8Envelhecimento do trabalhador e condições de vida na velhiceAs nuances da reestruturação produtiva na administração pública índice de autoresíndice de assuntospesquisa de trabalhos
Home Pagelista alfabética de eventos  





Sem. de Saúde do Trabalhador de Franca Set. 2012

 

EIXO 1 MUNDO DO TRABALHO, REESTRUTURARAÇÃO PRODUTIVA E SINDICALISMO

 

O processo de mercantilização da saúde e a reestruturação produtiva do trabalho: verso e anverso do direito a saúde negado

 

 

Pedro Paulo Scremin MartinsI; Melisse EichII; Lucinéia Scremin MartinsIII

IEnfermeiro. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina. Área: Filosofia, Saúde e Sociedade. E-mail: ppsm29@hotmail.com
IIEnfermeira. Mestranda em Saúde Coletiva na Universidade Federal de Santa Catarina. Área: Bioética e Saúde Coletiva. E-mail: meliseeich@hotmail.com
IIIDoutora em Educação pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora adjunta do Departamento de Ciências Sociais da UFG. E-mail: luascremin@yahoo.com.br

 

 


RESUMO

Este estudo tem como objetivo refletir sobre o processo de mercantilização dos serviços de saúde no Brasil e sua relação com a reestruturação produtiva do trabalho neste setor. Identificamos que um dos impactos da crise estrutural do capital e das políticas neoliberais implantadas no Brasil desde os anos 90 é a expansão das relações capitalistas de produção para o setor saúde. Esta expansão traz consigo a necessidade de reestruturar a produção para aumentar a produtividade e a lucratividade, tendo como consequência a negação do direito à saúde como bem comum/valor universal, mediante a conformação de um sistema de saúde privado e hegemônico. Concluímos que é necessário - sobretudo na atualidade - organização social em defesa da saúde pública, que deve ser tutelada e garantida pelo Estado.

Palavras-chave: Mercantilização. Setor saúde. Reestruturação produtiva.


ABSTRACT

This study aims at pondering the process of commodification of health services in Brazil and its relation to the productive labor restructuring in this sector. It was found that one of the impacts of the structural capital crisis and the neoliberal policies implemented in Brazil since the 90s is the expansion of capitalist production relations to the health sector. This expansion results in the need for restructuring production in order to increase productivity and profitability, leading to the denial of the right to health care as a common/universal prerogative by supporting a private hegemonic health system. It is possible to conclude that - especially nowadays - social organization supporting public health is necessary and must be safeguarded and assured by the government.

Keywords: Commodification. Health work. Productive restructuring.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. 2012a. Disponível em: <http://cnes.datasus.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2012.

BRASIL. Agência Nacional de Saúde (ANS). Dados gerais.2012b. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/index.php/materiais-para-pesquisas/perfil-do-setor/dados-gerais> Acesso em: 03 ago. 2012.

CANTOR, Renán Vega. Elogio del pensamiento crítico. Revista Herramienta, Buenos Aires, n. 50, p. 131-140, jul. 2012.

CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: UNESP, 2001.

COHN, Amélia; ELIAS, P. Elias. Saúde no Brasil: políticas e organização de serviços. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

ESCOREL, Sarah. Reviravolta na saúde: origem e articulação do movimento sanitário. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

LÓPEZ, Emiliano; VÉRTIZ, Francisco. Capital transnacional y proyectos nacionales de desarollo em América Latina. Revista Herramienta, Buenos Aires, n. 50, p. 21-36, jul. 2012.

MARTINS, Pedro Paulo Scremin; PRADO, Marta Lenise do; REIBNITZ, Kenya Schmidt. Por Uma Práxis de Enfermagem Criativa e Reflexiva. Revista Ciencia y Enfermeria, Chile, v. XII, n. 2, p. 15-22, 2006.

MARX, Karl. Teorias da mais-valia. Livro 4, v. 1 de O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

______. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

MÉSZÁROS, István. O século XXI: socialismo ou barbárie? São Paulo: Boitempo, 2003.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2000.

PIRES, Denise.Reestruturação produtiva e trabalho em saúde no Brasil. São Paulo: Annabluma, 1998.

RODRIGUES, Paulo Henrique; SANTOS, Isabela Soares. Saúde e Cidadania: uma visão histórica e comparada do SUS. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.

SILVA JR, João dos Reis; SGUISSARDI, Valdemar. Novas faces da educação superior no Brasil: reforma do estado e mudanças na produção. 2. ed. Bragança Paulista, SP: Cortez, 2001.

TEIXEIRA, Francisco J.S. (Org). Neoliberalismo e reestruturação produtiva. São Paulo: Cortez; Fortaleza: UECE, 1996.

TUMOLO, Paulo Sérgio. Reestruturação Produtiva no Brasil: um balanço crítico introdutório da produção bibliográfica. Revista Educação & Sociedade, Florianópolis, n. 77, p. 77-99, dez. 2001.

_______. Trabalho: categoria sociológica chave e/ou princípio educativo? O trabalho como princípio educativo diante da crise da sociedade do trabalho. Revista Perspectiva, Florianópolis, v.14, n. 26, p. 39-70, jul./dez. 1996.

_______. Da contestação à conformação: a formação sindical da CUT e a reestruturação capitalista. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2002.

VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da práxis. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.