An da XIII jorn. trab. Oct. 2012
GRUPO DE TRABALHO 02 - CONFLITOS TERRITORIAIS E FRAGMENTAÇÃO DO TRABALHO: a expropriação capitalista no campo e na cidade, para além das dicotomias
A geograficidade do trabalho escravo no sudeste brasileiro
José Victor Juliboni Cosandey
Universidade Federal Fluminense
RESUMO
A violência no campo é um indicador de que os movimentos sociais organizados no campo são uma realidade. Infelizmente, as questões fundiárias ainda não são assumidas como um problema nacional, em face do peso da urbanização dominante do país, cenário por excelência das ideias de modernidade e progresso. O rural ainda carrega o estigma do atraso, do arcaico, do tradicional, do periférico e do vazio demográfico. Dentre as violências no campo, a que merece grande destaque é o trabalho escravo. A forma mais comum, no Brasil, de trabalho forçado é a servidão por dívida, que vem quase sempre associada com as outras três formas de cercear a liberdade já citadas. A servidão por dívida é caracterizada quando o dono da fazenda ou de qualquer empreendimento rural proporciona um empréstimo aos trabalhadores, contratados pelo "gato" (contratador da mão de obra), sob a forma de adiantamento de dinheiro. Em seguida os trabalhadores têm seus direitos confiscados. O objetivo do estudo é investigar a geografia política do trabalho escravo no espaço agrário, buscando a interação entre os aspectos políticos e territoriais da produção agrícola, de modo a desvendar as medidas e as (de)eficiências do governo perante esse cenário. A partir da análise dos dados fornecidos pela CPT e das denúncias da ONG Repórter Brasil, foram se achando respostas e mais perguntas sobre a questão do trabalho degradante e escravo.
Concluímos que as estratégias do governo para o combate vêm se aperfeiçoando nos últimos anos, porém ainda não são suficientes para a erradicação deste problema presente no Brasil.
Palavras-chave: Trabalho Escravo, Agronegócio, Geografia Política
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www.cptnacional.org.br (acessado em Março de 2012)
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