria cósmica e da vida em geral, singularmente na humana. O mistério existencial e sagrado da palavra. A força mágica da linguagem-criação. (...) Parto e geometria. Vidência e arquitetação. (ANTÔNIO, 2002, p. 20)

Poesia e prosa. Ciência e Arte. Citarei Morin, o filósofo francês da teoria da complexidade. Para ele "a própria ciência tem a sua poesia. Lautréamont cantou a beleza da matemática rigorosa." Morin destaca que Hölderlin estava certo ao dizer que "o homem habita poeticamente a terra", mas considera que cabe complementar: "O homem habita poética e prosaicamente a terra". (MORIN, 2007, p.137)

Para Morin a "prosa denota, precisa, define. Está mais ligada à nossa atividade racional - lógica - técnica." Diz ainda que "vivemos o estado prosaico, em situação utilitária e funcional, nas atividades destinadas à sobrevivência, (...) no trabalho submetido, monótono, fragmentado,na ausência e no recalcamento da afetividade". (MORIN, 2007, p.136)

Morin faz uma crítica às ciências humanas, que salvo algumas exceções, ignora "uma dimensão antropológica capital: o ser humano não vive só de pão, não vive só de mito, vive de poesia. Vive de música, de contemplações, de flores, de sorrisos." (MORIN, 2007, p.137)

Estas palavras vão de encontro à minha busca por uma educação -uma vida - significativa, prazerosa, poética. Claro que para isto precisamos de transformações sociais, políticas, econômicas, enfim, culturais. Esta mudança de cultura implica em uma valorização da arte, do lúdico, do tempo livre para contemplações. Quando se percebe isto, luta-se não somente pelos pães, mas também pela poesia.

Retomando a importância e a força das palavras. Uma questão, uma reflexão: O nosso discurso, como educadores, tem provocado a sensibilidade, o olhar poético e ao mesmo tempo crítico de nossos estudantes?

Que palavras temos proferido atualmente em nossas instituições educacionais? Lembro-me do Professor Rezende, de sua proposta de uma Fenomenologia da Educação e da importância do discurso pedagógico.

"E a questão se coloca de saber se, e em que medida, o discurso pedagógico se desenvolve como autêntica ação cultural" (REZENDE, 1990, p.90) - ação cultural entendida como aprendizagem da cultura e "passagem da consciência ingênua a uma consciência crítica, e desta à consciência prática". (REZENDE, 1990, p. 76) Pois não basta ter consciência crítica, é preciso agir, transformar, tornar-se sujeito ativo. Social, histórico e culturalmente falante.

É importante notar que, para Rezende, o discurso pedagógico "poderá contribuir mais ou menos para a história da cultura e o seu desenvolvimento cultural". (REZENDE, 1990, p. 90)

Fala ainda sobre os valores, "o discurso pedagógico poderá traduzir uma determinada hierarquia de valores, sem questioná-la, como poderá também pô-la em questão abrindo perspectivas para outros valores, numa nova forma de existência". (REZENDE, 1990, p. 91)

O Prof. Rezende nos faz um questionamento: "qual é então o projeto cultural contido no discurso pedagógico?" Diz que sempre há um projeto, implícito ou explicito. Fala-nos que na instituição escolar um texto nunca é utilizado de maneira isolada e questiona: "qual o discurso pedagógico que emerge do conjunto dos textos preferidos, em função de um currículo e de sua integração, tanto horizontal como vertical"? E conclui: "isto sem mencionar a orientação adotada para a própria instalação de uma biblioteca. Que livros e autores são preferidos?" (REZENDE, 1990, p. 92-93)

Sabemos da importância da leitura e da interpretação. Leitura de textos, de imagens, do mundo. Como temos lido os últimos acontecimentos? A partir de que visão de mundo temos abertos nossos olhos?

Temos tentado compreender - interpretar - os fenômenos (inclusive a educação), procurado chegar às causas e buscado formas de superação possíveis para tantos problemas? Ou temos repetido - resignados e incrédulos - o discurso que favorece as classes que não querem mudança alguma e que são favorecidas pelas atuais situações de vida?

Muitas pessoas acreditam - ou passam a acreditar - que não se pode mudar a "realidade" em que vivemos; que não há o que fazer; que não adianta protestar; que política é um assunto que não interessa; e muitos dizem sem nenhuma crise ética - o que acho muito triste - que se fossem políticos iriam tirar proveitos econômicos das situações favorecendo a si mesmos e aos seus familiares.

Como querer que nossos alunos estudem - para que? - diante de um discurso como este? Se nada adianta fazer, se não é possível mudar, se os professores não acreditam mais, como irão os educandos acreditar?

Esperança. Discurso. Ação. Relembrando, para nunca esquecer as palavras de Paulo Freire: "a esperança faz parte da natureza humana. [...] A esperança é uma espécie de ímpeto natural possível e necessário, a desesperança é o aborto desse ímpeto. (FREIRE, 1996, p. 72); "[...] histórico, vivo a História como tempo de possibilidade, não de determinação." (FREIRE, 1996, p. 75) "Se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode." (FREIRE, 1996, p.112).

Tão importante quanto às palavras creio na força das imagens, das músicas, da Arte. Falemos sobre educação por meio da arte.

Read fala sobre a dificuldade de conceituar estes termos tão ambíguos: educação e arte. Segundo o autor:

O que tenho em minha própria mente é uma fusão completa dos dois conceitos, de forma que quando falo em arte quero dizer um processo educacional, um processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero designar um processo artístico, um processo de autocriação. Como educadores, olhamos o processo de fora; como artistas, o vemos por dentro; e ambos os processos, integrados, constituem o ser humano completo. (READ, 1986 p. 12)

Read diz que na maior parte do mundo se educa para promover a inteligência, para se obter bons resultados em exames e que esta forma de educação, que classifica e distingue os alunos, promove divisão.

Read defende dois princípios: educar com referência a coisas; e educar para unir. "Educação com referência a coisas significa [...] que a educação deveria fluir através dos sentidos, dos membros e dos músculos, e não primordialmente através da faculdade de abstração." (READ, 1986, p. 12)

Esta concepção remete-me novamente ao professor Rezende e a idéia de uma educação dos sentidos, como veremos a seguir.

Que sentido(s) abarcaria a montagem de uma peça teatral para os educandos?

 

Embasamento teórico-metodológico

Após longa pesquisa bibliográfica alguns autores foram eleitos como pilares deste trabalho, a partir de idéias consideradas relevantes e pertinentes aos objetivos propostos.

Identifico-me com a concepção fenomenológica de educação, com as idéias de Paulo Freire e a proposta de uma educação por meio da arte de Herbert Read.

Vejo educação como um processo em que todos os envolvidos são co-responsáveis, cada qual com participação ativa, cada qual construindo seus conhecimentos, desenvolvendo suas habilidades e competências de forma interacionista, importando o meio, o contexto em que estão, onde tanto educadores quanto educandos aprendem juntos e exercem mútuas influências.

Acredito que o processo educativo promova aquisição e produção de cultura, importando aspectos biológicos, econômicos, sociais, políticos, históricos, enfim, culturais. Educar engloba interpretar e conhecer o mundo e a si mesmo, encontrar sentidos, desenvolver a criticidade e a imaginação, promover a autonomia dos educandos, propiciar diálogos, provocar possíveis transformações sociais, propagar o respeito aos outros. Defendo a idéia de uma educação significativa e prazerosa por meio da arte.

Em nossa intervenção buscamos diversos autores: H. Read e sua proposta de uma educação por meio da arte; A. Rezende e uma concepção fenomenológica de educação, enfatizando a necessidade de se ler o mundo, os textos, as imagens, a educação como forma de aquisição e de produção de cultura; J. Huizinga, E. Morin e A. Bosi e suas idéias sobre o papel da arte, do jogo, do prazer estético em nossas vidas; V. Spolin e R. Courtney sobre o teatro na educação. Encarando o teatro como linguagem e a importância dela para a nossa formação, humanização e a importância de cada sujeito ter sua "palavra própria", destacamos G. Gusdorf, O. Paz, F. Dolto, S. Antônio e I. Bordelois.

Vários destes autores defendem a idéia de uma educação dos sentidos, nos vários sentidos. O professor Rezende diz que "a primeira das relações semânticas a serem estabelecidas por uma fenomenologia da educação é entre os diversos sentidos da própria palavra sentido". (REZENDE, 1990, p. 51) E diz, ainda, que há três sentidos para esse termo: sentido dos cinco sentidos, sentido do significado e sentido da direção.

Segundo Severino Antônio há um quarto e fundamental sentido para a palavra sentido: sentido de sentimento; e tanto Antônio quanto Morin e outros pensadores defendem a importância de uma educação que integre razão e emoção, que eduque os sentidos, incluindo os sentimentos, a afetividade e a imaginação. Severino Antônio defende a tese da educação dos sentidos, da educação poética, "educação dos olhos, dos ouvidos, da nossa percepção sensível do mundo, assim como nossa capacidade de admiração, de espanto, de alumbramento." Diz que esta educação poética "é também educação dos sentimentos. [...] Sem a educação dos sentimentos, no sentido da reverência pela vida, provavelmente não sobreviveremos neste planeta ainda azul apesar de todas as desfigurações." (ANTÔNIO, 2008, p. 90)

 

Metodologia de pesquisa

Falemos sobre a intervenção educativa aqui abordada -uma poética teatral. Por "poética teatral" podemos entender "criação teatral". Resgatando o sentido etimológico da palavra poética, originária da palavra grega "poiesis" cujo significado é "criação" e que deu origem as palavras poesia, poema e poeta. Pensemos então a arte como construção humana, elaboração, criação, poiesis.E a poética como o estudo das formas e dos procedimentos teatrais, da criação do texto à montagem da peça.

Essa intervenção possibilitou aos educandos participarem ativamente de todo processo de criação da peça, tudo sendo democraticamente escolhido e decidido. Certamente aprenderam que podem criar e transformar juntos - não se tratou de uma poética individual e sim de uma criação coletiva - educador e educandos trabalhando juntos, co-operando, sem imposições, sem balbúrdia. Todos interessados e envolvidos.

No decorrer da intervenção houve divergências, conflitos e dificuldades - encarados com leveza e como partes integrantes do processo. Um dos lemas era respeitar o erro e a dificuldade do colega para que todos aprendessem uns com os outros, sem ridicularizar ninguém, sem medo, com confiança, com prazer. Cada um fazendo a sua parte, visando à construção de uma obra em comum. A peça "Adolê Sendo" foi o resultado visível desse trabalho, porém outras conquistas não são mensuráveis ou visíveis, como os próprios educandos relatam. Depoimentos apontam que essa intervenção educativa, essa poética teatral, promoveu um aprendizado prazeroso, significativo, que será levado para suas vidas.

Após ampla pesquisa bibliográfica delimitei o que queria abordar em uma intervenção arte educativa e escolhi montar uma peça teatral com meus alunos.

Em junho de 2008 foi feita a proposta aos alunos de duas escolas do município de Campinas/SP. Na Escola Estadual Julio Mesquita, na qual era professor de Arte, perguntei aos alunos quem gostaria de montar uma peça teatral. A turma em que quase todos mostraram interesse - 28 jovens de um total de 36 - foi a sétima série D. Também era professor de teatro do oitavo ano (sétima série) do Colégio Básico, uma escola particular, onde os 11 jovens da classe aceitaram a proposta com muita animação. Resolvi montar a peça com os estudantes das duas escolas.

Meu objetivo principal com esse projeto era propiciar aos jovens um maior contato e conhecimento da linguagem cênica para que pudessem utilizar o teatro como forma de expressão de suas próprias idéias e sentimentos. Para isto era necessário escutá-los, era necessário que tivessem vozes próprias. Neste sentido jogos, dinâmicas, improvisações teatrais, rodas de conversas e questionários escritos foram utilizados. Busquei promover maior interação entre os educandos, trabalhando valores estéticos, éticos e humanos.

Ao trabalhar com jovens de duas escolas também quis possibilitar diversos encontros. Encontro(s) de sentido(s). Começando pelo encontro de novas pessoas, para que conhecessem estudantes de uma realidade diferente da deles, para que dialogassem e verificassem se havia diferença ser adolescente aqui ou acolá. E que, ao conhecer outros jovens, outras realidades, procurassem também um maior conhecimento de si mesmos e do mundo que habitamos. Este trabalho possibilitou também o encontro de novas possibilidades de expressão e de ação, por meio da arte teatral. E teatro só acontece quando os atores encontram o seu público. Tantos encontros poderiam possibilitar novos significados, novos rumos, novos sentidos para suas vidas.

Enquanto educador observei e interpretei as relações interpessoais, por meio de suas falas, silêncios e atitudes.

Sobre o perfil econômico dos alunos da escola estadual nota-se que muitos têm TV a cabo e internet em suas casas, cada um com seu celular, com seu aparelho que toca músicas, embora uma minoria não tenha computador, internet ou impressora em seus lares.

A escola tem uma ligação muito forte com a comunidade onde está inserida. Nela estudaram e estudam várias gerações das mesmas famílias. É comum avós e mães que lá estudaram freqüentarem atualmente a escola levando seus netos e filhos. Também temos ex-alunos que voltaram na função de professores. A escola faz parte da história do bairro e das pessoas, isto é muito positivo.

Não temos casos graves de violência no ambiente escolar nem nos bairros vizinhos. O rendimento escolar dos estudantes está acima da média das escolas públicas.

Sobre o Colégio Básico posso relatar que o bairro em que a escola se situa, assim como seus alunos, são de classe média alta. Muitos viajam costumeiramente de avião ou de navios, vão para Campos do Jordão, para o exterior, mas não são alunos esnobes, pelo contrário, são muito afetivos e percebo que suas famílias discutem com eles sobre os problemas sociais do nosso país e sobre valores humanos. Embora em determinadas improvisações algumas falas mostrassem personagens tipo "burguesinhas" falando mal de "pobres", quando converso com eles percebo que não acham justo as formas de discriminação ou os preconceitos de classe, raça, sexo, opção religiosa ou nível cultural.

Não havia um abismo sócio-econômico-cultural entre os alunos das duas escolas, porém percebia-se algumas diferenças, posso destacar, por exemplo, que os estudantes do Colégio Básico têm mais acesso a livros, teatros, exposições e cinemas do que os da escola pública.

Seria diferente o trabalho com a linguagem teatral realizado em uma escola estadual e em um colégio particular?

Como seria o desempenho dos alunos? Haveria diferenças significativas entre os alunos da escola estadual e da particular? E como seria o encontro deles ao dividirem um mesmo palco e participarem de uma mesma peça?

Posso garantir que utilizei os mesmos jogos e atividades, encontrei facilidades e dificuldades no desempenho dos estudantes das duas escolas, seja na escrita de textos, nas improvisações ou na projeção vocal em cena.

Não houve diferenças no desempenho entre alunos desta ou daquela escola, houve diferenças entre educandos, não importando de que escola fossem. Todos souberam respeitar tais diferenças. Os relatos apontaram o companheirismo entre eles. O público não diferenciou de que escola era cada ator - formaram um só elenco - e adoraram conhecer os colegas da "outra" escola. Depois da peça sempre me perguntavam quando voltariam a dividir o palco. As amizades continuaram e os jovens mantiveram contatos por meio de encontros, trocas de mensagens e telefonemas.

Podemos perceber que nem sempre a realidade econômica impede que as habilidades e competências pessoais se manifestem, como vemos em muitos casos no esporte e na arte, mas admito que muitas vezes estes talentos ficam adormecidos ou escondidos, esperando por oportunidades para serem revelados.

Evidente que pessoas de maior poder aquisitivo podem estudar em cursos de teatro ou em colégios que têm na grade curricular as disciplinas de teatro ou de música; com bons espaços físicos e recursos materiais.

Já nas escolas públicas o professor de arte deve ser polivalente e trabalhar as linguagens da música, dança, teatro e artes visuais em espaços pouco apropriados e quase sem materiais...

Falemos sobre a metodologia aplicada nesta intervenção. Foram utilizados jogos diversos e teatrais, exercícios vocais e corporais, trabalhou-se com diferentes gêneros de textos, músicas, imagens, tudo que contribuísse para desenvolver diferentes competências e habilidades dos educandos, tais como a capacidade de interpretação, leitura e escrita; exploração de diferentes recursos expressivos vocais, corporais, artísticos e textuais; como também a criticidade, a imaginação, a criatividade e a cooperação entre os educandos.

Durante o mês de junho os alunos trabalharam com jogos teatrais a fim de que pudessem conhecer, compreender e utilizar alguns elementos básicos da linguagem do teatro. Em agosto, após as férias escolares de julho, os alunos retomaram os estudos teatrais que incluíram técnicas vocais, corporais e de interpretação; conheceram técnicas de dramaturgia, nomenclaturas de palco e de cenografia; e importantes elementos presentes na montagem de um espetáculo.

Logo no início do mês de agosto essas turmas elaboraram um questionário que abordava os seguintes itens: o que é ser adolescente; quais as características mais marcantes dessa fase da vida e perguntas que explicitassem seus pontos de vista sobre família, amigos, escola, sonhos, afeto e sexualidade. O objetivo era ouvir a voz dos jovens, tanto do elenco quanto de outras turmas das escolas.

Com base nas respostas desses questionários, durante o mês de setembro os alunos selecionaram alguns temas e a partir deles fizeram improvisações que depois foram registradas na linguagem do teatro como pequenas cenas; fizeram também alguns estudos e exercícios de escrita teatral; selecionaram alguns poucos textos de outros autores, como o texto "A última flor" do norte-americano James Thurber. A partir de todo este material começamos a montar o roteiro da peça "Adolê Sendo". Vale destacar que os estudantes não conheciam os colegas da "outra" escola, fiz a "ponte" entre eles, levava e trazia idéias e sugestões, procurando garantir que tudo fosse democraticamente decidido.

Para que os alunos tivessem alguma idéia e contato com texto teatral sobre adolescência mostrei aos alunos do Colégio Básico um texto de minha autoria, "Equilíbrio Delicado", esse texto foi escrito com base em conversas com meus alunos adolescentes e em improvisações feitas por eles no Colégio Farroupilha em 1999.

Os alunos do Colégio Básico ao lerem se identificaram com as situações, com as falas, "comigo é assim mesmo", "parece minha tia falando". Eu disse que não montaríamos a peça toda, eles deveriam criar ou escrever novas cenas, poderíamos montar uma ou outra cena do "Equilíbrio". Todos escolheram a cena onde os jovens estão em uma danceteria, uma "balada" para adolescentes, na qual temas como paquera e sexualidade são abordados com leveza. A cena, embora cômica, permite reflexões a respeito de não julgar as pessoas pelas aparências, de não ir "no embalo dos outros", de defender suas próprias opiniões, tudo com muito humor. Eu reescrevi a cena com base nas respostas do questionário para que ficasse mais atual e fiel ao meu projeto de mestrado, às falas dos adolescentes ouvidos e dos atores participantes.

Devo ressaltar que os alunos tinham escolhido montar uma comédia. Suas referências eram de humor televisivo, onde imperam esteriótipos e baixíssima qualidade artística. Como unir os anseios do arte-educador e os desejos dos alunos? Lembrei-me então de Chaplin. Existe melhor exemplo para demonstrar o encontro do humor, da criticidade e da poesia? Os alunos pouco sabiam dele, alguns nem o conheciam. Assim a apreciação de alguns filmes de Chaplin e do filme "O Baile", de Ettore Scolla fizeram parte do processo de montagem e influenciaram a criação de duas pantomimas e a inclusão de letras de músicas e de poemas no espetáculo, com a aprovação de todos.

Já em outubro os alunos organizaram a seqüência das cenas, músicas, coreografias e pantomimas. Terminaram a formatação do roteiro do espetáculo e partiram para os ensaios da peça inteira.

O processo de montagem foi desenvolvido no horário das aulas, porém com a proximidade da apresentação tivemos que intensificar os ensaios. No Colégio Básico foram marcados dois ensaios no período oposto as aulas e na Escola Estadual pedimos as aulas de outros professores para ensaiarmos e assumimos o compromisso de que os alunos deveriam fazer em casa as atividades que os professores dariam nestas aulas, todos deveriam manter os estudos e tarefas em dia. Compromissos assumidos e honrados.

Durante os ensaios todos sabiam onde estavam os alunos da "outra" escola. Sabiam as falas e a seqüência de cenas de cada escola. Por onde entravam em cena, onde ficavam e por onde saíam. Os jovens só conheciam o palco por fotos. Ensaiavam pensando como seria quando se juntasse tudo.

A junção foi feita na véspera da apresentação, na escola estadual. Só nesse dia os estudantes se conheceram e na tarde seguinte apresentaram a peça para alunos de uma terceira escola campineira, a Escola Estadual Benedito Sampaio.

Apesar de cada grupo ter montado sua parte separadamente, somadas as partes das duas escolas, deveria-se formar um espetáculo único. E assim o foi. Para o público não houve diferenciação entre alunos desta ou daquela escola, no palco todas as diferenças individuais somaram-se, integraram-se e deram lugar a uma só equipe, ao elenco da peça "Adolê... Sendo".

Nos bastidores nenhum adulto ou professor esteve com os 32 alunos durante a apresentação. Houveram pequenos erros e esquecimentos, mesmo assim o elenco soube como levar o espetáculo adiante. Com conhecimentos e autonomia. Alunos de duas escolas diferentes, que pouco se conheciam, souberam dividir o palco e ajudaram-se mutuamente; desde então muitos deles tornaram-se amigos e pretendem atuar juntos, quem sabe agora, nos complexos palcos da vida.

 

Resultados

Muitas vezes os alunos não têm voz própria nas salas de aula, ora porque a timidez e o medo do julgamento dos colegas ou do professor os faça calar, ora porque o tempo de aula é pouco para se trabalhar os conteúdos propostos e o número de alunos por sala não possibilita que todos sejam ouvidos.

Este projeto, ao proporcionar aos jovens de duas escolas a oportunidade de dizerem o que pensam e o que sentem, por meio do teatro, já garantiu aos alunos uma sensação de liberdade e de poder transformador, a começar pela transformação deles próprios que saíram desta vivência mais fortalecidos e confiantes, conforme observamos em suas falas e gestos. Vivenciaram um aprendizado para a vida - como foi dito por muitos , aprendizado lúdico, poético, prazeroso, repleto de significados em um mundo onde a vida e a educação cada vez mais carecem de sentido.

Torna-se necessário falar algumas palavras sobre o lúdico, sobre o jogo.

Logo no início do projeto, quando os alunos foram questionados sobre o tema da peça que gostariam de apresentar, a resposta foi unânime: queriam falar sobre a adolescência e de forma cômica. Questionados sobre o que pensavam sobre essa fase da vida, muitos responderam que era uma fase boa, em que ainda podiam se divertir, diferente da fase adulta, fase sobre a qual eles só ouviam queixas e reclamações de pessoas estressadas e sem tempo para nada, sem tempo para viver.

Que tristeza contrapor adulto/seriedade/frustrações à juventude/alegria/prazer. Como se no mundo adulto não tivesse espaço para o prazer lúdico e como se brincar não fosse algo sério e vital, aspectos tão bem abordados na obra de Huizinga.

O jogo faz parte de nossas vidas, porém diferencia-se da prosaica vida comum. O jogo aproxima-se da poesia. E como todo ritual, ou como toda apresentação teatral, o jogo tem um espaço e um tempo delimitado. O espaço cênico, o espaço do ritual, o espaço do jogo. Tem começo e tem fim. Jogo não é privilégio de crianças ou adolescentes. Jogo, como arte e como ritual, é coisa séria e ao mesmo tempo proporciona prazer.

Huizinga demonstra que antes de seres racionais ou econômicos somos seres que jogamos a vida toda. Brincamos e jogamos para aprender, para sobreviver, para sermos felizes; somos antes de tudo Homo Ludens.

Como a educação privilegia aspectos muito racionais e as disciplinas mantém os conhecimentos estanques é necessária uma educação por meio da arte como nos fala Read. Uma educação para autonomia e transformações sociais como nos fala Freire. Uma educação significante, pertinente, relevante, referente, provocante e suficiente, como nos fala o estilo de filosofar da fenomenologia, segundo Rezende. Uma educação que abarque a complexidade de que nos fala Morin.

Uma educação significativa se faz educando-se o corpo, a mente e os sentidos: os cinco sentidos corporais; o sentido inteligível do significado dos signos; o sentido - o rumo, a direção - da existência, da história, dos passos de cada um. A compreensão dos sentidos da existência.

Uma educação significativa ressignifica a linguagem. Ressignifica o papel da linguagem em nossas vidas. Utilizamos a linguagem para fazer ciência, para fazer arte, para nos encontrarmos uns com os outros. A educação utiliza a linguagem. A linguagem utiliza signos. Somente os seres humanos criam e compreendem signos. A linguagem é criação exclusivamente humana e humanizante. É necessário re-trabalhar os signos, a linguagem. Redescobrir o prazer e a importância da linguagem. Redescobrir os laços que nos unem aos semelhantes humanos, por mais diferentes que estes sejam de nós mesmos.

Por meio desta intervenção arte educativa discutimos valores humanos, ética e cidadania. Utilizamos diversas linguagens, desde diferentes gêneros textuais (poesia, prosa, textos de teatro), além de imagens e músicas. Trabalhamos o que é poesia escrita - poema - e poesia de vida. Pudemos integrar e relacionar conhecimentos que ainda hoje se encontram divididos em disciplinas escolares (história, geografia, línguas, matemática, biologia etc.). E fomos além, posso afirmar que o teatro possibilita uma educação transdisciplinar. Farei uma breve citação para elucidar este conceito.

Em seu livro Educação e Transdisciplinaridade Severino nos ilumina com as palavras de Nicolescu e seu Manifesto da Transdisciplinaridade:

A transdisciplinaridade, como o prefixo "trans" indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento. (NICOLESCU apud ANTONIO, 2002, p. 61)

Pude perceber que alunos-atores e público ficaram extremamente felizes com o resultado da peça. A apresentação foi bem sucedida, os alunos souberem desempenhar bem suas funções e papéis na peça; houve muita cooperação entre os alunos-atores tanto em cena quanto nas coxias; os depoimentos durante o processo e após a apresentação relatam que foi uma experiência única para os alunos e, pelas questões aqui relacionadas, podemos afirmar que se tratou de um processo altamente educativo e muito prazeroso para todos: alunos e arte-educador.

Encerro minha exposição passando a voz aos meus educandos, alguns depoimentos deles após a apresentação:

JÚLIA B. - "Aprendi a falar mais alto, colocar entonação nas frases e até perdi um pouco da vergonha. Eu nunca esquecerei dos ensaios do teatro pois eu aprendi muitas coisas e eles foram muito divertidos".

LUDMILA - "Ah! Vai ser muito bom contar como foi para nossos filhos"

LEONARDO - "Significou muito pra mim participar dessa peça porque me ensinou muito [...] eu lembro de tudo desde o comecinho então eu não vou colocar no papel, mas eu lembro de tudo [...] vai ser muito importante na minha vida"

RENAN F. - "Aprendi a me concentrar no que eu quero e levar as coisas mais a sério".

JULIANA - "Aprendi que quando uma pessoa ta falando eu tenho que respeitar e ouvir"

GUILHERME A. - "Aprendi que temos que conhecer as pessoas, para depois julgá-las. Não dar opinião sem antes conhecê-la".

PAULA - "Sim (aprendi). (Não esquecerei) do companheirismo das pessoas, um ajudando o outro, apesar de não nos conhecermos muito bem".

SÉRGIO - "Eu aprendi muitas coisas sobre a adolescência, tinha coisas que eu nem sabia o que era [...] Eu acho que eu nunca vou esquecer é da minha cena, eu gostei muito (Cena do Futebol e Violência; sobre estar no palco ele diz:) É normal, é como entrar no campo e jogar bola, porque é coisa que eu mais gosto que é jogar bola, eu entrei no palco e eu dei o melhor de mim."

Com base em tudo que foi dito tenho a esperança de que este texto possa fomentar em outros o desejo de intervir e educar. Educação com poesia, prazer e muito(s) sentido(s).

 

Referências

ANTÔNIO Moreira Barbosa, Severino. A utopia da palavra: linguagem, poesia e educação: algumas travessias. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 128 p.

______. Educação e transdisciplinaridade: crise e reecantamento da aprendizagem. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 192p.

______. Uma nova escuta poética da educação e do conhecimento: diálogos com Prigogine, Morin e outras vozes. São Paulo: Paulus, 2009. 137p.

ARISTÓTELES. Poética / Organon / Política / Constituição de Atenas. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999. 315 p.

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 2004. 80 p.

COURTNEY, Richard. Jogo, teatro e pensamento, as bases intelectuais do teatro na educação. São Paulo: Perspectiva, 1980. 302 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e terra, 1996.

______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 220 p.

GUSDORF, Georges. A Fala. Porto: Edições Despertar, s/d.

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, 2005. 243 p.

MORIN, Edgar. O Método 5-A Humanidade da Humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2007. 309p.

READ, Herbert. A Redenção do Robô - Meu encontro com a educação através da arte. São Paulo: Summus, 1986. 160 p.

REZENDE, Antonio Muniz de. Concepção fenomenológica da Educação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1990. 96 p.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo:Perspectiva,1987. 350 p.

______. Jogos teatrais: o fichário de Viola Spolin. São Paulo: Perspectiva, 2006.