1A arte de narrar: cultura e educação no movimento Hip HopO estigma dos três ps: pobre, preto, da periferia. A visão de adolescentes da Comunidade Heliópolis índice de autoresíndice de assuntospesquisa de trabalhos
Home Pagelista alfabética de eventos  




ISBN 978-85-60944-38-5 versão on-line

Coloq. Int. Cult. Jovens Afro-Bras. Am., Encontros e Desencontros Abr. 2012

 

A vez do rap no morro: os rappers relendo as canções de Vinicius de Moraes

 

 

Isabela Morais

Mestranda em Sociologia/Ciências Sociais pelo Programa de Pós Graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp Araraquara. Bolsista CAPES. Orientador: Prof. Dagoberto José Fonseca. Av. São José 474A, São José, Araraquara - SP. CEP 14 800 410. isabelamoraistp@gmail.com

 

 


RESUMO

A presente comunicação pretende fazer uma leitura crítica da versão feita pelos rappers Criolo Doido, Rael da Rima e Terra Preta das canções de Vinicius de Moraes, apresentadas no programa exibido pela Rede Globo, Som Brasil : "O morro não tem vez", "Samba da Bênção" e "Canto de Ossanha". Amparados pela arquitetônica teórica de Mikhail Bakhtin, além das reflexões de Luiz Tatit sobre a semiótica da canção, procura-se compreender de que forma as releituras suscitam novos sentidos, fazendo aflorar novos valores investidos naquelas canções, através da mudança de gênero musical, entoação, além das próprias rimas e intervenções dos rappers cujas falas trazem as músicas para o contexto sócio-histórico presente, resignificando as canções compostas há quase 50 anos atrás.

Palavras Chave: Vinicius de Moraes, Criolo Doido, Canção Popular, Rap, versões.


ABSTRACT

The purpose of this communication is to make a critical reading of the version made by rappers Criolo Doido, Rael Rima and Terra Preta of the songs of Vinicius de Moraes, presented in the programme aired by Rede Globo, Som Brasil: "O morro não tem vez", "Samba da Bênção" and "Canto de Ossanha". Sustained by the theorical architectural of Mikhail Bakhtin, in addition to theoretical reflections of Luiz Tatit on the semiotics of song, seeks to understand how the reinterpretations of new senses, making touch new values invested in those songs, through the change of musical genre, intonation, in addition to the own rhymes and interventions of rappers whose lines bring the songs to the socio-historical present, giving new senses to the songs composed for almost 50 years ago.

Keywords: Vinicius de Moraes, Criolo Doido, Popular Song, Rap, versions.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

Referências bibliográficas

BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. São Paulo-Brasília: Ed.HUCITEC - Ed. UNB, 2008.

_______. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

_______. Discurso na vida e discurso na arte. Texto publicado em russo, em 1926, sob o título "Slovo v zhizni i slovo v poesie" na revista Zvezda nº 6, e assinado por V. N. Voloshinov. A tradução feita por Carlos Alberto Faraco e Cristovão Tezza, para uso didático, tomou como base a tradução inglesa de I. R. Titunik ("Discourse in life and discourse in art concerning sociological poetics, publicada em V. N. Voloshinov, Freudism, New York: Academic Press, 1976).

_______. (VOLOCHINOV) Marxismo e Filosofia da Linguagem. problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 8. ed. Tradução por Michel Laud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1997.

_______.Questões de Literatura e de Estética (A Teoria do Romance). São Paulo: Ed. Unesp, 1998

NAPOLITANO, Marcos. Forjando a revolução, remodelando o mercado: a arte engajada no Brasil (1956-1968) In FERREIRA, Jorge e REIS, Daniel Aarão (org). Nacionalismo e Reformismo radical (1945-1964) Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. (As esquerdas no Brasil; v.2)

NAPOLITANO, Marcos. WASSERMAN, Maria Clara. Desde que o samba é samba: a questão das origens no debate historiográfico sobre a música popular brasileira. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 20, nº 39, p.167-189. 2000. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v20n39/2985.pdf.>

TATIT, Luiz. Musicando a semiótica: ensaios. São Paulo: Annablume 2008

_______. O século da canção. Cotia: Ateliê Editorial, 2004.

TINHORÃO, José Ramos. História social da música popular brasileira. Lisboa: Caminho, 1990.

VERGUEIRO, Marina. Arte sempre existiu na periferia, mas o preconceito cegou as pessoas, diz rapper Criolo. In Periferia em Movimento Disponível em: <http://periferiaemmovimento.wordpress.com/2011/06/04/grajauex-criolo-doido-no-uol/>

VIANNA, Hermano. Central da Periferia. Disponível em: <http://www.gabrieltorres.xpg.com.br/puc/central_periferia_hvianna.pdf>

SOM BRASIL Vinicius de Moraes. Direção: Mário Meirelles, Luiz Gleiser. Apresentação: Patrícia Pillar. Roteiro: Rafael Dragraud e David Peoples. Música: Vangelis. Estúdio: Som Livre. São Paulo: Globo Marcas/Som Livre, 2009. 1 DVD (43 min aprox.)