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ISBN 978-85-60944-38-5 versão on-line

Coloq. Int. Cult. Jovens Afro-Bras. Am., Encontros e Desencontros Abr. 2012

 

Escola para quê? Experiências de resistência cultural de jovens da escola pública de São Paulo

 

School for what? Cultural resistance experiences of young people from public schools of São Paulo

 

 

Priscila Elisabete da Silva; Maria da Glória Calado; Paula Nascimento da Silva

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo/USP. Orientação: Professora Dra. Maria Cecília Cortez Christiano de Souza

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Cerca de 90% dos estudantes do ensino médio no Brasil estão nas escolas públicas. Contudo, essa rede de ensino tem sido considerada incapaz de dar uma boa formação (consistente) e garantir aos seus egressos sucesso na entrada no ensino superior e na vida profissional, o que significaria a exclusão ou uma inclusão social perversa para a grande maioria dos jovens. Particularmente após a adoção dos ciclos e da progressão continuada, tornou-se transparente sua dificuldade em lidar com a heterogeneidade dos estudantes. As mudanças sucessivas no currículo e nas metodologias testadas recorrentemente denunciam que a escola vem perdendo o sentido. Do currículo conteudista ao que enfoca a formação para o mundo do trabalho percebe-se que não se tem uma visão nítida do que a escola deve ensinar, como e para quê. O resultado é o aumento do desinteresse dos alunos, particularmente dos jovens pela escola. Por outro lado, alguns professores veem-se frustrados por identificarem alunos muito competentes, mas que não se encaixam no modelo de educação ora vigente e, por isso, são (taxados) estigmatizados como incapazes e, desestimulados, uns desistem da escola, outros constroem estratégias para conseguirem o diploma sem, contudo alcançarem o conhecimento que desejariam obter nesta instituição. Esse artigo visa problematizar o modelo de escola pública atual e seus impactos à construção da subjetividade dos alunos. Para tanto, analisamos os relatos de três jovens que são exemplos de que o modelo de escola pública que temos atualmente não está conseguindo desenvolver as capacidades dos alunos, ainda que estas estejam latentes.


ABSTRACT

In Brasil about 90% of all the students is the public schools. Nevertheless the public system has been seen as unable to educate (consistently) the students and to guarantee that those has access to a college education and into the professional life. This fact can be seen as a social exclusion and a perversion against the youth. After the introduction of the educational continuous progression becomes clear the difficult to deal with the heterogeneity among the students. The continuously changes in the schools' curricula and into the metrologies brings up the question about the lack of meaning of the school. From the traditional curricula which emphasizes school contents and that aim the working world we realize that there isn´t a clear view about what the school teaches, how it teaches and for what. The result is the increasing of the indifference among the students, especially among the adolescents for the school.On the other hand among teachers there is a frustration seen competent students lost in the current educational model, those students are stigmatized as incompetent, they are discouraged and some give up school, others build strategies to get a diploma without making the most of the experience at this institution. In this we discuss and questioning the current educational model of the public schools and the impacts of that model in the construction of the students subjectivity. With this goal in mind we will discuss the two reports of three students which we consider as good examples of the problems that we are discussing in the current educational model.


 

 

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Priscila Elisabete da Silva
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Maria da Glória Calado
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Paula Nascimento da Silva
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